19
mar

Conforto

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Nesse período de quarentena eterna em que vivemos, passei por alguns momentos em estado de alerta. Não que eu estivesse fazendo alguma coisa ativamente, mas a cabeça não parava. As notícias aterradoras e a necessidade de permanecer sempre ligado nas novidades me deixaram ansioso e sem relaxar, mesmo estando em casa em um ambiente propício ao relaxamento.

Nos últimos dias, então, descobri uma maneira de me sentir confortável: voltar a fazer pequenas coisas básicas que de longe parecem besteiras, mas para mim foram gigantes.

  •         Aproveitei um final de semana frio para colocar a televisão no quarto e ficar vendo filmes ruins, séries levinhas e novelas clássicas.
  •         Desliguei o celular e todos os eletrônicos para me concentrar numa leitura por horas.   
  •         Cozinhei e fiz tortas para comer junto de um cafezinho fresco.
  •         Me empanturrei de porcarias em um final de semana, apenas porque sim.
  •         Ressuscitei meu bom e velho PlayStation 3 e me transportei para um jogo maravilhoso até finalizá-lo.
  •         Respirei fundo para fazer tudo com calma. Almoço com calma, trabalho com calma, pensamentos com calma.
  •         Fiz faxina na casa (com calma) e ouvindo podcasts.

Não funciona todos os dias e nem em todas as situações, claro. Mas às vezes a gente esquece de pequenos hábitos que nos fazem bem, porque achamos que devemos fazer outra coisa, porque é mais útil ou porque estamos condicionados a estar sempre pilhados. Mas útil, para mim, é o que me faz bem e me protege dessa loucura toda que estamos vivendo.

Convido a todos a relembrar o que gostavam de fazer. Façam por horas, por dias, até se sentirem revigorados. Somos nossa melhor companhia.

Rodrigo

 

wandavision

12
mar

O amor e o luto em Wandavision

Já falei aqui no blog sobre filmes que nos ajudam a passar o tempo livre durante esse longo período de isolamento social, mas deixei de lado um dos meus passatempos favoritos (junto de ver novelas): maratonar séries.

E uma das séries que está movimentando este início de ano é Wandavision – que teve seu último episódio exibido pela Disney+ na semana passada. O fato de a série atingir um público além de quem acompanha a saga do Universo Marvel (que mescla histórias de diversos super-heróis no cinema e na TV) é sintomático de sua proposta: como lidar com o luto e o amor que vai além da vida?

Diante de um cenário em que estamos perdendo mais de mil vidas todos os dias no Brasil, com uma soma que já passa dos 2 milhões de mortos pelo mundo, o luto se tornou um sentimento quase rotineiro, mas que dificilmente pode ser amenizado de forma simples.

A protagonista da série, Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen), representa milhares de pessoas que, da noite para o dia, tiveram entes queridos ceifados (como num estalar de dedos do vilão Thanos, que nos filmes da Marvel fez evaporar metade da vida do universo), sem poder se despedir adequadamente ou mesmo viver o luto da forma como cada indivíduo necessita. Se você tivesse super poderes, não desejaria criar uma realidade colorida, emulando sitcoms de sucesso dos tempos áureos da TV, onde pudesse viver novamente ao lado da pessoa amada que faleceu?

Sem deixar aqui nenhum spoiler do enredo da série, o fato é que Wandavision emociona e nos faz refletir justamente pelo seu aspecto mais humano e universal: as maneiras pelas quais podemos lidar com o amor que ultrapassa a linha entre vida e morte, já que algumas pessoas nos marcam profundamente e talvez nunca nos deixem por completo. 

Lembrar os bons momentos vividos, sonhar com um reencontro em outra dimensão, visitar locais e pessoas que nos recordem o ente querido falecido são atos comuns e cumprem um “ritual” de aceitação daquilo que é inevitável, mas que nossa mente frequentemente teima em esquecer: somos seres finitos e devemos buscar a felicidade, ainda que nas pequenas coisas, antes que a vida passe.

Mas é preciso dosar toda essa carga de nostalgia e boas lembranças para que não interfiram na vida que construímos a cada dia e nos sonhos que ainda queremos realizar, cultivando as amizades e relações familiares que valem a pena.

