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19
mar

Conforto

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Nesse período de quarentena eterna em que vivemos, passei por alguns momentos em estado de alerta. Não que eu estivesse fazendo alguma coisa ativamente, mas a cabeça não parava. As notícias aterradoras e a necessidade de permanecer sempre ligado nas novidades me deixaram ansioso e sem relaxar, mesmo estando em casa em um ambiente propício ao relaxamento.

Nos últimos dias, então, descobri uma maneira de me sentir confortável: voltar a fazer pequenas coisas básicas que de longe parecem besteiras, mas para mim foram gigantes.

  •         Aproveitei um final de semana frio para colocar a televisão no quarto e ficar vendo filmes ruins, séries levinhas e novelas clássicas.
  •         Desliguei o celular e todos os eletrônicos para me concentrar numa leitura por horas.   
  •         Cozinhei e fiz tortas para comer junto de um cafezinho fresco.
  •         Me empanturrei de porcarias em um final de semana, apenas porque sim.
  •         Ressuscitei meu bom e velho PlayStation 3 e me transportei para um jogo maravilhoso até finalizá-lo.
  •         Respirei fundo para fazer tudo com calma. Almoço com calma, trabalho com calma, pensamentos com calma.
  •         Fiz faxina na casa (com calma) e ouvindo podcasts.

Não funciona todos os dias e nem em todas as situações, claro. Mas às vezes a gente esquece de pequenos hábitos que nos fazem bem, porque achamos que devemos fazer outra coisa, porque é mais útil ou porque estamos condicionados a estar sempre pilhados. Mas útil, para mim, é o que me faz bem e me protege dessa loucura toda que estamos vivendo.

Convido a todos a relembrar o que gostavam de fazer. Façam por horas, por dias, até se sentirem revigorados. Somos nossa melhor companhia.

Rodrigo

 

3
abr

Surtos e devaneios

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Temos um talento incrível para tentar prever o imprevisível. Eu mesmo posso até dar aula sobre como fazer isso. Posso formatar um curso e oferecer numa live insuportável do Instagram: como desgraçar sua cabeça e pensar no pior em 8 pequenos passos – um curso para a vida.

Tem gente que tem esse talento incrível para o bem. Consegue pensar positivamente no futuro e misteriosamente as coisas de fato dão certo. Tenho uma amiga que pensa tão positivo que hoje mora no Canadá, namora um canadense maravilhoso, conseguiu trabalho na própria área (jornalismo) e está feliz da vida em sua quarentena vendo a neve cair. Ela nunca duvidou que a vida seria boa.

Eu, não. Nessas épocas de coronavírus, pandemias e gente maluca, eu estou virando o mestre da previsão e das perguntas do futuro.

E se o dinheiro acabar? E se eu perder o emprego? E se o dinheiro acabar, eu perder o emprego e tiver que fazer um post no Facebook pedindo ajuda? Tem grupos no WhatsApp também, talvez seja uma boa. Pra quem eu posso pedir dinheiro emprestado? Bancos? E se eu passar fome? E a minha gata? Terei feno para meu porquinho-da-índia? Será que farei sucesso com meus vídeos no YouTube? Um dia eu vou morrer. Mais do que isso. Um dia todos que eu amo vão morrer. Qual o sentido? O capitalismo não faz sentido. O que nos espera após a morte? Mas uma coisa é certa: tudo vai dar certo. Mas e se não der? Eu deveria viver com menos? Por que não economizei? Deveria ter feito aquela viagem. O ser humano é triste. Vou conseguir comprar a ração boa pra minha gata? A areia dela está acabando. Será que eu poderei adotar uma criança? Tenho condição de adotar uma criança? Mas se eu não tiver dinheiro. A vida faz sentido? Será que se eu não tivesse saído de Matinhos agora eu seria um pescador ou um surfista? Nunca aprendi a surfar. Esqueci de comprar arroz. Por que o molho do macarrão ficou tão ruim? Minha desorganização será o meu fim. Posso aproveitar a quarentena para ler. Por que não consigo ler? Provavelmente até dezembro estarei falido. Devo começar a chorar? No fim tudo dará certo. Será que no fim tudo dará certo? O ser humano está destruindo o ecossistema.

