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6
mai

E Viva o Facebook!

Parece que as mídias sociais vieram mesmo pra ficar. Um dia desses foi o “Dia Mundial das Comunicações”. Postei a preciosa informação na minha página de uma rede social e, além de jornalistas e comunicadores curtirem a postagem, uma amiga comentou: – E viva o Facebook!

E isso me fez pensar. A maioria de usuários desta rede é de adultos, o que coloca por água abaixo o conceito de que internet é coisa para adolescente. Digo isso porque mais um caso me fez rir demais em uma noite dessas. Indo para casa, trânsito característico de final de dia, a capital paranaense parecia um caos. Postei: “Não dá para andar de carro mais nessa cidade”. Automaticamente amigos curtiram e já comentaram. E logo, mais e mais amigos, trabalhadores voltando também para suas casas iam comentando, citando ruas que estavam interditadas, caminhos parados e alternativos e o estresse do trânsito começou a se tornar cômico. A rede virou real.

Nem ao jogo de futebol preciso assistir mais, os fanáticos pelos times postam minuto a minuto os gols e detalhes importantes, como uma verdadeira cobertura jornalística, sem nem mesmo terem a formação. Aliás, o jornalista foi o que mais mudou desde que as mídias sociais chegaram. Segundo a comScore, órgão que mede a audiência mundial da internet, mais de 60 milhões de brasileiros leem blogs mensalmente. Não precisa nem dizer que esse número é algumas vezes maior do que os de leitores de jornais em papel.  É, de fato, a nova era da comunicação. E viva o dia mundial dela!

Ana Jamur

2
mai

Desrespeito à imprensa

Aqui no Paraná a fama de louco do Requião já é normal. Por isso ainda fico abismada quando o “político” – que para mim de político não tem nada – ganha eleição para alguma coisa, como ocorreu agora quando disputou um cargo para o Senado. Ideologias políticas à parte, esta semana mais um ataque contra a imprensa foi cometido por este que foi eleito para nos representar.

O parlamentar, não gostando de uma pergunta feita pelo jornalista Victor Boyadjian sobre a aposentadoria que recebe desde que deixou o governo do Paraná, tirou o gravador das mãos do jornalista e ainda o ameaçou. “Já pensou em apanhar, rapaz?”, disse Requião, em frente a um grupo de repórteres, antes de ir embora com o aparelho. Victor Boyadjian seguiu o parlamentar pelos corredores do Senado, insistindo para que Roberto Requião lhe devolvesse o equipamento, sem sucesso. O político só devolveu o aparelho depois de apagar o conteúdo.

Mais tarde, Requião teve a coragem de afirmar que teria tomado o gravador numa atitude de censura ao repórter. Ele informou que é preciso acabar com o abuso, com o bullying público que todos sofrem pelo simples fato de ganhar uma eleição e assumir um mandato.

Tudo bem que bullying está na moda. Só se fala disso nos últimos tempos, mas ter a cara de pau de inventar uma justificativa para censurar uma resposta que todos têm o direito de ouvir foi demais para mim. Aliás, não só como jornalista, mas como cidadã livre de um país democrático, abomino qualquer tipo de censura. Não é a primeira vez que este parlamentar ataca um jornalista. Além disso, no fim do ano passamos nos deparamos com uma proposta do governo, batizada de Lei Geral da Comunicação Social que, para sermos francos, representaria uma censura a rádios e TVs muito duvidosa.

Temos que lembrar que a liberdade de imprensa é uma conquista da democracia brasileira e não podemos deixar ações como esta acontecerem. Que a população possa refletir melhor sobre o assunto e pensar nisso quando for escolher seus representantes nas próximas eleições.