Acho que a chegada aos 30 anos me deixou mais reflexivo e sentimental do que eu esperava! Mas isso é assunto para um próximo texto…

Abraços,

André

3
mar

Pedale

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Um dia, depois de manter uma criança por quase um ano dentro de casa fazendo aulas online, as férias chegaram. Sempre tão esperadas, as férias de verão desse ano tiveram um gosto diferente. Não foi possível programar nenhuma viagem, nenhum passeio, nada. Simplesmente nos vimos em casa e, pra piorar, sem os encontros diários pelo zoom com a turminha da escola. A rotina se resumiu a brincadeiras com os cachorros no quintal e horas de televisão. Ainda bem que temos quintal, mas uma criança de 7 anos tem muita energia pra gastar.

Então, resolvemos tirar as rodinhas da bicicleta e treinar diariamente na calçada de casa. No início foi frustrante, difícil, alguns tombos e muito chororô. Mas ele conseguiu! E quando conseguiu ficou deslumbrado. A sensação de superação tomou conta do pequeno. Feliz da vida, passou a praticar todos os dias. Queria mais, queria ganhar o mundo sobre duas rodas.

Em pouco tempo ele ganhou ritmo e aprendeu a usar os freios, então passamos a pedalar juntos. Eu redescobri o quanto é prazeroso andar de bicicleta. Além de ser bom, é um exercício para o corpo e para a mente. 

Começamos a frequentar alguns grupos de pedal kids, fizemos novas amizades, algumas trilhas, superamos limites e, principalmente, nos divertimos juntos. Reduzimos a ansiedade por aqui e agora temos um novo hobby que espero levar pra vida.  

Enquanto isso, fecha escola, abre escola. Reuniões online, reuniões presenciais. Fecha mercado, abre mercado. Temos leitos, não temos mais. Aumentam os casos de Covid-19. Chegam vacinas, faltam vacinas. Esse cenário só confirma que a pandemia está longe do fim. Vamos seguir com nossas rotinas e buscar alternativas para manter a saúde física e mental.   

E você? O que tem feito pela sua saúde? 

Aline

26
nov

O primeiro Natal do resto das nossas vidas

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Nosso trio inesquecível

Em 22 de novembro de 2012 criei no facebook o grupo Natal da Vó Dinah. Por vários anos, foi trocando mensagens e trolagens que a família combinou a ceia de Natal na casa da minha sogra, historicamente o endereço do encontro de várias gerações. 

Pelo apartamento da rua Luis Loréa, em Rio Grande, durante décadas passaram filhos, netos, bisnetos, sobrinhos, tios, primos, amigos e agregados de todo tipo, como eu e minha família.

Na sua formação mais completa, o grupo reuniu 27 pessoas, as mais assíduas nas noites de fim de ano em que nos reuníamos para matar a saudade, sempre com a mesa cheia e o coração feliz. Na descrição do grupo, escrevi: “Fãs incondicionais da vó Dinah, mulher, mãe, avó, bisavó, que passou a vida cuidando de todos com carinho e energia”.

Natal da Vó Dinah em 2015

Natal da Vó Dinah em 2015

Em 7 de novembro de 2017, um post com o cardápio da ceia natalina trazia 18 itens, entre comida e bebida, e rendeu 38 comentários com palpites e zoeiras entre a parentada. Depois desse ano, passamos a usar mais o grupo de whatsapp.

Ceia raiz

Ceia raiz

Mas fosse qual fosse o canal de comunicação, nessa época também começávamos a parte mais divertida do planejamento, que era sortear os nomes do amigo secreto. Nunca deu muito certo, fosse o sorteio na sacolinha ou nos aplicativos on line.

Sorteio do amigo secreto

Sorteio do amigo secreto

Sempre houve quem ganhasse dois presentes e quem só não ficasse de mãos abanando por que a gente providenciava uns pacotes coringas.

E essa confusão era sempre a parte mais engraçada. Até torcíamos pra dar errado e começar tudo de novo. 

Presente surpresa

Presente surpresa

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Todo mundo era bem-vindo (Mia)

O Natal da Vó Dinah nasceu quando nossas velhinhas começaram a mostrar que já não podiam ir até os seus. Era preciso que nós fôssemos até elas. E que houvesse pelo menos um momento no ano em que faríamos de tudo para estar juntos. 

Minha sogra era o ponto central de um trio incrível e inesquecível, formado ainda por minha cunhada Florinha e minha mãe Noeci. 

Nesses anos todos, muitos se empenharam para vê-las e abraçá-las. Driblamos agendas de trabalho, longas distâncias e compromissos de todo tipo para estar lá.

