Arquivo mensais:julho 2012

30
jul

Novo dicionário para pais de adolescentes

Entender a Língua Portuguesa e as influências sofridas por ela nestes mais de 500 anos de Brasil provoca a aproximação do cidadão usuário de seu idioma, mostrando que ele é o verdadeiro “proprietário” e agente modificador. Coisa linda demais esta frase que roubei (com adaptações) do site do Museu da Língua Portuguesa, concordam? Tudo para discursar sobre as descobertas linguísticas que tenho tido com meu filho, de 17 anos, e os amigos dele. Montei aqui um breve novo dicionário da Língua Portuguesa para pais de adolescentes:

Baia = Casa. O certo é você dizer que está “em baia” e não “na baia”.

B.O. = Derivado da sigla para Boletim de Ocorrência policial. Significa qualquer problema, contratempo, chatice, festa que não foi bacana, garota que não quis ficar. Normalmente se diz que “deu B.O.”.

Cabeção = Eu. Realmente não sei se este termo se aplica a todas as mães, mas eu sou chamada de Cabeção pelo meu filho e por todos os amigos dele.

De boa = Um dos termos mais usados. Seria mais ou menos o contrário do B.O., além de substituir o “sim, de acordo, tudo bem, vamos lá”.

De gala = Pode-ser dizer que seria uma escala acima do “de boa”.

Elegante = Cara bonitão, bem apessoado, aquele que coquista a mulherada.

Junior = Qualquer amigo, de qualquer nome, de qualquer lugar. Apareceu na turma, virou Junior.

Zica do pântano = Refere-se a uma má sorte tremenda, algo que dá totalmente errado, uma espécie de Lei de Murphy.

Zica máster = Uma escala acima da “zica do pântano”.

Pra terminar este texto de gala de um jeito elegante e sem dar B.O., faço aqui mais um recorta-e-cola do site do Museu da Língua Portuguesa (aliás, quem ainda não visitou, vá que vale a pena!): “Linguistas de todas as épocas reconhecem que, quando falamos ou escrevemos, dizemos mais do que imaginamos. Na verdade, revelamos de onde somos, em que época vivemos, qual o nosso universo social, como queremos nos relacionar com nossos interlocutores. Isso se dá porque a língua não é neutra; ela encerra valores, crenças, ideologias. É por esse motivo que uma simples escolha lexical pode ter mais peso do que supúnhamos.”

Beijos,

Karin Villatore

 

26
jul

Um novo olhar

Já não lembro há quanto tempo uso óculos. Desde que me começo por gente o acessório faz parte da minha vida, e acho que essa companhia já deve durar pelo menos uns vinte anos. Tornou-se tão comum usá-lo que quando estou sem ele, às vezes, me pego ajeitando um óculos imaginário no rosto. Pois bem, parece que essa pareceria de anos vai acabar, pelo menos parcialmente. Para quem não entendeu, eu explico: vou fazer a cirurgia para correção da miopia.

Quando eu era criança e adolescente odiava ter que usar óculos, aquilo era um incômodo. Podem imaginar as piadinhas sem graça sofridas no colégio, o que ajudava a alimentar o meu aborrecimento. Também pudera, digamos que todas as armações que tive eram um tanto feias (para não dizer ridículas) e isso era motivo para brincadeiras infames.

Mas hoje já não vejo tanto problema em usar o acessório, afinal, sem ele sou praticamente uma pessoa cega e não estou fazendo piada, já que os meus quase 10 graus não me deixam mentir. O problema é que isso realmente me deixa muito dependente. Imagina se algum dia eu estou na rua e acontece alguma coisa com o óculos (socorro), vai ser necessário a ajuda de alguém para chegar a algum lugar em segurança novamente. Não estou brincando, isso é verdade, apesar de ser engraçado de qualquer maneira.

A cirurgia vai ser a realização de um sonho, que esperei por muito tempo e só não fiz antes porque a situação não permitia, pois meu grau nunca tinha estabilizado por completo e os médicos não me liberavam. Mesmo agora a miopia continua aumentando, só que em menor escala, o que me deixou apta para o procedimento.

De qualquer maneira, vou continuar a usar óculos, pois como o grau é muito alto, nem a cirurgia conseguirá reverter por completo, mas já será bem diferente de antes. Vamos ver como será essa nova adaptação. Espero que para melhor.

Luanda Fernandes

23
jul

Você alimenta os Paparazzi

A expressão Paparazzi deriva de uma personagem do filme de Fellini chamado “La Dolce Vitta”, que se chamava Paparazzo. Este personagem foi inspirado num personagem real, o italiano Tazio Secchiaroli, um fotógrafo de rua que apanhou desprevenidas algumas celebridades, vendendo depois as fotos captadas.

Infelizmente, a cada dia, esta prática vem aumentando e, consequentemente, as polêmicas também. Há quem diga, inclusive, que foram estes profissionais que mataram a princesa Diana. Mas o que há de tão glamoroso em ver fotos de alguma celebridade de férias, abocanhando um sanduíche ou sendo internada por algum vício? Existem pessoas que alimentam este tipo de notícia, se é que isso possa ser considerada uma.

