Arquivos da categoria: Comunicação

8
nov

Salve Geral

Não sei se é impressão minha, mas esta onda de violência em São Paulo parece estar recebendo uma cobertura cheia de dedos da nossa imprensa. As notícias aparecem de um jeitão tão maquilado que até vale uma retrospectiva que ajude a tentar entender a história.

Em 2006, uma quebradeira acionada pelo salve geral do PCC (Primeiro Comando da Capital) deixou mais de 150 mortos (entre policiais, carcerários, presos e civis inocentes), mais de 80 ônibus incendiados, quase 20 agências de banco atacadas com tiros e bombas, rebeliões em 74 cadeias, demissão do secretário da Administração Penitenciária de SP.

O episódio virou lenda entre a bandidagem, ganhou filme do Sérgio Rezende e causou síndrome do pânico pós-traumática em um monte de paulistanos.  Em 2006, a imprensa brasileira e até internacional fez um bafafá danado no relato dos atentados e, já que não tinha informação oficial, cobria o que via.  Resultado: o governo de São Paulo ameaçou abrir processo contra vários veículos de comunicação por “práticas jornalísticas abusivas”. E neste ano foi apreendida no bairro de Paraisópolis, um desses lugares cantados nos raps do Racionais, uma carta com um novo salve geral dando a ordem de que dois PMs deveriam ser executados para cada integrante do PCC morto.

Como explicou o Estadão numa das poucas matérias mais elucidativas que encontrei sobre o assunto, “era uma das peças que faltavam para ajudar a compreender as causas da atual tensão vivida em São Paulo”.  Em 2006 os ataques aconteceram de uma vez só e agora são em doses homeopáticas. E, se não vem tudo de uma vez, difícil imaginar quando vai acabar. Mas, pelo que tenho conseguido acompanhar da estranha cobertura da imprensa, neste ano os ataques se centram mais na periferia. E os jornalistas, estão esperando contar toda essa história com detalhes e clareza quando? Salve geral, colegas.

Beijos,

Karin Villatore

11
out

O Trabalho de um Assessor de Imprensa

Infelizmente, algumas pessoas simplesmente não conseguem entender o propósito ou o trabalho de uma Assessoria de Imprensa. Lendo sobre esta área de trabalho importante da comunicação, percebi que alguns autores defendem que a ascensão das Assessorias de Imprensa está relacionada com o fato de elas influenciarem a agenda dos meios de comunicação e a dependência, pelas redações, das informações fornecidas por essa rede de divulgação jornalística.

O próprio manual de Assessoria de Imprensa adotado pela Federação Nacional de Jornalistas profissionais mostra a importância desta profissão para atingir uma melhor comunicação com o público–alvo. Neste manual os profissionais de AI contribuem para o aperfeiçoamento da comunicação entre instituição e a opinião pública. E, bem resumidamente, é isso mesmo. Fora que atualmente temos que monitorar a imagem do cliente nas mídias sociais, dar um treinamento de como melhorar a comunicação entre empresa e comunidade, além de estar sempre alerta para tudo o que envolve o cliente.

A atividade de Assessoria de Imprensa é vista como a ponte entre as informações corporativas (sejam elas de empresas, entidades ou até mesmo pessoas) e a mídia. Devido uma crescente preocupação em se aproximar do público-alvo, esta atividade vem sido cada vez mais procurada para se atingir este fim. Não é um trabalho fácil como muitos pensam. Longe disso. Mas é maravilhoso ser a ponte de informações.

 Thalita Guimarães

8
out

Eu te amo, Chico

Dizem que as mulheres brasileiras são divididas em duas espécies: as que amam e as que não se importam com o Chico Buarque. Faço parte da segunda categoria. Minha mãe acha que o Chico não é bonito. Concordo com ela. Ele é lindo. Irresistível aquela timidez no palco, aquela voz meio desafinada, aqueles olhos verdes, aquele sorriso malandro.

Fui a apenas um show do meu ídolo. Gritei várias vezes, com todas as minhas forças, “Chico, eu te amo”. Eu e praticamente todas as mulheres da plateia. Inesquecível. Assim como não me esqueço de um dos melhores presentes que já ganhei, o pendrive com a discografia completa do Chico, que há tempos não sai do som do meu carro.

Mas vamos combinar que marcantes mesmo são as letras poéticas que ele cria. Até em trabalhos sob encomenda, como a trilha sonora do balé O Grande Circo Místico, ele arrasa. Descobri dias desses, vendo um livro que conta a história das letras do Chico, que em “Beatriz” a nota mais grave cai na palavra “chão” e a mais aguda em “céu”. Genial! E falando em canção com nome de mulher, meu sonho mesmo era ser a Luísa, a Carolina, a Bárbara ou qualquer uma dessas musas que ele criou cantando.

