Arquivo mensais:agosto 2010

30
ago

Taxa de conveniência

Desde que fiquei sabendo que o Stomp, grupo percussivo inglês mundialmente reconhecido, estaria em Curitiba dei um jeitinho de acompanhar quando e onde seria o evento.

 Com a data e valor de ingresso na mão resolvi junto com meu companheiro de quarto (ou namorido, o que acharem melhor) comprar os convites. Como não queríamos pagar a taxa de conveniência cobrada pela empresa Disk Ingressos, fomos até o Teatro Positivo comprar nossos tickets. Chegando lá a minha surpresa: também seria cobrada a tal taxa.

 Mas espera aí. Qual é a conveniência de eu sair da minha casa e ir até o Teatro Positivo (convenhamos, fica longe pra %@*&%) para pegar o ingresso na bilheteria? Uma coisa seria se eu pedisse para entregar na minha casa ou comprasse em outro lugar que não no próprio local do evento.

Confesso que me senti roubada. Fico triste com a forma como o consumidor é enganado. O jeito é procurar os órgãos competentes e solicitar alguma ação. Taxa de conveniência? Só se for para eu não precisar nem sair do lugar para pagar sem reclamar.

Thalita Guimarães

24
ago

Não é apenas mais um debate eleitoral

Assisti a mais um debate eleitoral. Dessa vez realizado pela Folha/UOL e transmitido via internet na quarta-feira passada. Acompanhei pelo twitter e fiquei impressionada em ver quantas pessoas estavam ligadas no mesmo canal durante o debate. A transmissão foi impecável, com ótima qualidade de imagem e de som. Mas o melhor mesmo foram as perguntas pré-selecionadas de internautas. Sem o formato engessado da TV, senti como se tivessem perguntado tudo que eu queria saber, coisa que a Fátima Bernardes ou o Willian Bonner nunca iriam questionar. Um internauta perguntou sobre as doações para as campanhas dos candidatos, se grupos como o Itaú, que são os maiores doadores, fazem isso por serem bonzinhos.
É engraçado porque, durante o processo eleitoral, parece existir um acordo silencioso: nós não perguntamos, eles não precisam responder. A forma democrática como a internet e as redes sociais possibilitam interação entre o povo (se me permitem o clichê) e os candidatos, exige transparência e facilita o dever do cidadão. Qualquer um pode colocar Dilma, Serra e Marina na parede, cobrar respostas e esclarecimentos. Até mesmo o candidato que ficou de fora, Plínio Arruda, permaneceu online dando pitacos e disparando críticas aos seus concorrentes.
Neste debate quem ganhou foram os eleitores e a comunicação. Os candidatos ainda precisam aprender a se comunicar nessa onda hi-tech. Enrolar agora vai ficar cada vez mais difícil para eles.

Cristiane Tada

24
ago

Curso sobre gerenciamento de crise acontece em Curitiba

No último final de semana de agosto, a jornalista Karin Villatore, Diretora da Talk Assessoria de Comunicação, bem como Sulamita Mendes, Especialista em Comunicação Corporativa e Marketing, irão falar sobre gerenciamento de crise durante um curso oferecido pela Runway Concept. O curso irá abordar as consequências de uma crise para a imagem corporativa e a necessidade de se investir nesta questão. “Muitas empresas ainda são prejudicadas tanto em imagem quanto em seus resultados e lucros devido à falta de planejamento prévio de uma possível crise em comunicação com seus diversos públicos”, comenta Karin.

Sulamita destaca que com as novas mídias, como as redes sociais, o empresariado e o próprio assessor de comunicação deve estar atento a como se relacionar com a imprensa. “Além da velocidade, com informações on-line que quase não deixam espaço para administrar uma resposta ou um esclarecimento, os profissionais de comunicação também devem estar atentos às novas formas de fazer assessoria porque ele próprio pode ser o causador de uma crise de imagem”.