Aos poucos, como previsto e inevitável, o time foi ficando desfalcado. Florinha nos deixou em 2017 e minha mãe em 2018. No mesmo ano, perdemos também meu cunhado Renato e dona Dinah passou a viver acamada. Mas ainda nos deu a graça de tê-la em mais dois Natais. Despediu-se em junho passado, aos 91 anos.

2020, finalmente, é o ano em que o Natal da Vó Dinah passa a morar nas nossas lembranças. Quando as matriarcas se vão, as famílias se fragmentam, seguem novos rumos. Mas sempre podemos nos esforçar para manter a chama de amor que tanto nos iluminou, nesse que será o primeiro do resto dos nossos Natais!

Marisa

13
nov

Quarentena mental

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A pandemia parece estar “passando” em muitas partes, mas ainda é realidade na vida de muitos brasileiros. Basta ver a contagem de novos casos e mortes – aquela que já se tornou banal nos jornais diários. Ou seja, a quarentena que era para ter sido de 15 dias, um mês, 40 dias, três meses, já durou quase o ano todo e ainda continua firme e forte para todos aqueles que, como eu, estão em home office e home schooling (na pós-graduação). O que fazer para não pirar estando há quase 240 dias confinado em casa?

Essa pergunta se repete quase todos os dias, mas algumas dicas podem ajudar.

Como bem descreveu o Rodrigo na semana passada, o prazer de cozinhar é sempre uma escapatória. Eu me arrisquei a fazer bolos: dois ficaram lindos e saborosos, um deu errado. Que venha o quarto bolo… Gosto também dos momentos de parar uns minutos pra passar um café fresco e tomar degustando, olhando pro horizonte. Esses dias frios e ensolarados de Curitiba contribuem para a contemplação na varanda.

Tomar sol é bom, dar uma caminhada – o que faço pouco, reconheço.

Arrumar a casa, os armários e guarda roupas também foi uma boa atividade nos primeiros dias de pandemia, hoje já não vejo mais novidade. Assim como maratonar séries e colocar os filmes em dia: chega uma hora que bate uma estafa mental até nas atividades que antes nos davam lazer. Mas a tática de intercalar afazeres da casa com o trabalho é sempre uma boa, faz o tempo fluir melhor.

A saída acaba sendo a boa velha recomendação para parar, respirar fundo, mentalizar as coisas boas que temos na vida – saúde, família, casa – e se inspirar nos sonhos do que fazer em 2021, que está logo ali. Será que aquela viagem finalmente vai rolar? Sigamos em frente em busca da paz mental para descobrir – e concretizar!

André

30
out

Cozinhar

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Eu sempre arranjo uns refúgios mentais para não pirar com a realidade da vida, você sabe como é.  Ano passado a literatura me salvou do mais completo surto, e geralmente ela me salva sempre. Mas esse ano, não sei se vocês ficaram sabendo, estamos vivendo uma pandemia. A literatura me ajudou, mas com tanta ansiedade e notícia ruim, foi difícil me concentrar nas histórias. Foi então que eu percebi que outra atividade me acalmava: cozinhar. Não estou falando daquelas comidas rápidas que a gente faz na hora do almoço ou no jantar durante a semana (essas acho que até estressam), mas aquelas refeições um pouco mais elaboradas que te exigem tempo: uma torta, um pão, uma massa, enfim… tudo o que faz você ficar um tempo na cozinha.

Nesses momentos eu percebo que vivo muito bem: coloco um vinho na taça, coloco um fone no ouvido, ligo em um podcast legal e boto a mão na massa. Vivo por umas 2 horas no mais completo prazer e alegria, que é a minha própria companhia. Cozinhar assim exige atenção, mas uma atenção prazerosa, pois faz eu tirar os olhos do celular e dos pensamentos pessimistas. Faz eu perceber como trabalhar com comida é algo poderosíssimo, faz eu pensar que saber cozinhar é algo libertador e faz eu refletir sobre como as pequenas coisas são tão importantes na vida. Acho mesmo que no futuro, quando tudo isso passar, nós lembraremos mais das pequeninas coisas do que das grandes.

Já faz alguns meses que em todo final de semana eu tento fazer alguma coisa legal. Já fiz nhoque (quase me arrependi porque não aguentava mais fazer aqueles formatinhos infernais, mas tudo bem), já fiz bolo de rolo (três vezes, porque achei que arrasei, mas aí enjoei), tortas de frango (várias, acho que enjoei), bolo de chocolate com receita de Chef (descobri que coisas com cacau são saudáveis, mas tão sem gracinha), cookies genuinamente americanos (comi tanto que enjoei), frango empanado com parmesão (ainda estou fazendo, não enjoei) e muito mais.

