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16
abr

VENDE-SE PEIXE FRESCO TODO DIA

Dia 15 de abril é comemorado o Dia Mundial do Desenhista. Aproveito o gancho e lembro do desenhista americano Simms Taback, que nasceu em Nova Iorque, em 1936, e faleceu no dia 25 de dezembro de 2011. Trabalhou como ilustrador, escritor, diretor de arte, designer gráfico e lecionou na Escola de Artes Visuais da Universidade Syracause. Taback ficou conhecido por ter feito o design da primeira embalagem do Mc Lanche Feliz, em 1977. Entretanto, o grande kibitzerlegado do artista são os mais de 40 livros infantis publicados durante a carreira, a maioria hilariamente ilustrados e, infelizmente, nenhum deles traduzidos para o português.

Tempos atrás, caiu nas minhas mãos um livro de Simms intitulado “Kibitzers and Fools: Tales My Zayda Told Me”. O livro é uma reunião de 30 causos da cultura judaica que foram contados pelo avô de Simms, um judeu polonês que ainda jovem desembarcou nos Estados Unidos. A ideia do livro era também traduzir algumas expressões ídiche, a língua adotada por judeus do mundo inteiro, principalmente os da Europa Central e Oriental. Algumas palavras são de difícil tradução, outras nem tanto. O “Zayda” do título, por exemplo, é como se chamam informalmente os avôs em ídiche. E os kibitzers, quem seriam? Para entendermos esta palavra, vamos recontar resumidamente o primeiro conto deste belo livro. Simms está jogando uma partida de damas com seu zayda, mas, quando o avô vai mexer uma peça, o neto o interrompe e diz: “por que você não mexe na peça preta?”. O avô, irritado, responde: “você não passa de um de kibitzer!”. Afinal, o que é um kibitzer? Vamos à história.

Benjamin Rabinowits era peixeiro ambulante e decidiu ampliar seu negócio. Vendeu sua bicicleta adaptada com uma caixa de isopor para armazenar os peixes, comprou um freezer e alugou um ponto fixo. Para chamar a atenção dos clientes, começou a preparar uma placa, na qual escreveu o seguinte: VENDE-SE PEIXE FRESCO TODO DIA

Pegou uma escada e foi colocá-la na fachada. Quando estava ajeitando o letreiro, apareceu o primeiro kibitzer. “Olá, senhor Benja. Vejo que finalmente está começando seu negócio. Gostaria de lhe ajudar com uma sugestão. Você não precisa escrever na placa TODO DIA, afinal, se você estará aberto diariamente, será redundante dizer isso”. Realmente, pensou o peixeiro. Retirou então as duas palavras, ficando: VENDE-SE PEIXE FRESCO

Terminada a alteração, era hora de instalar a nova placa. Estava quase pregando o primeiro prego, porém, chegou o segundo kibitzer. “Grande, Benja. Fico contente em ver o amigo prosperando. Mas, em virtude da nossa amizade, gostaria de sugerir a retirada da palavra FRESCO da sua placa, afinal, os clientes podem desconfiar, por que você precisaria dizer algo do tipo se todo peixe que vende já é FRESCO. O sr. Rabinovitch acata. Ficou então
VENDE-SE PEIXE

O comerciante está quase finalizando a colocação da nova placa, aparece o terceiro kibitzer. “Benja, parabéns pelo seu negócio. Vou te dar um conselho para você começar bem. Penso que não é necessária a palavra VENDE-SE em sua placa, afinal, você já tem um estabelecimento, é óbvio que você vende alguma coisa, não é?” Impossível não concordar, correto? É feita mais uma alteração e a placa fica assim: PEIXE

Já é quase final de tarde e o Benjamin estava louco para instalar de uma vez a placa de seu negócio. Eis que surge o quarto kibitzer. “Excelente iniciativa, Benja. Mas, olha só, dá para sentir de longe o cheiro de peixe, é óbvio que aqui é uma peixaria, acho desnecessário…Não precisou nem concluir, o peixeiro jogou finalmente a placa inteira fora.

