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3
set

Jornalistas empreendedores

Carreira-e-sucesso A vida não está fácil para ninguém, já dizia a minha mãe. Se ela fosse jornalista, essa máxima cairia muito bem. A verdade é que passou o tempo em que jornalista era aquele profissional alternativo e boêmio, que só trabalhava em redação e era o detentor da verdade e o primeiro que ficava sabendo das notícias. Não que deixaram de existir esses personagens, ainda têm aqueles que conservam a fama e se orgulham dela.

Mas hoje o jornalista tem que ser um profissional muito mais empreendedor e ligado ao mundo dos negócios, diferente do que acontecia no passado. Antes quem cuidava de negócios era o administrador, o economista responsável pelas finanças e por aí vai. Porém, não é o que acontece no século XXI, em que a comunicação se tornou uma atividade muito mais desafiadora. Isso serviu como um chacoalhão no nosso modo de pensar e agir e também despertou a mudança para a formação profissional. Abriu-se uma porta para um mundo novo, fora das redações jornalísticas.

Parte desse movimento também acontece porque as redações não conseguem mais absorver a quantidade de profissionais que entra todos os anos no mercado de trabalho. Pelo contrário, os veículos de comunicação estão cada vez menores. Isso sem contar aqueles que fecharam e demitiram centenas de profissionais. Então, como reagir diante dessa mudança no setor?

Não existe uma resposta certa, mas o caminho é avaliar o futuro do setor e abrir a cabeça para novos horizontes. Afinal, jornalista não é só aquele que trabalha em jornal ou em televisão. Mas aquele profissional que, além de saber escrever, está antenado com as transformações do cotidiano e consegue usar isso a seu favor.
Luanda Fernandes

29
ago

Saúde é o que interessa?

Image Não sou da área da saúde, mas sei que doente precisa de médico. Os médicos nos dizem para não tomarmos remédio sem que eles mandem; para não fazermos exercícios sem que eles nos avaliem; para não usarmos fórmulas caseiras para tratar doenças, mas procurá-los; não nos deixam fazer nenhum exame, sem que nos autorizem. É assim porque eles entendem todas as coisas sobre nossos corpos e sobre os remédios, exames e tratamentos. E nós não entendemos nada disso. Nós batemos às portas deles, porém, só podemos entrar se tivermos dinheiro. E não pouco. Muito dinheiro. Porque os médicos estudaram muito para ter esse conhecimento, foram muitos anos de esforço e investimento que precisam ser recompensados. E o trabalho deles vale muito dinheiro, não pode ser feito por pouco.

O pagamento precisa ser em forma de casas grandes, bonitas e super confortáveis, na cidade, na praia e no campo, carros importados, viagens internacionais, roupas de marcas importantes, joias, restaurantes finos e, naturalmente, escolas e faculdades da melhor qualidade para os filhos e os melhores planos de saúde para toda família. Bem, quem não quer isso? Eu também quero. Mas não fiz Medicina, fiz Jornalismo, então azar meu. Azar meu?

Sabemos que há muitos médicos abnegados que trabalham para atender os pobres ou os que não podem pagar tanto. Eu conheço um. Só que esses muitos são poucos. Há muito mais doentes do que eles podem atender porque a maioria dos colegas dos abnegados não quer atender quem não pode pagar bem. E é assim. Como diz a minha mãe, quem gosta de pobre é Jesus. Enquanto isso, o Brasil segue se horrorizando com uma médica do Paraná que, segundo acusam, dava um jeito para que os pacientes do SUS, internados na UTI, morressem. Já nem se fala mais tanto nisso, para que? A tal doutora não fazia nada mais do que todo o sistema de saúde faz: quem pode pagar, vive. Quem não pode, morre. Simples assim.

Letícia Ferreira

26
ago

Os meus, os seus, os nossos

untitled Vocês já pararam para pensar no bem danado que fazem as diferenças? Eu já. Este ano tem sido um desafio para mim (sei que para muita gente também) e estou aprendendo, cada vez mais, que a soma dos diferentes pode dar um resultado muito mais positivo do que se imagina.

Pego como exemplo a Talk. Aqui temos uma ateia, uma evangélica, uma católica e uma católica-espírita. O resultado disso? Muito amor, respeito e risadas. Aqui não tem problema cada um ser uma coisa, pensar diferente ou gostar de cor-de-rosa. O que importa é o que fazemos umas pelas outras.