Não tenho ciúme do Chico. Admirava a Marieta mesmo na época em que eles eram casados. Só fico um pouco chateada quando descubro que alguma bacana também é fã dele. Xô, Luana Piovani! Xô, Camila Pitanga! O Chico é meu. E convenhamos que homem nenhum neste mundo deve ter ciúme do Chico. Pular muro com este monstro sagrado da sedução não é uma traição, é praticamente um dever de uma mulher. O que me faz lembrar de um episódio de uma mulher que chegou em casa e viu, grudada na parede em frente à cama, uma página de jornal com uma foto gigantesca do Chico. “O que é isso?”, perguntou ao marido. “Hoje vai rolar”, ele respondeu.

Beijos,

Karin Villatore

1
out

Comportamento nas redes sociais

As redes sociais invadiram nossos lares e estão cada vez mais presentes no dia a dia de muitos profissionais. O problema é que, às vezes, ferramentas como o Facebook são utilizadas de maneira errada e até mesmo imatura, principalmente para aqueles que estão iniciando no mercado de trabalho. Não precisa ser um especialista em recursos humanos para constatar isso. É comum encontrar um ou outro perfil na rede com comentários indevidos e fotos que poderiam ser evitadas.

Outra questão que também não é mais novidade é que, depois da entrevista, muitas empresas fazem uma pesquisa no perfil do Facebook do candidato à vaga para verificar quais as preferências dele. Pode-se saber de tudo, apenas com uma pequena análise nos grupos que a pessoa participa e no tipo de comentário que ela posta. Por isso, não adianta ser o do contra e dizer que o que está na rede é pessoal, porque há muito tempo deixou de ser.

Os erros mais comuns são aqueles tipos de comentários: “Passei a noite na balada, tomei todas e vou arranjar uma desculpa para não ir trabalhar”, ou aquelas fotos em que a pessoa se expõe demais. Infelizmente, esse tipo de atitude abre precedentes para o julgamento do comportamento que, às vezes, foi por descuido ou desconhecimento. Nesse caso, não existe outro conselho a não ser pensar antes de colocar alguma coisa. Mas aqueles que dizem que não se importam com que os outros acham ou pensam, realmente são muito incoerentes. Pois o Facebook é um canal aberto para que as pessoas vasculhem e procurem informações. Nada impede que aquela empresa que pretende te contratar olhe o perfil. Para isso é necessário ter um pouco de bom senso com aquilo que você coloca na rede.

Luanda Fernandes

27
ago

Mídias online

Neste fim de semana fiz mais um curso para aprender sobre as novidades de comunicar utilizando as plataformas existentes no mundo virtual. As chamadas mídias online são tantas e com tantas especificações que é preciso se atualizar o tempo todo. Bem ao estilo da frase: “o tempo muda o tempo todo, no mundo”.

E, por incrível que pareça, a cada novo curso eu me surpreendo com a quantidade de ferramentas existentes para este público, cada vez mais ávido por notícias de todos os tipos, das mais diversas formas. Aprender o que escrever, para quem e que tipo de linguagem é válida para cada ferramenta é, atualmente, o meu admirável mundo novo.

Hoje, depois de já ter experiência com algumas páginas do face, administrando contas no twitter, buscando formas de alavancar os blogs que escrevo, descobri que eu não sou apenas aquela que administra conteúdo para estas ferramentas. Sou também o público-alvo direto destas mídias. Vai ver que é por isso que gosto tanto de aprender mais sobre o tema.

Thalita Guimarães

10
jul

Viva a Thalita

São engraçadas as coisas que vivenciamos na nossa profissão. Em primeiro lugar, para aqueles que pensam que o trabalho de um assessor de imprensa é tranquilo, está muito enganado. Trabalhamos arduamente para estruturar os clientes, elaborar pautas de interesse público e ainda participamos de reuniões, eventos e coquetéis quase que semanalmente.

Mas certas ações compensam qualquer estresse. Tudo começou com a elaboração de uma sugestão de pauta. Depois veio a aprovação do cliente e, finalmente, enviei o material para a imprensa. Quando uma pauteira me ligou falando que iria fazer uma matéria sobre o assunto já fiquei feliz, sentimento que acredito que todos os assessores compartilham. Ao retornar para o veículo de comunicação dizendo que tinha dado tudo certo e que também tinha conseguido, além do meu cliente, outras fontes para compor o material, eis que escuto do outro lado da linha telefônica: “viva a Thalita, viva a Thalita”.

