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5
jan

Chuvas de verão

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Todo início de ano é a mesma coisa. Apesar de que nossas esperanças pelo ano que começa sejam muitas, algumas coisas infelizmente não mudam. E para quem diga que o Brasil não tem muitas tragédias naturais, está bem enganado, podemos não sofrer com terremotos, tufões, furacões e outros fenômenos como esses, mas ainda convivemos com as enchentes, desabamentos e secas que castigam muitas cidades.

Fazendo uma breve retrospectiva, apenas dos estragos causados pelo excesso de chuva, no ano passado aqui no Paraná, nosso litoral sofreu bastante com a temporada intensa de chuvas. No Rio de Janeiro, também registrou uma séria de desastres. Além disso, nos anos anteriores estados como Santa Catarina e Alagoas sofreram da mesma forma.

Então, chega 2012, e foi a vez de Minas Gerais passar por essa situação e, mais uma vez, o Rio de Janeiro decretou estado de alerta para alguns municípios. Na verdade, o que proponho aqui não é uma lista de tragédias e, sim, uma reflexão, pois passado um ano e nada foi feito. Os governos, sejam estaduais ou federal, só aparecem no momento da tragédia para dizer que vão fazer de tudo para ajudar os moradores desses locais, mas a realidade é outra. Muitas cidades ainda estão um caos e famílias moram em abrigo, pois as casas prometidas estão paradas na burocracia do sistema político.

O Brasil não consegue criar uma política para tentar, ao menos, amenizar a situação dessas famílias que realmente estão desoladas. Imagine a indignação delas quando ouviram o ministro Aloizio Mercadante dizer que não tem como impedir mortes durantes as chuvas de verão. No conforto das nossas casas é fácil culpar os moradores que constroem casas nos morros e, depois, queixam-se dos desabamentos.

O fato é que está faltando boa vontade e, mais uma vez, seriedade dos governantes, pois o dinheiro foi destinado – quer dizer, a verba até existia, mas ninguém sabe onde foi parar, pois com o festival do empurra e empurra a bronca vai ficar com aquele que não tem a quem culpar. O programa já foi até criado, mas de ações efetivas até agora não vimos nada.

Enquanto isso, parte da imprensa discute quem são os novos participantes do Big Brother Brasil, o sucesso do cantor Michel Teló e outras futilidades do dia a dia.

Luanda Fernandes

19
set

Limpeza no Congresso

Hoje uma notícia chamou a minha atenção: foi a ação da ONG Rio de Paz, que colocou 594 vassouras, em plena Praia de Copacabana, em protesto contra a corrupção no Congresso Nacional. O número de vassouras corresponde a quantidade de deputados e senadores no país. A ação simbólica pede uma limpeza na corrupção.  Acho que vale a pena compartilhar a iniciativa:

ONG finca 594 vassouras em Copacabana e pede que Congresso limpe a corrupção

Vassouras são uma referência ao número de deputados federais e senadores do País

Voluntários da organização não governamental (ONG) Rio de Paz fincaram, na madrugada desta segunda-feira (19), 594 vassouras pintadas de verde e amarelo nas areias da Praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. O ato representa um protesto contra a corrupção no país. O grupo também estendeu uma faixa com a inscrição “Congresso Nacional, Ajude a Varrer a Corrupção do Brasil”.

Segundo o líder do movimento, Antonio Carlos Costa, a ideia é conscientizar a população para cobrar mais transparência na utilização do dinheiro público, já que os desvios desses recursos são responsáveis pela morte de muitos brasileiros. Ele explicou que as vassouras são uma referência aos 513 deputados federais e 81 senadores, que integram o Congresso Nacional.

“Nós precisamos inaugurar uma nova fase no nosso país, marcada por um controle social maior das ações do Legislativo e do Executivo, porque hoje esse controle está sendo mediado apenas pelos partidos políticos, que se reúnem e tomam suas decisões, enquanto o povo observa de braços cruzados. É um movimento pacífico para mobilizar a população até vermos essa quantidade absurda de dinheiro [arrecadada pelos cofres públicos] ser canalizada para as obras de infraestrutura, escolas, assistência médica, entre outros”, afirmou.

Costa também informou que uma nova manifestação está marcada para esta terça-feira(20). O grupo vai fixar em Copacabana e no Aterro do Flamengo, também na zona sul da cidade, cartazes com a foto de uma bala de revólver e a inscrição “Corrupção Mata”.

