Arquivos da categoria: Polêmica

19
nov

Violência nas ruas

A violência virou um tema tão banal que ninguém mais se surpreende com notícias sobre aluno agredindo professora, briga no trânsito ou militares agredindo gays. Triste, muito triste. Eu ainda me choco, e muito! Somente nos últimos dias foram muitos os fatos que me deixaram espantada com a banalização da violência:

• Uma professora foi violentamente agredida por um aluno dentro de uma escola técnica particular em Porto Alegre e teve os dois braços quebrados e ferimentos no rosto;

• Cinco adolescentes agrediram três gays na Av. Paulista. Dos agressores, quatro são menores de idade, entre 16 e 17 anos, e um de 19 anos;

• O Exército prendeu dois militares (aqueles que supostamente deveriam nos proteger) suspeitos de envolvimento no episódio em que um estudante de 19 anos foi ferido na barriga após a Parada Gay, em Copacabana, no último domingo (14);

• Um motorista foi agredido com uma barra de ferro depois de uma discussão de trânsito, no Centro de Curitiba.

Estas são só algumas das milhares de notícias que poderia escrever aqui. Aliás, eu mesma esta semana tive que separar uma briga de colégio ao passar por uma via muito movimentada na cidade. Não estou aqui para pregar o amor ao próximo, mas ao menos respeito. Se você está nervoso, desconte no travesseiro. Se sua mulher te enche o saco, separe. Se não gosta de gays, negros ou possui qualquer tipo de preconceito, não saia de casa.

E, principalmente, vamos educar nossos filhos para serem cidadãos conscientes. Que saibam dos seus direitos e cumpram com seus deveres e respeitem a vida alheia. Não estou dizendo para fugir das brigas. Discussões são saudáveis. Mas continuarão sendo saudáveis quando não precisarem partir para a violência.

A violência é o argumento dos que não têm razão!!!!!!!!!!!!

Thalita Guimarães       

12
nov

A mídia em pauta

O assunto do momento agora é o projeto de regulamentação da mídia proposto pelo Ministro da Comunicação Social, Franklin Martins. Marcelo Tas ponderou no Twitter: se ninguém é contra a liberdade de imprensa por que tanto congresso e seminário para debater o assunto? Concordo com ele. O anteprojeto deve chegar ao Lula neste ano ainda, mas quem deve resolver a parada dura com certeza vai ser a Dilma. Para o mundo todo é um desafio regulamentar a comunicação. Acho que termos como normatização e comunicação são altamente antagônicos. Não há como moderar previamente a produção da imprensa sem censurá-la. Ou melhor, quem vai moderar?  A preocupação maior é com o conteúdo da internet, mas daí fica ainda mais complicado. Com a velocidade que se propaga tudo neste campo (e está aí sua maior virtude) não existem mecanismos para “controlar” o que circula.
O que o Ministro pondera e que é aceito pelas entidades de empresas de comunicação é que a legislação atual é antiga e precisa de atualização. Se essa regulamentação for apenas para evitar conteúdo obsceno e passar longe do conteúdo editorial pode ser uma boa ideia. O que me preocupa são as tentativas de manter conteúdo “equilibrado” e “imparcial”. Esses termos podem ter vários tipos de definições dependendo de quem julga.

Cristiane Tada

10
nov

Discurso invertido

Voltei das férias. Descansar é sempre bom. O que me entristeceu com minha chegada foi a notícia de que nossos queridos representantes eleitos já estão pensando em criar novos impostos (como a volta da CPMF) sem ao menos discutir uma reforma tributária. Dizem que este imposto em especial, que seria chamado de Contribuição Social da Saúde, a já famosa CSS, é para ajudar a Saúde Pública do Brasil.

Será? Tenho a impressão de que não seria necessária a criação de mais impostos, visto que pagamos muito já (cerca de R$ 1 trilhão desde o início do ano até o momento). O que se precisa é desviar menos. Sim, porque sinto muito, muito mesmo em dizer que não acredito em políticos honestos (podem até existir, mas são poucos, raros e desconheço todos).

Também é de conhecimento geral que quem paga mais impostos no Brasil é a classe média. Isto quer dizer que, com a eleição de Dilma e estas propostas que estão vindo (que não são as mesmas utilizadas na campanha) sobre a tributação brasileira, não preciso nem dizer quem vai sair perdendo mais uma vez.

Que fique claro que Não sou Dilma ou Serra. Na verdade não votei nesta última eleição. O que sou contra é aumentar impostos para enriquecer ainda mais a corrupção no Brasil.

Thalita Guimarães 

23
set

Valores invertidos

A notícia que não quer calar: a polêmica vida de Neymar. Menino prodígio do time Santos e recém-escalado para a Seleção Brasileira de futebol, não há quem não goste do sorriso e do jeito maroto deste jogador. Será? Nos últimos dias Neymar tem virado o centro das atenções devido a seu comportamento, digamos, um tanto agressivo. Brigas com outros jogadores, frases inconvenientes e até xingamentos contra o técnico Dorival Júnior foram destaque na mídia.

