Arquivos da categoria: Assessoria de Imprensa

18
set

A incompreensão sobre as Assessorias de Imprensa

Infelizmente, de um modo geral, ainda é difícil encontrar pessoas cientes da arte da profissão de Assessoria de Imprensa (AI). Resumindo, esta área do trabalho jornalístico é vista como a ponte entre as informações corporativas (sejam elas de empresas, entidades ou até mesmo pessoas) e a mídia. Devido a uma crescente preocupação em se aproximar do público-alvo, esta atividade vem sendo cada vez mais procurada para se atingir este fim.

E se engana quem pensa que esta atividade é fácil de ser praticada. Muito pelo contrário. É preciso organização, bons relacionamentos e, principalmente, muito profissionalismo. Além disso, é relevante citar que a ocupação profissional destas empresas por jornalistas, que entendem a realidade de uma redação jornalística, torna mais fácil e proveitoso o diálogo destes profissionais com os repórteres de redação.

Portanto, mais do que nunca, a Assessoria de Imprensa é a área nobre do sistema de comunicação externo das corporações e está cada vez mais consolidada como conceito, atividade e suporte estratégico das empresas.  Hoje, um assessor de imprensa não só ajuda a construir a imagem das corporações, mas também a consolidá-la, atuando como gerente de todo um processo, desde a divulgação das ações e informações, até o gerenciamento de possíveis crises. Diante da importância deste trabalho, a existência da incompreensão sobre os trabalhos das AIs ou, até mesmo, da desvalorização desta área da comunicação institucional me assusta.

Pois como já diz Jorge Duarte, jornalista, relações-públicas e doutor em Comunicação, as Assessorias de Imprensa transformaram-se em um setor profissional, dinâmico e fundamental, um porto seguro para as redações, com alta capacidade de atender a demandas e de fornecer informações adaptadas aos interesses dos veículos de comunicação e das próprias organizações.

Para  acabar com qualquer dúvida sobre a eficácia do trabalho dos assessores de imprensa, só me resta parafrasear novamente Jorge Duarte “Ao atuarem como intermediários qualificados, aproximando fontes e imprensa, estimulando a circulação de informação verdadeira e recusando tarefas de manipulação, persuasão, e controle, os assessores tornam-se efetivo ponto de apoio de repórteres e editores, ajudando a implantar uma cultura de transparência nas relações entre organização e sociedade”.

 Thalita Guimarães

10
jul

Viva a Thalita

São engraçadas as coisas que vivenciamos na nossa profissão. Em primeiro lugar, para aqueles que pensam que o trabalho de um assessor de imprensa é tranquilo, está muito enganado. Trabalhamos arduamente para estruturar os clientes, elaborar pautas de interesse público e ainda participamos de reuniões, eventos e coquetéis quase que semanalmente.

Mas certas ações compensam qualquer estresse. Tudo começou com a elaboração de uma sugestão de pauta. Depois veio a aprovação do cliente e, finalmente, enviei o material para a imprensa. Quando uma pauteira me ligou falando que iria fazer uma matéria sobre o assunto já fiquei feliz, sentimento que acredito que todos os assessores compartilham. Ao retornar para o veículo de comunicação dizendo que tinha dado tudo certo e que também tinha conseguido, além do meu cliente, outras fontes para compor o material, eis que escuto do outro lado da linha telefônica: “viva a Thalita, viva a Thalita”.

Confesso que fiquei surpresa e tive que rir. Claro que gostei do retorno. Aliás, gostei de toda a ação. No final do dia o saldo foi extremamente positivo: cliente feliz, jornalista feliz e assessora feliz!

Viva a Thalita!

Thalita Guimarães

25
mai

O melhor media training do mundo

Não é brincadeira o quanto a gente se empenha pra ensinar os porta-vozes sobre como se relacionar com os jornalistas. Faz manual com dicas práticas, dá curso de media training, sua no bigode pra formatar o Q&A e, mesmo assim, volta e meia aparece alguém perguntando se tem que olhar pra câmera ou pro repórter.