Contudo, a saga da placa não acaba ainda. Algumas semanas depois aparece o quinto kibitzer. Benjamin Rabinowitz está sentado na frente da peixaria, pois quase não tinha clientes.

“Olá, Benja, como estão os negócios?”

“Mar de remanso, devagar e parado, penso que pessoas não estão mais comendo peixe.”

“Ora, por que então você não faz uma placa?”

O kibitzer é esta figura universal, presente em várias culturas, chamado por aqui de intrometido, inconveniente, pescoço, peru, metido, entrão, folgado, pensa sempre que sabe mais que você. Um kibitzer dá opiniões não muito boas e que você nem sequer pediu. Ou seja, ele está sempre metendo o nariz onde não é chamado. Se encontrar um deles pela rua já pode acabar com seu dia, imagine só encontrar vários em sequência?

***
Vale a pena dar uma passadinha no site Simms Taback e conhecer este grande artista ainda inédito no Brasil!

José Daniel

 

9
abr

Bodas de Prata

Era 88, eu tinha 16, voltava de 6 meses de intercâmbio e só tinha 3 dias para decidir. Achava que o vestibular seria só uma experiência. Provavelmente o MEC não iria validar o semestre estudado fora e teria que fazer o Terceirão de novo.25 anos

Pensei em Secretariado Executivo. Não lembro o motivo. Comentei em casa e meu pai, de pronto, retrucou: “Faz Jornalismo, minha filha. Você escreve tão bem”. Fiz e o semestre fora valeu.

Conhecimento precário da universidade compensado pelas descobertas feitas nos 4 anos que passei por lá. Dos amigos de verdade que hoje conto nos dedos, boa parte veio dessa época.
Comecei a trabalhar bem antes de me formar e amei a profissão desde sempre. Passaram rápido esses 25 anos. Se tivesse que escolher de novo, faria igual.

Karin Villatore

1
abr

Qual o seu repertório?

musicaEste final de semana fui a um grande festival de música, o Lollapalooza. Lá, uma multidão de gente esperava para ver seus ídolos. Com várias atrações no line-up, a ideia dos organizadores era a de agradar a gregos e troianos. Tarefa ingrata e digo mais: impossível. Com mais de 50 atrações é fácil atingir um pouco de cada tribo, mas não dá para atingir muito de nenhuma. Claro: cada banda tem um estilo e repertório, normal. Mas aí você se pergunta: sim, e daí, qual a novidade? A novidade está no repertório do outro, daquele que a gente não conhece – e isso pode ser levado a outras esferas: nossa vida, por exemplo.

Provavelmente quem foi ao festival para assistir ao rock’n roll de outras décadas de Robert Plant e Smashing Pumpinks não estava muito interessado em assistir ao show de música eletrônica do Skrillex ou ao dance de rádio FM do Calvin Harris — mas isso não diminui a importância que os dois têm para quem gosta de chacoalhar na pista, entendeu?! O que não dá para acontecer – e não aconteceu, ainda bem – é desrespeitar o repertório do outro. O fato de você não gostar de dançar não pode ser pressuposto para você ir lá e reclamar por estar rolando um show de dj, porque tem quem goste. E digo mais: se você tiver a mente aberta, pode se surpreender com o repertório do outro e até arriscar uns passos de dança – ou simplesmente apreciar a vista.

No meu caso, fiquei apaixonada pelo som e visual da Saint Vincent, de quem nunca tinha ouvido falar. Mas voltando ao plano das metáforas: o repertório do outro sempre pode surpreender se você estiver disposto a escutar – e aqui eu não estou falando de música, estou falando de gente. É preciso ouvir música e é preciso ouvir o outro – afinal, se todo show tivesse as mesmas músicas sempre, ninguém ia querer assistir outra vez.

Luciana Penante

26
mar

Mulher, profissional, mãe, etc

Adoro rádios de notícias. Passo bastante tempo no trânsito e meu rádio está sempre ligado. Na correria diária ele é meu aliado e me mantém informada, o que é fundamental para o meu trabalho e para a minha vida.   mulher

Como a maioria das mulheres que conheço, faço parte do time das que prezam por uma carreira bem sucedida e batalham todos os dias em busca de novas conquistas profissionais. No entanto isso não diminui o meu papel de mãe, dona de casa e esposa. Estou sempre priorizando o bem-estar da minha família e a convivência harmoniosa com meus filhos, marido, mãe, pai, sogra, etc. Eles são o alicerce da minha vida.