E não é só coisa boa não. Porque os arranca-rabos também acontecem aqui. Mas, acima de qualquer coisa, existe a união, a solidariedade e a ajuda, independentemente da raça, religião ou predileção. E isso não é o máximo? Sem as talkers, minha vida seria um tanto quanto mais complicada e solitária.

Sim, este texto é uma homenagem a elas, que tanto bem me fazem e que me ajudam diariamente a atravessar pelos desafios impostos, sabendo que sempre posso contar com elas.

E viva as diferenças. Por que onde o respeito existe, o bem sempre prevalece!

Thalita Guimarães

23
ago

Cartilha de Redação Web

Confesso que nem sei se foi feita uma nova versão, mas a Cartilha de Redação Web produzida pelo governo em abril de 2010 já é pra lá de boa. Se você nunca viu, vale demais conhecer. Se não leu, quem sabe a chuva e o frio anunciados para este final de semana animem você para uma nova olhada.

Beijos,

Karin Villatore

http://www.governoeletronico.gov.br/acoes-e-projetos/padroes-brasil-e-gov/cartilha-de-redacao-web

13
ago

Sou feia, mas sou feliz

beth-a-feia Há algum tempo, assisti a um programa de TV sobre dismorfismo corporal ou dismorfofobia, um transtorno mental em que a pessoa vê uma imagem distorcida de si mesma ou se preocupa de forma patológica com características físicas reais ou imaginárias. Uma moça que tinha esse problema se achava tão feia – e, ao menos no meu julgamento, não era – que tomava banho no escuro. Vendo-a falar, lembrei quando eu sentia coisas semelhantes, lá pelos 18 anos. Não ao ponto de tomar banho no escuro, até porque o risco de cair e ficar ainda mais feia seria algo a considerar, mas me achava horrorosa.

Neste fim de semana, assisti a outro programa em que a apresentadora, na faixa dos 30 anos, alta, magra, loira e linda, se apontava defeitos absolutamente inexistentes. Leu trechos de diários de quando era adolescente, enumerando defeitos, se comparando a outras garotas, sempre mais bonitas, interessantes e inteligentes que ela. Tirando a língua, eram exatamente iguais a trechos dos meus diários na mesma idade.

Hoje, vejo fotos minhas da época e não encontro nada de errado. Por que fazemos isso? Independentemente da cultura, localização geográfica, nível social e educacional, a maioria das mulheres odeia a própria aparência ou, no mínimo, a tolera. E não é “hoje em dia”. Basta um olhar aos instrumentos de tortura com que as damas se muniam nas roupas de baixo, em séculos passados, para saber disso.

Já em outro programa, uma mulher bem gorda dá de ombros quando falam mal do seu queixo triplo. Está muito contente com a vida que leva com o marido e as cinco filhas, todas gordinhas. Marido, não, porque ela não quer se casar no civil e se prender porque nunca se sabe. A paixão pode surgir. E quem é feliz? Louco é quem se acha feio.

Letícia Ferreira

8
ago

As inconstantes mudanças de ser

Eu mudei, você mudou, todos mudamos. Vivemos numa eterna inconstante que no faz ser aquilo que as mudanças da vida nos fazem ser. No geral, vamos acumulando experiências, moldando nossos costumes e nos adaptando para conseguir levar a vida adiante.

Nem sempre é fácil. Tem certas coisas que não podemos controlar. O que nos ajuda é ter fé na vida, ou no amor, ou nas duas coisas juntas. E não adianta nos julgar demais ou julgar os outros. Não sabemos, de fato, o que cada um passa. A verdade é que muitas vezes não sabemos quando fazemos algo errado, ou quando fomos injustos com alguém. Mas sempre podemos avaliar nossas atitudes e melhorá-la.

Da mesma forma que percebo que é muito melhor conversar com o outro, tentar entender o outro e até mesmo deixar pra lá do que bater de frente. São as lições da vida que vou aprendendo. E assim vou “Caminhando e cantando e seguindo a canção…Somos todos iguais braços dados ou não”.

Thalita Guimarães

29
jul

Em tempo de frio…

frio Nem precisa dizer que o assunto do momento em terras sulistas é o frio. Tudo bem que o povo do sudeste também sofreu um pouco com as baixas temperaturas – claro que nem se compara as nossas –, mas lá, o que mais se falava era da estadia do Papa. Para os cariocas parece até que o frio passou despercebido.

