Arquivos da categoria: Assessoria de Imprensa

19
ago

Terra de Ninguém

Abaixo segue o artigo publicado no jornal Extra Pauta, do Sindicato dos Jornalistas do Paraná, que comentei no Post anterior.

Espero que gostem.

Karin Villatore

Se você está revoltado com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de extinguir a exigência do diploma no Jornalismo, repense sua tristeza. Ao seu lado pode existir um Assessor de Imprensa, com igual formação acadêmica, e que nunca teve sua função sequer reconhecida como de jornalista.

O balde de água fria que os Assessores de Imprensa receberam no dia 17 de junho, data da decisão do STF, foi ainda maior porque estávamos progredindo nas negociações de regulamentação desta atividade.

No final do ano passado a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) entregou ao Ministério do Trabalho uma série de propostas. Dentre os cinco eixos estruturais estava transformar em funções atividades que já estão previstas, como professor de Jornalismo e Assessor de Imprensa. A Fenaj sustentava que “são atividades específicas do jornalista todas aquelas que em quaisquer meios, mídias, nas mais diversas linguagens, suportes técnicos e espaços da área da comunicação (da TV à Assessoria de Imprensa) manuseiam conteúdos informativos jornalísticos.

O Conselho Federal de Jornalismo também tinha feito suas tentativas. Criou anos atrás um anteprojeto, entregue à Presidência da República, reivindicando todas as mudanças que os jornalistas propuseram nos últimos anos na legislação profissional. Dentre elas estava o pedido de atualização da denominação e da definição das 25 funções jornalísticas, incorporando a Assessoria de Imprensa.

Os movimentos eram contrários à decisão do Tribunal Superior do Trabalho que, em 1998, definiu que Assessoria de Imprensa não está na descrição das atividades de jornalistas previstas no Artigo 302 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e no Decreto 972/69. Aprovada por unanimidade pela Terceira Turma do Tribunal, a emenda estabeleceu que “Assessor de Imprensa não exerce atividades típicas de Jornalismo, pois o desempenho dessa função não compreende a busca de informações para redação de notícias e artigos, organização, orientação e direção de trabalhos jornalísticos(…). Atua como simples divulgador de noticias e mero repassador de informações aos jornalistas, servindo apenas de intermediário entre o seu empregador e a imprensa”.

Assessoria de Imprensa é uma atividade recente, se comparada com o Jornalismo dito tradicional. Mas ela já encampa, segundo sondagens feitas principalmente junto aos sindicatos, mais da metade da nossa categoria. E tudo indica que o setor deve crescer cada vez mais.

Grande em tamanho, mas pequeno em força, este grupo provavelmente continuará sendo constituído por um profissional esquecido pela lei, numa espécie de terra de ninguém. Não precisa de formação acadêmica específica, não tem horário de trabalho definido ou piso salarial. Então, se você trabalha em redação, imagine o que a extinção da obrigatoriedade do diploma significou para quem está do outro lado do balcão do Jornalismo.
Karin Villatore é jornalista, diretora da Talk Assessoria de Comunicação e professora universitária.

16
ago

Matéria no Fantástico

Neste domingo, ao assistir ao Fantástico, deparei com uma questão. A reportagem sobre pirataria mostrava, além dos produtos piratas trazidos pelo Paraguai, a prática de algumas empresas que importam produtos de forma ilegal. Estas empresas apontadas pela matéria classificavam produtos, como um videogame, por exemplo, como outros itens existentes na tabela da Receita Federal para pagar menos impostos. Desta forma, o produto consegue ser vendido mais barato no Brasil.

Não sou a favor de nenhuma prática ilegal, mas tenho certeza de que esta ação não aconteceria se diminuíssem os impostos sobre os produtos. Fico revoltada quando viajo e vejo a diferença de preço, principalmente de produtos eletrônicos encontrados lá fora em comparação com o Brasil. Para um produto entrar aqui é preciso pagar imposto de importação – II, sobre produto industrializado – IPI, PIS, COFINS e ICMS (este sendo estadual). Desta forma, claro que o preço fica muito mais alto e a vantagem de trazer de fora é surpreendente.

Acredito até que ninguém iria se importar de pagar o preço cobrado aqui desde que conseguíssemos visualizar as benfeitorias realizadas pelos nossos representantes. Mas a verdade é que vemos pouco sendo realizado e muito sendo cobrado. Antes de criticar quem tenta trazer algo de fora sem pagar todas as taxas exigidas é preciso avaliar o motivo pelo qual isto vem ocorrendo.

Thalita Guimarães

13
ago

Fazer-se entender e ter um dicionário sempre por perto

Capa da Revista Veja desta semana é sobre falar e escrever bem.  A revista fez uma análise do primeiro debate dos candidatos à Presidência da República exibido pela rede de televisão Bandeirantes. Veja defende que os pleiteantes a cargos públicos deveriam falar, no mínimo, corretamente para conseguirem ser bem entendidos. Aquilo que nós, assessores de imprensa, temos como premissa básica e oferecemos todo dia para os nossos clientes. A matéria mostra as diferenças, o que é aceitável ou não no Português falado e no escrito. Segundo a apuração da revista Dilma levou a pior, não pontua as frases quando fala, perdendo o sentido das mensagens. Serra comete erros, mas tem treinamento em oratória e, por isso, consegue transmitir seu recado. Marina, apesar de erros graves, atinge o telespectador porque fala de forma simples e direta.
Além da análise da fala desarticulada dos candidatos a matéria mostra como utilizar a língua corretamente pode ser benéfico principalmente para a vida profissional. Apresenta alguns dicionários e versões reeditadas como o ótimo Dicionário Analógico da Língua Portuguesa do autor Francisco Ferreira dos Santos Azevedo. Comprei já faz uns meses , aconselhada por Chico Buarque (é dele o prefácio da nova versão) e adorei.
Desde criança tenho uma mania por dicionários. Naquela época era uma atração pelo glamour de saber novas palavras, a sedução de uma fala à la Odorico Paraguaçú, que Veja traz como o mais famoso representante na dramaturgia do discurso empolado e errado. Já hoje, pela consciência de que saber palavras difíceis é preciso, mas com o intuito contrário: de simplificar e, assim, ser bem entendida.

