Arquivo mensais:agosto 2012

30
ago

Diário de Classe…

Essa semana uma estudante de apenas 13 anos de idade chamou a atenção da mídia e da sociedade depois de criar uma página no Facebook, chamada Diário de Classe, para relatar os problemas enfrentados por sua escola. Isadora Faber estuda na Escola Municipal Maria Tomázia Coelho, em Florianópolis, e decidiu criar o perfil para tentar melhorar as condições estruturais do colégio.

Claro que muita gente não gostou da estória, já que o perfil atingiu mais de 180 mil pessoas em poucos dias. Além disso, Isadora saiu em tudo quanto é veículo de comunicação. Embora tenham surgido muitos descontentes com a repercussão do assunto, a façanha da menina surtiu efeito, pois a prefeitura – mais do que rapidamente – disse que vai providenciar a manutenção do colégio.

Na rede social a estudante posta fotos, vídeos e comentários sobre as condições da escola que, convenhamos, não são das melhores. O que também pode se concluir que é um reflexo de como é tratada a educação brasileira. No perfil ela incentiva mais estudantes a terem a mesma iniciativa e deixa a mensagem: “estou fazendo essa página sozinha, para mostrar a verdade sobre as escolas públicas. Quero melhorar não só pra mim, mas pra todos”. E complementa: ”Cada um tem que fazer sua página, na sua escola. Eu vou ajudar a divulgar. Todos juntos podemos mudar a educação no Brasil”.

Quem dera nossos governantes tivessem o mínimo de consciência e de preocupação com a educação, assim como demonstrou Isadora. Isso mostra como o ensino público no nosso país está desamparado, pois é necessária a mobilização de uma estudante do sétimo ano e a repercussão na imprensa  para que a prefeitura tomasse alguma providência com relação ao colégio. Quantas outras Isadoras não devem sofrer com o mesmo problema no Brasil afora?

Luanda Fernandes

27
ago

Mídias online

Neste fim de semana fiz mais um curso para aprender sobre as novidades de comunicar utilizando as plataformas existentes no mundo virtual. As chamadas mídias online são tantas e com tantas especificações que é preciso se atualizar o tempo todo. Bem ao estilo da frase: “o tempo muda o tempo todo, no mundo”.

E, por incrível que pareça, a cada novo curso eu me surpreendo com a quantidade de ferramentas existentes para este público, cada vez mais ávido por notícias de todos os tipos, das mais diversas formas. Aprender o que escrever, para quem e que tipo de linguagem é válida para cada ferramenta é, atualmente, o meu admirável mundo novo.

Hoje, depois de já ter experiência com algumas páginas do face, administrando contas no twitter, buscando formas de alavancar os blogs que escrevo, descobri que eu não sou apenas aquela que administra conteúdo para estas ferramentas. Sou também o público-alvo direto destas mídias. Vai ver que é por isso que gosto tanto de aprender mais sobre o tema.

Thalita Guimarães

24
ago

Anamnese

Não seco o cabelo. Prefiro crianças. Mutei aos 17. Levo esmalte à manicure. Sou Humanas. Desenho mal. Não rio em comédias. Choro em Central. Minha cor é vermelha. Escolho o par. Cansei de cerveja. Me cuido no sábado. Durmo no domingo. Gosto de estudar. Perco a paciência. Relaxo na água. Me estresso no estômago. Odeio academia. Tenho preguiça do novo. Uso óculos. Prevejo catástrofes. Não acredito. Tenho memória seletiva. Canto no chuveiro. Danço conforme a música. Converso sobre tudo. Me esqueço. Aprendo ensinando. Tenho asma. Curto cheiro de sauna. Me formei aos 20. Como pipoca no cinema. Me irrito com neutros. Respiro fundo.  Brigo por meu filho. Ascendo em Peixes. Acendo com cérebros. Transito em auto. Desejo voar. Tenho pesadelo com cobras. Me cobro. Moro em prédio. Me calo no cansaço. Sinto falta de biquíni. Construo castelos. Não uso salto. Interrompo discursos. Tenho medo do mato. Me divirto fácil. Sociabilizo em personas. Sou diurna. Resolvo dormindo. Levanto bandeiras. Busco espelhos. Tenho frio no pé. Não aposto na sorte. Fujo de circo. Sou rubro-negra. Lamento carrinheiros. Falo idiomas. Digo o óbvio. Pago à vista. Tenho reservas. Sofri aos 30. Tenho amigos de décadas. Me surpreendo. Sinto muito. Fumo e trago. Ouço MPB. Lanço modas. Não tenho estilo. Tomo Coca Diet. Organizo na agenda. Erro Miojo. Me ajudo ajudando. Não compartilho redes. Lambo a cria. Navego aos 40. Espero netos. Resisto a dores. Me garanto. Escondo fracassos. Alcanço metas. Fico à deriva. Tenho planos.

