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20
jun

Para não dizer que não falei de flores

protesto Seria impossível, como jornalista, fazer um texto para o blog sem falar dos protestos nas ruas brasileiras – por isso o nome do post. De tudo que já li sobre os acontecimentos dos últimos dias – e olha que é bastante coisa, mal dá para se manter atualizado no Facebook – fico analisando cada notícia nova e na minha cabeça passa um trailer como o de um filme em tempo real. Depois de tantos anos o povo resolveu ir para a rua novamente reivindicar seus direitos e mostrar para os governantes que nós não estamos alheios ao que acontece no poder.

Isso foi como um sopro de liberdade, que estava adormecido, como aquele sentimento que há tempos estava guardado e que num impulso emergiu se mostrando mais forte do que nunca. E quando você se depara está junto da multidão, gritando um coro uníssono que só aquele bando de gente desconhecida consegue entender. Difícil de explicar, mas foi isso que eu vi e senti na segunda-feira, quando uma multidão de pessoas atravessava a Praça Rui Barbosa, com suas bandeiras, apitos, megafones e cartazes nas mãos. E naquele momento eu pude ver o filme passar diante dos meus olhos, foi bonito de presenciar.

A maioria eram jovens que mostravam o rosto e gritavam por mudanças, exigindo respeito e dignidade para a população, o mínimo que poderia se exigir de um governo democrático. Diante desta cena, os coletivos deram espaços para as pessoas e uma revoada de pombinhas brancas cruzou o céu da praça, simbolizando a esperança daqueles jovens que estavam ali querendo ser ouvidos.

Luanda Fernandes

18
jun

Rebeldes com causa

Postei o texto abaixo aqui neste blog no dia 09 de março de 2012, ou seja, há mais de um ano. E hoje ele se mostra mais atual do que nunca.
Beijos,
Karin

Rebeldes com causa
Desde os tempos da faculdade sinto uma espécie de inveja branca daqueles que enfrentaram a Ditadura Militar no Brasil. Fiz minha monografia de graduação sobre este tema, cheguei a estudar 1,5 ano do curso de História buscando informações, li tudo que apareceu na frente sobre esta época, conheci algumas pessoas que fizeram parte dos movimentos contra o governo militar. Hoje entendo que, no fundo, queria saber o motivo de a minha geração ser, se comparada com a turma dos anos rebeldes, tão apagada, tão politicamente desinteressada. Queria encontrar a minha causa.

Pelo que acompanho, os ex-guerrilheiros que não continuam atuantes na política são hoje mais do que engajados em questões ambientais ou do terceiro setor. Parecem ser pessoas que não conseguem acordar sem uma meta bem definida, sem ter pelo que lutar. Acho digno. Mas, e a minha geração sem causa?

Passados quase 27 anos do final do regime militar, começo a ver um fio de luz no fim do túnel. Tarifa de ônibus aumenta em Porto Alegre ou em Vitória e estudantes fazem barricada nas ruas. Economistas fazem previsão de que 2012 vai ser o ano das greves no Brasil. Políticos perdem cargo porque são flagrados em variados tipos de cambalachos. Mobilizações de todos os tipos pipocam de tudo que é lado. Há quem critique e alegue que isso é um atraso de vida. Algumas ações até podem ser.

Mas não podemos esquecer de que estamos começando a expressar nosso reconhecimento à nossa jovem democracia de 27 anos, começando a perceber que temos um certo poder, que até podemos deixar apreensivo um governante na hora de ele tomar uma decisão que impacte diretamente na população. E aí, vai que a causa dessa minha geração é a da nova democracia de fato, sem governo de farda, mas com um sentido igualmente amplo de coletividade. E vai que daqui a pouco eu vou pra rua num estilo europeu de protestar sem medo, com discurso bom e meu filho do lado compartilhando dessas minhas idéias. Vai que.
Beijos,
Karin Villatore

13
jun

Como reter talentos

gestão de pessoas Na área de Gestão de Pessoas, antes chamada de RH, uma das discussões eternas é sobre como reter talentos. De técnicas motivacionais ao uso do eufemismo de colaborador para definir o funcionário, os consultores se esmeram em entender os motivos que levam uma pessoa – principalmente agora, com essa divisão das gerações por letras que determinam perfis – a não abandonar um emprego por causa de um aumento de 5% no salário.

