Arquivos da categoria: Curitiba

13
fev

Esquadros

Pros que nunca apareceram por aqui nem pra um café, vale começar este post com a explicação de que a Talk fica no terceiro andar de um prédio comercial praticamente colado a um outro residencial. A pedidos gerais da nação, fumo na janela da nossa sala de reunião e me sinto como uma moradora de Copacabana, acompanhando com um certo voyeurismo o que rola na moradia dos vizinhos.

São crianças fofas mostrando brinquedos, domésticas se descobrando na limpeza, gente acordando tarde, idosos assistindo à TV. O mais célebre é o sujeito de meia-idade que, fumante como eu, insiste em dar suas bitucadas quando estou na janela. Sem camisa.

Mora com os pais velhinhos. Pelos horários das baforadas, não trabalha. Toma chimarrão. É gordolino e careca. Ganhou aqui da equipe um apelido que melhor não replicar no blog – vai que ele lê?

E, dias desses, peguei o elevador aqui da agência com o dito-cujo. Um silêncio sepulcral naqueles mínimos metros quadrados. Falar o quê? Será que daria para o senhor cobrir o corpitcho enquanto fuma? Isso lá é idade de morar com os pais? E trabalhar, nada? Desci no terceiro e ele continuou seu destino. Um sorrisinho amarelo do descamisado pareceu rolar no nosso reencontro seguinte pela janela.

Beijos,

Karin Villatore

31
jan

Super-heróis

Centro Joao Paulo II Dia das Criancas Sempre que sou convidada para falar com estudantes de Jornalismo lembro a moçada de que nossa profissão é composta por duas grandes áreas indissolúveis e igualmente importantes: Comunicação Social. Nesta segunda esfera, acredito ser a obrigação de um jornalista fazer algo de concreto e de bom pela sociedade.

Nestes seis anos de Talk sempre tivemos alguma entidade apoiada com trabalho voluntário de toda a nossa equipe. Em março do ano passado, a amiga Michelle Thomé nos trouxe de volta o convívio com o Professor Belmiro Valverde Jobim Castor, que preside o Centro de Educação João Paulo II (CEPJII). Desde então, a escola tem sido o nosso cliente do coração.

O Centro de Educação João Paulo II atende mais de 250 crianças e adolescentes carentes de Piraquara, com um padrão de ensino ao estilo de país escandinavo de tão bom, jornada escolar de mais de oito horas, esportes, artes e três refeições por dia para a criançada. Os alunos são selecionados pelo critério da renda familiar, ou seja, quanto menor a renda, maior a prioridade para a matrícula.

Se você ainda não conhece o colégio, vale a pena dar uma olhada no site www.joaopaulosegundo.org.br ou na fanpage www.facebook.com/centrojoaopaulosegundo

Temos, todas aqui da Talk, o maior orgulho em fazer parte deste projeto. E tenho, pessoalmente, a foto anexa como minha motivadora para dias em que algo não vai bem. Não sei se é porque tenho filho menino, mas me toca profundamente essa imagem da festa do Dia das Crianças no Centro, com esse trio feliz da vida com as fantasias e os doces doados por voluntários. Lindos super-heróis.

Beijos,

Karin Villatore

28
jan

E lá se vão 6 anos

evento Estamos aqui na contagem regressiva para o aniversário da Talk. São 6 anos de empresa e, para minha alegria (ou seria para nossa alegria?), irei fazer também 6 anos de Talk Comunicação.

São muitas histórias, trabalho, aprendizado, risadas, discussões que fazem parte da minha memória ao longo deste tempo que venho trabalhando aqui. Trabalhar com Assessoria de Imprensa não é fácil como muitos pensam. Exige cuidado, relacionamento e dedicação. E, com o meu aprendizado aqui na Talk, sei que venho amadurecendo e me dedicando cada vez mais a aprender coisas novas, aplicar novos meios de divulgação e buscar separar o pessoal do privado.

É muito gratificante completar 6 anos de Talk junto com a empresa. É muito bom crescer junto, batalhar junto e saber cada pequeno detalhe que faz a diferença na hora de ter que cobrir as férias da chefa!

Parabéns para nós!