E você?

Beijos,

Karin Villatore

21
ago

Começou definitivamente a campanha eleitoral

Hoje começou o horário eleitoral gratuito, para a alegria e a tristeza de muitos. Para aqueles que não perdem um capítulo da novela, vão ter que esperar um pouco mais para assistir à saga de Avenida Brasil. Mas para os eleitores mais interessados, esse também será o momento de verificar os candidatos a vereadores e à prefeitura.

Não sei se é impressão minha, mas me parece que o discurso dos candidatos não mudou muito desde as últimas eleições até a campanha deste ano. Se verificarmos os candidatos à prefeitura, todos falam em melhorar as condições de mobilidade da cidade, com o incentivo ao uso de bicicleta, a implantação do metrô, deixar o transporte público mais eficiente para que as pessoas deixem de sair de carro e blá, blá, blá.

Ok, isso tudo é muito importante, mas e aí pessoal. como vocês pretendem realmente fazer isso? Não adianta somente fazer buraco nas ruas em toda parte da cidade (como está acontecendo agora; nunca vi tanta obra em Curitiba como nos últimos meses) e mostrar que a prefeitura está trabalhando a apenas dois meses das eleições.

As ações precisam ser efetivas e contínuas. Ficar fazendo joguinho político para conquistar voto comigo não funciona e acredito que, para muitos, também não. Realmente tenho a esperança de que as coisas vão começar a mudar no Brasil e que os eleitores não vão simplesmente votar naquele candidato que acharam o santinho no meio da rua no dia da eleição. Vamos torcer!

Falando em propaganda que continua com a mesma “lenga lenga”, essa matéria do Jornal Gazeta do Povo define exatamente isso:

http://www.gazetadopovo.com.br/blog/interrompemos/conteudo.phtml?tl=1&id=1288575&tit=Propaganda-eleitoral-e-a-mesma-ha-vinte-seculos

Luanda Fernandes

17
ago

Está todo mundo estressado

Não é difícil perceber que todo mundo anda meio estressadinho. Eu mesma passei por momentos de estresse que, em muitos casos, nem mereciam devida atenção. E quem nunca fez isso que atire a primeira pedra. Não sei se é porque estamos entrando na reta final de 2012 e tendemos a ficar mais cansados (principalmente aqueles que ainda não tiraram férias como eu) ou se é porque estamos mais sem paciência mesmo.

Seja como for, nos últimos dias revi os meus motivos e percebi que, de verdade, a vida é muito curta para dar atenção aos pequenos estresses do dia a dia. Afinal de contas, a única pessoa prejudicada com isso sou eu mesma. Incrivelmente, nestes últimos dias aprendi que uma simples respirada mais funda, um deixa pra lá e uma olhada mais profunda nos prós e contras de tudo podem ajudar a ter uma vida muito melhor.

Muitas vezes, as pessoas nem percebem que fazem certas coisas que nos deixam muito irritadas, às vezes por dias até. No fundo no fundo, todos nós nem percebemos que com pequenas ações podemos deixar alguém descontente. E prefiro acreditar que, na maioria das vezes, assim como eu, ninguém tem a intenção de estressar ninguém. São pequenas falhas que no fim do ano acabam tendo proporções maiores que deviam, ou que merecem.

Com a correria do dia a dia, podemos nos estressar com pequenas ações, mas é importante que, ao invés de nos concentrarmos apenas no lado negativo, prestemos atenção em todos os pontos positivos que existem nas pessoas, em casa, no trabalho, no cotidiano, em tudo. Pois como já dizia a Coca-cola “há mais vídeos divertidos na internet do que más notícias em todo mundo”. Sei que não é o melhor exemplo. Mas se podemos rir, por que nos estressar?

Thalita Guimarães

14
ago

Memórias do Mensalão

Tudo a ver o comentário da articulista Dora Kramer publicado nesta semana sobre o Mensalão: “(…) a população exige o rigor da Justiça, mas não é tão rigorosa assim na hora de votar.” E vamos por parte.

