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9
dez

Novos tempos

Em janeiro do ano que vem faço 20 anos de Jornalismo. Encontrei dias desses lá em casa, em meio a um monte de papelada, um documento assinado pelo Lobão, hoje colunista da Gazeta do Povo e naquela época um dos chefes da sucursal da Folha de Londrina, a cartinha registrando meu primeiro estágio. Tinha recém-feito 19 anos, estava cursando o terceiro ano de Jornalismo da PUC e queria mudar o mundo.

Aprendi a trabalhar com máquina de escrever, diagramador reclamando do fechamento atrasado, telex fazendo um barulho infernal na redação, todo mundo fumando o tempo todo, quase nenhuma fonte de pesquisa disponível além de um livro ou o jornal concorrente,  jornalistas boêmios e salários medonhos.

Quase tudo mudou. Se para melhor, realmente não sei.

Nestes 20 anos passei por jornais, emissoras de TV, revistas, comunicação interna e externa de empresas. Hoje tenho uma agência e sou professora universitária. Ainda tenho vontade de mudar o mundo, mas de um jeito diferente. Hoje eu me sinto responsável pelas pessoas que trabalham aqui na agência, pela formação dos meus alunos e pela consolidação e pelo zelo da imagens dos clientes da agência. Acredito que, por meio do meu trabalho, consigo criar algum impacto positivo neste grupo. O que já é bastante.
Quem sabe seja o jeito maduro de remodelar uma meta, né?

Karin Villatore

29
nov

Melhor prevenir do que remediar

Quando falamos em crise pensamos em um momento crítico, onde tudo aquilo que construímos pode vir abaixo. Também associamos esses períodos à confusão, demissão, quebra de corporações. Enfim, as crises estão relacionadas somente às coisas ruins. Pelo menos é o que a mídia mais ressalta. Mas uma coisa é certa, elas vão e vem e se não tiver o mínimo de prevenção, sua empresa, sua imagem, seus produtos, correm o risco de não sobreviver.

Pesquisas mostram que 43% das empresas despreparadas, que atravessaram grandes crises, nunca reabriram seus negócios e 29% fecharam as portas dois anos depois. O gerenciamento de crises começa antes mesmo dela aparecer. Um preconceito é achar que só atinge organização de determinado porte. Não! Ela pode ser prevenida em qualquer empresa, seja pequena, grande ou média. A agilidade, em tempos de crise, é primordial para reverter a situação ou até mesmo tê-la a seu favor e isso só acontece se já houve um planejamento anterior a ela.

Outro preconceito com relação a esses momentos é recuar ou até mesmo cortar investimentos em comunicação, como se fosse algo supérfluo, desnecessário. É preciso ter a crise a seu favor e nesse momento muitos setores podem ter a oportunidade de aparecer. Detalhes como ter um porta-voz já treinado e que esteja a par dos fatos para falar com a imprensa, um plano emergencial, envolvendo todos seus públicos, como os colaboradores, fornecedores, comunidades no entorno da organização, podem contar a favor da imagem e demonstrar um real envolvimento em encontrar soluções que beneficiem a todos.

É importante que perceba que as organizações que valorizam o planejamento não só enfrentam menos crises, como também são mais lucrativas. Consequentemente, o gerenciamento de crises não é somente a coisa certa a se fazer, mas é bom para o negócio.

Karin Villatore

16
nov

Feliz crise nova

Mais um ano chega ao fim. E que ano foi este! A crise econômica que abateu o mundo ano passado exigiu um equilibrismo em 2010 no mundo dos negócios. O tira-daqui-põe-ali fez que as empresas repensassem suas estratégias de investimento de recursos este ano. E a comunicação foi primordial durante a crise.

Saber administrar as dificuldades sem deixar que a boataria tome conta e apavore ainda mais clientes, parceiros, funcionários e colaboradores foi de extrema importância para voltar a controlar as rédeas.  Aparecer positivamente em tempos de incerteza pode ser um fator determinante para melhorar a imagem perante a sociedade e para ampliar os negócios. Investir em comunicação em tempos de crise demonstra maturidade para gerir um negócio ou uma empresa.

É no momento de fragilidade econômica que a informação deve ser manuseada para trazer transparência e credibilidade. Quem usou da comunicação para reorganizar as estratégias, evidenciar o que se tem de melhor e ver o que pode ser aproveitado utilizou bem do momento. Quem usou esta estratégia, ganhou.

