Arquivos da categoria: Uncategorized

20
set

Semana Literária


Participei nesses últimos dias da Semana Literária do SESC no Paraná. Achei os temas interessantes, palestrantes bacanas e diversificados e o melhor: tudo de graça. O SESC está levando também essas palestras para o interior do Estado, dando acesso às pessoas a escritores renomados e à discussão da leitura e da produção literária. Aqui em Curitiba o evento tinha também várias barracas com livros à venda de diversas editoras. Fiquei impressionada com a produção local. Livros sobre o início da imprensa em Curitiba, produção de revistas, com escritores, ilustradores, artistas e colaboradores daqui. Muito legal prestigiarem a produção do que é feito aqui por gente daqui e deixar à disposição do público. Eu que moro na capital há três anos não sabia que o mercado editorial paranaense tinha coisas desse padrão de qualidade.
Bacana também a Fundação Cultural de Curitiba colaborando com o SESC para esse projeto. É uma das coisas que me alegra em morar em Curitiba. A opção de cultura é variada e tem cada vez mais coisas legais de graça. Nesta semana a capital sedia também o Festival NuJazz Curitiba 2010 a preço zero. Fica a dica!

Cristiane Tada

9
set

Comunicação e Mobilização

A mobilização do mundo pelo caso da iraniana Sakineh Ashtiani, acusada de traição e morte do marido, aparentemente deu certo. A sentença de morte por apedrejamento foi revogada.  A comoção global nas redes sociais foi grande, os órgãos de defesa dos Direitos Humanos se pronunciaram amplamente, a mídia emplacou uma campanha mundial.  Sakineh ainda tem muitas acusações a responder, mas por hora sua sentença de morte está suspensa.  Há quem questione o respeito aos princípios de autonomia dos países de fazerem suas próprias leis conforme credo e entendimento, mas o mundo tem assistido a uma série de desrespeitos aos Direitos Humanos vindo pelo Irã já há algum tempo.
A comunicação, junto com a pressão popular que foi gerada no mundo em torno desse caso, fez o serviço da ONU, em um momento em que sua influência está muito em baixa. Até o presidente Lula, que anteriormente declarou que não ia se pronunciar sobre o caso, pressionado pela opinião pública por manter boas relações com o presidente Armadinejad, acabou oferecendo asilo à cidadã iraniana. Utilizada dessa forma a comunicação entre os povos provou que é mesmo um quarto poder. Poder de discussão e de entendimento entre povos. Ainda que algumas nações sustentem objetivos nem tão nobres assim por trás do símbolo que se tornou Sakineh a comunicação provou que pode, sim, ser instrumento de paz.
Cristiane Tada

24
ago

Não é apenas mais um debate eleitoral

Assisti a mais um debate eleitoral. Dessa vez realizado pela Folha/UOL e transmitido via internet na quarta-feira passada. Acompanhei pelo twitter e fiquei impressionada em ver quantas pessoas estavam ligadas no mesmo canal durante o debate. A transmissão foi impecável, com ótima qualidade de imagem e de som. Mas o melhor mesmo foram as perguntas pré-selecionadas de internautas. Sem o formato engessado da TV, senti como se tivessem perguntado tudo que eu queria saber, coisa que a Fátima Bernardes ou o Willian Bonner nunca iriam questionar. Um internauta perguntou sobre as doações para as campanhas dos candidatos, se grupos como o Itaú, que são os maiores doadores, fazem isso por serem bonzinhos.
É engraçado porque, durante o processo eleitoral, parece existir um acordo silencioso: nós não perguntamos, eles não precisam responder. A forma democrática como a internet e as redes sociais possibilitam interação entre o povo (se me permitem o clichê) e os candidatos, exige transparência e facilita o dever do cidadão. Qualquer um pode colocar Dilma, Serra e Marina na parede, cobrar respostas e esclarecimentos. Até mesmo o candidato que ficou de fora, Plínio Arruda, permaneceu online dando pitacos e disparando críticas aos seus concorrentes.
Neste debate quem ganhou foram os eleitores e a comunicação. Os candidatos ainda precisam aprender a se comunicar nessa onda hi-tech. Enrolar agora vai ficar cada vez mais difícil para eles.

Cristiane Tada

11
ago

O que rolou no 6.º Congresso Paranaense dos Jornalistas

Neste final de semana fui a Foz participar do 6.º Congresso Paranaense dos Jornalistas e, já de cara, confesso: fui porque era, junto com minha amiga Sulamita Mendes, palestrante em uma oficina de Assessoria de Imprensa e Gerenciamento de Crise.
 
