Arquivo mensais:julho 2011

29
jul

A comunicação da criança

Sou fã do canal de televisão GNT, acho muito agradável assistir a quase todos os programas. Ontem, apesar de não ser mãe, estava assistindo ao programa Quebra-Cabeça, onde mães trocam figurinhas sobre como educar os filhos, e as crianças também emitem opinião sobre suas questões. Acho interessante, pois o programa aborda as diferentes fases de meninos e meninas entre 3 e 12 anos e o que as crianças comentam sobre os temas abordados são momentos impagáveis que amamos ver lá em casa.

Sempre dou risada com a revelação dos filhos sobre os pais, mas ontem, em especial, fique assustada. O programa abordou a rotina de duas amigas bem diferentes: Uma de nove anos, que quer ser grande antes do tempo e outra aos oito, que se apavora com a ideia de crescer. A de nove anos me lembrou muito um documentário que vi chamado “Criança, a alma do negócio”. Esta menina passa maquiagem (estou falando maquiagem e não um batonzinho rosa claro), não sai de casa sem rímel, blush, roupa da última moda, enfim, uma mini-adulta extremamente consumista.

Enquanto a mais velha só pensa em ser adulta para poder ganhar o mundo, estudar fora do país e viajar e tem na maquiagem e unhas pintadas duas de suas manias, a mais nova gosta mesmo é de brincar, acha que ser adulto é chato e que os mais velhos só fazem trabalhar. Não sei se só eu penso assim, mas mania de adulto em criança tem limite!

O documentário que eu vi mostra bem este tipo de criança. Aquela que não quer mais brincar, só pede celular e eletrônicos de presente, quer ser rico para comprar mais e mais e acaba perdendo a inocência cedo demais. Sim, todos precisam crescer. Mas de forma saudável e coerente. Tudo tem seu tempo e, além disso, limite.

Cabe aos pais saber o que é melhor para seus filhos. Mas vendo este documentário e analisando esta menina mais velha no programa do GNT, já sei (ao menos na teoria) que tipo de mãe não quero ser. Pretendo ensinar Ser mais do que Consumir mais.

Thalita Guimarães

26
jul

Requião sai ileso

A advocacia do Senado da República definiu que não houve falta de decoro parlamentar por parte do Senador Roberto Requião, no episódio em que resolver tomar o gravador de um repórter. A representação foi feita pelo Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal para que fosse aplicada uma advertência ao senador.  Na época, além de tomar o gravador do repórter, Requião também insinuou se o jornalista gostaria de apanhar, o fato aconteceu dentro do plenário do Senado. A justificativa foi de que o Senador não havia gostado das perguntas feitas pelo repórter, que se referia sobre a aposentadoria vitalícia que ele recebe por ter exercido mandato de governador do Paraná.

Não é segredo para ninguém das inúmeras peripécias e escândalos que o ex-governador já se envolveu, principalmente em relação à imprensa. De fato essa figura política tem se mostrado um tanto irreverente, por não gostar da mídia – fato que já deixou claro diversas vezes – mesmo assim, não consegue ficar de fora de uma polêmica envolvendo jornalistas e veículos de comunicação. O que surpreende é que, apesar dessa quantidade de casos, esse representante do povo sai ileso sem ao menos uma advertência que conteste esse comportamento. Então, significa que qualquer um pode agir dessa maneira, desrespeitando o trabalho alheio?

Ora, a questão não é somente um discurso afamado de liberdade de expressão, que não é nem esse o caso que proponho, mas sim de respeito profissional. Quer dizer, ninguém pode sair difamando o trabalho de um representante político, mas o contrário é possível? Parece até mesmo uma piada de mau gosto, hoje em dia nós devemos cuidar para não ofender a moral política, mas e a nossa moral de cidadão como fica? Então se chegar a questionar um desses representantes sobre alguma questão ética que lhe diz respeito, ele pode me desrespeitar simplesmente porque não gostou da pergunta? Parece que estamos vivenciando uma inversão de papéis e a democracia é valida somente para aqueles que possuem o poder. Entendo que a pessoa pública tem que no mínimo saber que seus atos podem e devem ser questionados, afinal, ele foi eleito com o voto do povo.

Luanda Fernandes

22
jul

Escândalo de Murdoch

Nestas últimas semanas nos deparamos com o escândalo dos grampos no tablóide de Murdoch, no Reino Unido. O multimilionário e executivo chefe da News Corporation está sendo acusado de ser responsável por cerca de 4 mil escutas ilegais que o grupo do News of the World fez. Escutas estas feitas com pessoas do cenário político, esportistas e atores, atitude que fez com que o tablóide mais vendido do Reino Unido fechasse.