O ator Pedro Cardoso mostrou sua indignação sobre o assunto no programa Na Moral, da Rede Globo. Assim como ele, concordo plenamente com os argumentos. Segue o vídeo para quem interessar:

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=zzdtnxoCmnY]

20
jul

Quebrando o gelo

O título deste post também poderia ser “Como falar e não dizer nada” ou “Aprenda a ser simpático até no elevador” ou “5 passos para conquistar as pessoas”. Fui desenvolvendo essas técnicas com um certo dom natural, confesso. Acho que é da profissão ou do medo de ser julgada como uma típica curitibana. Mas vamos aos ricos mandamentos.

1 – A primeira etapa é um jeito especial de repetir o que o sujeito falou sem que ele perceba. E geralmente o retorno é bem satisfatório da outra parte, como se você tivesse dado uma ideia genial. É bem fácil: só repita o que o outro disse, com outras palavras e com outro tom. O que esta metodologia exige: um pouquinho de vocabulário (pra mudar as palavras) e um pouquinho de dramaturgia cênico-vocal (pra ele não perceber que você repetiu tudo o que ele acabou de falar).

2- O segundo passo já é mais complicado porque é você quem tem que puxar o papo com alguém conhecido. Aqui vale o que os políticos mais usam, que é a memória. Político bom mesmo sabe o nome do enteado do porteiro do prédio que ele visitou há dez anos. E já puxa a conversa perguntando como vai o Jubinha, seu enteado? Como isso é difícil para nós, humanos normais, tente criar algo de referência como um hobby, a profissão, um ídolo ou qualquer outra característica marcante do tal indivíduo. Quanto mais bizarra a característica, mais fácil de lembrar. O que esta metodologia exige: memória.

3- A terceira etapa é um pouco menos complexa porque você nunca viu o dito-cujo na vida e pode falar sobre qualquer coisa. Aí dá pra deitar e rolar. Em Curitiba e hoje em 99,9999% das cidades, a variação climática dá uma margem absurda de conversas sensacionais. Use termos de impacto gracioso como “efeito cebola” (ter que ir tirando e, depois, repondo as peças de roupa à medida que o dia rola porque vai esquentando e, depois, esfriando de volta), “frio da Sibéria e calor da Etiópia”, dentre outros. E lembre sempre de deixar o outro falar, pra depois poder repetir, com outras palavras e trejeitos, o que ele disser.

4- A quarta etapa é ir ao Rio de Janeiro ou ao Nordeste e ver que você ainda é um amador nas técnicas. Lá, os caras conseguem fazer amigos de infância na fila da padaria.

5- A última etapa é ir a uma festa VIP, cheia de loiras de topete e playboys, e ver que nenhuma das dicas funciona.

Beijos,

Karin Villatore

16
jul

É Fantástico mesmo

Já faz algum tempo que não acompanho o Fantástico no domingo, primeiro porque o programa decaiu bastante de uns anos para cá e o segundo motivo é um fato comprovado: tem coisa mais depressiva que perceber que o final de semana acabou e você está assistindo à sequência Domingão do Faustão e Fantástico? Bons tempos aqueles do Cid Moreira, de quem eu tinha medo da voz. Agora acho que eu deveria ter medo do programa mesmo. E falando em questão de decadência, a Globo tem dado uma série de bolas foras ultimamente, é um programa mais sem graça que o outro e sem qualquer atrativo.

Porém, a ideia não era falar da péssima programação e, sim, do programa de ontem, para ser mais precisa da entrevista “especial” com a Rosane Collor, ex-mullher de Fernando Collor do Mello. O Fantástico fez o maior alarde sobre as revelações feitas por Rosane, sobre o impeachment e a vida do casal. No entanto, a notícia foi sobre eles participarem de rituais de magia negra. Tudo bem que se o assunto caísse no conhecimento do povo na época ele jamais teria sido eleito presidente, pois seria melhor confiar no barbudo “comunista” do que em uma pessoa que faz rituais macabros. O povo brasileiro é muito cristão para confiar o voto em alguém assim.

Então, de toda essa revelação ela diz que eles eram adeptos da magia negra? Disso tudo qual foi a grande novidade, se essas histórias já correm na imprensa faz algum tempo. Fala sério que eu penso que a coisa seria muito mais obscura. Tudo bem que ela falou de inimigos de Collor morrendo de maneira estranha e que eles faziam sacrifícios com animais. Nada disso é legal, ao contrário é realmente horrível. Mas falar disso depois de mais de 20 anos?

No mínimo alguma coisa não está agradando a ex-primeira dama. Copiando o comentário de hoje do jornalista José Simão, na Band News, ela deve estar realmente insatisfeita com a pensão que está recebendo do ex-marido, pois R$ 18mil é pouco dinheiro para sobreviver nos dias de hoje. Imagina o pessoal que vive com menos de um salário mínimo por mês, deve ficar indignado ouvindo algo assim.