Suas atitudes têm sido tão grosseiras que até outro técnico, René Simões, lamentou as atitudes do jovem e pediu encarecidamente que ele seja educado e disse que “um monstro” está sendo criado. Para tentar minimizar o fato, o clube santista multou o jogador pelas atitudes e o deixou fora do jogo contra o Guarani. Mas uma atitude bem vista para quem não que ver o destino deste brilhante jogador ser igual ao de Adriano, Bruno e tantos exemplos negativos do futebol brasileiro, foi tida como o motivo da demissão de Dorival Júnior, que não comanda mais o Santos.

A demissão do treinador foi selada após os dirigentes do clube ficaram extremamente irritados com a postura de Dorival, que resolveu, por contra própria, manter a punição ao atacante, que o desrespeitou durante o jogo contra o Atlético-GO. Mas não é assim que se aprende uma lição? No meu ponto de vista o Neymar precisa de mais disciplina para não se tornar mais um caso do menino prodígio que ganhou muito dinheiro no futebol, mas só é manchete devido a todas as confusões em que se mete. Não sou fã de futebol, mas confesso que gostava do jeito maroto de jogar do Neymar, o que já não me encanta mais.

Thalita Guimarães

13
set

E lá se foi o 11 de setembro

Neste último sábado relembramos o triste episódio de nove anos atrás: os atentados do 11 de setembro que derrubaram as torres gêmeas em Nova Iorque. Lembro que na época eu estava no cursinho e meu professor entrou na sala dizendo o que estava acontecendo. Foram 300 alunos correndo buscando um espaço para ver as cenas na televisão. Fiquei lá, em choque, pensando nos amigos que tinha lá e o que iria acontecer depois.

 O restante nós já sabemos de cor. Uma guerra contra o Iraque, mil teorias da conspiração e dezenas de reportagens sobre o tema que até nos fizeram enjoar do dia 11 de setembro. Mas mais uma polêmica em torno do tema foi desencadeada na semana passada. Uma igreja evangélica americana anunciou que iria queimar exemplares do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos, para lembrar a data.

Graças ao bom senso, o pastor Terry Jones anunciou ter desistido do protesto. Será que é preciso lembrar que um ato não pode ser tratado como o pensamento de toda uma população? Queimar o Alcorão só seria motivo de ainda mais ódio e intolerância em um país marcado por episódios violentos como tiroteios em escolas, atentados e “serial killers”. Confesso que fiquei triste em relembrar um dia tão marcante na vida de todos com a propagação de ainda mais violência. Como diria minha sábia mãe, violência não se combate com violência. Vai ver o pastor ainda não aprendeu esta lição.

Thalita Guimarães

30
ago

Taxa de conveniência

Desde que fiquei sabendo que o Stomp, grupo percussivo inglês mundialmente reconhecido, estaria em Curitiba dei um jeitinho de acompanhar quando e onde seria o evento.

 Com a data e valor de ingresso na mão resolvi junto com meu companheiro de quarto (ou namorido, o que acharem melhor) comprar os convites. Como não queríamos pagar a taxa de conveniência cobrada pela empresa Disk Ingressos, fomos até o Teatro Positivo comprar nossos tickets. Chegando lá a minha surpresa: também seria cobrada a tal taxa.

 Mas espera aí. Qual é a conveniência de eu sair da minha casa e ir até o Teatro Positivo (convenhamos, fica longe pra %@*&%) para pegar o ingresso na bilheteria? Uma coisa seria se eu pedisse para entregar na minha casa ou comprasse em outro lugar que não no próprio local do evento.

Confesso que me senti roubada. Fico triste com a forma como o consumidor é enganado. O jeito é procurar os órgãos competentes e solicitar alguma ação. Taxa de conveniência? Só se for para eu não precisar nem sair do lugar para pagar sem reclamar.

Thalita Guimarães

19
ago

Terra de Ninguém

Abaixo segue o artigo publicado no jornal Extra Pauta, do Sindicato dos Jornalistas do Paraná, que comentei no Post anterior.

Espero que gostem.

Karin Villatore

Se você está revoltado com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de extinguir a exigência do diploma no Jornalismo, repense sua tristeza. Ao seu lado pode existir um Assessor de Imprensa, com igual formação acadêmica, e que nunca teve sua função sequer reconhecida como de jornalista.

O balde de água fria que os Assessores de Imprensa receberam no dia 17 de junho, data da decisão do STF, foi ainda maior porque estávamos progredindo nas negociações de regulamentação desta atividade.

No final do ano passado a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) entregou ao Ministério do Trabalho uma série de propostas. Dentre os cinco eixos estruturais estava transformar em funções atividades que já estão previstas, como professor de Jornalismo e Assessor de Imprensa. A Fenaj sustentava que “são atividades específicas do jornalista todas aquelas que em quaisquer meios, mídias, nas mais diversas linguagens, suportes técnicos e espaços da área da comunicação (da TV à Assessoria de Imprensa) manuseiam conteúdos informativos jornalísticos.