Voltando ao rádio, meu companheiro inseparável, tem uma propaganda da Band News FM que me identifico muito. O texto é mais ou menos assim: “Você dirige, atende o chefe no celular, atende o marido na outra linha e come uma barra de cereal… E ainda aguenta a pressão do mundo que te obriga a ser bem-sucedida, bem-informada, sexy e… magra”. Sempre que escuto isso acho graça. Nós mulheres lutamos pelos direitos iguais e hoje nos destacamos mais que muitos homens por aí. Agora não podemos reclamar de termos que dar conta de tudo sem descer do salto. O segredo está no equilíbrio. É possível conciliar vida pessoal e profissional sem prejuízo para nenhuma delas.

Vamos lá mulherada, somos capazes disso e muito mais!

Aline Cambuy

19
mar

Não quero água, quero filtro

Eu sei que a crise é hídrica, mas no meu caso tá faltando filtro mesmo. Este aparelhinho essencial utilizado por pessoas espertas que pensam antes de falar, definitivamente não faz parte do meu sistema. Eu vim com defeito de fábrica!

Já caí em várias enrascadas por conta disso. O famoso ato falho, mais conhecido como “mico”, já virou até rotina. Não pense que não sou polida. Falta de filtro não é falta de educação. É apenas uma dificuldade ou afobação em deixar escapar pela boca frases que ainda nem foram formuladas por completo na cabeça.

Quem não me conhece, se assusta. Minha culpa! Escapuliu e foi sem querer querendo. Admito! emilia

O pior é quando as palavras vomitadas envolvem sentimentos. Aí o jeito é dar a cara a tapa e relaxar. Por isso, quem não tem filtro também não tem chorumelas. Joguinhos mela cueca do tipo: “não vou falar com fulano até ele vir falar comigo”, não cabem na vida dos “desfiltrados”. Com a gente é na base do “sentiu – falou”.

E pra não dizer que não falei das flores, até que ser desfiltrada tem seu lado bom. Nasci sem filtro, mas não sem coragem. Principalmente coragem pra falar o que quer e ouvir o que não quer. Tudo isso compensa a liberdade de falar o que se pensa.

Monica Melo

 

12
mar

Vocês são nossos anjos

Pequeno Cotolengo, símbolo da solidariedade curitibana. A entidade cuida e acolhe 200 pessoas num ambiente acessível, amplo, que transborda qualidade de vida nos seus 15 mil m² de área útil e 120 mil m² de área total. Fora isso, o Cotolengo realiza 43 mil atendimentos anuais oferecidos em 16 especialidades da saúde e reabilitação, com muitas ações também na área de educação.

No primeiro domingo do mês acontece o tradicional churrasco com bingo. Adoro comer o Beautiful-Vintage-Angels-angels-12855067-500-316suculento filézão, com risoto, maionese, feijão cavalo e cebola. Cada mordida me traz o gostinho da infância, da inocência. Quando criança meus pais me levavam, mas com o correr do tempo e a correria da vida fomos perdendo o hábito.

De um ano para cá voltei a frequentar a entidade, principalmente por causa dos bazares. Adoro livros e discos de vinil e há bastante material por lá, inclusive, vale ressaltar, 10% da receita do Cotolengo é oriunda das doações e vendas nos bazares. Tem também roupas, móveis, brinquedos, eletrodomésticos, utensílios domésticos, tudo com preço muito bom.

Neste último primeiro de março estive no Cotolengo para tentar garimpar alguma coisa no bazar e pegar um churrasco para levar para casa. Nos domingos, o bazar abre às 11 horas. A disputa é intensa. Várias pessoas se acumulam na porta do barracão e quando esta se abre é aquela correria. Donos de brechó e lojas de usados dividem a disputa com senhoras, jovens e crianças, na maioria pessoas simples, que estão ali para caçar algum item e ajudar a entidade.

