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28
fev

Amor digital

Nenhuma geração teve acesso a tantas formas de comunicação como hoje em dia. Os vovôs ainda se matriculam nos cursos de informática para aprender a lidar com a temida internet. Enquanto isso a garotada praticamente já nasce com uma conta de e-mail. Bom e ruim.

Temo que com tantos contatos virtuais se esfrie o coração dos jovens. Sabe aquele bilhete deixado pelo menino mais popular da classe dentro do seu caderno durante a aula de ciências? Agora virou coisa do passado. Todo mundo tem facebook, twiter. Não há mais cartas de amor, elas aparecem na caixa de entrada.

Posso ser retrógrada, saudosista, ter alma velha, mas adoro chegar em casa e encontrar uma frase doce escrita num post-it  colado na geladeira. Ouvir parte da letra daquela música que mais gosto repetida em forma de poema ao pé do ouvido. Zuenir Ventura já dizia que o amor é kitsch. A cabeça pode implorar por novidades, mas o coração gosta mesmo é da repetição. Mensagem que só é compreendida quando repassada da mesma forma que faziam os nossos avós.

Heloísa Vieira

 

21
fev

Sobre justiça e esperança

Há dois meses estamos fazendo a divulgação das ações da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 1907. Esse caso foi destaque internacional em 2006 e ensaiou uma crise diplomática entre Brasil e EUA. Um jato Legacy americano bateu em um avião da Gol e matou 154 passageiros. Estamos trabalhando para que os pilotos e a empresa responsável pelo jato não fiquem impunes, uma vez que provas apresentadas à Justiça Federal comprovam a negligência e imperícia dos dois. Só agora  a audiência foi marcada para ouvir a versão dos pilotos. Injustiça é uma coisa que, mesmo que a gente assista todos os dias no Brasil, a gente não pode se acostumar. Afinal , a capacidade de nos indignarmos é característica importante que nos faz humanos, não é?
O assunto é polêmico. Por isso todo o mundo se envolve um pouco. Mas verdade seja dita: como é difícil falar de assuntos tristes. Boas notícias são fáceis de emplacar, mas  falar sobre tragédia…
A imprensa constantemente é acusada de sensacionalismo, de morbidez ao pautar os assuntos. Mas passados cinco anos é necessária uma estratégia para conseguir certo barulho para que o caso volte à tona. Tudo isso para que a imprensa cobre o mínimo das autoridades competentes: um julgamento. Morreram 154 passageiros no fatídico acidente, mas quantos familiares e amigos perderam a paz? Quantas pessoas terão dizimadas todas as esperanças na vida ou em tudo que faz ela valer a pena caso tudo termine na pizza nossa de cada dia? Na verdade seremos 190 milhões de vítimas. Participem também do movimento em prol de justiça participando do abaixo-assinado disponível no site  www.190milhoesdevitimas.com.br

Cristiane Tada

20
jan

É jornalismo ou é publicidade?

Estava lendo o Anuário Brasileiro das Agências de Comunicação e da Comunicação Coorporativa de 2010/2011 e percebi uma preocupação comum: a dificuldade de explicar o nosso serviço. Antes eu achava que era só para as pessoas fora da área. É comum na casa dos meus pais alguém dizer que eu trabalho em uma agência de publicidade!!! Mas lendo o relato de várias empresas de comunicação no Brasil todo percebi que a dificuldade também está na hora de explicar para o cliente. Principalmente na hora de propesctar novos clientes, aqueles que não têm incutida a cultura da comunicação na veia da empresa. Foi quase um alívio. Como é bom ouvir (ler) gente que entende o nosso negócio e os nossos dramas. A distinção entre os papéis das agências ainda não está clara no mercado, mas estamos trabalhando para isso. Pelo que li a conclusão os profissionais é quase unânime para o fortalecimento do setor. Qualificação de mão-de-obra e a valorização do nosso trabalho, ou seja, conscientização das agências cobrarem preços justos pelos serviços.