Nada contra movimentos sindicais. Muito pelo contrário. Acho todas as lutas de classe válidas e importantíssimas. Mas, desde que deixei as redações e comecei a atuar como  Assessora de Imprensa, não me sinto apoiada pelas entidades que representam os jornalistas. O motivo? Parece brincadeira, mas Assessor de Imprensa não é, ainda, função estabelecida formalmente como de jornalista. Escrevi um artigo sobre este assunto e logo vou postar neste blog.
 
O que percebi no Congresso é que o Sindicato dos Jornalistas do Paraná se esforçou para incluir os Assessores de Imprensa nas discussões, mas algumas vezes se perdeu no tom (uma análise que valeria umas dezenas de postagens neste blog e que talvez eu até faça um dia, com os elogios e as críticas certos).
 
O que me deixou muito feliz no evento foi a grande participação dos jornalistas e estudantes de Jornalismo na oficina que eu e a Sulamita fizemos. Foi a mais procurada de todas (eram várias oficinas sendo oferecidas ao mesmo tempo e os participantes optavam por qual queriam ver), com um quorum até maior do que o permitido pela organização do evento. Muito legal mesmo. As pessoas interagiram, questionaram e, no final, levantaram para fazer mais perguntas, dando a impressão de que não queriam ir embora.
 
No próximo dia 28, faremos mais um curso sobre Gerenciamento de Crise. Espero que a plateia seja tão receptiva quanto a de Foz.

Karin Villatore

6
ago

Guerra Muda

Para o projeto final da faculdade eu elaborei com uma amiga minha um documentário. Deu trabalho, eu lembro. Mas valeu a pena. Para quem quiser conferir, segue o vídeo.

Thalita Guimarães

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=FFCeUCh7HSU]

5
ago

Desejo X Necessidade

Neste semestre vou novamente dar aulas de Comportamento do Consumidor, uma matéria que gera debates bem interessantes. Uma das discussões que costuma aparecer é sobre a confusão que costumamos fazer entre o desejo e a necessidade. Um professor da FGV até criou um termo para isso: necejo.

A ideia é bem óbvia. Aliás, as ideias óbvias costumam ser as melhores, né? Somos tão bombardeados por campanhas que incitam ao consumo, valores sociais que colocam o ter acima do ser e produtos que dizem agregar status às pessoas, que acabamos nos rendendo às compras exageradas ou por impulso. E acreditamos que realmente precisamos daquilo que estamos comprando quando, na verdade, apenas desejamos aquilo que estamos adquirindo.

Dê uma olhada no seu guarda-roupa. Quantas calças jeans você tem? Quantos sapatos, botas, camistas e casacos? E de quantas roupas você realmente necessita? 

Se nós, brasileiros, compararmos nosso comportamento com o dos europeus, veremos que somos grandes consumistas. E que, sim, confundimos desejo com necessidade. Quem sabe é porque não passamos por grandes guerras e apertos maiores (temos problemas econômicos, mas nada se compara a uma guerra).

Nesta fase do “tudo sustentável”, quem sabe a gente comece a pensar duas vezes antes de comprar a quinta bota preta ou a oitava sandália marrom. E, como os europeus, a gente comece a usar o mesmo casaco até ele ficar velho e, aí sim, tenha a efetiva necessidade de comprar um novo.

Karin Villatore

4
ago

O perfil dos candidatos

O cantor Tiririca é candidato a deputado federal pelo Estado de São Paulo. Sabe o lema da campanha dele? Vote Tiririca. Pior que tá não fica! Parece brincadeira, mas não é.  Os cantores Kiko e Leandro, do grupo KLB, tentam se eleger como deputado federal e estadual. A “Mulher Pêra”  é candidata a deputada federal em São Paulo e a “Mulher Melão” a deputada estadual no Rio de Janeiro. Nem sei como apresentá-las. São artistas do mundo das celebridades instantâneas.
Em Curitiba um morador de rua é candidato a deputado estadual. Ele divide as ruas pedindo votos com o ex-vereador Professor Galdino, que gosta de dar pequenos comícios na cidade do tipo “subo num caixote em qualquer lugar do centro”, independentemente de ter gente prestando atenção. Outro dia voltava do trabalho e ele dançava e cantava no microfone com uma capa de chuva debaixo de água torrente. Eu tenho vergonha por eles.
Faz tempo que a política não representa seriedade. E de uns tempos pra cá está parecendo uma loteria. Vai que dá sorte e sou eleito.  Hora sim, hora não, o voto nulo parece uma opção plausível a tudo que não posso mudar. Mas se são eles que vão me representar, votando posso, pelo menos, escolher um que tenha mais conhecimento do que eu, ou cujo maior mérito não seja ser uma celebridade (até porque a gente conhece bem os quesitos) ou ainda alguém que queira aparecer a qualquer custo.