Em primeiro lugar, uma parcela substancial do povo nem sabe o motivo do julgamento. Afirmo isso sem medo porque testei meus alunos (sim, eles são universitários) e alguns chegados não muito chegados à leitura de jornais. As respostas sobre o que realmente foi o Mensalão foram das mais diversas, mas nenhuma certeira. Eu me lembrei do meu pai, que deixa sobre a cama do meu filho uma mesadinha em um envelope com o aviso: “Mensalão”. Espirituoso. De repente é este o lance.

Em segundo lugar, se as pessoas não sabem o motivo do julgamento, muito menos lembram quem eram os caras que faziam parte da falcatrua. Que o Zé Dirceu provavelmente seria a nossa Dilma se a história não tivesse rolado. Que está sendo julgada a altíssima cúpula do partido que ainda está no governo. Que é um momento mais do que representativo na vida política do Brasil. E pá e bola.

Em terceiro lugar, que neste ano de eleições deveríamos pensar bem na frase da Dora Kramer. Bacana demais torcer pela Justiça no caso do Mensalão. Mas que tal refletir antes de votar e, quem sabe, não apostar as fichas em um político cuja pilantragem já é notória?

Achei meio punk, mas nunca vou me esquecer do que vi numa cidade próxima a Berlim, na qual existe um ex-campo de concentração nazista que virou uma espécie de museu. Angustiadíssima, fui visitar o lugar com minha comadre, minha afilhada e a irmãzinha dela, achando um exagero levar as crianças num circo dos horrores como aquele. Quando chegamos, deparamos com um grupo de crianças alemãs de pré-escola, no alto de seus 3 ou 4 anos, aprendendo o que seus antepassados fizeram e o que elas não deveriam repetir. Talvez devêssemos fazer algo não tão pesado, mas parecido, com nossos filhos. “Está vendo a foto deste aqui, querido? Nunca vote nele. Não repita o erro da mamãe.”

Beijos,

Karin Villatore

 

7
ago

Olimpíadas de Londres

Como o assunto do momento são as olimpíadas de Londres, nada melhor do que abordar o tema nesta postagem. Tinha um tempo que eu era fã de carteirinha dos jogos olímpicos, acompanhava tudo o que conseguia e sempre estava a par do saldo de medalhas. Bom, hoje já é outra história, mal consigo ver quem está ganhando o quê, quais equipes já foram classificadas ou desclassificadas.

Mas, fazendo uma análise do que está saindo nos jornais, posso dizer que a atuação do Brasil está bem fraca, muitos atletas que eram promessas perderam competições e voltaram para casa sem, ao menos, conseguir disputar o bronze.

Esses dias cheguei em casa a tempo de acompanhar um jogo de vôlei da seleção feminina. As brasileiras estavam bem aquém das seleções passadas. Tudo bem que era contra a Coreia, uma equipe muito boa. Mas, assistindo ao jogo, percebi que faltava um pouco de garra da equipe e qualquer jogadinha da equipe coreana se convertia em ponto. Isso me desmotivou mais ainda e, resumindo, troquei de canal.

Talvez antigamente eu ficasse mais empolgada com esse tipo de evento porque acompanhava com mais frequência, porém, atualmente não consigo sentir aquele espírito de determinação dos atletas. Pode ser que eu esteja sendo injusta com eles, mas o que realmente está marcando as olimpíadas deste ano é o choro incontrolável dos atletas que voltaram mais cedo para casa.

Luanda Fernandes

1
ago

Do que você se arrepende?

Hoje vou postar um texto de uma enfermeira que recebi por email e me fez refletir. Bom para pensar e, se preciso, mudar. O texto original é em Inglês e pode ser encontrado no site: http://www.ariseindiaforum.org/nurse-reveals-the-top-5-regrets-people-make-on-their-deathbed/

Enfermeira revela os 5 maiores arrependimentos que as pessoas têm em seu leito de morte.