Haja terapia.

Rodrigo

 

6
ago

Vencendo os pré-conceitos

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Tem vezes que eu gostaria de ter o desapego de conceitos de uma criança. De recuperar aquela capacidade de experimentar e tentar tudo – comum em todos nós quando ainda pequenos. Sem ideias ou opiniões pré-formadas.

Digo isso porque há poucos dias tive uma das melhores sensações da minha vida. Mas apenas por ter conseguido a libertação de algumas ideias.

Antes de continuar quero dizer que quase todos temos ideias e opiniões sobre tudo. Até sobre aquilo que ainda não conhecemos ou experimentamos. Especialmente os jornalistas. Posto isso posso continuar com a certeza de que não serei julgado.

Amo viajar. Quem não ama, não é? E depois de 15 meses de Talk tive as minhas primeiras férias (desconsiderando o final do ano que sempre viajamos para o Rio Grande do Sul). Optei por tirar com 15 meses para encaixar com o período de descanso da Amanda. Quando tive o ok que seria possível, começamos a planejá-las. Isso foi lá por setembro do ano passado. Decidimos viajar. Afinal, o amor por conhecer novos lugares é algo que – entre tantas coisas – eu e a Amanda temos em comum.

Havíamos decidido economizar para viajarmos para fora do país. Eu queria Portugal. Ela, Estados Unidos. Eu queria Porto e ela, Nova York. Eu estava optando pelo conhecido e seguro. Ela, pelo novo e desafiador.

Eis que começava a minha saga pessoal. Eu também queria Nova York. Abracei como um sonho nosso. Mas e superar as ideias e opiniões já formadas sobre o destino? A comunicação em inglês talvez fosse o menor dos meus medos. E se alguém resolvesse mostrar para o Trump que para tudo há consequência? E se eu ficasse incomodado com tanta gente e movimento? E se eu não conseguisse aproveitar por causa do calor de mais de 40 Cº da cidade? E se eu me sentisse incomodado com o voo de nove horas, já que voar me deixa bem nervoso? Era muito “se” com coisas que eu havia lido na internet ou acompanhado na TV.

Aí depois de muita paciência dela – e conversas – transformei todas essas perguntas – com respostas dos outros – em uma única questão: e se eu amar?

E eu amei. Quais as novas respostas para aquelas mesmas perguntas?

Nova York é muito mais segura que qualquer cidade que já conheci (pelo menos para turistas). Distanciar-se da Times Square é a oportunidade de viver a cidade como um local. Então já não é tanta gente assim. O calor é suportável pelo tanto de prédios e árvores que ajudam com sombra. Superar as questões com o voo fica mais fácil quando se tem uma super companheira do lado que encontra maneiras para acalmar e entreter a pessoa.

Descobri uma cidade que tem tudo a ver comigo e com a Amanda. Um lugar que passa a sensação de liberdade, mobilidade, segurança, modernidade e a intensidade de tudo isso sendo vivido por pessoas de todos os cantos do mundo. Nunca vi tantos imigrantes de diferentes lugares em um só. Nunca vi uma cidade com tanta energia. Tanta vida. Tanto tudo. Voltamos renovados. Algo inexplicável.

Mas daí alguns podem dizer que isso era óbvio. Será? Será que você aí não tem nenhuma ideia pré-formada ou medo que possa estar barrando uma experiência incrível?

Liberte-se. Experimente. Curta. Viva.

Beijinhos,

Wellington

19
jan

Eu amo a minha caneta

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Você não leu errado. Eu amo a minha caneta. Sou apegado a ela. Cuido dela como um cão cuida do seu lar. E agora, digitando, eu me dou por conta desse – vamos chamar assim – carinho todo (e entendo o bullying que sofro no trabalho).

