Arquivo mensais:fevereiro 2011

28
fev

Amor digital

Nenhuma geração teve acesso a tantas formas de comunicação como hoje em dia. Os vovôs ainda se matriculam nos cursos de informática para aprender a lidar com a temida internet. Enquanto isso a garotada praticamente já nasce com uma conta de e-mail. Bom e ruim.

Temo que com tantos contatos virtuais se esfrie o coração dos jovens. Sabe aquele bilhete deixado pelo menino mais popular da classe dentro do seu caderno durante a aula de ciências? Agora virou coisa do passado. Todo mundo tem facebook, twiter. Não há mais cartas de amor, elas aparecem na caixa de entrada.

Posso ser retrógrada, saudosista, ter alma velha, mas adoro chegar em casa e encontrar uma frase doce escrita num post-it  colado na geladeira. Ouvir parte da letra daquela música que mais gosto repetida em forma de poema ao pé do ouvido. Zuenir Ventura já dizia que o amor é kitsch. A cabeça pode implorar por novidades, mas o coração gosta mesmo é da repetição. Mensagem que só é compreendida quando repassada da mesma forma que faziam os nossos avós.

Heloísa Vieira

 

21
fev

Sobre justiça e esperança

Há dois meses estamos fazendo a divulgação das ações da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 1907. Esse caso foi destaque internacional em 2006 e ensaiou uma crise diplomática entre Brasil e EUA. Um jato Legacy americano bateu em um avião da Gol e matou 154 passageiros. Estamos trabalhando para que os pilotos e a empresa responsável pelo jato não fiquem impunes, uma vez que provas apresentadas à Justiça Federal comprovam a negligência e imperícia dos dois. Só agora  a audiência foi marcada para ouvir a versão dos pilotos. Injustiça é uma coisa que, mesmo que a gente assista todos os dias no Brasil, a gente não pode se acostumar. Afinal , a capacidade de nos indignarmos é característica importante que nos faz humanos, não é?
O assunto é polêmico. Por isso todo o mundo se envolve um pouco. Mas verdade seja dita: como é difícil falar de assuntos tristes. Boas notícias são fáceis de emplacar, mas  falar sobre tragédia…
A imprensa constantemente é acusada de sensacionalismo, de morbidez ao pautar os assuntos. Mas passados cinco anos é necessária uma estratégia para conseguir certo barulho para que o caso volte à tona. Tudo isso para que a imprensa cobre o mínimo das autoridades competentes: um julgamento. Morreram 154 passageiros no fatídico acidente, mas quantos familiares e amigos perderam a paz? Quantas pessoas terão dizimadas todas as esperanças na vida ou em tudo que faz ela valer a pena caso tudo termine na pizza nossa de cada dia? Na verdade seremos 190 milhões de vítimas. Participem também do movimento em prol de justiça participando do abaixo-assinado disponível no site  www.190milhoesdevitimas.com.br

Cristiane Tada

14
fev

Adeus Ronaldo

É o fim de uma era. Nesta segunda-feira, às 12h40, no CT Joaquim Grava, o atacante Ronaldo anunciou o fim de sua carreira. “Não aguento mais”, disse  antes da coletiva ao jornal O Estado de S. Paulo. “Eu queria continuar, mas não consigo. Penso uma jogada, mas não executo como quero. Tá na hora. Mas foi lindo pra caramba”, declarou o jogador. Foram 18 anos de futebol, mais de 400 gols em sete clubes e na seleção brasileira, incluindo quinze gols em Copas, além de ter sido escolhido o melhor jogador do mundo em 1996, 1997 e 2002.

Dar adeus ao Ronaldo para mim é um misto de tristeza com entusiasmo. Tristeza porque um dos meus grandes ídolos do futebol (apesar de diversas polêmicas) cedeu ao cansaço. Entusiasmo porque ele deu cara ao futebol que ainda está por vir e deve brilhar nos próximos anos. Afinal, quem não quer ser como o fenômeno? Sim, sou fã de futebol da seleção brasileira, bem coisa de mulher que durante a Copa vira fanática e, apesar de ver que Ronaldo já não é o mesmo, devo a ele todo respeito de quem me ajudou a gritar inúmeros golllllllllllllssssssssssss e me sentir um pouco mais patriota.

Não sou da época de Pelé, sou da época de Ronaldo. Não desmereço nenhum pouco o que o Pelé fez para nosso futebol. Pelo contrário. Ele é o rei do nosso futebol, sem dúvidas. Resta então, para mim, acreditar que Ronaldo é o príncipe, que soube honrar a camisa da nossa seleção. Se hoje ele é ou não um bom jogador não vem ao caso. Apesar da fama e dinheiro Ronaldo nunca foi visto em morros, em bailes promovidos por traficantes. Só por isso já merecia meu respeito e admiração, tendo em vista exemplos de jogadores atuais.