Eu gosto mesmo é de fuçar receitas difíceis e fazer. Me sinto desafiado e feliz (quando dá errado eu me sinto um lixo e faço de novo, não disse que estou emocionalmente controlado, apenas que tento). O grande problema é que as coisas andam muito caras e o país está em crise. Já viu o preço das frutas? Menina, eu tô abalado. Mas seguimos cozinhando e surtando e seguindo a canção.

Beijos

Rodrigo

15
out

15 de outubro, Dia do Professor

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Sou filha de professora. Minha mãe é apaixonada pelo trabalho dela e dedica horas pesquisando, estudando, preparando aulas e acompanhando os alunos em práticas e projetos que certamente enriquecem muito a formação deles. Médica veterinária por formação que, depois de anos de experiência no mercado, resolveu se dedicar à carreira acadêmica dividindo todo o seu conhecimento e amor pela profissão.

Certa vez ela precisou fazer uma viagem urgente e me pediu para ir até a faculdade “apenas” para aplicar uma prova a uma turma de graduação. A tarefa parecia simples, entregar as provas para uma classe de alunos adultos, esperar que eles as fizessem, recolher as provas e levar pra casa. Mas na frente da turma, ocupando o lugar da minha mãe, me senti desrespeitada. Vi alguns estudantes colando e conversando. Me lembrei dos tempos em que me sentava numa daquelas cadeiras e, provavelmente, muitas vezes não fui a melhor aluna e até devo ter atrapalhado a aula com conversas paralelas. Acho que pela primeira vez me coloquei no lugar do professor e refleti o quão difícil deve ser a missão de ensinar.

Guardo boas lembranças dos meus professores. Muitos deles foram verdadeiros mestres e contribuíram demais na minha formação profissional e pessoal. Tive exemplos que foram verdadeiras inspirações e que me impulsionaram a seguir em frente com amor e dedicação. Muito obrigada.

O que dizer então dos professores dos meus filhos que, por conta da pandemia, precisaram se reinventar de uma hora pra outra? Eles se adaptaram, buscaram alternativas, foram criativos e seguem trabalhando duro para manter o interesse dos alunos nas aulas online. Esses dias meu filho mais velho, que cursa Enfermagem, estava em uma aula prática de obstetrícia. Na tela do computador, a professora se passava pela gestante sentada em uma bola de pilates. Achei demais!

O caçula está apenas no segundo ano do fundamental e faz as aulas online ao meu lado, enquanto eu trabalho. Diversas vezes preciso colocar fone de ouvido para me concentrar. As crianças falam todas ao mesmo tempo. Eles têm milhares de perguntas, gostam de comentar, falar sobre assuntos que não têm nenhuma relação com a aula e até colocar fundos de tela temáticos enquanto a professora fala. Sempre penso “Essa professora é incrível. Eu no lugar dela já teriam mandado todos desligarem os microfones.” Tá certo que algumas vezes ela pede gentilmente que eles façam isso, mas sempre dedica parte da aula para bate-papo ou brincadeiras, afinal, eles são crianças e estão com muita saudade dessa sociabilização com os colegas de turma.

Por tudo isso e muito mais, pois poderia passar horas aqui elogiando os professores, meu sincero reconhecimento. Vocês são profissionais admiráveis e peças fundamentais para o desenvolvimento de cada um de nós. Muito obrigada.

Feliz Dia dos Professores!

Beijos,

Aline Cambuy

31
jul

Ponha os clássicos em dia durante o isolamento

Cada um de nós tem sua contagem individual de dias em isolamento social desde o início da pandemia no Brasil, por volta da primeira quinzena de março. Uns pararam antes, outros depois. E alguns nem pararam, dependendo da área de atuação. Fato é que os longos períodos em casa estão fazendo com que os cinéfilos ponham os clássicos em dia, dos mais variados gêneros.