Sempre que leio ou escuto algo sobre o tema, lembro-me de uma palestra a que assisti anos atrás. A história relatada pelo palestrante, um executivo mais do que experiente no setor de Recursos Humanos, era algo mais ou menos assim.

Era uma visita dele a uma fábrica cujo dono, além da maioria dos funcionários, fazia parte de uma determinada igreja. A certa altura da visita, o diretor avisou que teria que fazer um intervalo. Pediu para o executivo esperar num cantinho da indústria e anunciou para todos: “Pessoal, parem as máquinas, por favor. Vamos todos dar as mãos e rezar para nosso colega fulano de tal, que trabalha aqui com a gente e que, neste momento, está começando uma cirurgia para a retirada de um tumor”. Todos atenderam prontamente o pedido e rezaram juntos, voltando ao trabalho na sequência.

O executivo que contou essa história na palestra disse que nunca antes havia visto uma empresa tão unida como aquela. E a conclusão é sua, leitor deste post.

Beijos,

Karin Villatore

10
jun

EU QUERO TER UM MILHÃO DE AMIGOS E BEM MAIS FORTE PODER CANTAR!

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Quando eu era criança, como todas as outras, meu maior terror era perder minha mãe. Só que meu medo era exagerado, eu sabia disso ao me comparar a outras crianças. Aliás, elas deixavam isso bem claro.
Talvez o motivo desse exagero fosse aquela vez, quando eu tinha três anos e estava sendo muito malcriada porque não queria mais andar e queria colo, e minha mãe me “abandonou” à própria sorte na rua, sumindo na curva, e o tamanho da minha boca e das minhas cordas vocais não foi suficiente para deflagrar meu desespero. Claro que ela estava escondida, me olhando, e viria correndo em segundos, mas eu sabia disso? Também teve a vez em que tocaram a campainha e ela disse que eram ciganos que iam levar a mim e ao meu irmão, mas que, se eu ficasse escondida e bem quietinha e fosse boazinha, ela diria que não havia crianças naquela casa. A vida era uma aventura.
E ainda é, mas agora não posso mais abrir o berreiro. E você também não. Não temos permissão para nos sentirmos indefesos e abandonados, muito menos de chorarmos e gritarmos chamando a mãe, o pai ou a Deus. Depender de acreditar em Deus não tem mais graça.
Somos fortes e se não formos ninguém vai querer andar conosco, nem nos dar um emprego ou nos encarar com respeito. Engole o choro, levanta a cabeça, encolha a barriga!
Só que somos fracos. Um tanto a mais de sol, um arranhão em que a bactéria pule, o novo vírus, o ladrão, o carro… e já era. A solidão, a prestação, o fora… a cabeça se manda. E se não for, vem a velhice, o enfado… Aí, só o Roberto Carlos. O Rei mesmo. Ele, que tem TOC, que já sofreu tanto e está ficando velhinho, ele sabe que quem tem amigos, não morre pagão. Se você não tem amigos, eu sinto muito porque é o jeito. Quando não dá pra gritar pelo pai e pela mãe (ou quando a gente grita e não adianta), e como Deus não tem olhos, voz e abraços que a gente possa ver e tocar, é o amigo que a gente tem e que a gente é.
O Rei é que sabe das coisas: “Eu quero amor decidindo a vida, sentir a força da mão amiga! O meu irmão com um sorriso aberto, se ele chorar, quero estar por perto! Quero levar o meu canto amigo a qualquer amigo que precisar… Eu quero ter um milhão de amigos e bem forte poder cantar!”

Letícia Ferreira

7
jun

O julgamento desnecessário

inveja Dias desses li um artigo de uma mulher que contou uma história com a qual me identifiquei muito. Ela começa o texto assim:

“ ‘Adorei o seu sapato’, disse uma amiga para mim certa vez. ‘Legal, né? Eu comprei em uma feira de artesanato na Colômbia, achei superlegal também’, eu respondi, de fato empolgada porque eu também adorava o sapato. Foi o suficiente para causar reticências quase visíveis nela e no namorado e, se não fosse chato demais, eles teriam dado uma risadinha e rolariam os olhos um para o outro, como quem diz ‘que metida!. Incrível é que posso afirmar com toda convicção que, se tivesse comprado aquele sapato em um camelô da 25 de março, eu responderia com a mesma empolgação ‘Legal, né? Achei lá na 25!’. Só que, aí sim, eu teria uma reação positiva, porque comprar na 25 pode”.