Confesso que fiquei surpresa e tive que rir. Claro que gostei do retorno. Aliás, gostei de toda a ação. No final do dia o saldo foi extremamente positivo: cliente feliz, jornalista feliz e assessora feliz!

Viva a Thalita!

Thalita Guimarães

25
mai

O melhor media training do mundo

Não é brincadeira o quanto a gente se empenha pra ensinar os porta-vozes sobre como se relacionar com os jornalistas. Faz manual com dicas práticas, dá curso de media training, sua no bigode pra formatar o Q&A e, mesmo assim, volta e meia aparece alguém perguntando se tem que olhar pra câmera ou pro repórter.

Quase uma década atrás comecei a atender uma empresa bem antigona e famosa da área de saúde que nunca tinha tido assessoria de imprensa. E mais, eles praticamente nunca tinham dado entrevista. Os representantes escolhidos pra enfrentar as feras da redação foram dois senhorzinhos respeitadíssimos na área médica. E a primeira pauta era pro caderno de economia, pra falar sobre o crescimento da empresa e coisa e tal.

Sim, fiz os dois velhinhos fofos treinarem e retreinarem os números que eles teriam que falar. Escrevi um texto-base pra editora do jornal, que escolheu pra entrevista uma das mais renomadas jornalistas de finanças daquele veículo. A entrevista foi feita pessoalmente, numa salinha minúscula da redação. Quando chegamos os meus queridos porta-vozes foram logo anunciando pra entrevistadora: Trouxemos uma “colinha” aqui com os números todos pra gente não se perder, sabe? A colinha era um papel pequeno, que eles consultavam a cada nova pergunta que ela fazia. Quanto vocês lucraram no ano passado? E a previsão pra este ano? E quanto investiram? E quantos funcionários? E quanto isso? E quanto aquilo? E o papel da cola ficando cada vez mais amassado de tanta consulta. Até que ela falou: Pra mim, tá bom. Querem falar mais alguma coisa?

Um deles disse, assim meio acanhado, que aquela coisa de números era ótima, que dinheiro é sempre bom. Mas que o que vale mesmo é salvar vidas. Saber que, por meio do trabalho que eles fazem, conseguem fazer com que uma criança sobreviva. Um complementava a fala do outro. Deram vários exemplos médicos. Um exemplo mais lindo que o outro. A jornalista ficou absolutamente encantada. Perguntou bem baixinho pra mim se eu já tinha dado aquele texto-base pra mais algum jornalista. E foi aquela espécie de release que ela publicou quase na íntegra, coisa que ela jamais fazia. E eles, já na rua fora da redação, com a mais sincera das humildades, perguntaram pra mim: E aí, você acha que falamos direitinho? Não disse, mas eu deveria ter dito: Vocês acabaram de me dar o melhor media training do mundo.

Karin Villatore

9
mar

Rebeldes com causa

Desde os tempos da faculdade sinto uma espécie de inveja branca daqueles que enfrentaram a Ditadura Militar no Brasil. Fiz minha monografia de graduação sobre este tema, cheguei a estudar 1,5 ano do curso de História buscando informações, li tudo que apareceu na frente sobre esta época, conheci algumas pessoas que fizeram parte dos movimentos contra o governo militar. Hoje entendo que, no fundo, queria saber o motivo de a minha geração ser, se comparada com a turma dos anos rebeldes, tão apagada, tão politicamente desinteressada. Queria encontrar a minha causa.

Pelo que acompanho, os ex-guerrilheiros que não continuam atuantes na política são hoje mais do que engajados em questões ambientais ou do terceiro setor. Parecem ser pessoas que não conseguem acordar sem uma meta bem definida, sem ter pelo que lutar. Acho digno. Mas, e a minha geração sem causa?

Passados quase 27 anos do final do regime militar, começo a ver um fio de luz no fim do túnel. Tarifa de ônibus aumenta em Porto Alegre ou em Vitória e estudantes fazem barricada nas ruas. Economistas fazem previsão de que 2012 vai ser o ano das greves no Brasil. Políticos perdem cargo porque são flagrados em variados tipos de cambalachos. Mobilizações de todos os tipos pipocam de tudo que é lado. Há quem critique e alegue que isso é um atraso de vida. Algumas ações até podem ser.

Mas não podemos esquecer de que estamos começando a expressar nosso reconhecimento à nossa jovem democracia de 27 anos, começando a perceber que temos um certo poder, que até podemos deixar apreensivo um governante na hora de ele tomar uma decisão que impacte diretamente na população. E aí, vai que a causa dessa minha geração é a da nova democracia de fato, sem governo de farda, mas com um sentido igualmente amplo de coletividade.  E vai que daqui a pouco eu vou pra rua num estilo europeu de protestar sem medo, com discurso bom e meu filho do lado compartilhando dessas minhas idéias. Vai que.