Comunicação e informação são as matérias-primas para enfrentar a turbulência. A  instabilidade do mercado é a realidade na qual convivemos. Quem souber lidar com o momento pode ampliar as perspectivas, ganhar mercado e até comemorar. Partindo desta premissa, a idéia é desejar uma feliz crise nova a todos!

Karin Villatore

28
out

De Juridiquês à Biotecnologia

Nesta semana, devido a uma pauta com um cliente, tive que acompanhar uma reunião que tratou de contratos complexos, licitações, processos judiciais e por aí foi. Fiquei pensando na importância de entender minimamente todo aquele processo para poder encaixar bem o meu trabalho, ou seja, como poderíamos divulgar aquilo. Devido à minha experiência até que entendo um pouco de juridiquês, mas mesmo assim me senti uma estrangeira.
Volta e meia eu reflito sobre a diversidade de assuntos em que tenho que me meter, entender, escrever e usar meu feeling para saber o que pode virar notícia ou não. Neste mês mesmo estava eu em outro cliente assistindo a uma palestra sobre Biotecnologia com pesquisadores renomados. Ouvindo sobre terapia gênica, pesquisa com células tronco e sobre a história dos alimentos geneticamente modificados eu lembrei um dos motivos que me fez escolher jornalismo como profissão: essa curiosidade de saber um pouco de tudo, que é uma obrigação no ramo. Por isso, não importa a correria, tenho sempre que vasculhar jornais, sites e revistas. Se não for procurando notícias, apenas me atualizando. Para se ter uma ideia, por incrível que pareça, para mim hoje foi importante profissionalmente saber da denúncia sobre a fraude na licitação do metrô em São Paulo.

Cristiane Tada

21
out

O colaborador é sempre o último a saber

Sua empresa lançou um produto, teve mudanças na diretoria, adquiriu uma nova marca e está conseguindo superar a crise financeira internacional. Tudo mais do que animador. Não fosse o fato de você ter se esquecido de informar sua equipe interna sobre as novidades.

Parece uma situação absurda, mas é mais do que comum nas corporações.
 A maioria de nós tem consciência de que a comunicação passou a ser um campo estratégico e indispensável na detecção de oportunidades e de ameaças. E o cliente interno é uma peça-chave neste processo. Para que o colaborador entenda qual é o papel que você espera dele e para que ele possa cooperar ao máximo, ele impreterivelmente tem que estar bem informado sobre todas as novidades da empresa.

A comunicação interna deve ser clara e constante, tomando-se o cuidado de que esteja sendo compreendida pelos diversos níveis dentro da empresa. Muitos de nós simplificamos os públicos em interno e externo. Se assim ficar mais fácil, tudo bem. Mas é importante que se lembre que cada nível tem sua percepção e sua compreensão dos fatos. Portanto, deve haver formas de comunicação adequadas para eles.

Não importa o porte do empreendimento: é preciso planejar comunicação e ter em suas ações o devido reconhecimento da importância nos resultados dos negócios. Lembre-se também que a escolha da ferramenta ideal de comunicação interna depende de fatores como o perfil do público-alvo, a temporalidade das informações, o grau de influência do veículo junto ao público-alvo, o tipo de impacto da mensagem, a linguagem, o tempo disponível de leitura do público-alvo e o número de mensagens que ele costuma receber diariamente.

Com o desenvolvimento desta prática, tudo vai conspirar em seu favor.  Afinal, seu colaborador não está apenas esperando o envio de uma mensagem de felicitação no dia do aniversário dele.

Karin Villatore

14
out

Quem não se comunica…

Este foi o titulo de uma matéria na revista Veja sobre Media Training. Na matéria, a revista aborda a importância de estar bem preparado para lidar com a imprensa seja nas horas de crise ou apenas para passar a mensagem correta. O próprio jogador de futebol Neymar vai contar com um programa intensivo de Media Training para tentar minimizar a imagem polêmica que conquistou nos holofotes da mídia. Os mineiros chilenos que foram resgatados esta semana também fizeram o treinamento para evitar ainda mais polêmicas sobre o acidente.

Mas aprender a se comportar diante dos meios de comunicação não é uma lição apenas para celebridades. Executivos e empresários também precisam sentar na primeira fila para aprender a lidar com a mídia e evitar erros lastimáveis. Determinadas posturas e declarações podem, facilmente, arruinar os negócios e possíveis parcerias. A importância deste tema é tanta que muitas notícias sobre Media Training têm saído na imprensa. Este treinamento funciona como uma aula e simulação ministradas por profissionais da área de comunicação, que possibilitam um maior entendimento de como se comportar, agir e até mesmo que assunto anunciar na grande imprensa.