Da Gazeta do Povo  

Luanda Fernandes

21
fev

Sobre justiça e esperança

Há dois meses estamos fazendo a divulgação das ações da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 1907. Esse caso foi destaque internacional em 2006 e ensaiou uma crise diplomática entre Brasil e EUA. Um jato Legacy americano bateu em um avião da Gol e matou 154 passageiros. Estamos trabalhando para que os pilotos e a empresa responsável pelo jato não fiquem impunes, uma vez que provas apresentadas à Justiça Federal comprovam a negligência e imperícia dos dois. Só agora  a audiência foi marcada para ouvir a versão dos pilotos. Injustiça é uma coisa que, mesmo que a gente assista todos os dias no Brasil, a gente não pode se acostumar. Afinal , a capacidade de nos indignarmos é característica importante que nos faz humanos, não é?
O assunto é polêmico. Por isso todo o mundo se envolve um pouco. Mas verdade seja dita: como é difícil falar de assuntos tristes. Boas notícias são fáceis de emplacar, mas  falar sobre tragédia…
A imprensa constantemente é acusada de sensacionalismo, de morbidez ao pautar os assuntos. Mas passados cinco anos é necessária uma estratégia para conseguir certo barulho para que o caso volte à tona. Tudo isso para que a imprensa cobre o mínimo das autoridades competentes: um julgamento. Morreram 154 passageiros no fatídico acidente, mas quantos familiares e amigos perderam a paz? Quantas pessoas terão dizimadas todas as esperanças na vida ou em tudo que faz ela valer a pena caso tudo termine na pizza nossa de cada dia? Na verdade seremos 190 milhões de vítimas. Participem também do movimento em prol de justiça participando do abaixo-assinado disponível no site  www.190milhoesdevitimas.com.br

Cristiane Tada

31
jan

Complexo Hidrelétrico de Belo Monte

Recebi um email nesta semana abordando a pressão política para autorizar a licença ambiental de um projeto que especialistas consideram um completo desastre ecológico: o Complexo Hidrelétrico de Belo Monte. Há anos a hidrelétrica de Belo Monte, hoje considerada a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, vem sendo alvo de intensos debates na região, desde 2009, quando foi apresentado o novo Estudo de Impacto Ambiental (EIA), intensificando-se a partir de fevereiro de 2010, quando o Ministério do Meio Ambiente concedeu a licença ambiental prévia para a construção.

Segundo ambientalistas, a usina de Belo Monte irá cavar um buraco maior que o Canal do Panamá no coração da Amazônia, alagando uma área imensa de floresta e expulsando milhares de indígenas da região. Com tantas discussões em prol do meio ambiente, questiono como o governo brasileiro ainda tem a coragem de aprovar um projeto como este. Pelo jeito está faltando cuidado com um dos principais patrimônios do Brasil. Se não ficarmos atentos, projetos absurdos como estes vão sendo aprovados e vamos ficando à mercê das decisões que os nossos representantes eleitos, que tenham interesse ou não, tomam.

De acordo com o email que recebi, a mudança de Presidência do IBAMA poderá abrir caminho para a concessão da licença, ou, se nos manifestarmos urgentemente, poderá marcar uma virada nesta história. O texto que recebi pede para que seja assinada a petição de emergência parar este projeto, que será entregue em Brasília, para a Presidenta Dilma. Eu já fiz minha parte. Vamos lutar juntos pelo nosso país? Assine a petição:
https://secure.avaaz.org/po/pare_belo_monte/?vl
Thalita Guimarães      

12
nov

A mídia em pauta

O assunto do momento agora é o projeto de regulamentação da mídia proposto pelo Ministro da Comunicação Social, Franklin Martins. Marcelo Tas ponderou no Twitter: se ninguém é contra a liberdade de imprensa por que tanto congresso e seminário para debater o assunto? Concordo com ele. O anteprojeto deve chegar ao Lula neste ano ainda, mas quem deve resolver a parada dura com certeza vai ser a Dilma. Para o mundo todo é um desafio regulamentar a comunicação. Acho que termos como normatização e comunicação são altamente antagônicos. Não há como moderar previamente a produção da imprensa sem censurá-la. Ou melhor, quem vai moderar?  A preocupação maior é com o conteúdo da internet, mas daí fica ainda mais complicado. Com a velocidade que se propaga tudo neste campo (e está aí sua maior virtude) não existem mecanismos para “controlar” o que circula.
O que o Ministro pondera e que é aceito pelas entidades de empresas de comunicação é que a legislação atual é antiga e precisa de atualização. Se essa regulamentação for apenas para evitar conteúdo obsceno e passar longe do conteúdo editorial pode ser uma boa ideia. O que me preocupa são as tentativas de manter conteúdo “equilibrado” e “imparcial”. Esses termos podem ter vários tipos de definições dependendo de quem julga.

Cristiane Tada