Beijos, Karin Villatore

5
mar

Minha visão sobre os cinco anos da Talk

Hoje, dia 05 de março, a Talk Assessoria de Comunicação completa cinco anos de atuação. Como estou aqui também há praticamente cinco anos (a serem completados em maio) resolvi escrever hoje sobre a minha visão sobre esta data tão representativa para nós todos que trabalhamos aqui. Bom, a Talk pode ser novinha no mercado, mas a Diretora, Karin Villatore, já possui mais de 21 anos de experiência e consegue passar todo o conhecimento adquirido para quem trabalha aqui. Sim, como chefe ela é exigente e cobra por resultados de uma maneira que só alguém que possui experiência de mercado consegue fazer, e também busca a união da equipe.

Por isso, todo mundo aqui é muito focado e fica feliz quando emplacamos um cliente e/ou um assunto interessante, mesmo que não seja uma conta atendida diretamente por aquele que conseguiu emplacar o assunto.

Aliás, união é o que mais temos aqui. Como trabalho aqui desde o início praticamente, já vi idas e vindas e fiz não só colegas, mas amigos que fazem parte da minha vida até hoje como Eduardo Correa, Cristiane Tada, Fabíola Cottet, Luanda Fernandes, Ana Jamur, entre outros, que acabaram virando muito mais do que colegas de profissão. É disto que nossa profissão é feita, comunicação. Por isso investimos muito em relacionamento. Seja ele com amigos, colegas de profissão e trabalho, clientes e imprensa de um modo geral.

O resultado é tão positivo que me alegro muito quando ligo para um jornalista para vender uma pauta e ele fala comigo como se fôssemos amigos há anos (o que de fato acaba acontecendo, já que temos contato com eles quase que diariamente) ou então um cliente que resolve retomar um trabalho e já escreve com você copiada como quem afirma que aprovou os trabalhos realizados anteriormente.

A experiência que conquistei aqui na Talk Assessoria de Comunicação ajudou a formar minha personalidade: forte, mas mais humana e mediadora de conflitos. Tenho certeza que cada um que passou por aqui aprendeu algo e passou algo também. Parabéns para todos nós que, juntos, estamos construindo um caminho de sucesso na área da comunicação.

Thalita Guimarães

24
fev

Comunicação Intercultural

Palavras como símbolos se transformam em barreiras quando seus significados não são compartilhados. Mesmo emissores de uma mesma língua não compartilham exatamente o mesmo significado para cada palavra. – Jandt

Quem fez Comunicação Social já deve ter visto na faculdade que nosso berço, nossa cultura e nossos valores determinam em parte as escolhas de palavras, os objetivos que temos pra comunicar, os canais que usamos pra uma certa espécie de mensagem. Por isso uma comunicação entre duas pessoas ou entre grupos de pessoas com repertórios diferentes não consegue ter um total sucesso. A frase ou a palavra transmitida pode até ser entendida, mas o sentido real da mensagem vai chegar com algum ruído. Beleza até aí. Agora encaixe este contexto nas novas facetas de comunicação que se criam por meio das ferramentas tecnológicas.

Como será, por exemplo, que o texto do meu parágrafo acima ficaria num torpedo de celular ou no Twitter? Gente # comunik # Tenho só 40 anos e 21 de profissão e já uso o jargão do “no meu tempo as coisas eram diferentes”. Pois então. No meu tempo acho que dava pra dizer que comunicação intercultural acontecia entre pessoas com repertórios diferentes mesmo, de culturas realmente distintas. Hoje, que comunicação não é intercultural? Bom se fosse só não entender o que meu filho quer dizer quando pede pra comprar uma peita (camiseta, pra quem também não sabia). Duro é entender os recados quase telegrafados que recebo, abreviações que tenho quase que decodificar num curso de espião da CIA, fora as figurinhas fofas e animadas que de vez em quando aparecem no final das mensagens.

Talvez, pelo menos por enquanto, eu vá continuar com a tese da Comunicação Intercultural para o “entre culturas”. Bem ao estilo do pedido irresistível feito pelo Tiago, meu afilhado que mora em Paris, com seu puxadíssimo sotaque francês, no dia do aniversário de seis anos dele comemorado aqui em Curitiba. O Tiago sentava em cima das bexigas da festa mas não conseguia estourá-las pela falta de peso que ainda tinha. Daí falou: Dinda, vamos explodir os balons?

Beijos, Karin Villatore