Cristiane Tada

19
jul

Ajudar é um ato egoísta

O raciocínio é simples. Você consegue imaginar a Madre Teresa de Calcutá, o
Gandhi ou a Dra. Zilda Arns sentindo um vazio interior ou tomando Prozac? Ou este mesmo grupo apelando para aulas de Yôga, meditação ou acupuntura para se livrar da depressão? Eu não consigo.
O que eles têm que nós não temos? Eles ajudam -ou ajudavam- pessoas. O tempo todo. Não apenas na época do Natal, como a maioria de nós faz.
Todo ano é a mesma coisa. Quando chega a época do Natal, milhares de nós corremos para as lojas de R$ 1,99 e afins procurar brinquedos para doar para entidades beneficentes. E sentimos que estamos com nosso dever cumprido e que conseguimos nos redimir dos pecados que cometemos. O ano vira e o antidepressivo continua na cabeceira da cama.
Vivemos num país que, infelizmente, proporciona uma infinidade de oportunidades de trabalhos voluntários nas mais variadas entidades filantrópicas e ONGs. Empregos não-remunerados de tudo que é tipo. Para quem quer ajudar criança, para quem não quer se envolver demais, para quem quer mergulhar de cabeça, para quem só se sensibiliza com animais em extinção, para quem ama as plantas, para quem quer “adotar” um velhinho, para quem está envolvido com a questão agrária. Todos, sem exceção, com problemas dos mais urgentes e emergenciais.
Independentemente do tipo de engajamento, aos poucos o voluntário vai se curando da depressão, deixa de sentir o tal do vazio interior e sente que é imprescindível. E descobre que, mais do que um ato humanitário, ajudar o próximo é um ato de auto-ajuda. Do altruísmo ao egoísmo.
Quer começar? Descubra o que você pode e gosta de fazer. Procure a entidade que mais se encaixa neste perfil e vá em frente. O sorriso de uma criança, a perpetuação da espécie de um bicho ou uma noite dançando com um idoso em um asilo valerão, com certeza, mais de mil drágeas de Prozac.

Karin Villatore

A Talkcomunicacao faz trabalho voluntário de Assessoria de Imprensa para o Amigos do Hospital de Clínicas – AAHC. Na foto Karin Villatore com a Ex-presidente do AAHC, Maria Eliza Paciornik.

Maria Elisa Ferraz Paciornik e Karin Villatore

15
jul

A diferença entre a Assessoria de Imprensa e a Propaganda

É muito comum termos dúvidas sobre a diferença entre Assessoria de Imprensa e Propaganda. A confusão começa na própria universidade, que trata os cursos de Publicidade e Propaganda, Jornalismo e Relações Públicas como partes do grande guarda-chuva acadêmico da Comunicação Social. Para quem não é da área, imagine o exercício mental para não chamar erroneamente todos os profissionais de publicitários.
A Assessoria de Imprensa trabalha com os espaços editoriais dos veículos de comunicação. Ou seja, ela fala com os jornalistas, que publicam as matérias e as reportagens jornalísticas. Já a Propaganda se atém aos espaços comerciais, mais comumente conhecidos como anúncios. E o contato será feito sempre com o departamento comercial do veículo de comunicação.
Com os serviços de Assessoria de Imprensa, as informações publicadas sobre sua empresa serão gratuitas e fruto de uma sugestão enviada à redação, usada de acordo com o interesse do jornalista e do espaço disponível. Como tudo vem em forma de sugestão e sem nenhum acordo comercial, você jamais poderá saber com antecedência que resultados seu investimento em Assessoria de Imprensa trará. Já na Propaganda, você define o espaço, o dia e o conteúdo. E paga por isso.
Um bom Assessor de Imprensa é aquele que, entre outras habilidades, consegue estabelecer um relacionamento estreito com os jornalistas de redação para que a sugestão dos temas (chamados no jargão jornalístico de pautas) enviados se transformem em notícia publicada.
Normalmente as pessoas acreditam mais em uma matéria jornalística do que em um anúncio. A maioria da opinião pública sabe que, se é um anúncio, foi pago e pode ter as informações elogiosas que o pagante quiser colocar. Já no caso da notícia, publicada por um jornalista isento, a credibilidade recai principalmente sobre esta imparcialidade. Por este motivo, um resultado de Assessoria de Imprensa tende a ter um impacto mais forte na imagem da empresa.  Mas isso não quer dizer, de forma alguma, que a Propaganda seja dispensável.
Por fim, é bom sempre lembrar que um bom Marketing é feito pelas variadas e eficazes ferramentas disponíveis hoje no mercado. Assessoria de Imprensa e Propaganda são apenas duas delas. É só pesquisar, investir e, depois, comemorar os resultados.