14
jan

Sobre as quarentonas

juliaSe tivesse hoje que arriscar os três filmes que mais devem receber indicação para o Oscar, apostaria minhas fichas em Álbum de Família, Gravidade e A Vida Secreta de Walter Mitty. Com exceção deste último, baseado em um conto de James Thurber, os outros dois têm um fato em comum: atrizes quarentonas boas de bola. Sandra Bullock, 49, exibe um shape invejável como a astronauta protagonista. Já Julia Roberts, 46, faz questão de mostrar a raiz grisalha e as rugas, à lá bonitinha não ordinária.

Li dias desses uma entrevista do Washington Olivetto, publicada na revista da minha academia de ginástica, em que ele anunciava que estava estudando esta nova mulher de 40 anos. Se você pesquisar, vai descobrir que não é só ele quem está pensando no assunto.

Numa rápida pesquisa na Internet, achei os seguintes comentários: A quarentona de hoje não aparenta a idade que tem. Ela é atraente, saudável, confiante, moderna, ativa e consciente de que pode viver mais 40 anos. Ela, aliás, sabe que está preparada emocional e psicologicamente para prolongar a sua vida. A mulher de 40 está no auge, em plena forma física e intelectual, como a mocinha de 20 anos de antigamente. A nova mulher de 40 é mais desafiadora, independente, centrada e crítica. Usa a experiência em prol da felicidade.

Eu, feliz quarentona, adorei. E você, o que acha dessa geração de novas balzaquianas?

Beijos,

Karin Villatore

6
jan

Previsões auspiciosas para 2014

previsões auspiciosas para 2014

As pessoas, eu entre elas, gostam de significar datas. Penso que não é só para organizar o tempo que a gente faz isso, mas para dar sentido aos acontecimentos, marcar os períodos, ter a sensação de renovação ou de continuidade. E o ano novo é isso porque, sem levar em conta a fé – em religião, astrologia ou em si mesmo –, na verdade, nada muda só porque à meia-noite de 31 de dezembro nasce mais um ano. Por nada, entenda-se nada além das mudanças que já acontecem no dia a dia, que são inúmeras, mas nem sempre celebradas. Quem consegue celebrar todas as manhãs com a mesma alegria das manhãs de Natal ou todas as noites com a mesma animação da véspera de Ano Novo? E teria graça se sentir assim todos os dias? Sem o dia especial? A noite de abrir o espumante e ganhar o presente? Seria chato e cansativo ter especiais todos os dias, precisaríamos inventar outra coisa que distinguisse UM dia para que pudéssemos chamá-lo de O dia.

Assim, espero que 2014 seja um ano normal, feliz, como se diz, mas, sim, com vários dias especiais. Dias de muito brilho, corações batendo mais rápido – de alegria –, suspiros de paixão, comidas gostosas, clima ameno, roupas e sapatos bonitos, músicas emocionantes, dança e vinho branco espumante.

Que nesses dias e em todos os outros haja, ao menos em doses, livros e filmes muito interessantes, crianças, animais de estimação, mar, campo, cidade, bom trabalho, lar, família, amigos, dinheiro que chegue, arte e fé… Que não falte saúde, em ano nenhum, nem na hora da morte. São as nossas previsões apesar da inflação, do desmatamento e da poluição, da corrupção e da violência. E com a Copa do Mundo e muitos protestos populares.

Letícia Ferreira

16
dez

2013, ano da Talk

1476602_599825466738774_894675321_nEste foi, sem dúvida, o ano da Talk. Fizemos as contas na ponta do lápis e, voilà, 43% de aumento no faturamento, se comparado com o ano passado. Leio esta frase e penso em uma série de termos bem estereotipados do mundo corporativo para explicar os motivos deste resultado, tipo: posição de destaque, mercado competitivo, fidelização de clientes, satisfação, qualidade de serviços, eficácia, comprometimento. É, teve tudo isso. Mas a principal eu considero as meninas da Talk – ou talkers, como elas são chamadas no nosso Facebook. Sim, elas são além da nota e merecem todos os elogios.

Fazendo uma retrospectiva, eu me lembro que, logo em janeiro, pintou um sinal de que 2013 seria um ano show. Foi uma matéria muito bacana que dava destaque pra nossa agência e, no título, previa: Um bom ano para as assessorias de imprensa. http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?id=1338979&tit=Um-bom-ano-para-as-assessorias-de-imprensa

Olhando ainda mais atrás, no post que fiz aqui neste mesmo blog no final do ano passado, encontro a seguinte frase: “Segundo uns entendidos no futuro, ano bom para o aumento dos negócios com sabedoria e honestidade”.

Então, que venham as boas previsões e que os bons ventos continuem batendo por aqui. Desejamos que 2014 seja maravilhoso para todos e que a gente comemore o aniversário de 07 anos da Talk com este pique mais do que feliz.