Quase uma década atrás comecei a atender uma empresa bem antigona e famosa da área de saúde que nunca tinha tido assessoria de imprensa. E mais, eles praticamente nunca tinham dado entrevista. Os representantes escolhidos pra enfrentar as feras da redação foram dois senhorzinhos respeitadíssimos na área médica. E a primeira pauta era pro caderno de economia, pra falar sobre o crescimento da empresa e coisa e tal.

Sim, fiz os dois velhinhos fofos treinarem e retreinarem os números que eles teriam que falar. Escrevi um texto-base pra editora do jornal, que escolheu pra entrevista uma das mais renomadas jornalistas de finanças daquele veículo. A entrevista foi feita pessoalmente, numa salinha minúscula da redação. Quando chegamos os meus queridos porta-vozes foram logo anunciando pra entrevistadora: Trouxemos uma “colinha” aqui com os números todos pra gente não se perder, sabe? A colinha era um papel pequeno, que eles consultavam a cada nova pergunta que ela fazia. Quanto vocês lucraram no ano passado? E a previsão pra este ano? E quanto investiram? E quantos funcionários? E quanto isso? E quanto aquilo? E o papel da cola ficando cada vez mais amassado de tanta consulta. Até que ela falou: Pra mim, tá bom. Querem falar mais alguma coisa?

Um deles disse, assim meio acanhado, que aquela coisa de números era ótima, que dinheiro é sempre bom. Mas que o que vale mesmo é salvar vidas. Saber que, por meio do trabalho que eles fazem, conseguem fazer com que uma criança sobreviva. Um complementava a fala do outro. Deram vários exemplos médicos. Um exemplo mais lindo que o outro. A jornalista ficou absolutamente encantada. Perguntou bem baixinho pra mim se eu já tinha dado aquele texto-base pra mais algum jornalista. E foi aquela espécie de release que ela publicou quase na íntegra, coisa que ela jamais fazia. E eles, já na rua fora da redação, com a mais sincera das humildades, perguntaram pra mim: E aí, você acha que falamos direitinho? Não disse, mas eu deveria ter dito: Vocês acabaram de me dar o melhor media training do mundo.

Karin Villatore

5
mar

Minha visão sobre os cinco anos da Talk

Hoje, dia 05 de março, a Talk Assessoria de Comunicação completa cinco anos de atuação. Como estou aqui também há praticamente cinco anos (a serem completados em maio) resolvi escrever hoje sobre a minha visão sobre esta data tão representativa para nós todos que trabalhamos aqui. Bom, a Talk pode ser novinha no mercado, mas a Diretora, Karin Villatore, já possui mais de 21 anos de experiência e consegue passar todo o conhecimento adquirido para quem trabalha aqui. Sim, como chefe ela é exigente e cobra por resultados de uma maneira que só alguém que possui experiência de mercado consegue fazer, e também busca a união da equipe.

Por isso, todo mundo aqui é muito focado e fica feliz quando emplacamos um cliente e/ou um assunto interessante, mesmo que não seja uma conta atendida diretamente por aquele que conseguiu emplacar o assunto.

Aliás, união é o que mais temos aqui. Como trabalho aqui desde o início praticamente, já vi idas e vindas e fiz não só colegas, mas amigos que fazem parte da minha vida até hoje como Eduardo Correa, Cristiane Tada, Fabíola Cottet, Luanda Fernandes, Ana Jamur, entre outros, que acabaram virando muito mais do que colegas de profissão. É disto que nossa profissão é feita, comunicação. Por isso investimos muito em relacionamento. Seja ele com amigos, colegas de profissão e trabalho, clientes e imprensa de um modo geral.

O resultado é tão positivo que me alegro muito quando ligo para um jornalista para vender uma pauta e ele fala comigo como se fôssemos amigos há anos (o que de fato acaba acontecendo, já que temos contato com eles quase que diariamente) ou então um cliente que resolve retomar um trabalho e já escreve com você copiada como quem afirma que aprovou os trabalhos realizados anteriormente.

A experiência que conquistei aqui na Talk Assessoria de Comunicação ajudou a formar minha personalidade: forte, mas mais humana e mediadora de conflitos. Tenho certeza que cada um que passou por aqui aprendeu algo e passou algo também. Parabéns para todos nós que, juntos, estamos construindo um caminho de sucesso na área da comunicação.