Mas tudo bem, depois de tantos anos no lado mal da força – como diria Darth Vader – Rosane resolve se redimir e se converter à religião evangélica. As pessoas são realmente estranhas. De fato a entrevista rendeu umas boas risadas. Já para o Fantástico, uma dica aos amigos assessores de imprensa: o programa está precisando urgente de pautas e entrevistados mais interessantes.

Luanda Fernandes

10
jul

Viva a Thalita

São engraçadas as coisas que vivenciamos na nossa profissão. Em primeiro lugar, para aqueles que pensam que o trabalho de um assessor de imprensa é tranquilo, está muito enganado. Trabalhamos arduamente para estruturar os clientes, elaborar pautas de interesse público e ainda participamos de reuniões, eventos e coquetéis quase que semanalmente.

Mas certas ações compensam qualquer estresse. Tudo começou com a elaboração de uma sugestão de pauta. Depois veio a aprovação do cliente e, finalmente, enviei o material para a imprensa. Quando uma pauteira me ligou falando que iria fazer uma matéria sobre o assunto já fiquei feliz, sentimento que acredito que todos os assessores compartilham. Ao retornar para o veículo de comunicação dizendo que tinha dado tudo certo e que também tinha conseguido, além do meu cliente, outras fontes para compor o material, eis que escuto do outro lado da linha telefônica: “viva a Thalita, viva a Thalita”.

Confesso que fiquei surpresa e tive que rir. Claro que gostei do retorno. Aliás, gostei de toda a ação. No final do dia o saldo foi extremamente positivo: cliente feliz, jornalista feliz e assessora feliz!

Viva a Thalita!

Thalita Guimarães

5
jul

Equipe dos sonhos

Na sexta-feira passada (29/06) fiz uma passagem rápida aqui pela Talk no meio de minha licença médica. Vim sem avisar porque não esperava acordar e me sentir bem o suficiente para trabalhar. Cheguei bem cedo, no raiar do sol de Curitiba. Fazia dez dias que eu não aparecia aqui na agência. E o que eu encontrei me emocionou. Sobre minha mesa, uma pilha organizada das contas a pagar, novos contratos a serem assinados (sim, uma série de clientes entrou no período em que estava fora e deu absolutamente tudo certo) e outros documentos que eu tinha que validar.

Nem sei bem dizer quantos emails recebo por dia, mas na minha caixa postal acumulada dessa licença havia menos mensagens do que costumo ler em apenas um dia. Só havia lá, organizadíssimo, o que eu deveria acompanhar ou emails pessoais que eu tinha que responder. Além disso, os planejamentos e os relatórios de todos os clientes estavam impecáveis.

Costumamos começar o expediente às 9h, mas eram pouco mais de 8h e a nossa estagiária, que normalmente só trabalha à tarde, chegou. Ela reforçou o que nossa coordenadora de redação já tinha me avisado pelo telefone: que ela estava trabalhando também no período da manhã porque havia muito atendimento à imprensa acontecendo, que estava em férias da faculdade e que estava dando um suporte à equipe. Aliás, nestes dez dias praticamente só recebi ligações da equipe para perguntar se eu estava me recuperando bem da saúde.

Passei a manhã da última sexta-feira aqui na Talk ouvindo todas as novidades das meninas, vendo o quanto elas trabalharam no período em que eu estava fora, o quanto são comprometidas com a agência, o quanto vestiram a camisa. Minha cirurgia foi para tirar o útero e deu tudo mais do que certo. Já tenho 40 anos, um filho lindo e quase adulto. Agora, é hora de torcer pela chegada dos netos.  Mas na sexta-feira do dia 29 de junho eu me senti como uma mãe que se dá conta, corujíssima, das suas filhas como as excelentes profissionais que são. Bravo, meninas! Melhor regresso ao trabalho do que este que vocês me deram, impossível.

Beijos,

Karin Villatore

3
jul

Intolerância

A equipe de jornalismo da RICTV RECORD foi atacada por membros de uma suposta gangue, em Curitiba. Segundo informações divulgadas pelo Sindijor (Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná), a equipe da TV estava produzindo uma reportagem no sábado (30/06), sobre uma briga que havia acontecido na noite anterior e que resultou na morte de um homem.

Os membros da suposta gangue estavam no 1º Distrito Policial de Curitiba para prestar depoimento, quando a equipe da TV chegou. Esse era o local onde o suspeito pelo crime estava detido. A agressão ao repórter e ao cinegrafista aconteceu em frente a delegacia. Além da violência, eles também depredaram o veículo da TV. A equipe registrou um Boletim de Ocorrência na própria delegacia.

O que espanta, é que parece que ninguém dá muito atenção a esse tipo de ocorrência, não somente pelo fato da equipe ter sido agredida, mas por ainda convivermos com grupos de intolerância racial. Esse assunto fica meio obscuro, até mesmo na imprensa, pois ninguém confirma que existam esses grupos e o que eles realmente fazem, mas a maioria da população sabe que eles existem e que circulam normalmente pela rua. Parece que a humanidade ainda precisa amadurecer muito, até realmente aprender a lidar e conviver com as diferenças sejam de raça, de credo ou de escolha sexual.

Luanda Fernandes