Nesse período de quarentena eterna em que vivemos, passei por alguns momentos em estado de alerta. Não que eu estivesse fazendo alguma coisa ativamente, mas a cabeça não parava. As notícias aterradoras e a necessidade de permanecer sempre ligado nas novidades me deixaram ansioso e sem relaxar, mesmo estando em casa em um ambiente propício ao relaxamento.
Nos últimos dias, então, descobri uma maneira de me sentir confortável: voltar a fazer pequenas coisas básicas que de longe parecem besteiras, mas para mim foram gigantes.
- Aproveitei um final de semana frio para colocar a televisão no quarto e ficar vendo filmes ruins, séries levinhas e novelas clássicas.
- Desliguei o celular e todos os eletrônicos para me concentrar numa leitura por horas.
- Cozinhei e fiz tortas para comer junto de um cafezinho fresco.
- Me empanturrei de porcarias em um final de semana, apenas porque sim.
- Ressuscitei meu bom e velho PlayStation 3 e me transportei para um jogo maravilhoso até finalizá-lo.
- Respirei fundo para fazer tudo com calma. Almoço com calma, trabalho com calma, pensamentos com calma.
- Fiz faxina na casa (com calma) e ouvindo podcasts.
Não funciona todos os dias e nem em todas as situações, claro. Mas às vezes a gente esquece de pequenos hábitos que nos fazem bem, porque achamos que devemos fazer outra coisa, porque é mais útil ou porque estamos condicionados a estar sempre pilhados. Mas útil, para mim, é o que me faz bem e me protege dessa loucura toda que estamos vivendo.
Convido a todos a relembrar o que gostavam de fazer. Façam por horas, por dias, até se sentirem revigorados. Somos nossa melhor companhia.
Rodrigo