Depois ela continua afirmando que experiências como essa fazem com que ela mantenha seus hábitos de vida restritamente ao círculo familiar e de amigos, aqueles poucos que contamos mesmo nos dedos. No meu caso, sim, gosto de estudar Inglês (por mais que já tenha terminado um curso, perdi a fluência e continuo querendo aprender), Francês e outras línguas. Gosto de gastar meu dinheiro com livros, cinemas e de escutar histórias de pessoas diferentes e de ler jornal. Mas prefiro mesmo não comentar nada disso com o risco de parecer metida (ler livros agora é correr o risco de ser intelectual demais). Isso sem mencionar que eu e meu marido somos cogitados como ricos, pois viajamos uma vez por ano. Mas isso ocorria desde que éramos estagiários e passávamos férias em Morretes, sem o menor problema.

Passamos o ano todo economizando, não gastando com a roupa da moda ou sei lá mais o que, para nos darmos de presente uma viagem nossa, para colecionarmos lembranças ao longo da vida. Não estou julgando ninguém. Acho que cada um deve fazer mesmo o que quer e como pode. Não somos ricos ou metidos, somos apaixonados pela ânsia do novo, do desconhecido, do poupar para celebrar, de conhecer novas culturas. Aliás, cultura não é sinônimo de dinheiro. Minha mãe possui um conhecimento enorme, sabe de coisas que eu nem faço ideia sem nunca ter saído do país.

Essa censura alheia pelo o que o outro faz da vida me entristece um pouco. Concordo com outra parte do texto que cita que a mediocridade faz com que muitos torçam o nariz para tudo aquilo que não conhecem, mas que socialmente é considerado algo de um nível de cultura e poder aquisitivo superior. E assim você vira um arrogante.

Hoje, tudo está ao alcance de todos. Basta julgar menos e fazer mais. Para quem se interessou, segue o artigo da outra moça: http://ansiamente.wordpress.com/2012/05/10/a-arrogancia-segundo-os-mediocres/

Thalita Guimarães

3
jun

Conhecendo as belezas do Paraná

WP_20130531_005O título não é o nome de um programa de televisão, apesar de ser bem sugestivo. Na verdade, neste feriado conheci um lugar que há tempo ouvia as pessoas falarem sobre a imensidão e as belezas das praias: a ilha de Superagui. Realmente não tem como descrever o local. Se você pretende ir para um lugar para descansar e fugir da agitação, pode ter certeza de que não tem lugar melhor do que Superagui.

A Ilha é uma reserva natural desde 1989, mas somente em 1997 é que o Parque Nacional foi ampliado para abranger outras áreas. O local é conhecido pelas praias desertas e de belezas rústicas. Também tem a vegetação de bromélias e o mico-leão-da-cara-preta, que infelizmente não deu o ar da graça; devia ser o frio.

O termo reserva natural é aclamado por todos os moradores da ilha que integraram o conceito ao modo de vida. Como o exemplo do belo depoimento que recebemos do Seu Lopes ao chegar ao restaurante que ele e a mulher administram: “No passado nós plantávamos arroz, café e milho, mas agora que é reserva não pode mais. Mas isso é bom, porque hoje não vemos mais essas áreas verdes por aí”.

A sabedoria do Seu Lopes deixava no chinelo muita mocidade, como ele mesmo se referia aos mais jovens, ao dizer que era dali que tirava o sustento, mas que para isso era preciso respeitar o que a terra oferecia para eles. Pois é, além de lindo o lugar, ainda tivemos esses fantásticos relatos de pessoas que vivem de maneira simples. Porém, sabem dar muito mais valor às pequenas coisas. E o que dizer da comida? Era simplesmente uma delícia, feita no fogão à lenha com tudo o que o mar pode oferecer de bom: peixe, camarão e ostras. E ainda tivemos a bela surpresa de avistar alguns botos-cinza. O passeio não poderia ter sido melhor.