Thalita Guimarães         

28
abr

Um até breve

Depois de dois anos e um mês minha jornada na Talk chega ao fim. Estou feliz. Vou começar tudo de novo, e continuar a minha caminhada cigana. Sem falsa modéstia tenho certeza que aqui aprendi com as melhores o ofício da assessoria de imprensa.  Quando entrei na Talk queria ganhar experiência profissional, adquirir traquejo, essa pegada de agência: vários jobs e clientes ao mesmo tempo, dar o meu máximo. Dever cumprido! Deixo clientes queridos (cuide bem deles, Ana! rs), orgulho dos sucessos  compartilhados , prêmios (somos prata e bronze no Sangue Bom 2010), boas divulgações e ótimas lembranças. Agradeço a Karin pela oportunidade, a Thalita pela paciência, a Fabíola pela parceria nos almoços bem humorados e a todos os colegas da imprensa pelas boas matérias.  Vou sentir saudade! Durante esses anos trabalhei com profissionais excelentes que ganharam minha admiração, parceiros e clientes empreendedores, com visão de comunicação que me fizeram acreditar ainda mais no meu trabalho. Com os clientes ainda aprendi muito, cada um me fazendo conhecer assuntos diferentes, derrubando meus preconceitos. Hoje sei muito mais e meu horizonte expandiu infinitamente. Obrigada a todos! Mas este não é um adeus e, sim, um até breve. Afinal, o Rio de Janeiro é logo ali.

Cristiane Tada

27
abr

Informação que abala

Que a informação é uma arma, todos sabemos. Que o conhecimento é muito importante, mais ainda. O que não se sabe é o que vamos encontrar em informações e histórias quando se trata de grandes tragédias.

Há quatro meses atendemos a Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 1907. É com garra e determinação que abraçamos essa causa, pois estamos lutando por justiça e para que os dois pilotos norte-americanos, Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, sejam punidos e suas licenças para pilotar sejam cassadas.

Nesta semana fiquei encarregada de levantar a história das vítimas do Voo 1907 (que totalizam 154), confesso que chorei por diversas vezes. Jornalista sempre tem aquela conversa que não devemos nos envolver com o tema, que temos que ser imparciais e tudo mais, mas isso é impossível quando se trata de uma coisa tão próxima e real.

É impossível reagir friamente com alguém dizendo que hoje consegue sentir saudade sem dor, mas que levou muito tempo pra isso. É difícil ser imparcial com histórias de quem perdeu o pai uma semana antes do acidente e o marido morreu na tragédia. Mais complicado ainda é não se emocionar ouvindo os planos que todas essas famílias tinham para o futuro. Sabe aqueles planos que você faz com a sua família? Pois é, os sonhos dessas pessoas foram interrompidos por um acidente sobre o qual eles não tiveram nenhuma responsabilidade. Sonhos de ter um pai presente, sonhos de casar, de dar a volta ao mundo de bicicleta, de aproveitar a vida… Volto a dizer, é impossível não abraçar a causa diante de informações como essas, que chocam e abalam.

Fabíola Cottet

 

25
abr

Notícias de Nova Iorque – Parte 5

Na quinta-feira o ítalo-americano Joseph Lepore não negou ter sangue latino nas veias. Pescoço vermelho, pés batendo o tempo todo, nervosismo aparente, foi um bombardeio de contradições em seu depoimento.  Uma boa parte do que a máquina-monstro Paladino falou foi desdito por Lepore. Na pequena sala, mudaram a disposição da mesa para eu não poder encarar o réu tão de frente. Por conta da matéria do The New York Times, vários jornalistas norte-americanos apareceram no segundo dia. A Assessora de Imprensa dos pilotos também apareceu.

Com L epore e o fracasso de seu depoimento o dia foi menos angustiante. Pareceu que as verdades foram um pouco reveladas.
No entra-e-sai dos intervalos da audiência, acabei virando amiga do filho da Dona Maria das Graças, segurança da entrada da Corte Federal. Ganhei até um número fixo para guardar meu celular. Era 57. E nas últimas vezes já não pediram mais para eu abrir a bolsa para conferir se o metal provinha do meu porta-cartões. No hotel sabiam o meu nome. E várias pessoas que passaram em frente à Corte e perguntaram o que estávamos manifestando por meio das faixas disseram “que a justiça seja feita para vocês; os pilotos merecem ser presos”. Enfim, em nenhum lugar todo mundo é ruim ou bom.

Aprendi muito com essa viagem. Eu, mais do que nunca, hoje me considero uma amiga de vítima. Agora esperamos a sentença. Deve ser definida no início de maio. Se puder, torça por nós. 

