Arquivo mensais:junho 2018

29
jun

As leituras do mês #3

kindle

Vamos lá! Seguindo a tradição aqui no Blog da Talk, chegou a hora de falar sobre minhas leituras do mês de maio e junho. Está querendo ler um livro e não sabe qual? Então vem me ler. As outras listas e dicas estão neste link aqui: https://goo.gl/xrikVB

Menina Má
William March

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Provavelmente nos anos 1950 o livro chocou muita gente. Uma criança psicopata? Hoje em dia já temos materiais até melhores. Mesmo assim, a escrita de March é bem assustadora, os personagens são todos estranhos e infantis de uma maneira incômoda. O problema é que a tradução da DarkSide está bem ruim e há muitos erros ortográficos que irritam um bocado e minha experiência com a história foi frustrante. Talvez a versão original seja melhor. Não há uma página sequer que não tenha alguma falha. Pena.

Desonra
J.M. Coetze

Extremamente forte e desconfortável, Desonra vai te dar vontade de ler uma historinha de ninar depois de terminar o livro, tudo porque você ficará perturbado da cabeça. Lurie é um professor de literatura que não sabe como conciliar sua formação humanista, seu desejo amoroso e as normas politicamente corretas da universidade onde dá aula. Mesmo sabendo do perigo, ele tem um caso com uma aluna. Acusado de abuso, é expulso da universidade e viaja para passar uns dias na propriedade rural da filha, Lucy. No campo, esse homem atormentado toma contato com a brutalidade e o ressentimento da África do Sul pós-apartheid.

Um de Nós Está Mentindo
Karen M. McManus

Cinco alunos entram em detenção na escola e apenas quatro saem com vida. Todos são suspeitos e cada um tem algo a esconder. O começo é mais divertido do que o meio e o fim. É um entretenimento ok, mas bem esquecível. Tem umas questões interessantes, como relacionamento abusivo na adolescência e a interação entre os personagens, mas chega uma hora que a história gira, gira e não sai do lugar. Os motivos da morte do garoto são bastante problemáticos e perigosos, tanto do ponto narrativo quanto ético, já que é um livro direcionado ao público jovem.

À Noite Andamos em Círculo
Daniel Alarcón

A história é ótima e Daniel Alarcón escreve belissimamente, mas o livro não me tocou. Achei que, literalmente, ele começa a andar em círculos em determinado ponto. A vida de Nelson não está tomando o rumo que ele queria. Sua ex-namorada está morando com outro; seu irmão mais velho emigrou para os Estados Unidos e não cumpriu a promessa de levá-lo junto; e ele próprio tem de viver ao lado da mãe viúva, tentando estabelecer uma carreira de ator e dramaturgo que não decola, num país latino-americano recém-saído da guerra civil.

Harry Potter and the Philosopher’s Stone
J.K. Rowling

Bem, o que é que eu vou dizer? Eu já li esse livro umas cinco vezes e devo ler muito mais ao longo da vida, mas agora decidi reler a série toda em inglês. Eu fico emocionado, de verdade, real, com o que a Rowling fez. Eu vou ser bem cafona aqui, mas ela consegue sempre me levar de volta para um mundo que, aos 12 anos de idade, meio que me salvou e continua salvando. É impressionante o universo construído por ela e é impressionante ver como ela criou uma história tão linda que acompanha a gente por anos. Toda criança, adolescente e adulto deveria ter algum contato com a série Harry Potter.

22
jun

A Copa é de todos nós

copa-russia

Quatro anos se passaram e eis que estamos novamente vivendo mais uma Copa do Mundo. Aquele momento tão esperado e que reúne os brasileiros em torno de um sentimento comum e até mesmo em torno de um patriotismo que em dias normais praticamente não existe.

Os fãs de futebol acabam completamente envolvidos pelo torneio. Até mesmo os momentos prévios aos jogos e partidas de outras seleções acabam virando o centro da atenção. Durante todo esse mês, o mundo respira futebol e os olhos (e pensamentos) estão voltados para apenas um lugar. Não teria como ser diferente.

Até mesmo aqueles que não gostam de futebol acabam envolvidos de alguma maneira por esse clima contagiante. Até porque os jogos, especialmente os do Brasil, viram motivo para algum tipo de celebração, confraternização, encontro entre amigos ou mesmo um período para que a pessoa possa simplesmente descansar.

Sentir que há algo diferente no ar é inevitável. Por isso, o negócio é aproveitar essas semanas de descontração e aproveitar a melhor parte disso. Afinal, outro momento especial como esse vai levar outros quatro anos para acontecer novamente.

Renan

15
jun

Inferno e telefonia, tudo a ver

SAC-telefone

Dizem por aí que mudar é sempre bom e a gente se esforça para enxergar assim mesmo as mudanças indesejadas. Quando a mudança é planejada, a expectativa sobre as alegrias que virão supera o cansaço e a correria. E aqui acaba minha vã e barata filosofia, atingida no estômago por aquilo que se convencionou chamar de “operadoras de telefonia”.

Telefonia – e outros serviços por assinatura, como tv, internet e até, descobrimos agora, água filtrada – é a porta de entrada do inferno.

Ao pedir a mudança de endereço das linhas da Talk para o novo escritório, no dia 28 de maio, nos enfiamos até os joelhos no tapete de lama com que a Oi recebe seus clientes.

