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11
ago

O que rolou no 6.º Congresso Paranaense dos Jornalistas

Neste final de semana fui a Foz participar do 6.º Congresso Paranaense dos Jornalistas e, já de cara, confesso: fui porque era, junto com minha amiga Sulamita Mendes, palestrante em uma oficina de Assessoria de Imprensa e Gerenciamento de Crise.
 
Nada contra movimentos sindicais. Muito pelo contrário. Acho todas as lutas de classe válidas e importantíssimas. Mas, desde que deixei as redações e comecei a atuar como  Assessora de Imprensa, não me sinto apoiada pelas entidades que representam os jornalistas. O motivo? Parece brincadeira, mas Assessor de Imprensa não é, ainda, função estabelecida formalmente como de jornalista. Escrevi um artigo sobre este assunto e logo vou postar neste blog.
 
O que percebi no Congresso é que o Sindicato dos Jornalistas do Paraná se esforçou para incluir os Assessores de Imprensa nas discussões, mas algumas vezes se perdeu no tom (uma análise que valeria umas dezenas de postagens neste blog e que talvez eu até faça um dia, com os elogios e as críticas certos).
 
O que me deixou muito feliz no evento foi a grande participação dos jornalistas e estudantes de Jornalismo na oficina que eu e a Sulamita fizemos. Foi a mais procurada de todas (eram várias oficinas sendo oferecidas ao mesmo tempo e os participantes optavam por qual queriam ver), com um quorum até maior do que o permitido pela organização do evento. Muito legal mesmo. As pessoas interagiram, questionaram e, no final, levantaram para fazer mais perguntas, dando a impressão de que não queriam ir embora.
 
No próximo dia 28, faremos mais um curso sobre Gerenciamento de Crise. Espero que a plateia seja tão receptiva quanto a de Foz.

Karin Villatore

6
ago

Guerra Muda

Para o projeto final da faculdade eu elaborei com uma amiga minha um documentário. Deu trabalho, eu lembro. Mas valeu a pena. Para quem quiser conferir, segue o vídeo.

Thalita Guimarães

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5
ago

Desejo X Necessidade

Neste semestre vou novamente dar aulas de Comportamento do Consumidor, uma matéria que gera debates bem interessantes. Uma das discussões que costuma aparecer é sobre a confusão que costumamos fazer entre o desejo e a necessidade. Um professor da FGV até criou um termo para isso: necejo.

A ideia é bem óbvia. Aliás, as ideias óbvias costumam ser as melhores, né? Somos tão bombardeados por campanhas que incitam ao consumo, valores sociais que colocam o ter acima do ser e produtos que dizem agregar status às pessoas, que acabamos nos rendendo às compras exageradas ou por impulso. E acreditamos que realmente precisamos daquilo que estamos comprando quando, na verdade, apenas desejamos aquilo que estamos adquirindo.

Dê uma olhada no seu guarda-roupa. Quantas calças jeans você tem? Quantos sapatos, botas, camistas e casacos? E de quantas roupas você realmente necessita? 

Se nós, brasileiros, compararmos nosso comportamento com o dos europeus, veremos que somos grandes consumistas. E que, sim, confundimos desejo com necessidade. Quem sabe é porque não passamos por grandes guerras e apertos maiores (temos problemas econômicos, mas nada se compara a uma guerra).

Nesta fase do “tudo sustentável”, quem sabe a gente comece a pensar duas vezes antes de comprar a quinta bota preta ou a oitava sandália marrom. E, como os europeus, a gente comece a usar o mesmo casaco até ele ficar velho e, aí sim, tenha a efetiva necessidade de comprar um novo.