Thalita Guimarães

24
jan

Entrevista incluída

entrevistaDias desses acompanhei uma entrevista de uma aluna de um grupo educacional que atendemos aqui na agência. Não era uma estudante qualquer. Era uma mulher cega e cadeirante que tinha acabado de se formar no curso de Marketing. Este grupo que atendemos tem um Serviço de Inclusão e Atendimento aos Alunos com Necessidades Educacionais Especiais. A pauta era o Serviço e a aluna era o personagem da matéria.

Ela chegou de táxi, sozinha, no horário combinado e no maior alto astral. Contou pra repórter que decidiu fazer o curso pra aprender técnicas pra melhorar os negócios. A concorrência anda forte. Vende cosméticos da Avon e da Natura. Aproveitou nessa hora pra mostrar um hidratante de mãos e outros produtinhos ótimos que tinha trazido de pronta entrega. Já fez umas vendas. Distribuiu cartões pra repórter, pra mim, pro fotógrafo, pra Thalita aqui da agência.

Contou que veio do interior e que mora numa instituição para cegos. Que foi legal fazer faculdade e que quer saber mais. E que ser deficiente não é fácil. Mas que acha engraçada essa onda do politicamente correto. Banheiros adaptados do tamanho de uma quitinete. Termos mil para não chamá-la de cega ou deficiente. Excessos em geral.

Encantou a plateia, pediu para pedirem um táxi e foi embora. Quando precisarem de Avon ou de Natura, lembrem-se de mim, que a concorrência anda forte. Talvez eu não precise de Avon ou de Natura, mas me lembro sempre dela.

Beijos,

Karin Villatore

7
jan

O bom de trabalhar com o que gosta

assessoria de imprensa_foto1Sou jornalista. Quando respondo isso já sei qual é a próxima pergunta: você trabalha na televisão? Não, não trabalho. É bom deixar claro que nem quando estudava queria trabalhar nesta área do jornalismo. No começo queria mesmo escrever sobre as injustiças do mundo, cobrir guerra, descaso e fazer com que minhas palavras ajudassem outras pessoas.

Depois, comecei a trabalhar com Assessoria de Imprensa (para alívio da minha mãe) e descobri o meu gosto e aptidão para a área. Como é bacana ter contato com todos os jornalistas, de todas as áreas, de todos os veículos. Como é bom poder ensinar como se comunicar, descobrir o que pode ser notícia, gerenciar crises de imagem etc., mas, apesar de amar o que escolhi fazer na vida, ainda sofro com a falta de informação das pessoas sobre o segmento.

Certa vez, li de um autor que hoje as fontes deixaram de ser pessoas que retinham ou detinham informações. Agora, elas passaram a ser instituições produtoras de conteúdos, garantindo espaço próprio nos veículos jornalísticos, gerando notícias, reportagens, entrevista e artigos.  E, em resumo, é isso. Eu ajudo aquele que quer comunicar a saber como comunicar.

É, sim, um trabalho estressante algumas vezes. Mas é muito gratificante acompanhar a evolução dos clientes e a forma como lidam com a mídia ao longo dos anos. Se no começo do ano estamos rodeados de positivismo, novas metas e pré-balanço anual, aqui fica o meu: que eu possa continua sendo feliz na profissão que escolhi.

Thalita Guimarães

8
nov

Salve Geral

Não sei se é impressão minha, mas esta onda de violência em São Paulo parece estar recebendo uma cobertura cheia de dedos da nossa imprensa. As notícias aparecem de um jeitão tão maquilado que até vale uma retrospectiva que ajude a tentar entender a história.

Em 2006, uma quebradeira acionada pelo salve geral do PCC (Primeiro Comando da Capital) deixou mais de 150 mortos (entre policiais, carcerários, presos e civis inocentes), mais de 80 ônibus incendiados, quase 20 agências de banco atacadas com tiros e bombas, rebeliões em 74 cadeias, demissão do secretário da Administração Penitenciária de SP.

O episódio virou lenda entre a bandidagem, ganhou filme do Sérgio Rezende e causou síndrome do pânico pós-traumática em um monte de paulistanos.  Em 2006, a imprensa brasileira e até internacional fez um bafafá danado no relato dos atentados e, já que não tinha informação oficial, cobria o que via.  Resultado: o governo de São Paulo ameaçou abrir processo contra vários veículos de comunicação por “práticas jornalísticas abusivas”. E neste ano foi apreendida no bairro de Paraisópolis, um desses lugares cantados nos raps do Racionais, uma carta com um novo salve geral dando a ordem de que dois PMs deveriam ser executados para cada integrante do PCC morto.