Mas não tenho frescura não, viu? Comigo, caneta não tem marca. O meu amor mais recente foi por uma Bic. Essas de bodegueiro, atrás da orelha. Sumiu, coitada. Quer dizer, alguém raptou. Vocês não têm ideia do número de “sequestradores” de canetas espalhados por aí. Hoje ela rabisca outras folhas quaisquer.

Nesse momento estou usando uma caneta que ganhei de um dos clientes que atendo. Adorei  também. Com o tempo, os dedos vão se adaptando. Aí o ame para sempre até que a tinta acabe está confirmado. Essa nova já está mais que adaptada.

O engraçado é entender a origem desse gosto. Eu não consigo remeter ao momento em que começou ou ao motivo. Talvez por ter conquistado a primeira caneta apenas na época em que estava iniciando a 5.ª série, lá pelos meus 12 anos. Quando eu era mais jovem, o colégio proibia o uso de caneta em sala de aula. Velhos tempos.

Enfim, faço aniversário em junho e uma caneta de pena seria um belo presente. Ou apenas uma Bic. Prometo amar e usar até o fim da tinta. Ou até um sequestrador levá-la sem pedir resgate. Essas pessoas que somem com a caneta alheia…

29
set

Geminiano

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Minha esposa é canceriana e engenheira. Eu sou jornalista e geminiano. Isso não quer dizer nada. Ou pode dizer tudo. Completamo-nos e contribuímos para o crescimento um do outro. Mas, e há sempre um mas, em alguns momentos ela deve me olhar durante a noite e se perguntar: o que passa nessa cabecinha?

Calma. Vou explicar. Antes quero falar sobre o meu signo para buscar a absolvição dos meus atos.

Quem conhece um pouco de astrologia deve saber o perfil básico de um geminiano. Para quem não sabe aqui vai o resumo de um ser nascido entre 21 de maio e 21 de junho.

Se tem algo que o signo de gêmeos presenteia os seus nativos é a característica de mutação. É como se diariamente resolvessem mudar as regras e os costumes. Hoje acordei e resolvi que vou mudar minhas vestimentas. Acho que hoje irei experimentar um penteado, um corte de cabelo novo. Mesmo que tenha cortado apenas dois dedos de ponta seca e ferrada. Mas você mudou. Você mudou sua dieta, você mudou o seu comportamento na escola, no trabalho, no seu prédio. Mesmo que tenha durado só três dias.

Ok. Agora podemos prosseguir sem que as minhas atitudes sejam avaliadas precipitadamente.

Outro dia a minha esposa quis comprar chuchu e esse ser disse que odiava chuchu. Ontem, depois de experimentar um mix de legumes na manteiga simplesmente maravilhoso, quem decidiu que queria comprar chuchu no final de semana? Euzinho.

Outra vez eu comentei que gostava de um estilo mais clean e moderno para o quarto. E ela ama algo mais romântico e florido.  Eis que passo em frente a uma loja e comento que a montagem da vitrine me agradou. Tomei uma fuzilada como poucas.

Mas quero dizer que há duas explicações e uma boa notícia.

A primeira explicação é óbvia. A culpa é do signo. A segunda é que tudo depende do contexto e da situação. Um geminiano leva em conta muitos outros fatores e não apenas um isolado para amar ou deixar de gostar de algo.

A boa notícia é que é possível tornar essas mutações menos frequentes e rompantes. Encontre alguém que, lógico, você ama e ame você, e que possa trazer esse equilíbrio. Ah, e seja capaz de ter paciência para que o cérebro seja parcialmente reprogramado. Sim, apenas parcialmente.