O curso terá como base tópicos citados no manual “Sobreviva à crise – Manual de gerenciamento de crise”, que foi elaborado pelas comunicadoras em 2009. O treinamento tem duração de quatro horas, das 14h às 18h, e as aulas serão ministradas no dia 28 de agosto, na Universidade Positivo (prédio da pós-graduação). As vagas são limitadas e o valor do curso é de R$ 150,00 para profissionais. Estudantes pagam meia-entrada. Mais informações podem ser solicitadas pelo email cursos@runwayconcept.com.br ou pelo telefone (41) 8897-0975. Este é o oitavo curso que a Runway Concept desenvolve.

19
ago

Terra de Ninguém

Abaixo segue o artigo publicado no jornal Extra Pauta, do Sindicato dos Jornalistas do Paraná, que comentei no Post anterior.

Espero que gostem.

Karin Villatore

Se você está revoltado com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de extinguir a exigência do diploma no Jornalismo, repense sua tristeza. Ao seu lado pode existir um Assessor de Imprensa, com igual formação acadêmica, e que nunca teve sua função sequer reconhecida como de jornalista.

O balde de água fria que os Assessores de Imprensa receberam no dia 17 de junho, data da decisão do STF, foi ainda maior porque estávamos progredindo nas negociações de regulamentação desta atividade.

No final do ano passado a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) entregou ao Ministério do Trabalho uma série de propostas. Dentre os cinco eixos estruturais estava transformar em funções atividades que já estão previstas, como professor de Jornalismo e Assessor de Imprensa. A Fenaj sustentava que “são atividades específicas do jornalista todas aquelas que em quaisquer meios, mídias, nas mais diversas linguagens, suportes técnicos e espaços da área da comunicação (da TV à Assessoria de Imprensa) manuseiam conteúdos informativos jornalísticos.

O Conselho Federal de Jornalismo também tinha feito suas tentativas. Criou anos atrás um anteprojeto, entregue à Presidência da República, reivindicando todas as mudanças que os jornalistas propuseram nos últimos anos na legislação profissional. Dentre elas estava o pedido de atualização da denominação e da definição das 25 funções jornalísticas, incorporando a Assessoria de Imprensa.

Os movimentos eram contrários à decisão do Tribunal Superior do Trabalho que, em 1998, definiu que Assessoria de Imprensa não está na descrição das atividades de jornalistas previstas no Artigo 302 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e no Decreto 972/69. Aprovada por unanimidade pela Terceira Turma do Tribunal, a emenda estabeleceu que “Assessor de Imprensa não exerce atividades típicas de Jornalismo, pois o desempenho dessa função não compreende a busca de informações para redação de notícias e artigos, organização, orientação e direção de trabalhos jornalísticos(…). Atua como simples divulgador de noticias e mero repassador de informações aos jornalistas, servindo apenas de intermediário entre o seu empregador e a imprensa”.

Assessoria de Imprensa é uma atividade recente, se comparada com o Jornalismo dito tradicional. Mas ela já encampa, segundo sondagens feitas principalmente junto aos sindicatos, mais da metade da nossa categoria. E tudo indica que o setor deve crescer cada vez mais.

Grande em tamanho, mas pequeno em força, este grupo provavelmente continuará sendo constituído por um profissional esquecido pela lei, numa espécie de terra de ninguém. Não precisa de formação acadêmica específica, não tem horário de trabalho definido ou piso salarial. Então, se você trabalha em redação, imagine o que a extinção da obrigatoriedade do diploma significou para quem está do outro lado do balcão do Jornalismo.
Karin Villatore é jornalista, diretora da Talk Assessoria de Comunicação e professora universitária.

16
ago

Matéria no Fantástico

Neste domingo, ao assistir ao Fantástico, deparei com uma questão. A reportagem sobre pirataria mostrava, além dos produtos piratas trazidos pelo Paraguai, a prática de algumas empresas que importam produtos de forma ilegal. Estas empresas apontadas pela matéria classificavam produtos, como um videogame, por exemplo, como outros itens existentes na tabela da Receita Federal para pagar menos impostos. Desta forma, o produto consegue ser vendido mais barato no Brasil.