Um exemplo de Media Training bem sucedido e constantemente lembrado é o caso Gol. Na época do acidente em 2006, no qual quase 200 pessoas morreram, a diretoria da empresa aérea já sabia como se comportar, pois vinha recebendo orientações profissionais há muito tempo caso houvesse alguma tragédia (convenhamos que as companhias aéreas precisam estar preparadas para este tipo de acidente) e a imagem da empresa não ficou arranhada diante daquele caso.

Como não podemos controlar as informações e nem a maneira como a imprensa ficará sabendo das crises, só resta um bom treinamento para saber lidar com a mídia para que não haja ruídos no que se pretende passar. Bons empresários já estão buscando no Media Training a ajuda para conseguir estar preparado e não manchar a reputação da empresa ou até mesmo sua própria imagem junto à opinião pública. É bom lembrar que errar na hora de se posicionar pode ser crucial para o andamento dos negócios. 

Thalita Guimarães

27
set

Trazendo Maomé à montanha

As áreas de Assessoria de Imprensa e de Comunicação Empresarial se transformaram nos últimos tempos em um dos grandes focos de eventos e seminários por todo o Brasil. Jornalistas e Relações Públicas se esmeram em discussões para lá de sérias sobre o papel da categoria, os direitos e a ética na profissão, a relação jornalistas de redação – assessores de imprensa e como doutrinar os empresários a saber lidar com a imprensa.

Em qualquer um desses eventos nota-se a presença de dezenas de profissionais de Comunicação. Mas nunca a de um indivíduo que deveria, mais do que ninguém, ser um dos principais público-alvo: o porta-voz das empresas. Onde está o “cliente” neste momento tão importante? Não seria ele o elo fundamental de discussão entre os comunicadores e as fontes de informação? Quem sabe, ao ouvir os relatos sobre os hercúleos esforços que as equipes de Comunicação fazem para obter resultados que se transformam em cases nos congressos estas fontes passariam a valorizar ainda mais o papel de quem os atende.

Mais ainda, poderiam esclarecer suas dúvidas, relatar seus sofrimentos e mágoas, ajustar os devidos ponteiros com os jornalistas e relações públicas. Da mesma forma como assistem a palestras sobre avanços tecnológicos ou motivação, veriam no setor de Comunicação o crescimento de um profissionalismo pungente, que poucos conhecem. Ao invés de os comunicadores levarem, ao término de eventos, resumos breves que raramente são lidos pelos executivos, por que não trazer Maomé à montanha? Certamente, a participação desses empresários traria não apenas uma aproximação entre a fonte e o assessor, mas uma compreensão do todo deste trabalho, tão importante para a vida das organizações.

Karin Villatore

1
set

Sangue Bom

 Como o nosso blog é novo, não comentamos neste espaço sobre o primeiro lugar que ganhamos no ano passado no Prêmio Sangue Bom, na categoria Projeto de Assessoria de Imprensa, do Sindicato dos Jornalistas do Paraná. Foi nossa primeira participação em um prêmio e nossa primeira vitória.

O projeto ganhou o nome de “Setcepar – Projeto de consolidação de imagem do setor de transporte de cartas do Paraná por meio da Assessoria de Imprensa do sindicato que representa a categoria”.

Nosso desafio foi fazer uma campanha de consolidação de imagem junto à imprensa e à opinião-pública do setor de transporte pesado por meio de ações de Assessoria de Imprensa junto ao Setcepar – Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná, nosso cliente desde 2007.

O setor de transporte pesado sempre foi conhecido pela imprensa do Paraná e de todo o Brasil como um segmento com carência de porta-vozes bem preparados de empresas não-multinacionais.  Foi com base neste problema que trabalhamos nosso case e nossas estratégias. O resultado? Hoje o Setcepar é uma fonte de informações importante para a imprensa quando o assunto é transporte.

Na foto, Thalita, Karin e Marcio Rodrigues, Presidente do Sindicato dos Jornalistas do Paraná
 
Karin Villatore

24
ago

Curso sobre gerenciamento de crise acontece em Curitiba

No último final de semana de agosto, a jornalista Karin Villatore, Diretora da Talk Assessoria de Comunicação, bem como Sulamita Mendes, Especialista em Comunicação Corporativa e Marketing, irão falar sobre gerenciamento de crise durante um curso oferecido pela Runway Concept. O curso irá abordar as consequências de uma crise para a imagem corporativa e a necessidade de se investir nesta questão. “Muitas empresas ainda são prejudicadas tanto em imagem quanto em seus resultados e lucros devido à falta de planejamento prévio de uma possível crise em comunicação com seus diversos públicos”, comenta Karin.

