Sábado passado resolvi ir até a Cinemateca para assistir a um filme que queria ver há tempos: O que Resta do Tempo, do cineasta e ator Elia Suleiman. O filme é uma visão bem-humorada do conflito no Oriente Médio. Através de quatro recortes temporais o cineasta usa o cotidiano da própria família para retratar a convivência de guerra entre palestinos e israelenses. Com pitadas de surrealismo e intertextos da cultura pop (como a cena de um jovem palestino alheio à guerra assobiado a música tema do filme O Poderoso Chefão) o filme, com assunto pesado, fica leve e tem algumas passagens realmente muito engraçadas. Para quem não gosta de histórias únicas é um excelente ponto de vista diferente do que se espera sobre o assunto. Suleiman não faz julgamentos e apresenta uma tragicomédia interessante sobre sua própria história. Enfim, um ótimo filme. Pena que só eu e mais três pessoas vimos. Eu acho uma judiação. As pessoas reclamam da falta de opções de diversão de baixo custo e de políticas de cultura na cidade, mas também não prestigiam. Será falta de divulgação? Fica a dica. A preços irrisórios (R$5,00 sábado e R$1,00 domingo) a Cinemateca de Curitiba exibe filmes que não deixam nada a dever a nenhum Cinemark.
Cristiane Tada
30
jul