Arquivo mensais:outubro 2018

19
out

“Casa, mata ou trepa”

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Na página 25, me deparo com esse texto: “Casa, mata ou trepa é um quadro muito divertido no qual três nomes são escolhidos e os jogadores devem definir, entre as opções existentes, com quem praticaria tal ação. Que tal jogar com o Felipe Neto?”

Já tem um tempo que o “fenômeno” saiu do Youtube e chegou às livrarias. Sim, os irmãos Neto são um fenômeno e colecionam milhões de seguidores, especialmente entre o público infantil.

Minha primeira aquisição foi o livro do Lucas, completamente bobo, mas com algumas atividades para crianças.

Não dá pra ler, o conteúdo não é nada interessante, mas as crianças querem mesmo é fazer as atividades propostas.

Na semana da criança não consegui escapar do livro do Felipe. Fomos a uma feira de livros e lá estava ele em destaque e em promoção por R$ 10. – “Mãe, o livrão do Felipe!!!”.

Comprei o livro autobiográfico de Felipe Neto, lançado pela Editora Coquetel e intitulado “Felipe Neto: A trajetória de um dos maiores youtubers do Brasil”. Parecia mais um livro bobo e inocente, com uma série de brincadeiras para o público infantil, como pinturas, ligue os pontos e caça-palavras.

Mas lá pelas tantas, uma atividade me deixa espantada: “casa, mata ou trepa”. Nela o participante tem que escolher em quais das três categorias coloca cada celebridade. O livro traz personalidades como Neymar, Mc Kevinho, Bruna Marquezine e até o ator pornô Kid Bengala.

Arranquei a folha na mesma hora. Pena, pois perdemos o verso, em que há uma das melhores atividades do livro: desenhar uma coruja usando um espaço quadriculado como guia (abaixo). Mas como permitir que meu filho tenha acesso a um vocabulário desses?

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Meu filho de apenas 4 anos me contou que sonha em ser youtuber. Até pouco tempo queria ser veterinário. As crianças mudam de ideia o tempo todo e são facilmente influenciadas. Ele, seus primos e colegas da escola, em algum momento foram impactados pelo “carisma” e por um monte de baboseiras que os irmãos Neto, Felipe e Lucas, disseminam na internet.

Tanto o Felipe quanto o Lucas tem um canal no Youtube, além de um terceiro canal juntos com quase 11 milhões de seguidores. Esses dias vi um vídeo do Felipe que pedia para as pessoas se cadastrarem para que ele atingisse os 30 milhões de inscritos. É muita audiência! Em um ano e meio no ar, eles se tornaram os maiores ídolos das crianças na internet. Ah, que saudades da Peppa Pig e da Galinha Pintadinha.

Mas ainda temos alguns clássicos que as crianças adoram e podem nos salvar desse tipo de conteúdo. Consegui nessa semana, sem esforço, substituir o foco dos irmãos Neto pelos quadrinhos de Maurício de Souza, de quem gostamos muito por aqui.

De quebra, descobrimos o site www.dentrodahistoria.com.br, no qual eu e o filhote nos distraímos um tempão criando um personagem com as características dele para entrar na história. Feito isso, o livro vai para a produção e chega pelos correios todo personalizado, com o nome da criança na capa, uma história adequada à idade dela e escrita como se ela fizesse parte do início ao fim. Simplesmente encantador.

Tem muita coisa boa na internet sim. Precisamos encontrar esse equilíbrio entre o mundo virtual e o real, que desperta o interesse das crianças sem aliená-las e sem agredí-las.

Beijos,

Aline

5
out

Este não é um texto sobre política (ufa!)

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Eu sou relativamente nova na política. Sim, eu aprendi muito na escola e ouvi diferentes histórias sobre o tema durante a vida, mas o engajamento é recente. Comecei a me interessar pelo assunto na universidade, onde abri meus olhos para situações que estiveram à minha frente o tempo todo.

Clichês à parte, relato minha breve experiência apenas para contextualizar o momento atual: estou obcecada por política.

Há meses meu cotidiano vem se moldando em torno de reportagens, debates, sabatinas e redes sociais. Ah, as redes sociais… Melhor nem entrar em detalhes. Tudo ao meu redor está tomado por rostos e nomes conhecidos (ou nem tanto), de pessoas que prometem alentar meu futuro.

Sinto que me falta assunto em conversas de elevador, no escritório, em casa, com os amigos… Só sei falar disso! Nada tem me interessado mais do que uma fofoca política, saber das fake news do momento ou das barbáries de um-certo-candidato-à-presidência.

A menos de dois dias do encontro com as urnas, a iminência da decisão tem afligido meus sonhos e pesado nos meus ombros. Pensar em um veredito neste fim de semana é quase utópico, o que só aumenta minha tormenta: ainda restam 23 dias até o segundo turno!

Depois da confirmação de fato, é provável que eu fique alguns dias com o sentimento de vazio, como a carência pós-Copa do Mundo. A sensação irá se prolongar até que todos consigam retomar suas rotinas que serão, agora, dominadas por qualquer outro assunto menos desgastante, espero eu.

Bia.