 Karin Villatore

20
abr

Notícias de Nova Iorque – Parte 4

Era uma sala pequena e Jan Paul Paladino, o co-piloto do Legacy que colidiu com o Boeing da Gol, estava depondo havia quase duas horas. Ao lado dele, o advogado brasileiro e o advogado norte-americano. Em frente, os dois jornalistas norte-americanos. A repórter da Globonews guardou para mim uma cadeira que dava de frente para Paladino. Passei o interrogatório todo o encarando. Afinal, eu estava ali representando os familiares e amigos das vítimas.

Paladino é o homem mais frio que já vi. Nos intervalos da audiência, ele me encarava de volta. Não pareceu sofrer em nenhum momento do depoimento. Tinha tudo decorado. Todas as mentiras, todas as desculpas. E em nenhum momento demonstrou culpa pelo acidente que ajudou a causar. Um monstro. Assustador.

Na saída do interrogatório, confrontamos pacificamente Paladino com faixas que diziam “Por que você está feliz?”, com uma foto dele e de Lepore sorrindo. Ele nem assim esboçou uma reação.

Confesso que me senti muito mal com a presença de Paladino. Tive vontade de chorar, não consegui comer naquele dia e nem dormir. Mas o que me impressionou muito foi a solidariedade da imprensa brasileira. Torciam silenciosos por um tropeço no discurso decorado de Paladino, não reclamavam das horas a fio sem comer, os que estavam lá fora esperando por uma imagem do piloto aguentaram firmes o frio abaixo de zero. Era como se houvesse uma corrente de apoio de todos os brasileiros presentes, um sentimento até citado no dia seguinte na matéria do The New York Times, quando o jornalista relata que parecia que o Brasil estava mobilizado por esta causa. Ali em Long Island, em frente à Corte Federal, estava mesmo.

Karin Villatore

18
abr

Notícias de Nova Iorque – Parte 3

O interrogatório aconteceu na Corte Federal de Long Island, que ficava a 45 minutos de carro do hotel. Chegamos, eu e o publicitário responsável pela vigília em frente à corte, às 9h30 da manhã. A audiência começaria às 11h, no horário local. Entrei do tribunal para ver em que sala o interrogatório iria acontecer. Inspeção digna do aeroporto, com direito a detector de metal, proibição de entrada de qualquer aparelho eletrônico (inclusive celular) e um ritual de tira-e-põe-casaco-e-bolsa que chegou a ser cômico depois da minha trigésima saída da corte naqueles dois dias de interrogatório.

De novo, um dos seguranças da entrada era parente de brasileiro. Desta vez, um senhor de uns 70 anos filho da Dona Maria das Graças, que aprendeu com a mãe a falar “cerveja” e “até logo”.
Na sala de entrada da audiência, um local chamado Escritório dos Advogados dos Estados Unidos, fui barrada. O recepcionista, que atendia detrás de um vidro à prova de balas e com péssima acústica devido à grossura do vidro, disse que eu só poderia entrar se fosse convidada pelo juiz ou pelo advogado dos réus. Desci e fui falar com os jornalistas brasileiros que começavam a chegar para fazer a cobertura da audiência. Subimos todos juntos e fomos novamente barrados. Lá descobrimos que dois jornalistas norte-americanos estavam acompanhando a audiência. A desculpa que nos deram era que não havia cadeira suficiente para nós.

Apelei: “Se vocês não nos deixarem entrar, a imprensa brasileira vai dizer que vocês só permitiram a entrada de jornalistas dos Estados Unidos e que proibiram a cobertura da imprensa brasileira. E o nome de vocês será citado nas matérias que serão publicadas no Brasil.” Meia hora depois, nossa entrada foi liberada.

Karin Villatore

14
abr

Notícias de Nova Iorque – Parte 2

Cheguei em Nova Iorque na segunda-feira de manhã. Neurose de sempre na chegada. Tive que deixar meu isqueiro na alfândega (proibido levar produto inflamável, disse a moça da segurança) e assistir a um grupo de paquistaneses ser deportado. A porta do aeroporto se abriu para um vento cortante e a descoberta de que a distância entre a cidade de Nova Iorque e Long Island era bem maior do que eu imaginava.