Já por aqui, o mais importante era manter-se aquecido e tentar ajudar quem sofre ainda mais com o frio: os moradores de ruas. Em tempo de inverno rigoroso as pessoas se solidarizam e cada uma ajuda como pode. Lá em casa doei os agasalhos sem uso e também separei alguns cobertores que estão aquecendo apenas o armário, de alguma forma tentei fazer a minha parte.

Nas redes sociais foram inúmeras as mobilizações: uma ONG pedia para que as pessoas deixassem roupas e cobertores pendurados em locais públicos, com uma mensagem para o morador de rua. Diversas pessoas ajudaram e compartilharam fotos da ação. Outro grupo mobilizou-se para ajudar os animais que ficam soltos. Valeu de tudo e teve até um grupo de vizinhos que construiu uma casinha improvisada na rua para abrigar os cachorros que não tinham para onde ir.

Diante disso, surgiu a questão que há tempos é deixada de lado: muitos andarilhos se recusam a ir para os abrigos, mesmo com o termômetro marcando temperaturas abaixo de zero. E não pense que essa recusa é por conta do banho que muitos não querem tomar e são obrigados no abrigo. A principal justificativa é que muitos moradores não querem deixar seus fieis companheiros de andanças, nesse caso, o amigo de patas. Como esses locais não aceitam animais, eles preferem correr o risco de não sobreviver ao frio a ter que deixar o animal sozinho na rua.

Isso mostra como a relação entre o homem e o animal é bastante complexa e não pode ser ignorada. Tanto que aqui, em Curitiba, a prefeitura improvisou alguns abrigos para que os animais também fossem recolhidos, além de cogitar a possibilidade de criar um local específico para que nenhum dos dois fique desamparado nesses dias de frio. A medida não resolve a situação dos moradores de rua, mas traz um alento para quem sofre bastante no inverno.
Luanda Fernandes

22
jul

O inferno somos nós

Angel vs Devil_C_thumb[1]Sartre disse “O inferno são os outros” e há quem diga que o inferno somos nós. E eu direi, como Chaves, não o ditador venezuelano falecido, mas o personagem de comédia: “as duas coisas”, pois nós sempre somos os outros de alguém, assim, infernizamos as vidas uns dos outros. E por quê? Muito por causa das coisas desnecessárias.
Claro que há infernos necessários. Por exemplo: obras. Estão na minha lista de cinco principais infernos: domingos, pessoas grosseiras, barulhos (obras), medos e dores. Obras fazem barulhos enlouquecedores, mas, na maioria das vezes, elas são necessárias. Já escutar música muito alta é desnecessário. E mais, quem faz isso tem certeza que vai infligir sofrimento a alguém. Sim, sofrimento. Impedir de dormir e causar um péssimo dia de trabalho, aumentar o estresse e causar uma dor… No trânsito, pode dar um susto ou distrair e causar um acidente… E é só um exemplo de como as pessoas fazem sofrer umas às outras deliberadamente. Então não posso deixar de pensar que há um percentual de psicopatia em 99% dos seres humanos. Não é característica dos psicopatas infligir sofrimento a outrem sem sentir remorso ou pena? Sem se identificar com quem sofre?
A gente se espanta com as coisas muito feias, grandes crimes, guerras e se pergunta: “como alguém é capaz?” Do mesmo modo como alguém é capaz de escutar música muito alta sabendo que vai atrapalhar, incomodar, infernizar ou coisa que o valha outro alguém. Do mesmo modo como alguém é capaz de exceder em muitos quilômetros o limite de velocidade de uma via, sabendo que pode causar um acidente, ou simplesmente não dar a vez a pessoas idosas nas filas, não separar o lixo, não segurar o elevador para quem vem chegando, ou falar alto no ônibus leito, quando todo mundo está dormindo. Esses gestos que parecem sem importância, mas não são, e que, muitas vezes, chamamos de falta de educação, querendo nos referir a boas maneiras, mas que, na verdade, depõem mais sobre o caráter do ator do que sobre suas maneiras, são as atitudes que os outros cometem e que nós cometemos, fazendo da nossa vida e da vida dos outros um verdadeiro inferno.

Letícia Ferreira

15
jul

Exemplo

Dr Emilio e Dra Fani sentados 2 No ano passado escrevi o texto abaixo para uma revista de saúde. Semanas atrás, ao ajudar uma amiga minha com a dedicação de um iniciante, o Dr. Emilio reforçou o motivo de ser o médico que mais admiro. Para quem não o conhece, vale a pena conferir a bela história de vida dele. E, se der, seguir o exemplo.
Beijos,
Karin Villatore

Emilio Salvador Granato não tem muita certeza sobre o motivo que o levou a ser médico. Talvez tenha sido o acidente que, na companhia de seu avô, testemunhou quando da disparada dos animais que puxavam a carroça em que transportava material para sua fábrica de barricas, embalagem para erva mate. Com apenas cinco anos, nada pode fazer para salvar a perna do descendente de alemão Otto Wendler. Transformou-se, no entanto, nas “pernas” do avô, que frequentemente ordenava: “menino, mexa-se!”.