Muito obrigada pelo ano sensacional e beijos a todos,

Karin Villatore

 

10
dez

A barbárie continua nos estádios

brigaPor mais que tenha se tornado uma cena cada vez mais comum nos jogos de futebol, ainda fico pasma ao ver imagens como as de domingo, em que as torcidas do Atlético e do Vasco se enfrentaram como se estivessem em uma praça de guerra. Custo a aceitar que isso ainda aconteça, porque não consigo entender o que esse tipo de pessoa tem na cabeça. Seria um fanatismo desenfreado capaz de cegar qualquer percepção de certo ou errado? O jogo não deveria ser um momento de lazer e de descontração? Então, por que essas pessoas levam isso tão a sério a ponto de quase se matarem dentro de um estádio?

Talvez ninguém possa entender os motivos, até mesmo os fieis torcedores que acompanham todos os jogos do time preferido. O que não é o meu caso. Acho que essa pode ser uma das causas da minha revolta. Não sou fã de futebol, mas também não critico quem gosta – cada um com suas preferências. E por isso me pergunto: até quando isso vai acontecer? As pessoas não evoluem? Pelo menos não essas, que ferem outros por motivos totalmente banais: um jogo de futebol – é isso mesmo??

O caso aqui não deveria ser se faltou policiamento ou segurança para conter os ânimos mas, sim, a falta de cultura, educação e senso de que todos compartilhamos o mesmo planeta. Em uma sociedade normal a polícia não teria que fazer esse tipo segurança, afinal cabe às pessoas definirem o que é certo e errado. O Estado tem lá sua parcela de culpa por todo o histórico cultural, que não cabe mencionar agora. Desculpe os simpatizantes do esporte, mas acho que o problema também está em julgar tão importante uma partida de futebol, tudo gira em torno disso. Tem pessoa que prefere faltar ao trabalho ou outro compromisso importante para ir ao estádio, o que me parece uma tremenda inversão de valores. Alguém já viu briga com torcedores de vôlei ou de basquete no Brasil? Então, acho que isso já diz muito.

Luanda Fernandes

3
dez

Porque gostamos de rotular?

Estava de férias e meio alheia ao que estava acontecendo à minha volta. Via uns buchichos sobre um tal aplicativo Lulu, um programa que permite que mulheres deem nota aos homens. Imaginei, na minha santa ingenuidade, que só podia ser uma brincadeira. Mas não, o tal app existe mesmo.

O aplicativo Lulu ficou conhecido por permitir que mulheres, anonimamente, deem nota e façam comentários sobre os homens que possuam perfil no Facebook, inclusive sobre aspectos pessoais como desempenho sexual, caráter e relacionamento com mulheres.

Vi algumas opiniões feministas dizendo que agora as mulheres estão se vingando, fazendo com os homens o que sempre fizeram com elas, dando notas, opiniões, etc. Confesso que não li profundamente e nem usei o aplicativo para ter uma opinião de especialista. Mas, do pouco que vi, achei muito triste perceber a que nível chegamos.

Dar notas para alguém? Falar que vale a pena ou nem chegue perto? Que tipo de mundo é esse? Acho triste, vergonhoso e sem o menor sentido isso. Vergonha alheia. Não consigo entender porque alguém goste de expor outrem desta maneira, seja para denegrir ou elogiar. Não consigo entender o valor desta ação. E, bem sinceramente, ainda bem que penso assim. #prontofalei

Thalita Guimarães

2
dez

2 de dezembro: Dia Nacional do Samba

Em homenagem ao Dia Nacional do Samba, uma lembrancinha de Noel Rosa: Quando o Samba Acabou, de 1933, na voz de Mario Reis.

NoelRosaNoel é um dos artistas mais importantes da música no Brasil e fez muito pelo samba do morro, a música do povo e do rádio.  Filho da classe média, marcado por uma deformidade no rosto, cedo mergulhou na boemia carioca e no sucesso como compositor e letrista com o samba Com que roupa, popular até hoje.

Depois de muitos sambas, sucessos, amores e farras, morreu aos 26 anos, em 1937, no Rio de Janeiro.

Letícia Ferreira

25
nov

Cometa gafes

vergonha

As pessoas vivem cometendo gafes. Isso é comum, afinal, nenhum de nós é perfeito. “Mas que clichê mais batido, Gustavo!” Desculpe, mas os clichês só são clichês porque são extremamente repetidos e, se são tantas vezes repetidos, é porque são importantes de alguma forma.

De fato, se você viveu pelo menos 10 anos, com certeza já cometeu alguma gafe. Criança comete muitas. Minha amiga de infância Gabi, certo dia estava no elevador com a mãe, e uma mulher com o cabelo todo armado entrou. Os olhos da Gabi se levantaram lentamente para o topete da senhora. A menina olhou fixamente e perguntou, com a maior inocência:

– Moça, você é uma bruxa?

A mãe, Simone, não sabia onde enfiar a cara.