Quase duas horas depois, cheguei ao hotel. Fiz um rápido check-in e voltei a Nova Iorque para visitar redações. Antes, comprei um celular local.
No pomposo prédio do The New York Times tive a sorte de ser recepcionada por um porteiro casado com uma gaúcha. Tudo bom com você?, ele me perguntou. Conspiração do bem, conheço pessoas surpreendentemente amáveis, inclusive a única jornalista brasileira que trabalha naquele jornal, uma baiana/carioca com quem conversei por algum tempo.

Os jornalistas do The New York Times trabalham em baias e a redação, enorme, tem aquários para reuniões. De lá fui à TV Globo, que tem uma redação maior do que eu imaginava e uma diretora extremamente simpática. No final do dia, os US$ 100,00 de crédito que tinha colocado em meu celular pré-pago terminaram. Precisava economizar nas conversas com a equipe no Brasil. Dormi mal e estava ansiosa.

Na terça-feira comprei bastante crédito para o celular, passei o dia fazendo contatos por telefone e email. Confirmei mais algumas presenças de correspondentes brasileiros na cobertura do interrogatório. A Internet do hotel era péssima, o que aumentava a angústia. Dormi mal de novo. Na quarta-feira aconteceria o primeiro interrogatório.

Karin Villatore

12
abr

Notícias de Nova Iorque – Parte 1

Quando eu trabalhava na Volvo Car eram comuns as viagens ao exterior para acompanhar grupos de jornalistas que testavam carros, reuniões mundiais com as Assessorias de Imprensa da empresa, encontros de aproximação com a imprensa dos outros países do Mercosul e visitas às feiras de automóveis da Europa. Tudo absurdamente bem organizado, como é típico dos suecos. 
Fazia alguns anos que eu não viajava para fora do Brasil a trabalho. No final de março quebrei o jejum de um jeito bem intenso.
Desde janeiro atendemos a Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 1907. Para quem não lembra, foi aquela tragédia da Gol que aconteceu em 2006 e que foi causada pela imperícia de dois norte-americanos que pilotavam um jato Legacy. O nome deles: Jan Paul Paladino e Joseph Lepore. Todas as 154 pessoas que estavam no Boeing da Gol morreram. O que aconteceu com Paladino e Lepore? Nada! Aliás, eles voltaram irregularmente para os Estados Unidos, nunca foram presos e são pilotos até hoje, um na American Airlines e outro ainda trabalhando com o Legacy.
Até o dia 25 de março, uma sexta-feira, o primeiro interrogatório com Paladino e Lepore estava agendado para acontecer na Embaixada Brasileira em Washington, capital dos Estados Unidos, nos dias 30 (quarta-feira) e 31 (quinta-feira) de março. Sim, desde 2006 eles nunca tinham sido interrogados. Até então, estava previsto que eu iria acompanhar a audiência de Brasília, por meio de uma videoconferência, e teríamos uma equipe fazendo uma vigília em Washington. No final da tarde daquela sexta-feira veio a notícia: o interrogatório tinha sido transferido para Nova Iorque, mais precisamente para Long Island, cidade na qual vivem Paladino e Lepore. Ou seja, a audiência aconteceria no “quintal” dos pilotos. Mudei rapidamente minhas passagens. Domingo embarquei para Nova Iorque.

Karin Villatore

8
abr

Viral que todo mundo gosta

Já postamos aqui no blog alguns vídeos desses chamados “virais” que circulam muito rápido pela net via email, twitter ou facebook. Eles lançam moda, propagam gírias e piadas internas, já vi pautarem várias matérias na imprensa e, claro, fazem propaganda. O negócio é que a propaganda pode ser boa ou não. A rápida interação que as redes sociais promovem ainda deixa os setores responsáveis pela imagem da empresa (marketing e assessoria de imprensa) sem saber como agir. A Brastemp é um bom exemplo para usar porque conseguiu dois casos de marketing viral impressionantes: um muito bom e outro muito ruim. Um cidadão indignado com o péssimo funcionamento da sua geladeira e do SAC da marca postou um vídeo no YouTube que teve mais de 130 mil visualizações em poucos dias, além de ser o 2.º assunto mais comentado do mundo no Twitter.  A outra campanha, chamada “O dia que um sorriso parou São Paulo”, teve mais de um milhão de visualizações. Para quem não viu ainda:

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[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=-Hc1kFvUTT4&feature=player_embedded]

Cristiane Tada