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31
mai

O Oscar do cinema brasileiro

 

Hoje à noite acontece a 10ª Edição do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, que é basicamente um Oscar nacional, com as categorias bem parecidas, inclusive. A premiação acontece no Rio de Janeiro e será transmitida em vários sites a partir das 20 horas.

Entre os filmes, dois ganham destaques pela bilheteria e pela quantidade de indicações: Tropa de Elite e Chico Xavier. Como fã de cinema que sou, não posso deixar de comentar a qualidade e a quantidade dos filmes brasileiros nos últimos anos.  Poderia citar vários, mas menciono, em uma sequência cronológica, três que superaram as minhas expectativas: Central do Brasil, Cidade de Deus e Tropa de Elite.

Confira abaixo a lista dos indicados deste ano ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro.

Melhor longa-metragem:

– “5x Favela – Agora por nós mesmos”
– “Chico Xavier”
– “As melhores coisas do mundo”
– “Olhos azuis”
– “Tropa de elite 2”
– “Viajo porque preciso, volto porque te amo”

Melhor documentário:

– “Dzi Croquettes”
– “O homem que engarrafava nuvens”
– “José e Pilar”
– “Noite em 67”
– “Rita Cadillac – A lady do povo”

Melhor direção:

– Daniel Filho – “Chico Xavier”
– José Joffily – “Olhos azuis”
– José Padilha – “Tropa de elite 2”
– Karin Ainouz e Marcelo Gomes – “Viajo porque preciso, volto porque te amo”
– Laís Bodanzky – “As melhores coisas do mundo”

Melhor atriz:

– Alice Braga – “Cabeça a prêmio”
– Christiane Torloni – “Chico Xavier”
– Ingrid Guimarães – “De pernas pro ar”
– Glória Pires – “Lula, o filho do Brasil”
– Marieta Severo – “Quincas Berro d’Água”

Melhor ator:

– Ângelo Antonio – “Chico Xavier”
– Chico Diaz – “O sol do meio-dia”
– Marco Nanini – “O bem amado”
–  Nelson Xavier – “Chico Xavier”
– Paulo José – “Quincas Berro D’Água”
– Wagner Moura – “Tropa de elite 2”

Melhor atriz coadjuvante:

– Cássia Kiss – “Chico Xavier”
– Denise Fraga – “As melhores coisas do mundo”
– Elke Maravilha – “A suprema felicidade”
– Leandra Leal – “Insolação”
– Roberta Rodrigues – “5x favela – Agora por nós mesmos”
– Tainá Muller – “Tropa de elite 2”

Melhor ator coadjuvante:

– André Mattos – “Tropa de elite 2”
– André Ramiro – “Tropa de elite 2”
– Caio Blat – “As melhores coisas do mundo”
– Cassio Gabus Mendes – “Chico Xavier”
– Hugo Carvana – “5x favela – Agora por nós mesmos”
– Irandhir Santos – “Tropa de elite 2”

Melhor roteiro original:

– Braulio Mantovani e José Padilha – “Tropa de elite 2”
– Bruno Mazzeo, João Avelino e Rosana Ferrão – “Muita calma nessa hora”
– José Antonio da Silva e outros – “5x favela – Agora por nós mesmos”
– Karim Ainouz e Marcelo Gomes – “Viajo porque preciso, volto porque te amo”
– Luiz Bolognesi – “As melhores coisas do mundo”
– Marcelo Saback e Paulo Cursino – “De pernas pro ar”
– Melanie Dimantas e Paulo Halm – “Olhos azuis”
 
Melhor roteiro adaptado:

– Adriana Falcão, Bernardo Guilherme e outros – “Eu e meu guarda-chuva”
– Claudio Paiva e Guel Arraes – “O bem amado”
– Esmir Filho e Ismael Caneppelle – “Os famosos e os duendes da morte”
– Marcos Bernstein – “Chico Xavier”
– Sérgio Machado – “Quincas Berro D’água”
 
Melhor curta-metragem de ficção:

– “Alguém tem que honrar esta derrota”
– “Avós”
– “Eu não quero voltar sozinho”
– “Ensaio de cinema”
– “Recife frio”

Melhor curta-metragem documentário:

– “Ave Maria ou mãe dos sertanejos”
– “Dois mundos”
– “Faço de mim o que quero”
– “Geral”
– “Urbe”

Melhor curta-metragem de animação:

– “Anjos do meio da praça”
– “Bonequinha do papai”
– “Eu queria ser um monstro”
– Menina da chuva”
– “Tempestade”

Melhor longa-metragem estrangeiro:

– “A fita branca” (Alemanha), de Michael Haneke
– “A origem” (EUA), de Christopher Nolan
– “O pequeno Nicolau” (França), de Laurent Tirard
– “A rede social” (EUA), de David Fincher
– “O segredo dos teus olhos” (Argentina / Espanha), de Juan José Campanella.