Thalita Guimarães

17
jan

Assessoria de Imprensa

Infelizmente, a importância dos assessores de imprensa sobre o fator notícia ainda é pouco reconhecida. Principalmente entre os colegas de profissão que insistem erroneanente em considerar nosso trabalho não bem-vindo. Isso aqui no Brasil pelo menos, porque em muitos países a ajuda de um Assessor de Imprensa não é menosprezada. Para se ter uma ideia do fortalecimento da posição dos Assessores de Imprensa, vejamos alguns números: o jornalista Silas Bent disse que pelo menos 147 das 255 matérias publicadas pelo jornal The New York Times no dia 29 de dezembro de 1926 (sim, lá nossa profissão já era respeitada desde aquela época) foram por eles originadas. Além disso, John Jessup, editor das revistas Fortune e Life, lembra que no início da década de 1930 ficou impressionado quando soube que 60% das matérias do The New York Times eram inspiradas pelos Assessores de Imprensa.

É preciso entender que não somos os inimigos. Muito pelo contrário, nosso trabalho ajuda os profissionais que trabalham dentro das redações a gerar notícia, pois muitas vezes, devido à rotina acelerada, não conseguem estar atentos a todas as possíveis notícias que podem divulgar. Mais do que isso, os profissionais de Assessoria de Imprensa contribuem para que as fontes deixem de ser pessoas que detinham ou retinham informações e passem a ser instituições produtoras ostensivas dos conteúdos da atualidade com fatos, falas, saberes, produtos e serviços com atributos de notícia.

Finalizo com uma pergunta feita a Ivy Lee, profissional de relações públicas norte-americano. Um repórter perguntou a ele: “Por que esse cavalheiro que fornece tão boas histórias é geralmente antipatizado pelos jornalistas que ele ajuda?”. Ainda me faço o mesmo questionamento.

Thalita Guimarães

21
out

Ainda não é o fim do jornal impresso

Apesar de muitos optarem pela internet no momento de buscar informações sobre as notícias diárias, os jornais continuam a ser o principal canal de comunicação. Foi o que apontou uma pesquisa da Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias. O estudo mostrou que o veículo impresso alcança 20% mais pessoas que a internet em todo o mundo.

É fato que os jornais diários registraram quedas de circulação nos últimos anos, como comprovou a pesquisa – desde 2009 os impressos perderam cerca de 2% do mercado. Porém, mesmo com esse índice, os jornais são lidos por 2,3 bilhões de pessoas, sendo que a internet alcançou a marca de 1,9 bilhão de leitores.

A pesquisa foi realizada em 69 países, que correspondem a 90% do mercado mundial de jornais. O estudo apontou que os padrões de consumo de mídia variam muito no mundo. Os dados mostraram ainda que, enquanto a circulação de impressos aumentou na Ásia (7%) e na América Latina (2%), os índices diminuíram na Europa (2,5%) e nos Estados Unidos (11%). A principal queda foi registrada em diários gratuitos, que passaram de 34 milhões, em 2008, para 24 milhões, em 2010.

A Islândia é o país onde os jornais têm maior alcance, de acordo com o estudo, chegando a 96% da população. Em seguida aparecem o Japão, com 92%; Noruega, Suécia e Suiça, com 82%; Finlândia e Hong Kong, com 80%. Em uma média global, os jornais atraem 8% do tempo dedicado pelas pessoas ao meios de comunicação em geral mas, mesmo assim, comportam 20% de toda a receita obtida pelas mídias de informação.

Isso reflete o comportamento do leitor que continua fiel à mídia imprensa. Acho que ainda podemos ter esperança para o futuro dos jornais, diferentemente da expectativa de muitos, que dizem que o veículo irá acabar com o advento das novas tecnologias.