Cristiane Tada

5
jan

Os primeiros momentos são cruciais

Crise de imagem é uma coisa séria e talvez uma das piores crises que podem acontecer com uma organização. Leva-se anos para construir uma boa reputação e apenas segundos para que todo esse trabalho vá por água abaixo.
A imagem bem gerida é um dos maiores bens de uma empresa. A imagem é tudo, desde a logomarca e os pontos de venda até os produtos e serviços oferecidos, o relacionamento com o cliente e a maneira como a organização é vista na sociedade. Quando a imagem da empresa ainda não é consolidada é possível maior flexibilidade na gestão de uma crise, pois ela ainda não é reconhecida. Já quando a imagem já é solidificada, as providências devem ser mais planejadas, pois ela é referência não somente para a imprensa como para outras empresas de seu setor.
No estouro de uma crise de comunicação é comum muitas empresas demorarem a agir. Isso faz com que possíveis boatos sejam disseminados e depois, para concertar a situação, é muito mais difícil. Diante de uma crise não se pode ficar parado. Os primeiros momentos são cruciais e são eles que vão definir o rumo dos acontecimentos que virão a seguir. Daí a importância de toda empresa, independentemente do tamanho, focar na comunicação e elaborar um plano de gerenciamento de crise para que, quando ela chegar, não se instale o caos. Atualmente a comunicação já é vista como uma ferramenta estratégica dentro das organizações. Ela pode detectar ameaças e oportunidades e é peça fundamental em momentos de turbulência.
Podemos citar muitos casos de crises que não foram bem geridas e acabaram mal. É importante zelar pela imagem, manter-se alerta e trabalhar arduamente para que ela não seja muito afetada. Aos primeiros sinais de uma crise, acione o plano de gerenciamento de crise. Cheque a veracidade das informações que estão correndo, prepare-se para falar com a imprensa e dar respostas sobre o que está acontecendo. Não entre em pânico e lembre-se, seja ágil e rápido.
Karin Villatore

20
dez

Retrospectiva…

O ano acabou e mesmo com a Simone cantando “Então é Natal” insistentemente em todas as lojas em que eu entro está difícil de me situar na penúltima semana de 2010. Ano animado este. No melhor estilo retrospectiva vou lembrar o que no universo das notícias foi destaque neste final de 2010, em minha opinião.
A presidente eleita Dilma Rousseff foi diplomada nesta semana pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com a promessa de defender a liberdade de imprensa e de culto. Com essa chamada qualquer desavisado poderia pensar que essa é uma eleição após ditadura recente. A promessa tem fundamento. A discussão sobre liberdade de imprensa foi assunto recorrente em 2010.  Dilma deverá decidir sobre o projeto de regulamentação da mídia proposto pelo Ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, o mesmo que já comentei aqui.
No mundo, a organização WikiLeaks causou furor com a divulgação de documentos, fotos e informações confidenciais, vazadas de governos ou empresas, sobre assuntos, digamos, “sensíveis”. Tudo isso transformou o diretor e idealizador do site, Julian Assange, em celebridade e engrossou o debate a respeito de censura, poder, governo e meios de comunicação.
Aqui na agência tivemos um ano bom, clientes novos, retomada com alguns clientes antigos, ótimos resultados, trabalho reconhecido através dos prêmios ganhos do Sindicato dos Jornalistas do Paraná. Ficou um gostinho de que 2011 tem muito mais.
Então, bom Natal e um Ano Novo também! (plagiando a Simone). Que o ano novo seja movimentado, com muito trabalho e boas notícias para todos!