Cristiane Tada

3
ago

Difícil acesso

Neste final de semana eu fui a uma formatura em Tubarão, no Sul de Santa Catarina. Desde que minha amiga foi fazer faculdade lá, ao menos duas vezes por ano eu apareço para uma visita e sempre volto com o mesmo comentário: “Nunca mais venho para cá enquanto não arrumarem esta maldita estrada”.

Mais uma vez repeti a frase. O retardamento da duplicação da BR-101, na região de Tubarão, a pista em estado deplorável e o alto tráfego, principalmente de caminhões, fazem com que um trecho de quase 500 Km sejam percorridos em cerca de 10 horas. O resultado: cansaço, irritação e vergonha de ler as placas que dizem: “Esta é mais uma obra do Governo Federal”.

A cada quilômetro percorrido nesta estrada você fica implorando para chegar logo ao trecho pedagiado para conseguir, finalmente, percorrer uma rodovia com verdadeiras condições para os viajantes. Isto é ou não é um absurdo?

Obs- Esta foto eu retirei do site http://statusvip.com.br/hotsite/ver_coluna.asp?IDColuna=51&IDColunista=495 de T-T Azevedo que também ficou indignado com a situação da rodovia.

Thalita Guimarães

2
ago

Na rota do vírus

Na semana passada meu filho ficou doente. Começou com calafrios e febre alta. Levei o moço ao pronto-socorro do hospital mais próximo e o médico de plantão disse que deveria ser um vírus. Receitou um antitérmico e pediu para eu observar se nada de novo acontecia.
Horas depois, já tardão da noite, algo de novo aconteceu. Vômito. Voltamos ao hospital. Outro médico. Pode ser gripe suína (nome politicamente incorreto para a gripe A). Pediu exame de sangue e disse que o resultado só sairia na manhã seguinte.
Noite de cão. De manhã, um dos resultados do exame mostrava que uma tal proteína deveria ser de no máximo 5,0 e deu 45,0. Parecia bem ruim.
De novo no hospital, de novo um outro médico. Ah, começou a diarreia também. Diagnóstico do terceiro médico: não é gripe suína porque não está com tosse ou outro sintoma de gripe. Não é dengue (sei lá, né?; perguntei só para conferir). Não é meningite. O que é, então, doutor? Provavelmente um vírus. O exame mostra que existe uma infecção. Que vírus? Não sabemos.
Ligações para o pediatra oficial do meus filho, para o cardiologista do meu pai (apelamos para tudo depois que o meu filho bateu o recorde de 20 idas ao banheiro em apenas um dia) e saiu uma tentativa de diagnóstico: deve ser rotavírus.
Ontem falei com um infectologista e ele perguntou: fez teste de fezes para comprovar se foi mesmo rotavírus? Não fez. Então, ficou doente e ponto final.

Karin Villatore

30
jul

Na Cinemateca

Sábado passado resolvi ir até a Cinemateca para assistir a um filme que queria ver há tempos: O que Resta do Tempo, do cineasta e ator Elia Suleiman. O filme é uma visão bem-humorada do conflito no Oriente Médio. Através de quatro recortes temporais o cineasta usa o cotidiano da própria família para retratar a convivência de guerra entre palestinos e israelenses. Com pitadas de surrealismo e intertextos da cultura pop (como a cena de um jovem palestino alheio à guerra assobiado a música tema do filme O Poderoso Chefão) o filme, com assunto pesado, fica leve e tem algumas passagens realmente muito engraçadas. Para quem não gosta de histórias únicas é um excelente ponto de vista diferente do que se espera sobre o assunto. Suleiman não faz julgamentos e apresenta uma tragicomédia interessante sobre sua própria história. Enfim, um ótimo filme. Pena que só eu e mais três pessoas vimos. Eu acho uma judiação. As pessoas reclamam da falta de opções de diversão de baixo custo e de políticas de cultura na cidade, mas também não prestigiam. Será falta de divulgação? Fica a dica. A preços irrisórios (R$5,00 sábado e R$1,00 domingo) a Cinemateca de Curitiba exibe filmes que não deixam nada a dever a nenhum Cinemark.
Cristiane Tada