Como explicou o Estadão numa das poucas matérias mais elucidativas que encontrei sobre o assunto, “era uma das peças que faltavam para ajudar a compreender as causas da atual tensão vivida em São Paulo”.  Em 2006 os ataques aconteceram de uma vez só e agora são em doses homeopáticas. E, se não vem tudo de uma vez, difícil imaginar quando vai acabar. Mas, pelo que tenho conseguido acompanhar da estranha cobertura da imprensa, neste ano os ataques se centram mais na periferia. E os jornalistas, estão esperando contar toda essa história com detalhes e clareza quando? Salve geral, colegas.

Beijos,

Karin Villatore

8
out

Eu te amo, Chico

Dizem que as mulheres brasileiras são divididas em duas espécies: as que amam e as que não se importam com o Chico Buarque. Faço parte da segunda categoria. Minha mãe acha que o Chico não é bonito. Concordo com ela. Ele é lindo. Irresistível aquela timidez no palco, aquela voz meio desafinada, aqueles olhos verdes, aquele sorriso malandro.

Fui a apenas um show do meu ídolo. Gritei várias vezes, com todas as minhas forças, “Chico, eu te amo”. Eu e praticamente todas as mulheres da plateia. Inesquecível. Assim como não me esqueço de um dos melhores presentes que já ganhei, o pendrive com a discografia completa do Chico, que há tempos não sai do som do meu carro.

Mas vamos combinar que marcantes mesmo são as letras poéticas que ele cria. Até em trabalhos sob encomenda, como a trilha sonora do balé O Grande Circo Místico, ele arrasa. Descobri dias desses, vendo um livro que conta a história das letras do Chico, que em “Beatriz” a nota mais grave cai na palavra “chão” e a mais aguda em “céu”. Genial! E falando em canção com nome de mulher, meu sonho mesmo era ser a Luísa, a Carolina, a Bárbara ou qualquer uma dessas musas que ele criou cantando.

Não tenho ciúme do Chico. Admirava a Marieta mesmo na época em que eles eram casados. Só fico um pouco chateada quando descubro que alguma bacana também é fã dele. Xô, Luana Piovani! Xô, Camila Pitanga! O Chico é meu. E convenhamos que homem nenhum neste mundo deve ter ciúme do Chico. Pular muro com este monstro sagrado da sedução não é uma traição, é praticamente um dever de uma mulher. O que me faz lembrar de um episódio de uma mulher que chegou em casa e viu, grudada na parede em frente à cama, uma página de jornal com uma foto gigantesca do Chico. “O que é isso?”, perguntou ao marido. “Hoje vai rolar”, ele respondeu.

Beijos,

Karin Villatore

21
ago

Começou definitivamente a campanha eleitoral

Hoje começou o horário eleitoral gratuito, para a alegria e a tristeza de muitos. Para aqueles que não perdem um capítulo da novela, vão ter que esperar um pouco mais para assistir à saga de Avenida Brasil. Mas para os eleitores mais interessados, esse também será o momento de verificar os candidatos a vereadores e à prefeitura.

Não sei se é impressão minha, mas me parece que o discurso dos candidatos não mudou muito desde as últimas eleições até a campanha deste ano. Se verificarmos os candidatos à prefeitura, todos falam em melhorar as condições de mobilidade da cidade, com o incentivo ao uso de bicicleta, a implantação do metrô, deixar o transporte público mais eficiente para que as pessoas deixem de sair de carro e blá, blá, blá.

Ok, isso tudo é muito importante, mas e aí pessoal. como vocês pretendem realmente fazer isso? Não adianta somente fazer buraco nas ruas em toda parte da cidade (como está acontecendo agora; nunca vi tanta obra em Curitiba como nos últimos meses) e mostrar que a prefeitura está trabalhando a apenas dois meses das eleições.

As ações precisam ser efetivas e contínuas. Ficar fazendo joguinho político para conquistar voto comigo não funciona e acredito que, para muitos, também não. Realmente tenho a esperança de que as coisas vão começar a mudar no Brasil e que os eleitores não vão simplesmente votar naquele candidato que acharam o santinho no meio da rua no dia da eleição. Vamos torcer!