Cristiane Tada

6
dez

E o Rio de Janeiro continua…

Eu vi cariocas comentando que o que aconteceu no Rio de Janeiro foi como o 11 de setembro deles. Bom, a TV noticiou como tal. Programação interrompida e transmissão das ações da polícia direto das comunidades. Realmente foi uma cobertura de guerra. Teve especialistas comentando a ação dos bandidos, o planejamento do governo. Repórteres nas ruas, cobertura passo-a-passo, do tiroteio até entrevistas sobre o dia-a-dia dos moradores. A população aderiu à causa. Estavam todos torcendo para a polícia expulsar os bandidos. Parecia uma versão estendida do Tropa de Elite ao vivo. Eu geralmente olho com muita desconfiança quando a TV faz da violência urbana um show. Desde quando há alguns anos passava uns dias em São Paulo com meus pais durantes os ataques do PCC a algumas agências bancárias. Eu via pela TV um caos que não passava pela janela do carro ou do apartamento em que estávamos. Na verdade eu tenho mesmo é medo dessa incitação à histeria coletiva.  Isso sempre me lembra a invasão marciana de Orson Welles, quando milhares de pessoas ouviram o radioteatro protagonizado pelo ator e diretor de cinema norte-americano e acreditaram realmente que estavam sendo invadidos. Não que eu acho que a luta contra os bandidos não aconteceu e acontece nas nossas grandes capitais. Mas parece um regozijo para as emissoras. E toda essa dramatização sempre conta um só lado da história. Essa foto estava sendo divulgada pelo Facebook. Achei uma metáfora interessante. O autor da foto é Urbano Erbiste, do Jornal do Brasil.

Cristiane Tada

23
nov

Viramos!

Como a gente não comentou da Virada Cultural, lá vou eu. Bom, foi muito divertido, evento superbem produzido, ótimos shows. Eu já estive em duas Viradas em Sampa e, então, dá para ter um parâmetro. Tudo foi muito legal. Senti um pouco falta de policiamento nas Ruínas nos shows de madrugada, mas também não vi nenhuma briga ou caso que precisasse dela. O som estava bem ruim em alguns lugares, mas como falou um amigo isso são ajustes. O negócio é que deu uma alegria imensa ver Curitiba naquela animação, aquele povo todo na rua, aquele sol bonito e todo mundo sendo feliz. Contrariando tudo que todo mundo fala mal da cidade. Eu não sou curitibana, mas sou paranaense. E a emoção foi bem maior ver tudo aquilo rolando por aqui do que quando estive em SP. A população prestigiando, sem empurra-empurra ou confusão. Além de tudo, recebemos essa foto que não tinha como não postar.

Cristiane Tada

3
nov

O poder da nova opinião pública

O mundo está mais livre desde que a Internet surgiu. Somente no século XX a opinião pública retornou à sociedade e se assumiu como expressão da vontade coletiva. Os avanços da tecnologia têm desencadeando novos cenários na formação da opinião pública. Difícil precisar em que medida a nova Tecnologia da Informação, associada ao papel da imprensa, incide na formação da opinião pública. Fato é que hoje vivenciamos uma impaciência da opinião, regida pela rapidez praticamente instantânea das mensagens online.
Hoje existe um novo cenário da comunicação. Na mídia tradicional ou independente, qualquer pessoa passa a ser produtor de notícia, ou seja, passa a produzir informação, análise e interpretação dos fatos. A Internet difunde a contrainformação com uma rapidez muito grande, cria o acesso à diversidade e é facilitada pelas políticas públicas de democratização da rede.
O jornalismo tradicional, que rege que o jornalista seleciona o que é relevante ou não para ser divulgado de toda a informação que ele obteve, está em vias de extinção. Com a internet, há uma desconstrução da atitude onipotente do jornalista. Agora, este profissional coloca a informação na internet e, ao mesmo tempo, obtém a opinião do leitor, que interage e contradiz ou tem uma opinião diferente da do jornalista. O jornalista, então, muda de opinião, estabelecendo-se um exercício de democracia e civilidade, gerando uma reviravolta no mundo da imprensa.
Isso cria uma nova contradição na formação da opinião pública, se comparado com o que vinha se determinando até hoje. O cenário da sociedade atual caracteriza-se pela cultura de massas e pela cultura do espetáculo, em que todos querem ser protagonistas, mostrar o que sabem fazer e expressar a sua opinião. Temos o MySpace, o YouTube, inúmeros blogs como este, as listas de e-mails, os twitters e os sites independentes para nos expressarmos. Todos querem se expressar, todos são atores e, ao mesmo tempo, espectadores.
Os jornais nasceram como veículos de opinião. Mas hoje existe uma nova concepção da relação da imprensa com os cidadãos. Eles não são os seguidores da imprensa, mas os titulares do direito à informação, os que autorizam os jornalistas a desempenhar sua função. Na época em que escreveu o livro Opinião Pública, em 1922, o jornalista norte-americano Walter Lippmann, talvez não imaginasse que viveríamos esta situação. Mas uma citação dele já dava o caminho das pedras. “Os retratos dentro das cabeças dos seres humanos, retratos deles mesmo, dos outros, das suas necessidades, propósitos e relacionamentos, são suas opiniões públicas. Aqueles retratos que são adotados por grupos de pessoas, ou por indivíduos agindo em nomes de grupos, são Opinião Pública com letras maiúsculas.”

