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fev

Comunicação Intercultural

Palavras como símbolos se transformam em barreiras quando seus significados não são compartilhados. Mesmo emissores de uma mesma língua não compartilham exatamente o mesmo significado para cada palavra. – Jandt

Quem fez Comunicação Social já deve ter visto na faculdade que nosso berço, nossa cultura e nossos valores determinam em parte as escolhas de palavras, os objetivos que temos pra comunicar, os canais que usamos pra uma certa espécie de mensagem. Por isso uma comunicação entre duas pessoas ou entre grupos de pessoas com repertórios diferentes não consegue ter um total sucesso. A frase ou a palavra transmitida pode até ser entendida, mas o sentido real da mensagem vai chegar com algum ruído. Beleza até aí. Agora encaixe este contexto nas novas facetas de comunicação que se criam por meio das ferramentas tecnológicas.

Como será, por exemplo, que o texto do meu parágrafo acima ficaria num torpedo de celular ou no Twitter? Gente # comunik # Tenho só 40 anos e 21 de profissão e já uso o jargão do “no meu tempo as coisas eram diferentes”. Pois então. No meu tempo acho que dava pra dizer que comunicação intercultural acontecia entre pessoas com repertórios diferentes mesmo, de culturas realmente distintas. Hoje, que comunicação não é intercultural? Bom se fosse só não entender o que meu filho quer dizer quando pede pra comprar uma peita (camiseta, pra quem também não sabia). Duro é entender os recados quase telegrafados que recebo, abreviações que tenho quase que decodificar num curso de espião da CIA, fora as figurinhas fofas e animadas que de vez em quando aparecem no final das mensagens.

Talvez, pelo menos por enquanto, eu vá continuar com a tese da Comunicação Intercultural para o “entre culturas”. Bem ao estilo do pedido irresistível feito pelo Tiago, meu afilhado que mora em Paris, com seu puxadíssimo sotaque francês, no dia do aniversário de seis anos dele comemorado aqui em Curitiba. O Tiago sentava em cima das bexigas da festa mas não conseguia estourá-las pela falta de peso que ainda tinha. Daí falou: Dinda, vamos explodir os balons?

Beijos, Karin Villatore

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Uma ideia sobre “Comunicação Intercultural

  1. Perla

    Cumadi,

    Que delicia compartilhar esta reflexão intercultural! Li o texto em voz alta para toda a familia reunida de sobremesa, depois do jantar. Teu afilhado com os olhos malandros, levantava os ombros e dizia ” eu disse isso?”
    Ai que saudades que dà:)
    Bisous para toda a equipe

    Perla

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