Estou agachado fuçando a sessão de livros e noto uma pessoa parada, em pé, ao meu lado. Olho para cima, é uma jovem de seus trinta e poucos anos, rostinho corado, bem arrumadinha. Levanto e dirijo a palavra a ela:

– Oi, tudo bem?
– Oi – respondeu simplesmente.
Decido quebrar o gelo mais um pouquinho.
– Você gosta de ler?
– Gosto sim e você?
– Gosto também e já escolhi esses – e mostrei a ela três livros que havia separado.
Com toda a delicadeza, a jovem levou a mão direita em meu rosto e falou:
– Vocês são nossos anjos.

Dizendo isso se afastou. Ficou a sensação daquela frágil mãozinha tocando meu rosto com uma gentileza e ternura singulares e o pensamento que espero guardar para sempre dentro de mim “Você que é um anjo, querida. Você que é um anjo”.

José Daniel

5
mar

Parabéns pra Talk!

Você lembra o que aconteceu em 2007? A Petrobras descobriu o pré-sal. O Orkut foi febre no Brasil. O Eike Batista nadou em dinheiro. A Apple lançou o iPhone. Tropa de Elite foi um sucesso de bilheteria. O Lula era o presidente. Os Estados Unidos entraram em crise. E, no dia cinco de março, a Talk Assessoria de Comunicação abriu as portas.

Nestes 2.920 dias ou 70.080 horas ou 4.204.800 segundos de trabalho intenso (perdoem as contas óbvias; foi o máximo que nossos jornalistas qualitativos e humanistas conseguiram produzir!) foram incontáveis as histórias de sucesso e de consolidação da imagem dos clientes da casa.

E é com um ruflar de tambores que anunciamos, também neste cinco de março e oito anos depois, nosso braço tecnológico: a Talk Digital. Com este lançamento, nossa aposta é fazer uma ponte entre a comunicação empresarial e as mídias digitais, valorizando a comunicação integrada. Logo talk_Digital_01

A Talk Digital trabalha com produção de conteúdo e administração de mídias sociais como Facebook, Instagram, Twitter e YouTube, e para plataformas digitais como sites, blogs e newsletters. Todo este trabalho envolve planejamento, relacionamento e monitoramento de imagem. Tudo muito alinhado, integrado e inteligente.

Nestes oito anos, construímos um nome forte no mercado de comunicação. Que a Talk Digital venha para se transformar em mais uma onda nesta nossa maré de sucesso.

Beijos e obrigada pela confiança de sempre,

Karin Villatore

19
fev

Uma coletiva com o Rei

Sempre que penso em coletiva de imprensa me dá um frio na barriga. Isso porque os veículos de comunicação estão cada vez mais enxutos e os repórteres, na maioria das vezes, não têm condições de se deslocarem até a notícia. As entrevistas hoje são por e-mail, telefone, WhatsApp e por tantas outras ferramentas tecnológicas que facilitam o trabalho da imprensa. O contato presencial entre o jornalista e o entrevistado, infelizmente, é cada vez mais escasso e, por isso, realizar uma coletiva é sempre um risco.
Pelé
Até que recebo a notícia de que organizaríamos uma coletiva de imprensa com o Pelé. Como assim? O Rei Pelé? Uau, que honra. O frio na barriga dá lugar a muitos outros sentimentos. Em primeiro lugar a sensação de um novo desafio profissional. Na última década já organizei diversos eventos como esse, mas com o Rei é especial. Mesmo não sendo uma expert em futebol, a figura do Pelé causa diferentes emoções. Afinal, ele é um ídolo internacional, o principal ícone do futebol no mundo todo.

A euforia da notícia logo deu lugar ao trabalho para deixar tudo perfeito, como deveria ser. Convites para a imprensa, presskits, fotógrafo, follow-up, etc. Envolver a equipe nesse processo foi fácil, afinal, todas queriam a oportunidade de fazer parte desse trabalho de alguma forma.