Luanda Fernandes

20
jun

A ascensão da comunicação

Cada vez mais vejo um número significativo de pessoas entendendo o que é o trabalho de um comunicador. Empresas e empreendedores antenados já perceberam que, para crescer, é preciso investir nesta área, seja ela voltada para o público interno, externo ou ambos. Ainda bem, porque muitas vezes era difícil fazer entender o trabalho de um assessor de imprensa.

O cenário positivo foi confirmado pelo relatório 2011 da International Communications Consultancy Organization (ICCO), órgão que reúne mais de 1400 agências em 28 países associados, que imprimiu um tom otimista sobre a situação do mercado de empresas de comunicação em todo o mundo. Após três anos de crise e crescimento moderado, segundo o documento, 2011 já mostrou resultados positivos no primeiro trimestre. Os países do BRIC (excetuando a China, que não participa do relatório), mais uma vez experimentam uma expansão em ritmo acelerado tanto em termos de serviços oferecidos quanto em gastos dos clientes em marketing.

Os resultados do Brasil, que faz parte do grupo com a Rússia e Índia, incluem um crescimento de 23% na área de consultoria de negócios, derivada do aumento da demanda por serviços de mídia sociais, comunicação interna e programas de gestão de crises. Bom para todos, uma vez que sem comunicação a empresa não prospera e sem investimentos no setor, nós, comunicadores, não temos como trabalhar.

Na tabela do relatório que indica locais com melhores perspectivas de crescimento, o Brasil se destaca nos seguintes setores: análises e pesquisa, gestão de crise, mídias sociais, comunicação interna, media training e relações públicas. Fico feliz em ver meu setor estar cada vez mais destacado, mas ainda falta um caminho longo para percorrer. Os empresários precisam ainda entender que esta área é primordial para o bom andamento dos negócios. Felizmente, de acordo com este estudo, já estamos melhorando esta questão.

Thalita Guimarães

 

13
mai

Onde e como falar

Hoje resolvi abrir um espaço no nosso blog para publicar um artigo inédito do meu amigo
Francisco Viana, comunicador com quem me orgulho de ter trabalhado e com quem
muito aprendi. Espero que gostem como eu!

Karin Villatore

Onde e como falar

Comunicação é processo e resultado. Acontece, e é muito comum, que o processo errado se desdobre em resultados ruins. Nas situações de crise, por exemplo, é muito comum executivos discutirem temas delicados em restaurantes cheios de gente e, em geral, citando os nomes das empresas, pessoas e detalhes dos casos em foco. Tudo isso é muito ruim. Péssimo, mesmo.

Por quê? As conversas podem ser ouvidas e divulgadas. Chegarem à mídia que, por sua vez, vai apurar e tornar público fatos que as empresas, por razões diversas, gostariam de manter em sigilo. O que se deve fazer? Citar nome de empresas e pessoas, jamais. É de bom tom falar em código. Ou, simplesmente, se omitir os nomes. Partir do princípio de que ninguém é invisível e que todos podem ouvir e retransmitir as conversas.

A mesma precaução deve ser tomada na escolha do restaurante. Nunca lugares públicos, muito frequentados. Sempre lugares discretos, de pouca frequência. Conversa-se melhor, fala-se melhor. Em Brasília, é muito comum os repórteres frequentarem restaurantes de políticos e empresários com o único objeto de capturar informações que transpiram de conversas indiscretas. Em situações de crise, todo cuidado é pouco.

Aliás, esse é um rito que deve ser observado em todas as situações sociais. Quem vive situações delicadas, deve cultivar o sigilo. É muito comum se falar de problemas das companhias com amigos, familiares, namorados. Falar de assuntos sigilosos em festas, reuniões, eventos. Nada disso é correto. Deve-se, inclusive, orientar funcionários para não falar de temas sensíveis fora dos locais e dos momentos apropriados. Faz parte do jogo. É tema de treinamento constante.

Em cidades menores, a indiscrição é uma constante. Precisa ser combatida. Estimula boatos, faz circular informações inconsistentes, golpeia a verdade ou o controle da informação que deve ser o primeiro cuidado de uma empresa em crise. Se o controle é perdido, crises que podem ser controladas se tornam públicas e provocam reações em cadeia. A inexatidão fermenta, problemas menores são amplificados.

