Entender a Língua Portuguesa e as influências sofridas por ela nestes mais de 500 anos de Brasil provoca a aproximação do cidadão usuário de seu idioma, mostrando que ele é o verdadeiro “proprietário” e agente modificador. Coisa linda demais esta frase que roubei (com adaptações) do site do Museu da Língua Portuguesa, concordam? Tudo para discursar sobre as descobertas linguísticas que tenho tido com meu filho, de 17 anos, e os amigos dele. Montei aqui um breve novo dicionário da Língua Portuguesa para pais de adolescentes:
Baia = Casa. O certo é você dizer que está “em baia” e não “na baia”.
B.O. = Derivado da sigla para Boletim de Ocorrência policial. Significa qualquer problema, contratempo, chatice, festa que não foi bacana, garota que não quis ficar. Normalmente se diz que “deu B.O.”.
Cabeção = Eu. Realmente não sei se este termo se aplica a todas as mães, mas eu sou chamada de Cabeção pelo meu filho e por todos os amigos dele.
De boa = Um dos termos mais usados. Seria mais ou menos o contrário do B.O., além de substituir o “sim, de acordo, tudo bem, vamos lá”.
De gala = Pode-ser dizer que seria uma escala acima do “de boa”.
Elegante = Cara bonitão, bem apessoado, aquele que coquista a mulherada.
Junior = Qualquer amigo, de qualquer nome, de qualquer lugar. Apareceu na turma, virou Junior.
Zica do pântano = Refere-se a uma má sorte tremenda, algo que dá totalmente errado, uma espécie de Lei de Murphy.
Zica máster = Uma escala acima da “zica do pântano”.
Pra terminar este texto de gala de um jeito elegante e sem dar B.O., faço aqui mais um recorta-e-cola do site do Museu da Língua Portuguesa (aliás, quem ainda não visitou, vá que vale a pena!): “Linguistas de todas as épocas reconhecem que, quando falamos ou escrevemos, dizemos mais do que imaginamos. Na verdade, revelamos de onde somos, em que época vivemos, qual o nosso universo social, como queremos nos relacionar com nossos interlocutores. Isso se dá porque a língua não é neutra; ela encerra valores, crenças, ideologias. É por esse motivo que uma simples escolha lexical pode ter mais peso do que supúnhamos.”
Beijos,
Karin Villatore