Falando por mim, há quase 140 dias “quarentenado”, já perdi a conta dos filmes que tenho visto desde então, nas horas vagas. Separei algumas dicas que podem ser assistidas hoje mesmo. Para fins de praticidade de streaming, vou indicar apenas dos longas disponíveis na Netflix, ok?godfather

Baccio la mano, Godfather

Existe um levantamento curioso que aponta a trilogia O Poderoso Chefão (1972, 1974 e 1990) como a que mais pessoas “fingem ter assistido”. Ora, se você é fã da série Família Soprano, dos filmes do Scorsese e de tudo que envolve o submundo mafioso que é produzido nas últimas quatro décadas, não dá pra deixar de lado a saga da família Corleone, praticamente pioneira do gênero para o grande público. A dica é assistir um filme de cada vez, até pela duração. Mas não tema: a partir do momento em que você se encantar com o drama humano que envolve cada um dos personagens dirigidos por Francis Ford Coppola, vai devorar com facilidade as três partes da obra de Mario Puzzo.

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Don’t you forget about me

Quem foi adolescente nos anos 1980 e 90 tem uma série de clássicos para matar a saudade dos tempos de colégio. Tudo bem, o antigo colegial brasileiro não é como o equivalente norte-americano, mas as influências da cultura pop (principalmente as musicais) estão todas lá. As dicas são Clube dos Cinco (1985), Gatinhas e Gatões (1984) e Curtindo a Vida Adoidado (1986), a “trilogia” de John Hughes. Para o pessoal dos anos 90, não perca As Patricinhas de Beverlly Hills (1995) e Dez Coisas que Odeio em Você (1999).

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Night fever

Já para os nostálgicos da década de 1970, a Netflix atualizou dois clássicos imperdíveis, estrelados por John Travolta: Grease (1978), com Olivia Newton John, que dispensa apresentações – com o detalhe de ser ambientado nos anos 50; e Os Embalos de Sábado à Noite (1977), cuja trilha sonora antológica do Bee Gees ainda “embala” a maioria das festas de casamento e 15 anos até hoje. O canto dos clássicos do serviço de streaming incluem ainda Tubarão (1975), Top Gun (1986) e Ghost (1990).

André Nunes

23
jul

YouTuber

Como criar capítulos em vídeos no YouTube - TecMundo

Já dizia o meme na internet: nunca diga dessa água não bebereis, porque vai que bebereis, né? Sou a prova viva disso, pois eu dizia, repetia e reafirmava que se um dia eu virasse youtuber já poderiam me internar. Pois podem me enviar para alguma instituição, porque eu não somente virei youtuber como estou levando tudo muito a sério. E YouTube é sério.

Tudo começou há uns dois anos em uma disciplina de pós-graduação. O trabalho era criar um canal no YouTube para estudar novas formas de produção de conteúdo. Foi uma trabalheira, porque além de gravar, editar, criar uma logo, fazer artes e criar páginas nas redes sociais, nós tínhamos que pensar aquilo como um pequeno modelo de negócio. Fizemos, porque tinha de ser feito.

No meu grupo, eu me voluntariei para ser a pessoa a apresentar aquilo na frente da câmera, porque lá no fundo, eu sempre quis me aparecer, mas só no fundo mesmo. Na superfície eu tirava sarro de youtubers, dizia que isso não se sustentava, que era uma besteira, que estava fadado ao ostracismo, que ganhar dinheiro com isso era um ultraje. Tudo isso quando eu mesmo consumia muito conteúdo pela plataforma. O assunto do canal seriam séries de TV, porque é o assunto que mais domino, consumo e já escrevia sobre isso em um site. Mas não teria como fazer isso totalmente sóbrio, então eu sugeri falar sobre série tomando uma taça de vinho. E assim nasceu o Vino Série.

Pois muito que bem, depois do trabalho apresentado, o resultado foi bastante surpreendente para mim, porque aparentemente as pessoas gostaram daquilo. Eu agradeci e segui em frente, porque se eu virasse youtuber vocês poderiam me internar…

Depois de uns meses e mais elogios, decidi fazer mais um vídeo, só mais unzinho. Fiz. Gostaram. Aí fiz mais um. Mais um. Mais outro. Fui fazendo aleatoriamente e hoje tenho 79 videos e mais de 2.800 inscritos, o que é pouco perto de outros canais considerados até mesmo pequenos, mas eu estou bem felizinho, porque percebi ali dentro que de fato a plataforma é uma grande comunidade. Recebo elogios passionais de gente que assiste ou lê as coisas que eu indico apenas porque eu disse que valia a pena.

Estou dizendo tudo isso porque eu só decidi encarar o YouTube a sério no final do ano passado, comecinho desse ano. São vários os motivos, motivos profundos, que me levaram a transformar esse canal despretensioso em um projeto de vida. Basicamente eu percebi que eu poderia passar a vida toda reclamando e sendo aquele comunicador frustrado ou de fato produzir coisas que eu gostava, do meu modo, falando do meu jeito e me comunicando da minha forma.