E se isso acontecesse aqui no Brasil, o que seria feito? Qual seria a repercussão?  Em primeiro lugar, vale lembrar quem perde é a comunicação e o bom jornalismo, pois acabam ficando desacreditados junto à população. Quem nos garante que isso não acontece, de fato, no Brasil? Já tivemos vários casos de escutas ilegais também por aqui.

Com o acontecido, outro debate que voltou ao foco foi a regulamentação da mídia e o poder ilimitado desses conglomerados de comunicação.  Esse episódio fornece fatos suficientes para sustentar a tese dos defensores da premissa de que as práticas do jornalismo devem ser revistas, assim como a discussão dos oligopólios midiáticos e do controle da informação por eles. Os especialistas na questão dizem que a regulação da mídia no Brasil é inadiável, mas isso só não acontece porque as grandes empresas do setor não têm o menos interesse.

Voltando ao caso, todas as escutas são ilegais e as investigações da Scotland Yard? já apontaram vários envolvidos do grupo. Murdoch disse em audiência que a culpa é da sua equipe, em quem confiou, e chamou a atitude de fiasco. O objetivo do tablóide com as escutas era conseguir notícias exclusivas antes dos outros veículos. Se a moda pega aqui no Brasil, políticos e outras pessoas influentes terão muito o que explicar.

Fabíola Cottet

20
jul

E a Copa América já era

Bom, confesso que já não botava muita fé na seleção brasileira nesta Copa América. Já não gosto de Neymar. Ele até pode ser um bom jogador, às vezes. Mas mostrou pouca maturidade durante estes jogos na Argentina. Para mim, na maioria das vezes é um moleque que não sabe administrar o próprio talento.

Isso sem contar a falta de destreza para a cobrança de pênalti dos outros jogadores contra o Paraguai.

Fico pensando. Temos a fama de sermos o melhor futebol do mundo, com jogadores excepcionais e dribles incríveis. Infelizmente, acredito que é só fama mesmo. Basta olhar para o desempenho do time na última Copa do Mundo e agora. Talvez seja como o Casagrande mesmo comentou, os jogadores já entram em campo com um ar de superioridade, que desaparece durante as jogadas.

Fico triste, desanimada e desacreditada. Com tantos problemas previstos para a Copa de 2014 (falta de planejamento, atraso de obras e desvio da verba) pensei que ao menos em alguma coisa seríamos bons. Mas o futebol canarinho parece ter perdido o brilho.

Thalita Guimarães

15
jul

Mobilidade Urbana

Muito se fala sobre mobilidade urbana, que é uma das soluções para melhorar as condições do trânsito das cidades e integrar maneiras de poluir menos o meio ambiente. Para esclarecer a expressão significa que uma pessoa tem a capacidade de se deslocar no espaço urbano para a realização das atividades cotidianas em tempo ideal, de maneira confortável e segura. Olhando dessa maneira isso é um paradigma na nossa realidade, pois nos grandes centros nenhum dos três requisitos sequer chega perto de acontecer. Então, questiono a falta de políticas públicas que realmente façam algum efeito em nossa rotina – infelizmente não recordo de nenhuma.

De fato, o que acontece na prática está muito longe do discurso afamado que recebemos dos nossos representantes de governo. Até o momento não consigo visualizar nenhum projeto adotado em nosso país que realmente funcione e incentive as pessoas a procurarem transportes alternativos.

Mas quando se trata de mobilidade a primeira solução que me vem à mente é a bicicleta. Considerando que moro em Curitiba e a cidade de modo geral é plana, o recurso mais simples e viável seria investir em projetos que incentivassem o uso desse meio de transporte. Porém, não é o que acontece aqui e no restante do Brasil. Poucas são as cidades que possuem ciclo faixas exclusivas para ciclistas. E nesse caso não estou fazendo referência às cliclovias, pois também temos outro problema: o do ciclista ter que disputar espaço com o pedestre. Desta forma, acaba optando pela rua mesmo.

Então, como estimular alguém a deixar de usar o carro ou ônibus coletivo, desafogando o transporte público e o trânsito? A questão na realidade não é como e sim o que fazer. A primeira opção seria o desenvolvimento de um projeto consistente de mobilidade urbana, readequando o sistema viário e o de transporte urbano. A segunda solução está na criação de ciclo faixas para incentivar os ciclistas de final de semana a também utilizarem a bicicleta durante a semana, afinal são poucos que se arriscam em meio ao trânsito do dia a dia.

Porém, enquanto isso não acontece continuamos a ver as cidades crescendo demasiadamente e, com isso, o número de carros nas ruas aumentando e a quantidade de pessoas dependendo de ônibus coletivo também. Além disso, os níveis de poluição das grandes capitais continuam altos e tendem a aumentar se nada for feito.