Não sou a favor de nenhuma prática ilegal, mas tenho certeza de que esta ação não aconteceria se diminuíssem os impostos sobre os produtos. Fico revoltada quando viajo e vejo a diferença de preço, principalmente de produtos eletrônicos encontrados lá fora em comparação com o Brasil. Para um produto entrar aqui é preciso pagar imposto de importação – II, sobre produto industrializado – IPI, PIS, COFINS e ICMS (este sendo estadual). Desta forma, claro que o preço fica muito mais alto e a vantagem de trazer de fora é surpreendente.

Acredito até que ninguém iria se importar de pagar o preço cobrado aqui desde que conseguíssemos visualizar as benfeitorias realizadas pelos nossos representantes. Mas a verdade é que vemos pouco sendo realizado e muito sendo cobrado. Antes de criticar quem tenta trazer algo de fora sem pagar todas as taxas exigidas é preciso avaliar o motivo pelo qual isto vem ocorrendo.

Thalita Guimarães

13
ago

Fazer-se entender e ter um dicionário sempre por perto

Capa da Revista Veja desta semana é sobre falar e escrever bem.  A revista fez uma análise do primeiro debate dos candidatos à Presidência da República exibido pela rede de televisão Bandeirantes. Veja defende que os pleiteantes a cargos públicos deveriam falar, no mínimo, corretamente para conseguirem ser bem entendidos. Aquilo que nós, assessores de imprensa, temos como premissa básica e oferecemos todo dia para os nossos clientes. A matéria mostra as diferenças, o que é aceitável ou não no Português falado e no escrito. Segundo a apuração da revista Dilma levou a pior, não pontua as frases quando fala, perdendo o sentido das mensagens. Serra comete erros, mas tem treinamento em oratória e, por isso, consegue transmitir seu recado. Marina, apesar de erros graves, atinge o telespectador porque fala de forma simples e direta.
Além da análise da fala desarticulada dos candidatos a matéria mostra como utilizar a língua corretamente pode ser benéfico principalmente para a vida profissional. Apresenta alguns dicionários e versões reeditadas como o ótimo Dicionário Analógico da Língua Portuguesa do autor Francisco Ferreira dos Santos Azevedo. Comprei já faz uns meses , aconselhada por Chico Buarque (é dele o prefácio da nova versão) e adorei.
Desde criança tenho uma mania por dicionários. Naquela época era uma atração pelo glamour de saber novas palavras, a sedução de uma fala à la Odorico Paraguaçú, que Veja traz como o mais famoso representante na dramaturgia do discurso empolado e errado. Já hoje, pela consciência de que saber palavras difíceis é preciso, mas com o intuito contrário: de simplificar e, assim, ser bem entendida.

Cristiane Tada

11
ago

O que rolou no 6.º Congresso Paranaense dos Jornalistas

Neste final de semana fui a Foz participar do 6.º Congresso Paranaense dos Jornalistas e, já de cara, confesso: fui porque era, junto com minha amiga Sulamita Mendes, palestrante em uma oficina de Assessoria de Imprensa e Gerenciamento de Crise.
 
Nada contra movimentos sindicais. Muito pelo contrário. Acho todas as lutas de classe válidas e importantíssimas. Mas, desde que deixei as redações e comecei a atuar como  Assessora de Imprensa, não me sinto apoiada pelas entidades que representam os jornalistas. O motivo? Parece brincadeira, mas Assessor de Imprensa não é, ainda, função estabelecida formalmente como de jornalista. Escrevi um artigo sobre este assunto e logo vou postar neste blog.
 
O que percebi no Congresso é que o Sindicato dos Jornalistas do Paraná se esforçou para incluir os Assessores de Imprensa nas discussões, mas algumas vezes se perdeu no tom (uma análise que valeria umas dezenas de postagens neste blog e que talvez eu até faça um dia, com os elogios e as críticas certos).
 