Falando em propaganda que continua com a mesma “lenga lenga”, essa matéria do Jornal Gazeta do Povo define exatamente isso:

http://www.gazetadopovo.com.br/blog/interrompemos/conteudo.phtml?tl=1&id=1288575&tit=Propaganda-eleitoral-e-a-mesma-ha-vinte-seculos

Luanda Fernandes

9
abr

190

Não são somente os curitibanos que estão percebendo o aumento da violência na cidade. Este fato já vem sendo noticiado nacionalmente há muito tempo. Em pouco mais de dez anos, a violência explodiu na capital paranaense. A pesquisa Mapa da Violência 2012, divulgada pelo Instituto Sangari, que realiza esse levantamento desde 1998, mostrou que, em dez anos, Curitiba saltou da vigésima para a sexta posição no ranking das capitais com maiores índices de homicídios. Em 2000, a sexta posição era ocupada pelo Rio de Janeiro, mas graças a ações eficazes de combate à violência na nova pesquisa o Rio desceu para o 23.° lugar, já Curitiba…

Sabe aquela expressão “só rezando mesmo”. Uso ela todos os dias porque muitas vezes a proteção da polícia deixou, e muito, a desejar para mim. Um exemplo disso foi uma ligação que tentei fazer para o 190 na sexta-feira, que era Santa. Moro ao lado de um hospital e lá pela 01h da madrugada um grupo para em frente a este estabelecimento, aumenta o som, sai do carro para dançar e, não satisfeitos, ficam buzinando, tentando de alguma forma acompanhar o ritmo da música. Eu não estava dormindo e até não estava me incomodando tanto, mas e a falta de respeito com os doentes no hospital? O segurança saiu e tentou mostrar que ali era uma área que merecia silêncio, mas de nada adiantou.

Foi neste momento que resolvi ligar para o 190 e pedir ajuda com a situação. Veja, eu não estava sendo assaltada, roubada ou precisando de socorro imediato. Ainda bem. Porque se estivesse precisando, poderia estar morta. Isso porque na primeira tentativa fiquei exatos 15 minutos esperando alguém me atender quando simplesmente a ligação caiu. Mas não desisti. Na segunda tentativa fiquei mais 10 minutos e, para minha surpresa, caiu de novo. Na terceira, depois de mais 15 minutos, desisti. O hospital que tomasse uma providência.

Confesso que fiquei frustrada. Claro que a polícia tem coisa muito mais importante para defender, mas e se este fosse o meu caso? Talvez também se tivesse feito algo sobre o desentendimento por causa de barulho no bairro Água Verde um jovem não estaria morto e um culpado solto por aí. Mas assim caminha a humanidade. Infelizmente.

Thalita Guimarães

9
jan

Cuidado na hora de abastecer seu carro

No final de semana o programa Fantástico exibiu uma reportagem investigativa bastante interessante a respeito da fraude em bombas de gasolina. A matéria demorou mais de dois meses para ser produzida e resultou em 18 minutos no programa com uma série de denúncias e descobertas em três capitais brasileiras, sendo elas São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.

Aqui em Curitiba o repórter Eduardo Faustini assumiu o comando, por dois meses, de um posto de gasolina em uma rua bastante movimentada, para tentar entrar nesse mercado e descobrir como os postos enganam o consumidor. E ele conseguiu. Primeiro o programa fez testes com a quantidade de litros nas capitais e chegou a ser roubado em até 2,4 litros a menos.

No comando do posto o jornalista descobriu o esquema da fraude, que está muito automatizado e rápido. Os donos instalam um circuito eletrônico acionado por controle remoto que diminui a litragem no tanque do consumidor na hora de abastecer. Quando algum fiscal chega, é só apertar o botão e a bomba volta a funcionar normalmente.

É uma situação revoltante. Como se não bastasse o preço absurdo dos combustíveis nos postos de gasolina e as fraudes com mistura (a matéria também mostrou estabelecimentos que comercializam gasolina com uma porcentagem de 64% de etanol, quando o máximo estabelecido pela lei é de 21%), o cliente ainda tem que cuidar para não ser lesado na quantidade de litros. O pior de tudo isso é que o consumidor final não tem muito o que fazer para fiscalizar, pois é só o dono do posto apertar um botão e, pronto, a bomba volta a funcionar normalmente.

O Inmetro disse ao Fantástico que já contratou especialistas para achar uma forma de combater o roubo. Nós, consumidores, esperamos que isso aconteça logo.

Para ver a reportagem na íntegra, acesse o link: http://tinyurl.com/87bwwdt

Fabíola Cottet