Luanda Fernandes

12
jul

Profissional x Pessoal

Estava lendo as notícias diárias, ao final do expediente, como de costume, e me deparo com uma notícia dizendo que certo veículo de comunica-ção aconselhou aos jornalistas que não utilizassem o seu Twitter pessoal para expressar qualquer opinião a respeito de notícias e assuntos em pauta.

Sei que não é somente esse veículo e não é só com jornalistas que isso acontece. Alguns veículos estendem o contrato de “exclusividade” também a atores e demais profissionais. Quando questionadas, as emissoras dizem que zelam pela exclusividade e pela imparcialidade.

Pela exclusividade é compreensível até certo ponto, pois os profissionais assinam um contrato dizendo que trabalharão exclusivamente para o veículo. Embora eu acredite que a maioria é ético e costume não confundir as coisas no que diz respeito a pautas e notícias. Ninguém vai sair por aí dando uma notícia exclusiva primeiro no Twitter pessoal, sendo que fez uma pauta para o veículo com o mesmo tema.

A imparcialidade é bastante questionável. Primeiro que um ser humano tem o profissional e o pessoal, e são lados separados da vida, ou pelo menos deveriam ser. Em segundo lugar, questiona-se até que ponto uma notícia é completamente imparcial, pois existe sempre alguém por trás disso. Embora a maior parte dos veículos e autores preguem essa imparcialidade, ela pode estar longe de ser alcançada.

Fabíola Cottet

8
jul

Parque da Ciência: programa inteligente para as férias

Quer fazer um programa bacana com os filhos nas férias de julho? Vá ao Parque da Ciência Newton Freire Maia. Absurdamente mal divulgado pelo governo, este lugar ensina a criançada e os adolescentes (e os pais, claro!) a entender da forma mais didática e divertida possível noções de Física, Química, Astronomia, Geografia, Matemática e curiosidades sobre um monte de temas afins. Um exemplo: para entender que o Pi é infinito, o número percorre todo o território do parque. Outro exemplo: para curtir Astronomia, um “céu” mostra como estavam os planetas no exato momento em que o visitante nasceu.

A visita ao Parque tem que ser agendada e é feita sob a orientação de estudantes universitários muito atenciosos. Tudo na maior organização, do jeito que deveria acontecer em todos os lugares com este perfil.

Se é tão bom, por que foi esquecido? Dizem que é porque o Parque foi criado pelo Jaime Lerner e nenhum governo fez muita questão de divulgar uma ideia de Lerner depois que ele deixou de ser governador. Mas, pelo menos, o Parque continua na ativa e vale cada centavo do investimento que foi feito ali.

Um dia a menos das crianças em frente ao vídeo-game nas férias e um dia a mais de conhecimento da família!

Endereço: Estrada da Graciosa, 7400 – Jardim Boa Vista (é o caminho para Quatro Barras/ BR 116 para São Paulo; haverá uma placa avisando para entrar à direita)

Telefone para agendamento de visitas: (41) 3666-6156
Horário: De terça-feira a sábado, das 8h30 às 12h e das 13h30 às 17h

Site: www.parquenewtonfreiremaia.pr.gov.br

Dúvidas: pnfm@pnfm.pr.gov.br

Karin Villatore

4
jul

Tolerância zero

Sempre comento que nasci na época certa. Atualmente posso tudo. Posso falar o que quiser, sou livre para pensar e criar, vestir o que bem entender etc. Mas daí algumas cenas me fazem questionar se é isso mesmo. Uma delas foi exibida na semana passada no programa da Rede Globo: Profissão Repórter.
A repórter Gabriela Lian foi empurrada e chutada pelo padeiro Nilton Cesar Rodrigues Silva durante a Parada Gay no domingo, 26 de junho. A agressão aconteceu por volta de 19h30 na Praça da República, centro de São Paulo, quando a repórter registrava cenas do final da manifestação. A atitude violenta do padeiro revoltou alguns manifestantes e houve um princípio de tumulto, que foi rapidamente controlado pela guarda civil. Gabriela, o agressor e duas testemunhas foram levados ao 3.º DP de São Paulo. Ao ser questionado pela repórter sobre o motivo da agressão, que Cesar disse que foi feita pela esposa dele e não por ele, o padeiro disse: “achei que você estava com outra mulher”.
E daí se ela estivesse? Porque ele ou qualquer pessoa se acha no direito de se meter na vida alheia? Não sou gay nem nada disso. Mas acho que cada um tem o direito de ser o que quer, fazer o que quer e se expressar da maneira que bem entender, desde que não prejudique ninguém, não vejo o menor problema.
Reformulando: nasci na época da tolerância zero. Tudo é permitido, até alguém implicar com isso.

Thalita Guimarães