Karin Villatore

4
ago

O perfil dos candidatos

O cantor Tiririca é candidato a deputado federal pelo Estado de São Paulo. Sabe o lema da campanha dele? Vote Tiririca. Pior que tá não fica! Parece brincadeira, mas não é.  Os cantores Kiko e Leandro, do grupo KLB, tentam se eleger como deputado federal e estadual. A “Mulher Pêra”  é candidata a deputada federal em São Paulo e a “Mulher Melão” a deputada estadual no Rio de Janeiro. Nem sei como apresentá-las. São artistas do mundo das celebridades instantâneas.
Em Curitiba um morador de rua é candidato a deputado estadual. Ele divide as ruas pedindo votos com o ex-vereador Professor Galdino, que gosta de dar pequenos comícios na cidade do tipo “subo num caixote em qualquer lugar do centro”, independentemente de ter gente prestando atenção. Outro dia voltava do trabalho e ele dançava e cantava no microfone com uma capa de chuva debaixo de água torrente. Eu tenho vergonha por eles.
Faz tempo que a política não representa seriedade. E de uns tempos pra cá está parecendo uma loteria. Vai que dá sorte e sou eleito.  Hora sim, hora não, o voto nulo parece uma opção plausível a tudo que não posso mudar. Mas se são eles que vão me representar, votando posso, pelo menos, escolher um que tenha mais conhecimento do que eu, ou cujo maior mérito não seja ser uma celebridade (até porque a gente conhece bem os quesitos) ou ainda alguém que queira aparecer a qualquer custo.

Cristiane Tada

3
ago

Difícil acesso

Neste final de semana eu fui a uma formatura em Tubarão, no Sul de Santa Catarina. Desde que minha amiga foi fazer faculdade lá, ao menos duas vezes por ano eu apareço para uma visita e sempre volto com o mesmo comentário: “Nunca mais venho para cá enquanto não arrumarem esta maldita estrada”.

Mais uma vez repeti a frase. O retardamento da duplicação da BR-101, na região de Tubarão, a pista em estado deplorável e o alto tráfego, principalmente de caminhões, fazem com que um trecho de quase 500 Km sejam percorridos em cerca de 10 horas. O resultado: cansaço, irritação e vergonha de ler as placas que dizem: “Esta é mais uma obra do Governo Federal”.

A cada quilômetro percorrido nesta estrada você fica implorando para chegar logo ao trecho pedagiado para conseguir, finalmente, percorrer uma rodovia com verdadeiras condições para os viajantes. Isto é ou não é um absurdo?

Obs- Esta foto eu retirei do site http://statusvip.com.br/hotsite/ver_coluna.asp?IDColuna=51&IDColunista=495 de T-T Azevedo que também ficou indignado com a situação da rodovia.

Thalita Guimarães

2
ago

Na rota do vírus

Na semana passada meu filho ficou doente. Começou com calafrios e febre alta. Levei o moço ao pronto-socorro do hospital mais próximo e o médico de plantão disse que deveria ser um vírus. Receitou um antitérmico e pediu para eu observar se nada de novo acontecia.
Horas depois, já tardão da noite, algo de novo aconteceu. Vômito. Voltamos ao hospital. Outro médico. Pode ser gripe suína (nome politicamente incorreto para a gripe A). Pediu exame de sangue e disse que o resultado só sairia na manhã seguinte.
Noite de cão. De manhã, um dos resultados do exame mostrava que uma tal proteína deveria ser de no máximo 5,0 e deu 45,0. Parecia bem ruim.
De novo no hospital, de novo um outro médico. Ah, começou a diarreia também. Diagnóstico do terceiro médico: não é gripe suína porque não está com tosse ou outro sintoma de gripe. Não é dengue (sei lá, né?; perguntei só para conferir). Não é meningite. O que é, então, doutor? Provavelmente um vírus. O exame mostra que existe uma infecção. Que vírus? Não sabemos.
Ligações para o pediatra oficial do meus filho, para o cardiologista do meu pai (apelamos para tudo depois que o meu filho bateu o recorde de 20 idas ao banheiro em apenas um dia) e saiu uma tentativa de diagnóstico: deve ser rotavírus.
Ontem falei com um infectologista e ele perguntou: fez teste de fezes para comprovar se foi mesmo rotavírus? Não fez. Então, ficou doente e ponto final.