Um geminiano será sempre um geminiano. Mesmo que em part-time. E não considero isso um defeito. Se bem usado, será uma baita qualidade. A mutação significa ter a capacidade de se adaptar nas situações mais complicadas ou quando pressionados em qualquer momento da vida. Somos assim. E somos felizes. Ou tristes. Quem sabe alegres. Cinzas. Ou coloridos. Somos tudo. Ou nada.

Somos muitos em um só. =)

(Uma carta de muito obrigado para a Tutti) <3

6
out

It’s a boy

blog

Meu bebê tem o nariz parecido com o meu, embora o Calvin, meu marido, diga que se parece com o dele. Na última ecografia que fiz, meu marido e eu pudemos ver nosso baby se mexendo. A mão, como sempre, fica perto do olho. É como se estivesse se escondendo de algo. Será uma criança tímida?

Descobrimos que nosso bebê é um menino há poucos dias. Escolhemos o nome Bernardo, que significa “forte como um urso”. É assim que queremos nosso filho: forte, guerreiro, corajoso.

Com 17 semanas (quatro meses e uma semana), estou numa fase gostosa da gestação. Minha barriga tem formato de uma bolinha. Os cansaços e enjoos estão cada vez menos frequentes. Agora já posso começar a planejar o chá de bebê e o quarto. Estou empolgada.

25
fev

Virais, likes e adoção

Gatos_Blog

Eles são fofos. Eles são virais. Eles são peludos, têm quatro patas, línguas ásperas, ronronam, são um dos maiores fenômenos da internet e um dos meus assuntos prediletos. Sim, os gatos.

Um dos maiores virais de todos os tempos, e também um dos vinte vídeos mais assistidos do YouTube, é de um gato, o Keyboard Cat (veja aqui). Uma das páginas mais curtidas do Facebook é a do Grumpy Cat (confira aqui), que se você não sabe, é uma gata. E a Choupette, você conhece? No mundo da moda ela é imbatível, é a gatinha do estilista da Chanel, Karl Lagerfeld, que assinou uma coleção recente para uma fast fashion brasileira com peças inspiradas nela.

Aí eu te pergunto: por que eles são tão legais?

Primeiro, porque é modinha. Como já diria minha colega Karin, pra ser cool você precisa gostar de bichos. Afinal, postar nas redes sociais uma imagem felina é garantia de likes, compartilhamentos e comentários, itens primordiais hoje em dia, risos. E com os hipsters os gatos vieram com tudo, em fotos que encheram as redes sociais catapultando os felinos para a categoria “megadescolado”.

Nunca tive um cachorro na vida – nem sei por que – desde criança só tive gatos. E foram muitos: Mona, Nina, Madonna, Fofo, Tuti e Ravel.

Eu acredito que eles são legais porque são independentes, têm vontades próprias, adoram comer e dormir, características que compactuo e aprovo com veemência. E são carinhosos, muito carinhosos.

Hoje sou “mãe” de três bolotas peludas (Nino, Amora e Wimi) e posso dizer que eles são um poço de carinho, muitas vezes tanto carinho que até impede meu sono.

Já tentou dormir com um gato? Ele vai querer ficar perto, bem perto. A ponto de você não se mexer apenas para a pobre criatura ter um sono relaxante. Apenas um adendo: gatos dormem de 12 a 16 horas por dia e cada vez que fecham o olho já caem em sono profundo. Ou seja, nem se incomode, você vai atrapalhar mas logo ele já cai no melhor dos sonos.

Mas a mensagem que quero deixar com esse texto é sobre a adoção. Não compre um gato, adote. Só em Curitiba (PR) são mais de 35 mil animais (cachorros e gatos) à espera de um lar. Existem várias ONGs com sites e páginas bem legais para você encontrar seu novo amigo/filho, vale a pena procurar e fazer um gatinho feliz.

E para você que já tem um gato, encerro meu texto com uma dica que vai mudar a sua vida: banheiros fechados. Procure, compre, invista, vale cada real.

Maria Emilia.