Ganhamos o pacote vip, topzera, superultra, macanudo, que inclui:

– ficar sem telefone e sem ligações de clientes e potenciais clientes;

– colecionar protocolos que desaparecem do “sistema” sem mais delongas;

– ser solenemente desprezados pelo “sistema”;

– conhecer sotaques de norte a sul de dezenas de teleatendentes;

– aprender a dedurar a operadora na Anatel;

– receber diferentes instaladores que não sabem nos dar resposta;

– conhecer um instalador, o José, que genuinamente se interessa pelo nosso drama e só não consegue nos ajudar porque o “sistema” não deixa;

– desenvolver o nível Jó Blaster de paciência e resignação.

Posso ficar aqui por várias horas descrevendo o cenário de trevas, enxofre e chamas do inferno telefônico. Mas acho que todo mundo, em algum momento, já espiou por essa janela.

Por isso, aproveito esse momento de ampla solidariedade que se instala no coração de cada leitor para pedir que liguem nos nossos celulares, enquanto tentamos resgatar o 3018-5828 e suas linhas companheiras dos braços do “demôniOI”.

8
jun

Tudo muda: um olhar do futuro

blog

A querida Bia – ainda jovem, mas com muitas coisas para contar já – comentou no último post do blog (não leu? Esse aqui) sobre como as coisas mudam sem quase mudar nada. Uma visão dela, no auge da juventude aos 23 anos, sobre a espera por algo que ainda não conhece e o condicionamento da felicidade a momentos futuros.

Eu e os meus jovens 34 anos – a oposição fará questão de afirmar que estou perto dos 40 (levianos, óbvio; matematicamente estou mais perto dos 30) – talvez contribuam para acalmar o coração dela. Prometo tentar exercitando um pouco do meu egocentrismo com um depoimento pessoal.

Já passei por esse momento que parecia mais como um coelho correndo atrás da cenoura. Na verdade, eu acredito que muitos continuam nesse movimento (sem relação com a idade). Acredito que a ficha acabe caindo em momentos diferentes para cada ser humano. Afinal, somos seres com personalidades e experiências individuais.

Eu mesmo passei por vários momentos até os meus 26 anos. Várias. Algumas bem complicadas para alguém ainda muito jovem (para a minha experiência de vida na época e dentro do que eu julgo complicado). Eis que apareceu uma professora que me ajudou – e me tirou da zona de conforto – a evoluir muito nesse sentido. Muito, mas ainda não era o suficiente para deixar de ser o coelho correndo atrás da cenoura.

Passei por outros tantos desafios no âmbito pessoal e profissional. Até a virada em 2017. Foi quando tudo mudou. A chave foi virada e o meu olhar sobre a vida mudou. Não foi fácil. Nem um pouco. A minha visão de mundo se transformou e tive uma guinada em todos os aspectos pessoais e profissionais. São feridas que ainda estou lambendo para cicatrizarem plenamente. O tempo vai tratar de cuidar delas plenamente. Mas a ficha caiu e o que fica é a transformação.

Aprendi a viver no presente e não num futuro que estamos construindo no agora. Se vivemos no futuro, como vamos criá-lo no presente? É impossível erguer uma casa começando pelo teto. Precisamos começar pela fundação. E isso é só no agora. O prazer da conquista no futuro passa por aproveitarmos cada segundo do presente. Errar e acertar, ser feliz ou ficar triste, agir e sonhar. Tudo isso faz parte do processo do agora. Somos seres que mudam diariamente e viver isso faz parte da construção da nossa essência e da nossa felicidade.

Ser feliz não é apenas o ser alegre e estar sorrindo. Ser feliz é viver o pacote completo.

Até pouco tempo atrás eu tinha a sensação de estar sempre buscando algo que ainda não tinha alcançado. Queria ter um bom emprego. Consegui. Depois condicionei a satisfação a uma promoção ou cargo superior ao objetivo inicial. Desejava um carro que fosse o suficiente para levar (eu) a mim e a minha família de um lado para o outro. Consegui também. Depois pensei que o que eu precisava era um carro com mais espaço, potência e tecnologia. E o raciocínio acabava servindo para quase tudo e atrelado ao material e tangível. Tudo isso acabava trazendo aquela sensação do estar buscando algo e a insatisfação. Parecia que eu estava como o Adam Sandler no filme Click (bom ou ruim, ele tem uma moral de fundo). Havia perdido a minha essência.

Hoje eu sou grato e muito feliz – e não apenas pelas coisas que temos. Sou feliz e grato pelo que sou como ser humano. Pelas minhas experiências. Todas elas. Na verdade, essa era a cenoura o tempo todo e eu não conseguia perceber. Conseguir ser o que quero ser e do jeito que quero ser. Essa mudança tornou possível que eu viva e sinta o presente. Sinto cada detalhe como se fosse um super-herói como o Homem-Aranha e tenha a hipersensibilidade dele. Mas não sou super nada, ok? Sou de carne e osso.

E não estou sozinho nessa. A minha professora, uma mulher daquelas e que me ensina todos os dias, está nessa comigo. Juntos somos mais fortes.

Por isso vou ser um pouquinho metido para dar um recado para todas as Bias que existam por aí:

Desfrute do presente e tudo o que ele dá. Viva o bom e o ruim, o fácil e o difícil, o doce e o amargo. Viva e sinta. Não abra mão dos sonhos. Lute por eles. Transforme-os quando precisar. Tenha ambição, sim. Ambição de ser alguém em plena mutação e aberta para o que a vida dá. Isso faz parte da jornada e é o que lhe confere esse sabor especial. O resto será consequência do que você é. E se uma porta estiver fechada ou emperrada, saiba que há outras que levam para o mesmo destino por outros caminhos.

Com essa coleção de frases de para-choque de caminhão é que termino o meu post de hoje. Esse sou eu, errando e acertando.

Beijinhos,

Wellington