Karin Villatore

30
jul

Na Cinemateca

Sábado passado resolvi ir até a Cinemateca para assistir a um filme que queria ver há tempos: O que Resta do Tempo, do cineasta e ator Elia Suleiman. O filme é uma visão bem-humorada do conflito no Oriente Médio. Através de quatro recortes temporais o cineasta usa o cotidiano da própria família para retratar a convivência de guerra entre palestinos e israelenses. Com pitadas de surrealismo e intertextos da cultura pop (como a cena de um jovem palestino alheio à guerra assobiado a música tema do filme O Poderoso Chefão) o filme, com assunto pesado, fica leve e tem algumas passagens realmente muito engraçadas. Para quem não gosta de histórias únicas é um excelente ponto de vista diferente do que se espera sobre o assunto. Suleiman não faz julgamentos e apresenta uma tragicomédia interessante sobre sua própria história. Enfim, um ótimo filme. Pena que só eu e mais três pessoas vimos. Eu acho uma judiação. As pessoas reclamam da falta de opções de diversão de baixo custo e de políticas de cultura na cidade, mas também não prestigiam. Será falta de divulgação? Fica a dica. A preços irrisórios (R$5,00 sábado e R$1,00 domingo) a Cinemateca de Curitiba exibe filmes que não deixam nada a dever a nenhum Cinemark.
Cristiane Tada

29
jul

Briga de torcidas

Na linha “não vi, mas disseram que é bom”, adorei a história contada pelo meu pai e pelo meu filho, que foram assistir a um jogo no Maracanã, no Rio de Janeiro, nestas férias de julho. Na disputa do Campeonato Brasileiro, estavam em campo o Flamengo e o Botafogo, duas equipes locais (informação importante para pessoas como eu, perdidas em futebol).

As torcidas eram divididas da seguinte forma: de um lado, os flamenguistas; do outro, os botafoguenses; no meio, quem torcia para qualquer um dos dois times. E foi neste meio que meu pai e meu filho ficaram.

Contaram que eram casais e amigos que torciam cada um para um time, gente que não torcia para nenhum dos dois times, e muitos turistas estrangeiros que estavam lá para conhecer o Maracanã. E todo mundo torcia muito e fazia questão de tirar sarro do colega que era fã do time rival. Tudo no maior alto astral.

Quer lição melhor do que essa para briga em estádio de futebol? Eu não consigo imaginar uma melhor.

Karin Villatore

28
jul

Saí da Microsoft para mudar o mundo

Esta semana comecei a ler um livro que me chamou muito a atenção pelo título: “Saí da Microsoft para mudar o mundo”. O livro conta a história de John Wood, um alto executivo na Microsoft que decidiu mudar radicalmente de vida e largou o emprego para ajudar crianças carentes a aprender a ler e escrever. Esta mudança já deu origem a aproximadamente 1.128 escolas, 10 mil bibliotecas, 7,4 milhões de livros distribuídos e 4,1 milhões de crianças beneficiadas.

Não sou uma superativista, mas esta história me fez refletir sobre o que tenho feito para ajudar alguém. Seja minha família, amigos ou até mesmo pessoas de que nunca nem ouvi falar. Daí pensei com meus botões: vou divulgar este livro e, quem sabe, as pessoas se interessem em ajudar a ONG de Wood, chamada “Room to read” (http://www.roomtoread.org ). Já é um começo e, quem sabe, conseguimos fazer com que algumas destas ações sejam voltadas para o Brasil.

Fica aí a dica e, quem sabe, uma inspiração.

Thalita Guimarães

27
jul

Socorro, ficamos sem internet

Estamos cada vez mais reféns da nossa tecnologia. Pensei isso nesta última sexta-feira com a internet péssima. Não consegui fazer quase nada. A pesquisa para o trabalho, o número de telefone do dentista, a programação do fim de semana. É como aquele sonho repetitivo que você está nu no centro da cidade diante de milhares de pessoas. Aquela sensação de despreparo e fragilidade. Como o mundo pode funcionar sem internet?
Liguei e pedi informações. Disseram que o problema foi no Estado todo, previsão para normalidade da rede só no fim da tarde. Catástrofe! Parece exagero, fui procurar o que poderia sem feito. Li o que tinha para ser lido, revi algumas notas, organizei a agenda, limpei a caixa de emails e acabou.
Sem internet não divulgo nem recebo informação nenhuma. Como trabalhamos sem informação, nossa matéria-prima? Sem interação, falta feedback, tem um ruído na comunicação. Vi isso em alguma aula. Defeito no canal. As últimas notícias, o furo, a novidade ameaçada por defeitos técnicos. Até esse post vai ter que entrar com atraso. E pensar que a imprensa já sobreviveu assim…

Cristiane Tada