Para quem for conhecer a Ilha, fica a dica do restaurante:
Restaurante Barbados (do Seu Lopes) – (41) 9208-9495
Luanda Fernandes

27
mai

O peixe na redação

peixe Esta é da época em que ter telefone em casa era símbolo de status. Estava cobrindo um plantão de sábado sem muito assunto na editoria de Economia e fui incumbida de produzir uma matéria sobre uma feira que estava rolando numa rua próxima à redação. Detalhe que naquele tempo não se buscava informação na Internet – porque a ferramenta simplesmente não existia – e tampouco se costumava fazer entrevista pelo telefone – o papo das linhas caras e escassas que citei lá em cima acontecia até mesmo nos jornais.

Fomos andando até a tal feira, eu e o fotógrafo, suando debaixo de um calor absurdo de verão. Artesanato, biscoitos, aumento no preço, impostos, governo que não ajuda, crianças, caldo de cana, pastel, peixe. O dono da barraca, encantado com a ideia de poder embalar seu produto do dia seguinte com sua foto no jornal, presenteou a equipe de reportagem com tilápias frescas.

Já era perto da hora do almoço quando comecei a escrever a matéria. Ajeitei a máquina de escrever, acendi meu cigarro Free, fingi não ouvir o barulhão dos aparelhos de Telex postados no balcão atrás da minha mesinha. Um a um, os colegas iam chegando de suas respectivas entrevistas. Alguém ligou o ventilador. Flagrei um repórter discretamente conferindo se o desodorante estava vencido. E o cheiro da minha tilápia, dentro daquela sacola plástica que antigamente não rasgava fácil, nunca foi citado naquele quente plantão de sábado.

Beijos,

Karin Villatore

22
mai

O mundo pelas crianças

É sucesso no Facebook. Um professor colombiano passou dez anos coletando definições de alunos e, como resultado, obteve um dicionário com verbetes pra lá de interessantes. São definições que nos fazem refletir sobre a importância da inocência.
Para quem ainda não viu, vale a pena dar uma olhada:

Adulto: Pessoa que em toda coisa que fala, fala primeiro dela mesma (Andrés Felipe Bedoya, 8 anos);

Ancião: É um homem que fica sentado o dia todo (Maryluz Arbeláez, 9 anos);

Água: Transparência que se pode tomar (Tatiana Ramírez, 7 anos);

Branco: O branco é uma cor que não pinta (Jonathan Ramírez, 11 anos);

Camponês: Um camponês não tem casa, nem dinheiro. Somente seus filhos (Luis Alberto Ortiz, 8 anos);

Céu: De onde sai o dia (Duván Arnulfo Arango, 8 anos);

Colômbia: É uma partida de futebol (Diego Giraldo, 8 anos);

Dinheiro: Coisa de interesse para os outros com a qual se faz amigos e, sem ela, se faz inimigos (Ana María Noreña, 12 anos);

Deus: É o amor com cabelo grande e poderes (Ana Milena Hurtado, 5 anos);

Escuridão: É como o frescor da noite (Ana Cristina Henao, 8 anos);

Guerra: Gente que se mata por um pedaço de terra ou de paz (Juan Carlos Mejía, 11 anos);

Inveja: Atirar pedras nos amigos (Alejandro Tobón, 7 anos);

Igreja: Onde a pessoa vai perdoar Deus (Natalia Bueno, 7 anos);

Lua: É o que nos dá a noite (Leidy Johanna García, 8 anos);

Mãe: Mãe entende e depois vai dormir (Juan Alzate, 6 anos);

Paz: Quando a pessoa se perdoa (Juan Camilo Hurtado, 8 anos);

Sexo: É uma pessoa que se beija em cima da outra (Luisa Pates, 8 anos);

Solidão: Tristeza que dá na pessoa às vezes (Iván Darío López, 10 anos);

Tempo: Coisa que passa para lembrar (Jorge Armando, 8 anos);

Universo: Casa das estrelas (Carlos Gómez, 12 anos);

Violência: Parte ruim da paz (Sara Martínez, 7 anos).

Fonte: livro Casa das estrelas: o universo contado pelas crianças, de Javier Naranjo.

Thalita Guimarães

14
mai

Vida de assessor de imprensa

assessoria-de-imprensa_foto1 Para quem não entende como é a vida de um assessor de imprensa vou fazer um breve relato sobre esta rotina de trabalho que, muitas vezes, não é fácil. Logo pela manhã o assessor chega à agência com toda aquela expectativa de ver publicada no jornal a matéria que estava negociando há dias com um jornalista. Mas nesse momento já bate aquele desespero, pois a matéria não saiu. O que fazer nessa hora de aflição?