O que me deixou muito feliz no evento foi a grande participação dos jornalistas e estudantes de Jornalismo na oficina que eu e a Sulamita fizemos. Foi a mais procurada de todas (eram várias oficinas sendo oferecidas ao mesmo tempo e os participantes optavam por qual queriam ver), com um quorum até maior do que o permitido pela organização do evento. Muito legal mesmo. As pessoas interagiram, questionaram e, no final, levantaram para fazer mais perguntas, dando a impressão de que não queriam ir embora.
 
No próximo dia 28, faremos mais um curso sobre Gerenciamento de Crise. Espero que a plateia seja tão receptiva quanto a de Foz.

Karin Villatore

6
ago

Guerra Muda

Para o projeto final da faculdade eu elaborei com uma amiga minha um documentário. Deu trabalho, eu lembro. Mas valeu a pena. Para quem quiser conferir, segue o vídeo.

Thalita Guimarães

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5
ago

Desejo X Necessidade

Neste semestre vou novamente dar aulas de Comportamento do Consumidor, uma matéria que gera debates bem interessantes. Uma das discussões que costuma aparecer é sobre a confusão que costumamos fazer entre o desejo e a necessidade. Um professor da FGV até criou um termo para isso: necejo.

A ideia é bem óbvia. Aliás, as ideias óbvias costumam ser as melhores, né? Somos tão bombardeados por campanhas que incitam ao consumo, valores sociais que colocam o ter acima do ser e produtos que dizem agregar status às pessoas, que acabamos nos rendendo às compras exageradas ou por impulso. E acreditamos que realmente precisamos daquilo que estamos comprando quando, na verdade, apenas desejamos aquilo que estamos adquirindo.

Dê uma olhada no seu guarda-roupa. Quantas calças jeans você tem? Quantos sapatos, botas, camistas e casacos? E de quantas roupas você realmente necessita? 

Se nós, brasileiros, compararmos nosso comportamento com o dos europeus, veremos que somos grandes consumistas. E que, sim, confundimos desejo com necessidade. Quem sabe é porque não passamos por grandes guerras e apertos maiores (temos problemas econômicos, mas nada se compara a uma guerra).

Nesta fase do “tudo sustentável”, quem sabe a gente comece a pensar duas vezes antes de comprar a quinta bota preta ou a oitava sandália marrom. E, como os europeus, a gente comece a usar o mesmo casaco até ele ficar velho e, aí sim, tenha a efetiva necessidade de comprar um novo.

Karin Villatore

4
ago

O perfil dos candidatos

O cantor Tiririca é candidato a deputado federal pelo Estado de São Paulo. Sabe o lema da campanha dele? Vote Tiririca. Pior que tá não fica! Parece brincadeira, mas não é.  Os cantores Kiko e Leandro, do grupo KLB, tentam se eleger como deputado federal e estadual. A “Mulher Pêra”  é candidata a deputada federal em São Paulo e a “Mulher Melão” a deputada estadual no Rio de Janeiro. Nem sei como apresentá-las. São artistas do mundo das celebridades instantâneas.
Em Curitiba um morador de rua é candidato a deputado estadual. Ele divide as ruas pedindo votos com o ex-vereador Professor Galdino, que gosta de dar pequenos comícios na cidade do tipo “subo num caixote em qualquer lugar do centro”, independentemente de ter gente prestando atenção. Outro dia voltava do trabalho e ele dançava e cantava no microfone com uma capa de chuva debaixo de água torrente. Eu tenho vergonha por eles.
Faz tempo que a política não representa seriedade. E de uns tempos pra cá está parecendo uma loteria. Vai que dá sorte e sou eleito.  Hora sim, hora não, o voto nulo parece uma opção plausível a tudo que não posso mudar. Mas se são eles que vão me representar, votando posso, pelo menos, escolher um que tenha mais conhecimento do que eu, ou cujo maior mérito não seja ser uma celebridade (até porque a gente conhece bem os quesitos) ou ainda alguém que queira aparecer a qualquer custo.

Cristiane Tada