Sulamita destaca que com as novas mídias, como as redes sociais, o empresariado e o próprio assessor de comunicação deve estar atento a como se relacionar com a imprensa. “Além da velocidade, com informações on-line que quase não deixam espaço para administrar uma resposta ou um esclarecimento, os profissionais de comunicação também devem estar atentos às novas formas de fazer assessoria porque ele próprio pode ser o causador de uma crise de imagem”.

O curso terá como base tópicos citados no manual “Sobreviva à crise – Manual de gerenciamento de crise”, que foi elaborado pelas comunicadoras em 2009. O treinamento tem duração de quatro horas, das 14h às 18h, e as aulas serão ministradas no dia 28 de agosto, na Universidade Positivo (prédio da pós-graduação). As vagas são limitadas e o valor do curso é de R$ 150,00 para profissionais. Estudantes pagam meia-entrada. Mais informações podem ser solicitadas pelo email cursos@runwayconcept.com.br ou pelo telefone (41) 8897-0975. Este é o oitavo curso que a Runway Concept desenvolve.

19
ago

Terra de Ninguém

Abaixo segue o artigo publicado no jornal Extra Pauta, do Sindicato dos Jornalistas do Paraná, que comentei no Post anterior.

Espero que gostem.

Karin Villatore

Se você está revoltado com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de extinguir a exigência do diploma no Jornalismo, repense sua tristeza. Ao seu lado pode existir um Assessor de Imprensa, com igual formação acadêmica, e que nunca teve sua função sequer reconhecida como de jornalista.

O balde de água fria que os Assessores de Imprensa receberam no dia 17 de junho, data da decisão do STF, foi ainda maior porque estávamos progredindo nas negociações de regulamentação desta atividade.

No final do ano passado a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) entregou ao Ministério do Trabalho uma série de propostas. Dentre os cinco eixos estruturais estava transformar em funções atividades que já estão previstas, como professor de Jornalismo e Assessor de Imprensa. A Fenaj sustentava que “são atividades específicas do jornalista todas aquelas que em quaisquer meios, mídias, nas mais diversas linguagens, suportes técnicos e espaços da área da comunicação (da TV à Assessoria de Imprensa) manuseiam conteúdos informativos jornalísticos.

O Conselho Federal de Jornalismo também tinha feito suas tentativas. Criou anos atrás um anteprojeto, entregue à Presidência da República, reivindicando todas as mudanças que os jornalistas propuseram nos últimos anos na legislação profissional. Dentre elas estava o pedido de atualização da denominação e da definição das 25 funções jornalísticas, incorporando a Assessoria de Imprensa.

Os movimentos eram contrários à decisão do Tribunal Superior do Trabalho que, em 1998, definiu que Assessoria de Imprensa não está na descrição das atividades de jornalistas previstas no Artigo 302 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e no Decreto 972/69. Aprovada por unanimidade pela Terceira Turma do Tribunal, a emenda estabeleceu que “Assessor de Imprensa não exerce atividades típicas de Jornalismo, pois o desempenho dessa função não compreende a busca de informações para redação de notícias e artigos, organização, orientação e direção de trabalhos jornalísticos(…). Atua como simples divulgador de noticias e mero repassador de informações aos jornalistas, servindo apenas de intermediário entre o seu empregador e a imprensa”.

Assessoria de Imprensa é uma atividade recente, se comparada com o Jornalismo dito tradicional. Mas ela já encampa, segundo sondagens feitas principalmente junto aos sindicatos, mais da metade da nossa categoria. E tudo indica que o setor deve crescer cada vez mais.

Grande em tamanho, mas pequeno em força, este grupo provavelmente continuará sendo constituído por um profissional esquecido pela lei, numa espécie de terra de ninguém. Não precisa de formação acadêmica específica, não tem horário de trabalho definido ou piso salarial. Então, se você trabalha em redação, imagine o que a extinção da obrigatoriedade do diploma significou para quem está do outro lado do balcão do Jornalismo.
Karin Villatore é jornalista, diretora da Talk Assessoria de Comunicação e professora universitária.