Ou talvez tenha sido a tragédia que vivenciou, em 29 de setembro de 1943, na estação ferroviária do vilarejo paranaense de Paulo Fontin, quando um vagão com dinamite incendiou e explodiu em um trem que também transportava passageiros. A região era tão pequena que nem médico tinha. Aos oito anos, queria ajudar os feridos e salvar vidas.

Quem sabe ainda tenha sido a tuberculose que a mãe, Dona Otília, contraiu e que fez os dois voltarem para a capital, Curitiba.

O que se tem certeza é de que este filho único de um casal que tinha escolaridade primária foi também o único representante de toda a família por parte da mãe a conseguir fazer um curso superior. E isso deixa este que é hoje considerado um dos mais respeitados patologistas clínicos do Sul do Brasil muito orgulhoso.

Interrompemos a entrevista porque um funcionário vem perguntar ao Dr. Emilio se deve fazer o protocolo de um exame de tal ou de tal forma. Ele atende com toda a atenção do mundo e voltamos à entrevista.
O começo
No final de 1961, quando se formou em Medicina pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), ainda não existia a prática da residência médica. A solução encontrada pelo jovem Dr. Emilio para se especializar foi ser médico voluntário do Departamento de Clínica Médica do Hospital de Clínicas (HC) da UFPR, que tinha, recentemente entrado em atividade. Foram quatro anos de um trabalho não remunerado, mas que rendeu ótimos frutos. Foi lá que começou a aprender as “coisas de laboratório”.

Como logo no início de 1962 ele havia se casado e, no final do mesmo ano, nascera o primeiro filho, surgiu a necessidade de buscar um trabalho que sustentasse a família. Fazia plantões no Serviço de Emergência do HC e também em uma clínica particular. Lembra que, nesta época, chegava a fazer três plantões de 24 horas por semana.
E, além dos plantões e do trabalho voluntário, foi convidado para ser professor da cadeira de Histologia do curso de Medicina da UFPR. Anos depois, também passou a ser professor de Hematologia no curso de Farmácia e Bioquímica na mesma instituição. “Em 1962, recém-formado, convidado para ser professor da Universidade Federal, a mais prestigiada do Paraná, Dr. Emilio?” Desconversa, como sempre faz quando está prestes a receber um elogio ou ser forçado a falar bem de si mesmo.

Sua carreira médica também teve uma longa passagem de 19 anos como chefe do Laboratório do antigo INAMPS, médico do Instituto dos Ferroviários (IAPFESP) e de clínicas particulares. Chegou a ter três empregos fixos ao mesmo tempo.

Interrompemos novamente a entrevista porque alguém liga no celular do Dr. Emilio para perguntar algo sobre algum exame. Pelos termos técnicos que ele usa, parece estar explicando para um médico o que o resultado do exame de um paciente representa.

O Laboratório Frischmann Aisengart
Foi o chefe do Laboratório do Hospital de Clínicas quem, em outubro de 1963, apresentou o casal de médicos Oscar e Fani Frischmann Aisengart, fundadores do Laboratório Frischmann Aisengart, para o Dr. Emilio. O Laboratório, fundado em 1945, estava em pleno processo de expansão e abrindo a terceira unidade em Curitiba. Foi incumbido de cuidar da área de Hematologia e o trabalho foi tão bem feito que em 1978 foi convidado para ser sócio da empresa. Mas no seu bom estilo de não se autopromover, faz questão de ressaltar que não foi só ele o convidado para a sociedade mas, também, um grupo de bioquímicos.

Quando ingressou no Laboratório Frischmann Aisengart, lembra que ainda se contava “no olho” todos os itens de um hemograma. Criativo, bolou algumas sistematizações para dinamizar o processo. Recorda bem de um aparelho japonês que o Dr. Oscar comprou para contar os glóbulos brancos e os vermelhos. Mas, após testes, os resultados não foram bons, para frustração geral. Mais tarde, em 1975, em um congresso, uma empresa norte-americana chegou com um aparelho que contava tudo “direitinho”. E aquele equipamento, no decorrer do tempo, foi se transformando. Outros apareceram no mercado, em que tudo é feito numa máquina só, incluindo a parte citológica. E hoje? Ri. Faz tudo em dois minutos.