Fabíola Cottet

27
mai

Viva a tecnologia

Vivemos na era da tecnologia, este fato não é novidade. Mas acho a coisa mais fofa do mundo meu avô não entender como falo todo dia com minha irmã, que atualmente está morando nos Estados Unidos, e ainda a vejo. Aliás, muitas coisas curiosas estão acontecendo comigo por causa do poder da tecnologia e da globalização que algumas pessoas acabam falando comigo com o sorriso na orelha como quem diz: “Nossa, você é aquela menina que comprou o vestido de noiva pela internet?”. Inclusive a porteira do prédio que trabalho, que vinha falar comigo todo dia perguntando se chegou.

E quando chegou (maravilhoso, por sinal) o escritório todo se mobilizou para ir buscá-lo comigo e depois ver como era. Até porque fiquei histérica! Pensando nisso, realmente vivemos em uma época extraordinária. Temos acesso a todas as informações, a todos os produtos, a todas as pessoas, enfim. Não sei mais viver sem estas facilidades, sem comprar pela internet, sem ver minha irmã todo dia a quilômetros de distância. Viva os dias atuais!

Thalita Guimarães

17
mai

Uma imagem vale mais que mil palavras

Em uma semana em que o Jornal Nacional mostra uma série de reportagens especiais sobre a educação no Brasil um desenho apresentando pela minha nova companheira de trabalho Ana Jamur me fez refletir…. e muito! Claro que é preciso que existam mais políticas públicas eficientes para este setor, mas uma coisa é fato: a educação começa em casa e muito pais parecem ter esquecido a lição!

Thalita Guimarães

9
mai

Tragédia da Gol – depoimento emocionante de viúva de vítima

A sentença contra Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, os dois pilotos norte-americanos que causaram a tragédia da Gol em setembro de 2006, deve ser revelada entre esta semana e a semana que vem. O acidente causou 154 mortes e as famílias pedem sentença máxima e
cassação da licença de voar dos dois pilotos. Assista no link abaixo ao emocionante depoimento de Rosane Gutjahr, viúva de Rolf Gutjahr
e diretora da Associação de Familiares e Vítimas do Voo 1907.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=BbqrJYS1Fvo]
Se você quiser saber mais sobre a tragédia da Gol e apoiar a causa da Associação de Familiares e Vítimas do Voo 1907, acesse o site http://www.associacaovoo1907.com, o Facebook http://milhoes.de.vitimas ou o Twitter @190_milhoes.

2
mai

Desrespeito à imprensa

Aqui no Paraná a fama de louco do Requião já é normal. Por isso ainda fico abismada quando o “político” – que para mim de político não tem nada – ganha eleição para alguma coisa, como ocorreu agora quando disputou um cargo para o Senado. Ideologias políticas à parte, esta semana mais um ataque contra a imprensa foi cometido por este que foi eleito para nos representar.

O parlamentar, não gostando de uma pergunta feita pelo jornalista Victor Boyadjian sobre a aposentadoria que recebe desde que deixou o governo do Paraná, tirou o gravador das mãos do jornalista e ainda o ameaçou. “Já pensou em apanhar, rapaz?”, disse Requião, em frente a um grupo de repórteres, antes de ir embora com o aparelho. Victor Boyadjian seguiu o parlamentar pelos corredores do Senado, insistindo para que Roberto Requião lhe devolvesse o equipamento, sem sucesso. O político só devolveu o aparelho depois de apagar o conteúdo.

Mais tarde, Requião teve a coragem de afirmar que teria tomado o gravador numa atitude de censura ao repórter. Ele informou que é preciso acabar com o abuso, com o bullying público que todos sofrem pelo simples fato de ganhar uma eleição e assumir um mandato.

Tudo bem que bullying está na moda. Só se fala disso nos últimos tempos, mas ter a cara de pau de inventar uma justificativa para censurar uma resposta que todos têm o direito de ouvir foi demais para mim. Aliás, não só como jornalista, mas como cidadã livre de um país democrático, abomino qualquer tipo de censura. Não é a primeira vez que este parlamentar ataca um jornalista. Além disso, no fim do ano passamos nos deparamos com uma proposta do governo, batizada de Lei Geral da Comunicação Social que, para sermos francos, representaria uma censura a rádios e TVs muito duvidosa.