– Gabrielaaa! Ai, moça, desculpa.

– “Magina”! Criança, sei como é.

Uma vez, esperando meu pai me pegar na escola, parou um carro igualzinho o dele. Já com o celular na mão e sem olhar pra frente, fui andando, abri a porta do carro e entrei. Quando olhei para o lado, tinha uma mulher olhando para mim com uma cara de: “Quem é você?” Foi constrangedor. Eu parecia um pimentão! Ela riu e eu saí do carro pedindo desculpa.

A verdade é que ninguém gosta de cometer uma gafe, mas eu consigo enxergar o lado bom delas. Se você, caro leitor, pensar bem, as histórias mais engraçadas que a gente tem pra contar são gafes que cometemos. Quem nunca se divertiu numa roda de amigos, um contando para o outro as próprias gafes ou as de outros?  Quantas histórias hilárias já ouvimos? Estas coisas têm que acontecer para deixar a vida mais gostosa. São aqueles momentos que, às vezes, você acaba lembrando e rindo sozinho, feito louco. Na hora em que aconteceu foi super embaraçoso, mas, depois passa e fica cômico. Faz parte.

Não me arrependo de nenhuma gafe que cometi porque, de vez em quando, são com essas lembranças que eu me pego sorrindo. Então, para finalizar, sem clichês, eu lhe dou um conselho de amigo: cometa gafes.

20
nov

Antônimos perfeitos

girassolDias desses estava pensando nas músicas que falam sobre os contrários. Busquei no Google e vi que uma moça do Rio fez até um artigo acadêmico sobre o assunto. Fato que me fez lembrar de uma entrevista do Chico Buarque, em que ele disse que descobria, por meio de estudos acadêmicos, significados nas letras das canções dele que nem ele mesmo sabia que existiam. Só o Chico mesmo!

E por falar no meu ídolo, a primeira música em que pensei eu confesso que sempre achei que era do Chico. Mas eis que a moça do Rio usou Catavento e Girassol no artigo acadêmico e me corrigiu: é do Guinga & Blanc.

Entre tantos outros trechos geniais, gosto demais destes:

Você só pensa no espaço, eu exigi duração

Quando eu respeito os sinais, vejo você de patins, vindo na contramão

Você sou eu que me vou no sumidouro do espelho

Eu sinto muita saudade, você é contemporânea

A segunda em que pensei foi O quereres, do Caetano Veloso. E, pimba, o artigo da moça do Rio também fala desta. Já começa, logo de sola, assim:

Onde queres revólver sou coqueiro, onde queres dinheiro sou paixão

Onde queres descanso sou desejo, e onde sou só desejo queres não

Daí tem outra bem legal, da Alanis Morissette, chamada Hand in My Pocket. Diz coisas do tipo “Estou triste, mas estou rindo; estou aqui, mas já fui”.

E, assim como o contrário, existe o encontro perfeito, como o da Diariamente, que ficou conhecida na voz da Marisa Monte. Começa assim:

Para calar a boca: rícino
Para lavar a roupa: omo
Para viagem longa: jato

Menos conhecida, mas na mesma onda, tem a música Que Nem a Gente, do Celso Viáfora. Diz, entre outras:

Elegante não é, necessariamente,
Tudo competente
Artista não é tudo comunista
Maconheiro e indecente
Todo mundo é meio assim que nem a gente:
Tudo igual, mas muito diferente

E você, lembra-se de alguma?
Beijos,

Karin Villatore

14
nov

Ainda há esperança

Após quase seis anos do escândalo do mensalão, parece que finalmente existe luz no fim do túnel. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de começar a executar as penas dos réus que não entraram nos chamados embargos infringentes, demonstrou que nem tudo terminou em pizza. Pelo menos, essa é a percepção geral da nação sobre as coisas que acontecem em Brasília. O Tribunal decidiu que 11 dos 25 réus, em breve, receberão os mandados de prisão. E assim esperamos que aconteça.

Mas, dificilmente a expedição das ordens deve acontecer hoje, antes do feriado. Então, os condenados vão poder aproveitar o final de semana de sol em todo o país, que vai dar praia, como diriam os cariocas. Como um dos condenados que desde ontem aproveitava a folga prolongada na Bahia, tamanha era a certeza de que no feriado o banho de sol ainda seria à beira mar.

Infelizmente, nem tudo são flores, algumas figurinhas carimbadas do processo vão cumprir a pena em regime semiaberto e outros ao receberam pena alternativa. Sem mencionar os nove condenados que conseguiram a artimanha de entrar com recurso – o tal do embargo infringente –, que dá o direito a um novo julgamento. Enquanto isso, nós ficamos aqui, assistindo nos bastidores o desfecho de um processo que há muito tempo já deveria ter sido resolvido, mas que por “forças ocultas” ainda caminha em passos de formiga e sem vontade.

Luanda Fernandes