E o teste de gravidez era feito injetando a urina da paciente em uma coelha. Só que o bicho era sacrificado. Daí dois médicos argentinos, Galli e Maininni, descobriram que, injetando a urina em sapos machos, se desse positivo, o sapo eliminava espermatozoides. E dá-lhe pedir para o Pedrão, um auxiliar de laboratório que morava no bairro Boqueirão, que na época era praticamente um pântano, caçar sapos. Eles ficavam presos em caixas com furos para poderem respirar e, pelo menos, não morriam depois do teste.

Interrompemos pela terceira vez a entrevista porque uma funcionária pede para o Dr. Emilio dar uma olhada nos exames do avô dela, que teria consulta médica naquele dia. Ela queria se assegurar de que o médico que iria atender o avô dela tomaria todas as providências corretas, seguindo o que o resultado do exame estava indicando. O Dr. Emilio atende o pedido com todo o carinho.

O hoje
Com 77 anos de idade, Emilio Salvador Granato tem 50 anos de formação em Medicina, comemorados em 2011, 30 anos de carreira como professor da Universidade Federal do Paraná, 35 anos como médico da Reitoria da UFPR e 49 anos dedicados ao Laboratório Frischmann Aisengart. Hoje ele é responsável técnico pelo Laboratório e pelo Canal do Médico. Dorme satisfeito quando consegue contatar o médico e informá-lo de um resultado em que a ação deve ser rápida e que há sinal de perigo. Ou quando orienta o paciente para procurar o seu médico. É o chamado valor de pânico, que ajuda a salvar vidas e que o Dr. Emilio analisa como ninguém. Algumas vidas salvas lhe renderam cartas, emails e mensagens ternas de agradecimento.

Em mais de duas horas de entrevista, não falou de prêmios e nem de condecorações, como o fato de ser membro honorário da Academia Paranaense de Medicina. Mas os olhos azuis brilharam ao falar dos colaboradores que acompanhou crescer, até chegar a Mestrado e Doutorado, e da família que vem formando no Laboratório. “Tenho amor pelo que faço e pelas pessoas, pois o amor é a melhor coisa do mundo e é pela graça de Deus.”
O celular toca. Mais uma dúvida de um médico sobre o resultado de um exame.

11
jul

A História contada pelo Facebook

blog Em meio a toda essa onda de protestos que está acontecendo no país, uma ferramenta se tornou essencial para a mobilização popular: as redes sociais. Podemos dizer que nesse momento histórico o Facebook tem a mesma importância da carta escrita na época de Napoleão e do telégrafo no período da Segunda Guerra Mundial. Daqui a algumas décadas as próximas gerações vão ver nos livros de História (ou em outra ferramenta pedagógica) as mobilizações que percorreram o Brasil em 2013 e, provavelmente, terão relatos da importância do Facebook para motivar a ação popular.

Muitos estudiosos relacionam os protestos com outros momentos históricos, fazem analogias sociais da motivação do povo nas ruas e tentam explicar um movimento que ainda é muito recente. Certamente, muitas reflexões e pesquisas serão realizadas para estudar o fenômeno, assim como aconteceu com as grandes revoluções, guerras e manifestações populares.

Particularmente, sempre gostei muito de História e, quando era estudante do ensino fundamental e médio, a parte mais legal do dia era a aula de História. Mas, hoje em dia, a garotada não tem a mesma motivação de ver nos livros de História o que aconteceu nos séculos passados. Talvez seja pela mudança cultural da criançada, já acostumada com a era digital, ou pelo fato do nosso método de ensino estar ficando ultrapassado. A verdade é que motivar os estudantes a se interessar pelo aprendizado tem sido um desafio para os educadores.

E se transformássemos eventos importantes da História mundial em relatos nas redes sociais para ensinar os jovens de uma maneira descontraída? Talvez isso chamasse mais a atenção do que fazer um trabalho escrito sobre Descobrimento do Brasil, por exemplo. Foi com essa sacada que o História Blog elaborou uma narrativa muito criativa da Segunda Guerra Mundial, como se a guerra acontecesse em meio à era Facebook. Confere aí!
http://historiablog.wordpress.com/2012/12/26/a-segunda-guerra-mundial-no-facebook/

Luanda Fernandes