Temos que lembrar que a liberdade de imprensa é uma conquista da democracia brasileira e não podemos deixar ações como esta acontecerem. Que a população possa refletir melhor sobre o assunto e pensar nisso quando for escolher seus representantes nas próximas eleições.

Thalita Guimarães         

27
abr

Informação que abala

Que a informação é uma arma, todos sabemos. Que o conhecimento é muito importante, mais ainda. O que não se sabe é o que vamos encontrar em informações e histórias quando se trata de grandes tragédias.

Há quatro meses atendemos a Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 1907. É com garra e determinação que abraçamos essa causa, pois estamos lutando por justiça e para que os dois pilotos norte-americanos, Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, sejam punidos e suas licenças para pilotar sejam cassadas.

Nesta semana fiquei encarregada de levantar a história das vítimas do Voo 1907 (que totalizam 154), confesso que chorei por diversas vezes. Jornalista sempre tem aquela conversa que não devemos nos envolver com o tema, que temos que ser imparciais e tudo mais, mas isso é impossível quando se trata de uma coisa tão próxima e real.

É impossível reagir friamente com alguém dizendo que hoje consegue sentir saudade sem dor, mas que levou muito tempo pra isso. É difícil ser imparcial com histórias de quem perdeu o pai uma semana antes do acidente e o marido morreu na tragédia. Mais complicado ainda é não se emocionar ouvindo os planos que todas essas famílias tinham para o futuro. Sabe aqueles planos que você faz com a sua família? Pois é, os sonhos dessas pessoas foram interrompidos por um acidente sobre o qual eles não tiveram nenhuma responsabilidade. Sonhos de ter um pai presente, sonhos de casar, de dar a volta ao mundo de bicicleta, de aproveitar a vida… Volto a dizer, é impossível não abraçar a causa diante de informações como essas, que chocam e abalam.

Fabíola Cottet

 

25
abr

Notícias de Nova Iorque – Parte 5

Na quinta-feira o ítalo-americano Joseph Lepore não negou ter sangue latino nas veias. Pescoço vermelho, pés batendo o tempo todo, nervosismo aparente, foi um bombardeio de contradições em seu depoimento.  Uma boa parte do que a máquina-monstro Paladino falou foi desdito por Lepore. Na pequena sala, mudaram a disposição da mesa para eu não poder encarar o réu tão de frente. Por conta da matéria do The New York Times, vários jornalistas norte-americanos apareceram no segundo dia. A Assessora de Imprensa dos pilotos também apareceu.

Com L epore e o fracasso de seu depoimento o dia foi menos angustiante. Pareceu que as verdades foram um pouco reveladas.
No entra-e-sai dos intervalos da audiência, acabei virando amiga do filho da Dona Maria das Graças, segurança da entrada da Corte Federal. Ganhei até um número fixo para guardar meu celular. Era 57. E nas últimas vezes já não pediram mais para eu abrir a bolsa para conferir se o metal provinha do meu porta-cartões. No hotel sabiam o meu nome. E várias pessoas que passaram em frente à Corte e perguntaram o que estávamos manifestando por meio das faixas disseram “que a justiça seja feita para vocês; os pilotos merecem ser presos”. Enfim, em nenhum lugar todo mundo é ruim ou bom.

Aprendi muito com essa viagem. Eu, mais do que nunca, hoje me considero uma amiga de vítima. Agora esperamos a sentença. Deve ser definida no início de maio. Se puder, torça por nós. 

 Karin Villatore

20
abr

Notícias de Nova Iorque – Parte 4

Era uma sala pequena e Jan Paul Paladino, o co-piloto do Legacy que colidiu com o Boeing da Gol, estava depondo havia quase duas horas. Ao lado dele, o advogado brasileiro e o advogado norte-americano. Em frente, os dois jornalistas norte-americanos. A repórter da Globonews guardou para mim uma cadeira que dava de frente para Paladino. Passei o interrogatório todo o encarando. Afinal, eu estava ali representando os familiares e amigos das vítimas.

Paladino é o homem mais frio que já vi. Nos intervalos da audiência, ele me encarava de volta. Não pareceu sofrer em nenhum momento do depoimento. Tinha tudo decorado. Todas as mentiras, todas as desculpas. E em nenhum momento demonstrou culpa pelo acidente que ajudou a causar. Um monstro. Assustador.