O evento foi um sucesso. A imprensa foi até o local para entrevistar o Rei. A maioria das emissoras de TV e Rádio da capital, além dos principais jornais, sites e blogs, marcaram presença. Correspondentes de grandes veículos nacionais também participaram e repercutiram a notícia. A tietagem ficou de lado e o profissionalismo falou mais alto. Os jornalistas fizeram boas perguntas e a coletiva rendeu. Mesmo assim, pude presenciar a emoção dos colegas da imprensa em participar desse momento e alguns ainda não saíram sem antes bater uma foto com o ídolo. Missão cumprida!

Aline Cambuy

11
fev

Brasil: um País de poucos

Quando temos noção real do que são os outros países, dificilmente chegamos a uma conclusão positiva a respeito do Brasil. Eu sou brasileira, nasci e cresci aqui, cidadã que paga seus impostos (e quantos são mesmo?) e, até pouco tempo atrás, defendia bastante o pedaço de terra que chamamos de pátria. Mas alguns acontecimentos recentes me fizeram mudar de opinião.

No ano passado viajei para o que é considerado o interior da Hungria: Szeged. Fui a trabalho, mas conhecendo a cidade no tempo livre, me apaixonei. Szeged é aconchegante e deve fazer parte de todo roteiro de viajante que quer conhecer cidades “desconhecidas”. Ela tem diversos bares e sorveterias ao ar livre, museus, transporte público impecável, uma vida noturna bem agitada no verão e outros diversos atrativos. Mas, o que mais me saltou aos olhos foi a beleza da arquitetura minimalista e elegante da cidade, pois tudo lá é um mimo. Bem decorado, impecavelmente limpo e iluminado, o centro de Szeged é uma atração à parte. Como se não bastasse, a cidade tem, nos campos ao seu redor, plantações e mais plantações de girassóis, paisagem que enche os olhos. image1

Neste ano eu e meu marido fomos para a Califórnia (sim, levar a vida numa boa, rs) de férias. Passamos por quatro estados dos Estados Unidos da América: Califórnia (Los Angeles, San Diego e San Francisco), Arizona (Flagstaff), Nevada (Las Vegas) e Geórgia (Atlanta). Isso sem contar a Highway 1 e a 17 Mile Drive, estradas que costeiam a costa Oeste do país, que são nas encostas das montanhas, banhadas pelo Oceano Pacífico, que fizemos de carro. Todos são lugares incríveis, com destaque maior, na nossa opinião, para San Diego, lugar que tem o embarcadero mais bonito que já vi, museus de sobra, zoológico (com panda gigante, urso polar e elefante), porta-aviões que virou museu… Enfim, se eu escrever aqui tudo, ficarei muito tempo falando das belezas do lugar. Só digo que, em todos os lugares, tivemos vontade de ficar. Mas em San Diego queríamos morar, criar nossos filhos e ter netos.

Confesso que a minha opinião sobre as terras do Tio San mudaram muito depois deste tempo lá. Eu era um pouco preconceituosa com relação aos norte-americanos, tinha aquela visão que todos eram selvagens capitalistas. Mordi a língua. Durante nossa estadia lá nunca faltaram com respeito conosco. Absolutamente todas as pessoas foram amáveis e simpáticas. Quando não puxavam conversa elas eram extremamente educadas. É um país de primeiro mundo, um carro básico e compacto é um Corolla e você enche o tanque dele com cerca de 20 dólares. Todos os lugares são impecavelmente limpos e toda a estrutura do país é pensada para pessoas. Aí você vai me dizer que no Brasil também é. Não, não é. Lá temos as higways (supervias de trânsito) que fazem o trânsito pesado fluir em vários sentidos e pra todas as direções. Lá temos acesso para deficientes em todos os lugares. A quantidade de banheiros públicos é surreal. Não basta ter banheiro público, ele é limpo, cheira bem e tem tudo de que você precisa: protetor do vaso sanitário, papel higiênico, sabonete na pia e toalha de mão.

image2Não, as coisas não são caras por lá. E o que é vale cada centavo do preço que se paga. Acho que nem preciso dizer que roupas, maquiagens, acessórios de beleza, cosméticos e produtos no geral são absurdamente mais baratos que aqui. A única coisa que perde é a comida, pois quase tudo é exagerado e sem um gosto e sabor definido, tudo com muito açúcar e gordura ou com muito sal e pimenta.