O Conselho Federal de Jornalismo também tinha feito suas tentativas. Criou anos atrás um anteprojeto, entregue à Presidência da República, reivindicando todas as mudanças que os jornalistas propuseram nos últimos anos na legislação profissional. Dentre elas estava o pedido de atualização da denominação e da definição das 25 funções jornalísticas, incorporando a Assessoria de Imprensa.

Os movimentos eram contrários à decisão do Tribunal Superior do Trabalho que, em 1998, definiu que Assessoria de Imprensa não está na descrição das atividades de jornalistas previstas no Artigo 302 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e no Decreto 972/69. Aprovada por unanimidade pela Terceira Turma do Tribunal, a emenda estabeleceu que “Assessor de Imprensa não exerce atividades típicas de Jornalismo, pois o desempenho dessa função não compreende a busca de informações para redação de notícias e artigos, organização, orientação e direção de trabalhos jornalísticos(…). Atua como simples divulgador de noticias e mero repassador de informações aos jornalistas, servindo apenas de intermediário entre o seu empregador e a imprensa”.

Assessoria de Imprensa é uma atividade recente, se comparada com o Jornalismo dito tradicional. Mas ela já encampa, segundo sondagens feitas principalmente junto aos sindicatos, mais da metade da nossa categoria. E tudo indica que o setor deve crescer cada vez mais.

Grande em tamanho, mas pequeno em força, este grupo provavelmente continuará sendo constituído por um profissional esquecido pela lei, numa espécie de terra de ninguém. Não precisa de formação acadêmica específica, não tem horário de trabalho definido ou piso salarial. Então, se você trabalha em redação, imagine o que a extinção da obrigatoriedade do diploma significou para quem está do outro lado do balcão do Jornalismo.
Karin Villatore é jornalista, diretora da Talk Assessoria de Comunicação e professora universitária.

16
ago

Matéria no Fantástico

Neste domingo, ao assistir ao Fantástico, deparei com uma questão. A reportagem sobre pirataria mostrava, além dos produtos piratas trazidos pelo Paraguai, a prática de algumas empresas que importam produtos de forma ilegal. Estas empresas apontadas pela matéria classificavam produtos, como um videogame, por exemplo, como outros itens existentes na tabela da Receita Federal para pagar menos impostos. Desta forma, o produto consegue ser vendido mais barato no Brasil.

Não sou a favor de nenhuma prática ilegal, mas tenho certeza de que esta ação não aconteceria se diminuíssem os impostos sobre os produtos. Fico revoltada quando viajo e vejo a diferença de preço, principalmente de produtos eletrônicos encontrados lá fora em comparação com o Brasil. Para um produto entrar aqui é preciso pagar imposto de importação – II, sobre produto industrializado – IPI, PIS, COFINS e ICMS (este sendo estadual). Desta forma, claro que o preço fica muito mais alto e a vantagem de trazer de fora é surpreendente.

Acredito até que ninguém iria se importar de pagar o preço cobrado aqui desde que conseguíssemos visualizar as benfeitorias realizadas pelos nossos representantes. Mas a verdade é que vemos pouco sendo realizado e muito sendo cobrado. Antes de criticar quem tenta trazer algo de fora sem pagar todas as taxas exigidas é preciso avaliar o motivo pelo qual isto vem ocorrendo.

Thalita Guimarães

20
jul

Lindsay Lohan vai para cadeia

Estou aprendendo a dirigir e, por isso, cada vez presto mais atenção no trânsito e no modo dos outros motoristas. Um parar em cima da faixa de pedestre é agora um desvio muito grave porque aprendi o quanto é errado. Se uma esquina tem uma placa de pare e o carro em que estou só diminui, se está livre segue em frente, sinto aquele desconforto de criança que aguarda uma repreensão. Não que antes isso não fosse errado, mas agora tem uma dimensão muito maior de responsabilidade. A partir do momento que eu sei que isso é perigoso eu tenho o dever de agir diferente. Isso tudo porque também sempre tive medo do trânsito e prefiro ser “caxias” a me envolver em qualquer tipo de acidente. Logo, eu estou como uma criança aprendendo o que é certo ou errado em um sistema, sendo educada. Li no jornal que hoje a atriz americana Lindsay Lohan vai para a cadeia. Ela violou a liberdade condicional em um processo de abuso de álcool e drogas que iniciou com uma prisão por dirigir embriagada. Alguns amigos meus dirigem embriagados depois da balada, às vezes. Sempre foi um erro aceitável. Talvez porque aqui ninguém vá preso por isso. Talvez porque quando eu era criança não vi nenhum exemplo de pessoa famosa, bacana, que eu gostava ser presa por isso. Talvez, por isso, eu ainda possa ver algum amigo ser protagonista de algo muito pior que a prisão como um acidente grave. Agora isso me parece inadmissível. Feliz da Lindsay Lohan que é jovem e tem uma nova oportunidade de aprender o correto.

Cristiane Tada