Na saída do interrogatório, confrontamos pacificamente Paladino com faixas que diziam “Por que você está feliz?”, com uma foto dele e de Lepore sorrindo. Ele nem assim esboçou uma reação.

Confesso que me senti muito mal com a presença de Paladino. Tive vontade de chorar, não consegui comer naquele dia e nem dormir. Mas o que me impressionou muito foi a solidariedade da imprensa brasileira. Torciam silenciosos por um tropeço no discurso decorado de Paladino, não reclamavam das horas a fio sem comer, os que estavam lá fora esperando por uma imagem do piloto aguentaram firmes o frio abaixo de zero. Era como se houvesse uma corrente de apoio de todos os brasileiros presentes, um sentimento até citado no dia seguinte na matéria do The New York Times, quando o jornalista relata que parecia que o Brasil estava mobilizado por esta causa. Ali em Long Island, em frente à Corte Federal, estava mesmo.

Karin Villatore

18
abr

Notícias de Nova Iorque – Parte 3

O interrogatório aconteceu na Corte Federal de Long Island, que ficava a 45 minutos de carro do hotel. Chegamos, eu e o publicitário responsável pela vigília em frente à corte, às 9h30 da manhã. A audiência começaria às 11h, no horário local. Entrei do tribunal para ver em que sala o interrogatório iria acontecer. Inspeção digna do aeroporto, com direito a detector de metal, proibição de entrada de qualquer aparelho eletrônico (inclusive celular) e um ritual de tira-e-põe-casaco-e-bolsa que chegou a ser cômico depois da minha trigésima saída da corte naqueles dois dias de interrogatório.

De novo, um dos seguranças da entrada era parente de brasileiro. Desta vez, um senhor de uns 70 anos filho da Dona Maria das Graças, que aprendeu com a mãe a falar “cerveja” e “até logo”.
Na sala de entrada da audiência, um local chamado Escritório dos Advogados dos Estados Unidos, fui barrada. O recepcionista, que atendia detrás de um vidro à prova de balas e com péssima acústica devido à grossura do vidro, disse que eu só poderia entrar se fosse convidada pelo juiz ou pelo advogado dos réus. Desci e fui falar com os jornalistas brasileiros que começavam a chegar para fazer a cobertura da audiência. Subimos todos juntos e fomos novamente barrados. Lá descobrimos que dois jornalistas norte-americanos estavam acompanhando a audiência. A desculpa que nos deram era que não havia cadeira suficiente para nós.

Apelei: “Se vocês não nos deixarem entrar, a imprensa brasileira vai dizer que vocês só permitiram a entrada de jornalistas dos Estados Unidos e que proibiram a cobertura da imprensa brasileira. E o nome de vocês será citado nas matérias que serão publicadas no Brasil.” Meia hora depois, nossa entrada foi liberada.

Karin Villatore

14
abr

Notícias de Nova Iorque – Parte 2

Cheguei em Nova Iorque na segunda-feira de manhã. Neurose de sempre na chegada. Tive que deixar meu isqueiro na alfândega (proibido levar produto inflamável, disse a moça da segurança) e assistir a um grupo de paquistaneses ser deportado. A porta do aeroporto se abriu para um vento cortante e a descoberta de que a distância entre a cidade de Nova Iorque e Long Island era bem maior do que eu imaginava.

Quase duas horas depois, cheguei ao hotel. Fiz um rápido check-in e voltei a Nova Iorque para visitar redações. Antes, comprei um celular local.
No pomposo prédio do The New York Times tive a sorte de ser recepcionada por um porteiro casado com uma gaúcha. Tudo bom com você?, ele me perguntou. Conspiração do bem, conheço pessoas surpreendentemente amáveis, inclusive a única jornalista brasileira que trabalha naquele jornal, uma baiana/carioca com quem conversei por algum tempo.

Os jornalistas do The New York Times trabalham em baias e a redação, enorme, tem aquários para reuniões. De lá fui à TV Globo, que tem uma redação maior do que eu imaginava e uma diretora extremamente simpática. No final do dia, os US$ 100,00 de crédito que tinha colocado em meu celular pré-pago terminaram. Precisava economizar nas conversas com a equipe no Brasil. Dormi mal e estava ansiosa.

Na terça-feira comprei bastante crédito para o celular, passei o dia fazendo contatos por telefone e email. Confirmei mais algumas presenças de correspondentes brasileiros na cobertura do interrogatório. A Internet do hotel era péssima, o que aumentava a angústia. Dormi mal de novo. Na quarta-feira aconteceria o primeiro interrogatório.

Karin Villatore