Primeiro você espera passar o ataque cardíaco que está tendo e respira profundamente para manter a calma. Como todo bom assessor, pensa em diversas maneiras de falar com o jornalista. Afinal, ele é uma pessoa bacana e você não quer ser aquele sujeito inconveniente que fica ligando todo dia. Por fim, decide esperar mais alguns dias, pois pode ser que o editor segurou a matéria para publicar. Então, passam os dias e nada. Enquanto isso, o cliente já está perguntando sobre a matéria. Não tem jeito: você tem que ligar e ouve que a pauta foi derrubada sabe-se lá por que. Essa é pior resposta que poderia receber. Você tinha apostado tudo nessa matéria e não vai sair e, ainda, vai ter que explicar ao cliente que, com certeza, não vai entender os motivos – no fundo nós também não entendemos, mas vale a política da boa vizinhança.

E não para por aí. Às vezes, tem que aquela pauta sensacional que você tem certeza de que todos os veículos vão querer usar e, no dia em que divulga para a imprensa, acontece um fato bombástico, daqueles que na redação só fica a recepcionista atendendo telefone e o estagiário anotando recado. Tipo coisa de outro mundo mesmo, e você acaba de perceber que já era a sua pauta, pois aquela semana todos os jornais só vão falar daquele assunto. Resumindo, você vai ter que pensar em outro tema mais sensacional ainda para conseguir emplacar alguma coisa.

Também tem aquelas situações em que você consegue a entrevista do ano, o jornalista adorou sua sugestão e vai fazer a matéria para o Jornal Nacional. Imagina um assessor que não se contenta de tanta alegria, o mês está ganho. Mas surge a informação de que a produção do jornal vai querer gravar a matéria no domingo de manhã (é trágico, mas acontece) e de maneira alguma consegue convencer o cliente a participar. Pense numa situação totalmente frustrante, pois é essa. Depois você assiste à matéria que ficou enorme, teve chamada no início do principal jornal do país e a pauta era você que tinha sugerido, mas foi feita com outro entrevistado.

Mas nem só de tristeza vive o assessor. Às vezes, acontece de a gente receber uma ligação inesperada da Folha de S. Paulo, por exemplo, querendo fazer uma pauta que você nem esperava mais ter retorno. A matéria sai perfeita com o nome do cliente e da empresa dele. E são nesses momentos que você percebe como tudo isso vale a pena.

Luanda Fernandes

9
mai

Educação é tudo

A falta de educação das pessoas ainda me impressiona. Li ontem que quatro brasileiros foram algemados e presos pela polícia americana dentro de um Boeing 777-200, na pista do aeroporto de Miami, quando protagonizaram uma briga com socos e golpes dignos de uma luta de UFC dentro do voo 995, que fazia o trajeto Miami-São Paulo.

Tudo começou quando o avião decolou de Miami com destino a São Paulo e foi obrigado a retornar para socorrer uma passageira, também brasileira, que passava mal. Quando a aeronave estava no solo, entraram paramédicos, bombeiros e policiais para prestar atendimento à mulher e, nesse momento, dois jovens com idade entre 20 e 25 anos reclinaram seus assentos e acabaram acertando a cabeça da passageira que estava no banco de trás, deitada no colo do marido. O homem não gostou e se levantou para tirar satisfação. Começou, então, uma gritaria dentro do avião. Um terceiro rapaz, que estava sentado numa poltrona mais à frente, saiu correndo pelo corredor e deu um soco no rosto do homem que havia reclamado.

Enfim. O que me deixa extremamente indignada é que a pessoa acerta o rosto de outra que está passando mal e se acha no direito de brigar. Pior que isso, acaba envergonhando todos os brasileiros que certamente estavam no avião e que viram a cena desnecessária. Não sei o que se passou na cabeça destes cidadãos na hora, mas não é porque está voltando de um voo de Miami que se pode tudo. Aliás, hoje em dia qualquer um pode viajar para qualquer lugar. Tem promoções, passagens parceladas e albergues à disposição de todos os interessados.

A falta de educação me choca em qualquer lugar e em qualquer situação. Não importa se você tem dinheiro, se não tem, se acha que está certo ou se está de TPM. Você não tem direito de destratar quem quer que seja, independentemente da situação. Infelizmente, muitos ainda precisam aprender esta lição.

Thalita Guimarães