Sim, ele escorregou como todo mundo. Mas, tirando a história com travestis, as polêmicas são bem mais amenas. Aliás, muitas delas são sobre o seu peso e testes de DNA. Fatos bem mais simples do que ser fotografado com armas ou ser julgado por assassinato como vemos por aí. Mais do que nunca devemos respeitar o que ele fez no futebol e pelo futebol. Por muitos anos dentro de campo, este jogador fez jus ao apelido de fenômeno. Terei sempre a lembrança do bom jogador, dos gols inacreditáveis, do cabelo estilo cascão. Obrigada Ronaldo, por ter sito o meu herói do futebol. Que outros sigam seu exemplo e que os brasileiros saibam dar valor ao seu trabalho. Para mim você será lembrado sempre por ter tido uma carreira linda, vitoriosa e emocionante! 

Thalita Guimarães                                   

11
fev

Comunicação do futuro: integrar é o caminho

Redes sociais, novas tecnologias e abordagens. O que será da Comunicação Empresarial daqui a alguns anos? O Brasil ainda tem muito potencial a ser explorado e a tendência é que, cada vez mais, os empresários percebam a posição estratégica da comunicação para a sua boa imagem no mercado.
Segundo Paulo Nassar, Diretor da Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial), no Anuário Brasileiro das Agências de Comunicação e da Comunicação Corporativa de 2010/2011, o PIB de nosso país tem crescido 7% a 8% ao ano. Para buscar nossa fatia desse crescimento nosso desafio será buscar cada vez mais posicionamentos corretos, manter canais mais populares abertos e interlocução afiada nas várias esferas. Ou seja, planejar ações e mensagens capazes não só de gerar, mas também de garantir a percepção de uma boa imagem.
A perspectiva é para cada vez demandas mais complexas e a responsabilidade de produzir mensagens personalizadas e eficazes de acordo com o público que se quer atingir. Então, o ideal é estarmos preparados. Em 2011 investir em cursos de atualização, manter o diálogo e debate entre profissionais da área para conhecer novas práticas e estabelecer limites de trabalho, delimitando até aonde vão as nossas atribuições.
As diversas áreas da comunicação, publicidade, assessoria de imprensa e marketing trabalham integradas. Todas pensando a imagem da empresa, mas cada uma com suas atribuições específicas. É nossa função guiar as empresas para que compreendam e amadureçam as extensões de cada trabalho. Com isso o cliente poderá enxergar bem o que quer e qual a melhor trajetória para a visibilidade da sua marca para qualquer tipo de público.

Karin Villatore

7
fev

Fim de uma hegemonia

O jornal Folha de S.Paulo perdeu a liderança de maior periódico em circulação no país segundo o Instituto Verificador de Circulação (IVC), que classificou o desempenho dos jornais brasileiros em 2010. A notícia foi publicada no boletim Meio & Mensagem do dia 24 de janeiro. O primeiro lugar agora é do jornal diário Super Notícia, de Belo Horizonte. De acordo com o boletim, enquanto a Folha manteve estabilidade, na casa dos 294 mil exemplares por edição, o Super Notícia cresceu 2%, atingindo uma média de 295 mil. Qual o motivo desta mudança? Seria o tão falado avanço das classes C e D? Faz muito sentido. Pesquisas mostram que este público aumentou e tem sede de informações. Os dados mostram também o crescimento de outros periódicos destinados ao mesmo público em outros estados como o Extra e Meio Hora, do Rio de Janeiro e o Diário Gaúcho, do Rio Grande do Sul. Refletindo sobre o assunto me lembrei o que o jornalista Gilberto Dimenstein, do jornal da Folha de São Paulo, me disse uma vez, ainda quando eu estava na faculdade. Quando eu o indaguei a respeito do futuro do jornalismo ele respondeu que esperava que o bairrismo crescesse. Argumentei se algum jornalista recém-formado deixaria para trás o sonho de trabalhar no maior jornal do país (até então a Folha) para fazer notícia em tablóides de suas cidades. Segundo o professor Dimenstein as pessoas querem se ver nos noticiários assim como nós que escrevemos queremos ser lidos. Por isso, para ele a tendência era do aumento do regionalismo. Para mim o dizer foi quase profético.  Acho que estava na hora do segundo estado mais populoso do Brasil (um país de dimensões continentais) ameaçar a hegemonia de quem há mais de 20 anos pauta notícias de São Paulo para todos os brasileiros.
Cristiane Tada