Uma coisa que me impressionou demais foi a educação do povo. Quando estávamos tirando fotos nos lugares as pessoas passavam pela gente, sorrindo e perguntando, carinhosamente, se queríamos que eles tirassem uma foto nossa juntos. Em todos os postos de gasolina, lojas, restaurantes, lanchonetes e mercados, nenhum vendedor fica em cima de você. Cada um vai, pega e paga, sem complicações. Tirando que em vários lugares existem os autosserviços de pegar e pagar, sem ninguém fiscalizando se você está pagando mesmo.

Enfim, só tivemos pontos positivos. O negativo foi chegar no Brasil, meu país, e ser mal tratada no aeroporto, gastar 130 reais de gasolina pra encher o tanque do carro, ficar sabendo que o preço do combustível subiu novamente, ver o IPVA, IPTU, contas e mais contas só aumentando. Enquanto isso, o governador aumenta o seu próprio salário, vereadores fazem gastos absurdos somente para a verba de gabinete ser mantida e quem tem que pagar a conta e o pato é o povo brasileiro. Pior ainda é saber que foi o povo que elegeu a corja de corruptos que lidera o país, o estado e a cidade.

Sei que ainda tenho esperança de que as coisas melhorem. Mas o Brasil não é um país de todos não, é um país para poucos.

Fabíola Cottet

5
fev

Conheça a trajetória de Mira Graçano, parceira de Media Training da Talk

A jornalista Mira Graçano é parceira de Media Training da Talk e realizou, no ano passado, um treinamento pela Talk com os médicos do Lâmina Medicina Diagnóstica, em Santa Catarina.

Mira é referência no jornalismo do Paraná. Trabalhou em redes de grande renome, como RPC mira graçano2TV, SBT, Rádio CBN e RIC TV. Desde 2001, realiza treinamentos para executivos. Alguns dos clientes em seu portfólio são a Embratel, Correios, Ecovia, Detran, TIM, VIVO, Ecocataratas, Grupo Marista e o Grupo Positivo.

Conheça um pouco mais sobre a trajetória da jornalista em texto assinado por ela e publicado em seu blog pessoal (https://miragracano.wordpress.com/):

“Sou jornalista de profissão… paranaense de coração…mineira de alma e berço.

Em 1989 cheguei à rodoferroviária de Curitiba com o coração apertado: é aqui que vou virar profissional. Tímida, cabelo hippie, menina de interior. Tinha a meu favor a santa criatividade que Deus me deu… facilidade para escrever…desenvoltura para representar ( herança do curso de teatro com o saudoso Jaime Barcellos).

Logo surgiu a primeira oportunidade: editora no Jornal do Estado. Nomes, hoje consagrados no jornalismo, estavam na mesma Redação. Thomas Traumann, Jorge Narozniak, tantos outros. Três meses depois, lá estava mineirinha fazendo reportagens para a Rede OM de Televisão, que retransmitia a programação da TV Bandeirantes. Nestas alturas, a Mirinha de Minas se transformava na jornalista Mira Graçano.

Quando a TV Iguaçu-SBT decidiu montar uma equipe forte, no auge de Boris Casoy, fui para a emissora. Bons tempos de Manoel Carlos Karan. Foi aí que tive a primeira experiência na apresentação de um telejornal. O apoio da equipe era admirável. Voltei para a Rede OM quando a emissora foi transformada em Rede Nacional – CNT e fiquei até Curitiba ter a sua primeira grande rádio de notícias: CBN!! Essa foi a minha escola de entrevistas mais profundas, capacidade de improvisação, empatia com o público. Uma marca que me levou a apresentar telejornais da RPCTV por dezesseis anos e a conquistar homenagens na Assembléia Legislativa do Paraná, Câmara de Vereadores de Curitiba, prêmio nacional por um programa “Globo Comunidade”, produzido, editado e apresentado por mim.

Foi Deus quem arquitetou esta jornada.

Hoje quero compartilhar o que mais aprendi – o caminho para a comunicação com eficiência e credibilidade”.