O comunicador não deve hesitar, e exigir, que executivos e colaboradores ajam com discrição. E cultivem o sigilo. Faz parte dos códigos não escritos de pertencimento de uma empresa. E, mais do que isso, expressa o comprometimento de cada um e de uma equipe na solução dos problemas. Afinal, é o que interessa: solução. É uma palavra chave nas crises.

Como a paleta de um pintor que não comporta mais do que duas cores, por exemplo, o vermelho e o verde, um e outro devendo cobrir uma superfície para representar uma cena histórica ou uma paisagem. O vermelho é a cor da advertência para não se fazer circular inadvertidamente o que não deve ser dito. O verde é a imprudência. E a cena histórica ou a paisagem corresponde aos processos vividos e que precisam gerar resultados.

Pensar assim é pensar no que dizer e onde dizer. Lugares públicos não devem ser cenário de indiscrições ou conversas imprudentes. São cuidados que não se deve esquecer. São cuidados que precisam passar da teoria à prática permanente.

Francisco Viana, jornalista, comunicador e mestre em filosofia política ( PUC-SP)

28
abr

Um até breve

Depois de dois anos e um mês minha jornada na Talk chega ao fim. Estou feliz. Vou começar tudo de novo, e continuar a minha caminhada cigana. Sem falsa modéstia tenho certeza que aqui aprendi com as melhores o ofício da assessoria de imprensa.  Quando entrei na Talk queria ganhar experiência profissional, adquirir traquejo, essa pegada de agência: vários jobs e clientes ao mesmo tempo, dar o meu máximo. Dever cumprido! Deixo clientes queridos (cuide bem deles, Ana! rs), orgulho dos sucessos  compartilhados , prêmios (somos prata e bronze no Sangue Bom 2010), boas divulgações e ótimas lembranças. Agradeço a Karin pela oportunidade, a Thalita pela paciência, a Fabíola pela parceria nos almoços bem humorados e a todos os colegas da imprensa pelas boas matérias.  Vou sentir saudade! Durante esses anos trabalhei com profissionais excelentes que ganharam minha admiração, parceiros e clientes empreendedores, com visão de comunicação que me fizeram acreditar ainda mais no meu trabalho. Com os clientes ainda aprendi muito, cada um me fazendo conhecer assuntos diferentes, derrubando meus preconceitos. Hoje sei muito mais e meu horizonte expandiu infinitamente. Obrigada a todos! Mas este não é um adeus e, sim, um até breve. Afinal, o Rio de Janeiro é logo ali.

Cristiane Tada

27
abr

Informação que abala

Que a informação é uma arma, todos sabemos. Que o conhecimento é muito importante, mais ainda. O que não se sabe é o que vamos encontrar em informações e histórias quando se trata de grandes tragédias.

Há quatro meses atendemos a Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 1907. É com garra e determinação que abraçamos essa causa, pois estamos lutando por justiça e para que os dois pilotos norte-americanos, Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, sejam punidos e suas licenças para pilotar sejam cassadas.

Nesta semana fiquei encarregada de levantar a história das vítimas do Voo 1907 (que totalizam 154), confesso que chorei por diversas vezes. Jornalista sempre tem aquela conversa que não devemos nos envolver com o tema, que temos que ser imparciais e tudo mais, mas isso é impossível quando se trata de uma coisa tão próxima e real.

É impossível reagir friamente com alguém dizendo que hoje consegue sentir saudade sem dor, mas que levou muito tempo pra isso. É difícil ser imparcial com histórias de quem perdeu o pai uma semana antes do acidente e o marido morreu na tragédia. Mais complicado ainda é não se emocionar ouvindo os planos que todas essas famílias tinham para o futuro. Sabe aqueles planos que você faz com a sua família? Pois é, os sonhos dessas pessoas foram interrompidos por um acidente sobre o qual eles não tiveram nenhuma responsabilidade. Sonhos de ter um pai presente, sonhos de casar, de dar a volta ao mundo de bicicleta, de aproveitar a vida… Volto a dizer, é impossível não abraçar a causa diante de informações como essas, que chocam e abalam.

Fabíola Cottet