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abr

Notícias de Nova Iorque – Parte 5

Na quinta-feira o ítalo-americano Joseph Lepore não negou ter sangue latino nas veias. Pescoço vermelho, pés batendo o tempo todo, nervosismo aparente, foi um bombardeio de contradições em seu depoimento.  Uma boa parte do que a máquina-monstro Paladino falou foi desdito por Lepore. Na pequena sala, mudaram a disposição da mesa para eu não poder encarar o réu tão de frente. Por conta da matéria do The New York Times, vários jornalistas norte-americanos apareceram no segundo dia. A Assessora de Imprensa dos pilotos também apareceu.

Com L epore e o fracasso de seu depoimento o dia foi menos angustiante. Pareceu que as verdades foram um pouco reveladas.
No entra-e-sai dos intervalos da audiência, acabei virando amiga do filho da Dona Maria das Graças, segurança da entrada da Corte Federal. Ganhei até um número fixo para guardar meu celular. Era 57. E nas últimas vezes já não pediram mais para eu abrir a bolsa para conferir se o metal provinha do meu porta-cartões. No hotel sabiam o meu nome. E várias pessoas que passaram em frente à Corte e perguntaram o que estávamos manifestando por meio das faixas disseram “que a justiça seja feita para vocês; os pilotos merecem ser presos”. Enfim, em nenhum lugar todo mundo é ruim ou bom.

Aprendi muito com essa viagem. Eu, mais do que nunca, hoje me considero uma amiga de vítima. Agora esperamos a sentença. Deve ser definida no início de maio. Se puder, torça por nós. 

 Karin Villatore

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