Karin Vilattore

18
out

Talk é finalista do 5.º Prêmio Sangue Bom


Todos os premiados do Sangue Bom em 2009

Esta segunda-feira foi animada para nós aqui na agência. Recebemos a notícia de que somos mais uma vez finalistas no Premio Sangue Bom, do Sindicato dos Jornalistas do Paraná. Ano passado eu, recém-chegada aqui na Talk, acompanhei a premiação em que ganhamos com o projeto de Assessoria de Imprensa do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Paraná (Setcepar), cliente de responsabilidade da nossa coordenadora Thalita. Neste ano, surpresa! Temos uma dobradinha feliz entre os três finalistas. Estamos concorrendo com dois projetos de Assessoria de Imprensa, dentre três finalistas: um da Escola da Magistratura do Paraná (EMAP), cliente que atendo há mais de um ano (Eba!) e outro do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do Paraná (Sindimetal/PR), cliente atendido pela Thalita (veterana já no Sangue Bom).
Bom, posso falar em nome de todas que ficamos muito orgulhosas e animadas com o reconhecimento. Trabalhamos duro para oferecer a melhor divulgação para nossos clientes e nada melhor que um prêmio para termos certeza do dever bem cumprido, não é mesmo? A premiação acontece no dia 28 de outubro, no Espaço Cultural dos Bancários, em Curitiba. Estamos com os dedos cruzados desde já.

Cristiane Tada

1
out

A internet e o futuro dos jornais


Assisti uma palestra muito legal com o escritor Cristovão Tezza recentemente. Ele disse coisas bem bacanas em relação ao jornal escrito e a internet. Existe essa discussão profética e interminável sobre o fim do jornal impresso e que a internet vai acabar com tudo. O que o Cristovão falou foi que a importância do jornal (e daí a sua força) está ligada ao que chamamos de hierarquia da informação. De como as notícias são dispostas nas páginas, do recorte que ele faz dando importância apenas a alguns dentre os inúmeros fatos do mundo. Na internet estão a um clique todas as notícias, um mar de possibilidades de leitura, que desfragmenta e confunde. Nós leitores precisamos de uma forma de organizar isso tudo e nada mais palpável que folhear esse conjunto de informações onde escolho o que vou ler.  Por isso, os jornais têm e ainda terão vida longa. Li uma matéria ontem que falava que no Brasil o jornal impresso cresce ao contrário do resto do mundo. O Diretor geral do Grupo RBS disse que com a internet o jornal Zero Hora teve um aumento de 19% de circulação em papel. O grupo O Globo também aposta em crescimento de aproximadamente 3,5% para os próximos meses na circulação frente ao mesmo período de 2009. O que me parece é que a internet está complementando e difundindo um mundo mais bem informado, onde as pessoas têm mais sede de saber. A minha perspectiva é otimista. Mais consumidores de notícia pode significar leitores mais exigentes e assim quem sabe cidadãos mais críticos.

Cristiane Tada