“Por muitos anos eu trabalhei com cuidados paliativos. Meus pacientes eram aqueles que iam para casa para morrer. Alguns momentos incrivelmente especiais foram compartilhados. Eu estive com eles nas últimas três ou doze semanas de suas vidas. Pessoas crescem muito quando elas se deparam com sua própria mortalidade. Eu aprendi nunca subestimar a capacidade de alguém para o crescimento. Algumas mudanças foram fenomenais. Cada um experimentou uma variedade de emoções, como esperado, negação, medo, raiva, remorso, mais negação e,  eventualmente, aceitação. Cada paciente encontrou sua paz antes de sua partida, cada um deles. Quando questionados sobre algum arrependimento que eles tiveram ou alguma coisa que eles fariam diferente, temas comuns vieram à tona. Aqui estão os cinco mais comuns:

1.    Eu gostaria de ter tido coragem de viver uma vida verdadeira para mim, não a vida que os outros esperavam de mim. Este foi o arrependimento mais comum de todos. Quando as pessoas percebem que sua vida está quase no fim e claramente olham para trás, é fácil ver como muitos sonhos não foram realizados. A maioria das pessoas nem mesmo honraram metade de seus sonhos e tiveram que morrer sabendo que isto foi devido às escolhas que eles fizeram ou não. É muito importante tentar e honrar pelo menos alguns de seus sonhos ao longo do caminho. A partir do momento que você perde sua saúde, é muito tarde. A saúde traz uma liberdade que poucos se dão conta, até que eles não a tenham mais.

2.    Eu gostaria que eu não tivesse trabalhado tão duro. Este veio de cada paciente homem que eu cuidei. Eles perderam a juventude de seus filhos e o companheirismo de seus parceiros. Mulheres também falaram desse arrependimento. Mas como a maioria era de uma geração mais antiga, muitas das pacientes mulheres não tinham sido chefes de família. Todos os homens que eu cuidei se arrependeram profundamente de gastar muito de suas vidas com trabalho. Simplificando seu estilo de vida e fazendo escolhas conscientes ao longo do caminho, é possível não precisar da renda que você acha que precisa. E criando mais espaço em sua vida, você se torna mais feliz e mais aberto a novas oportunidades, aquelas mais adequadas para seu novo estilo de vida.

3.    Eu queria ter tido a coragem de expressar meus sentimentos. Muitas pessoas reprimem seus sentimentos com a finalidade de manter a paz com os outros. Como resultado, eles se acomodam com uma existência medíocre e nunca se tornam quem eles seriam verdadeiramente capazes de se tornar. Muitos desenvolvem doenças relacionadas com a amargura e o ressentimento que eles carregam como resultado. Nós não podemos controlar as reações dos outros. Entretanto, embora muitas pessoas possam inicialmente reagir quando você mudar o seu jeito falando honestamente, no final isto levará o relacionamento a um nível totalmente novo e mais saudável. Ou então isto libera você de um relacionamento não saudável para sua vida. De qualquer maneira, você ganha.

4.    Eu gostaria de ter mantido contato com meus amigos. Geralmente eles não se dão conta verdadeiramente de todos os benefícios dos velhos amigos até suas últimas semanas e, aí, nem sempre é possível encontrá-los novamente. Muitos tinham se tornados tão tomados por suas próprias vidas que eles deixaram escapar amizades valiosas ao longo dos anos. Foram muitos arrependimentos profundos sobre não dar às amizades o tempo e o esforço que elas mereciam. Todos sentiram falta de seus amigos quando estavam morrendo. É comum para qualquer um em um estilo de vida ocupado deixar seus amigos escaparem. Mas quando você se depara com a aproximação da morte, os detalhes físicos da vida caem. As pessoas querem manter uma vida financeira em ordem, se possível. Mas não é o dinheiro ou status que detêm a verdadeira importância para delas.  Elas querem manter as coisas em ordem mais em benefício daqueles que eles amam. Embora geralmente eles estejam tão doentes e cansados de cuidar desta tarefa. No final tudo se resume ao amor e aos relacionamentos. É tudo que permanece nas últimas semanas, amor e relacionamentos.

5.    Eu gostaria de ter sido mais feliz. Este é surpreendentemente comum. Muitos não perceberam até o final que a felicidade é uma escolha. Eles ficaram parados em padrões e hábitos antigos. O chamado “conforto” de familiaridade transbordou em suas emoções, bem como em suas vidas físicas. O medo da mudança fez com que eles fingissem para os outros, e para eles mesmos, que eles estavam contentes. Quando lá no fundo, eles ansiavam por rir adequadamente e ter bobagens em suas vidas de novo. Quando você está em seu leito de morte, o que os outros pensam de você é muito distante da sua mente. Quão maravilhoso é ser capaz de deixar ir e sorrir novamente, muito antes de você estar morrendo.

A vida é uma escolha. É a sua vida. Escolha conscientemente, escolha sabiamente, escolha honestamente. Escolha a felicidade”.

Thalita Guimarães