Produzir vídeo para o YouTube me lembrou que desde criança eu sempre fui uma pessoa artística, que dançava, atuava, desenhava e tinha ambições de ser ator. Alguns percalços da vida (e algumas pessoas) foram minando esse meu lado, até que me fechei e endureci.

E quem diria que esses youtubers que que eu tanto critiquei iriam fazer eu me lembrar dessa pessoa que um dia eu fui. Hoje eu leio os comentários das pessoas que assistem a meus vídeos e fico orgulhoso de mim, porque eu passei anos e anos querendo falar e me escondendo e me sabotando. Fora que percebi como a forma de consumir e produzir conteúdo vai mudar ainda mais. E que fazer vídeo para o YouTube não é nada simples e envolve planejamento, roteiro, estratégias e uma boa dose de paciência. 

Então é isso. Lá no meu canal eu falo enquanto bebo vinho. E hoje não falo só sobre série, mas também sobre filmes e livros. Vem me ver: https://www.youtube.com/vinoserie

Beijos

Rodrigo

9
jul

Home office e homeschooling

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Nós jornalistas já estamos, ou deveríamos estar, mais adaptados ao home office. Mesmo quem precisa sair para trabalhar, costuma ter um notebook e uma boa internet em casa. Faz parte da nossa profissão. Estamos conectados o tempo todo. Com o início da pandemia e a necessidade de isolamento social, fomos obrigados a levar o trabalho pra casa, assim como outros tantos
profissionais de diferentes áreas. Sorte a nossa que a profissão nos permite essa flexibilidade do trabalho remoto.

O problema é que toda a família se viu em quarentena ao mesmo tempo. As escolas fecharam, muitos estabelecimentos comerciais também. Na minha casa são dois estudantes, um no ensino fundamental e outro na universidade. Pois bem, tanto a escola do pequeno quanto a faculdade do mais velho iniciaram rapidamente as aulas online. Foi então que começou uma nova rotina, nunca antes imaginada por nós, e que testa todos os nossos limites.

Para o universitário foi mais fácil, pois ele não depende do meu auxílio para seguir com as aulas e compromissos da faculdade. Mas com o pequeno a história é bem diferente. Parece fácil. Basta ligar o computador e acessar o link da aula. Aí coloca um fone de ouvido na criança e deixa ela interagindo ao vivo com os professores e colegas.

Mas na prática não é assim. O link cai, a criança clica no botão errado e não consegue mais ver a tela compartilhada da professora e os alunos falam todos ao mesmo tempo, desafiando a paciência da professora que usa todas as suas habilidades para manter o foco das crianças.

Sem falar nas interferências de se estar em casa. Cada um quer mostrar o seu quarto. Cada um tem um animal de estimação para apresentar e brinquedos que querem exibir.

E ainda tem o home office. Como já está bem claro que essa pandemia vai longe, fomos obrigados a nos adaptar. Busco conciliar as agendas. Não marco nenhuma call no horário das aulas ao vivo. Enquanto ele participa das aulas eu trabalho, no mesmo cômodo, assim posso auxiliá-lo se precisar. Quando tenho as minhas reuniões e preciso de silêncio, explico para ele e oriento que vá brincar no quarto ou veja televisão.

Escrevendo assim, até parece fácil. Mas não é. Esses dias briguei com ele no meio de uma aula ao vivo e nosso microfone estava ligado. Depois outra mãe me chamou no whats e disse que ouviu a bronca. Fiquei um tanto envergonhada.

Tem ainda os trabalhos e atividades para fazer em casa, que parece que não daremos conta de concluir nunca. Nos finais de semana tentamos colocar essas tarefas em dia para enviar na segunda-feira pelo grupo de whats da escola. Quando penso que zeramos, vejo uma mãe mandando um trabalho que nem estava na nossa lista.

O fato é que essa pandemia tem nos ensinado muito. Aprendemos a fazer melhor a gestão do tempo em casa, conciliando trabalho, filhos e afazeres domésticos, na medida do possível. Exercitamos a paciência e tentamos controlar a ansiedade. Tenho feito um esforço danado para brigar menos e compreender que todos estamos angustiados e precisamos manter a calma.

Com amor, respeito e uma dose extra de paciência, seguimos em frente. Torcendo para que nossas vidas voltem logo ao normal e que essa experiência contribua para a nossa evolução.

Vai passar!

Beijos,

Aline Cambuy