Arquivo mensais:setembro 2010

27
set

Trazendo Maomé à montanha

As áreas de Assessoria de Imprensa e de Comunicação Empresarial se transformaram nos últimos tempos em um dos grandes focos de eventos e seminários por todo o Brasil. Jornalistas e Relações Públicas se esmeram em discussões para lá de sérias sobre o papel da categoria, os direitos e a ética na profissão, a relação jornalistas de redação – assessores de imprensa e como doutrinar os empresários a saber lidar com a imprensa.

Em qualquer um desses eventos nota-se a presença de dezenas de profissionais de Comunicação. Mas nunca a de um indivíduo que deveria, mais do que ninguém, ser um dos principais público-alvo: o porta-voz das empresas. Onde está o “cliente” neste momento tão importante? Não seria ele o elo fundamental de discussão entre os comunicadores e as fontes de informação? Quem sabe, ao ouvir os relatos sobre os hercúleos esforços que as equipes de Comunicação fazem para obter resultados que se transformam em cases nos congressos estas fontes passariam a valorizar ainda mais o papel de quem os atende.

Mais ainda, poderiam esclarecer suas dúvidas, relatar seus sofrimentos e mágoas, ajustar os devidos ponteiros com os jornalistas e relações públicas. Da mesma forma como assistem a palestras sobre avanços tecnológicos ou motivação, veriam no setor de Comunicação o crescimento de um profissionalismo pungente, que poucos conhecem. Ao invés de os comunicadores levarem, ao término de eventos, resumos breves que raramente são lidos pelos executivos, por que não trazer Maomé à montanha? Certamente, a participação desses empresários traria não apenas uma aproximação entre a fonte e o assessor, mas uma compreensão do todo deste trabalho, tão importante para a vida das organizações.

Karin Villatore

23
set

Valores invertidos

A notícia que não quer calar: a polêmica vida de Neymar. Menino prodígio do time Santos e recém-escalado para a Seleção Brasileira de futebol, não há quem não goste do sorriso e do jeito maroto deste jogador. Será? Nos últimos dias Neymar tem virado o centro das atenções devido a seu comportamento, digamos, um tanto agressivo. Brigas com outros jogadores, frases inconvenientes e até xingamentos contra o técnico Dorival Júnior foram destaque na mídia.

Suas atitudes têm sido tão grosseiras que até outro técnico, René Simões, lamentou as atitudes do jovem e pediu encarecidamente que ele seja educado e disse que “um monstro” está sendo criado. Para tentar minimizar o fato, o clube santista multou o jogador pelas atitudes e o deixou fora do jogo contra o Guarani. Mas uma atitude bem vista para quem não que ver o destino deste brilhante jogador ser igual ao de Adriano, Bruno e tantos exemplos negativos do futebol brasileiro, foi tida como o motivo da demissão de Dorival Júnior, que não comanda mais o Santos.

A demissão do treinador foi selada após os dirigentes do clube ficaram extremamente irritados com a postura de Dorival, que resolveu, por contra própria, manter a punição ao atacante, que o desrespeitou durante o jogo contra o Atlético-GO. Mas não é assim que se aprende uma lição? No meu ponto de vista o Neymar precisa de mais disciplina para não se tornar mais um caso do menino prodígio que ganhou muito dinheiro no futebol, mas só é manchete devido a todas as confusões em que se mete. Não sou fã de futebol, mas confesso que gostava do jeito maroto de jogar do Neymar, o que já não me encanta mais.

Thalita Guimarães

20
set

Semana Literária


Participei nesses últimos dias da Semana Literária do SESC no Paraná. Achei os temas interessantes, palestrantes bacanas e diversificados e o melhor: tudo de graça. O SESC está levando também essas palestras para o interior do Estado, dando acesso às pessoas a escritores renomados e à discussão da leitura e da produção literária. Aqui em Curitiba o evento tinha também várias barracas com livros à venda de diversas editoras. Fiquei impressionada com a produção local. Livros sobre o início da imprensa em Curitiba, produção de revistas, com escritores, ilustradores, artistas e colaboradores daqui. Muito legal prestigiarem a produção do que é feito aqui por gente daqui e deixar à disposição do público. Eu que moro na capital há três anos não sabia que o mercado editorial paranaense tinha coisas desse padrão de qualidade.
Bacana também a Fundação Cultural de Curitiba colaborando com o SESC para esse projeto. É uma das coisas que me alegra em morar em Curitiba. A opção de cultura é variada e tem cada vez mais coisas legais de graça. Nesta semana a capital sedia também o Festival NuJazz Curitiba 2010 a preço zero. Fica a dica!

Cristiane Tada

15
set

A Comunicação no Mercosul

No dia 26 de março de 1991, os governos da Argentina, do Brasil, do Paraguai e do Uruguai assinaram o Tratado de Assunção, que criou o Mercado Comum do Cone Sul, ou Mercosul. Muito avançou em relação à criação deste bloco econômico deste então. Mas a questão da cultura e da comunicação no Mercosul continua provocando polêmica entre os teóricos que a estudam. Uma vertente acredita na homogenia sul-americana, enquanto outro grupo prega que as populações do Mercosul são heterogêneas.

Devemos assumir que sim, somos diferentes. Seguindo os estudiosos da corrente histórica e política preponderante, os povos latino-americanos têm fortes distinções entre si. Num âmbito geral, segundo pesquisas, o brasileiro tende a ser o negociador menos formal. O contato físico e a tentativa de aproximação são comuns ao negociador brasileiro. Em contrapartida, o executivo argentino tende a ser extremamente organizado e burocrático. O argentino muito comumente traz em seu poder documentos e um advogado para acompanhar a discussão. A presença do advogado, para muitos negociadores brasileiros, é vista como um fator negativo, como se o argentino não tivesse confiança na seriedade do trabalho.

Já os executivos paraguaios tendem a ser ainda menos organizados que os brasileiros. Sem documentos e sem uma ideia estruturada sobre a negociação, as questões são resolvidas por meio do diálogo, onde o que mais vale é a solução momentânea.

Quanto à questão idiomática, nos países do Mercosul, existem, além das línguas oficiais, castelhano e português, as línguas do substrato aborígine (guarani, quichua, aymara, mapuche e vários dialetos araucos e tupis), faladas por milhões de habitantes. Por isso, é imprescindível que o executivo brasileiro que enfrenta uma negociação no Mercosul tenha bom conhecimento da Língua Espanhola.

Nem todas as legislações brasileiras são iguais às de outros países do Mercosul. Empresas já pesquisadas assumiram que perderam licitações devido a erros jurídicos cometidos em suas propostas de serviço. A área legal é hoje a número um em termos de publicação de livros e periódicos que tratam do Mercosul. O executivo brasileiro deve, então, aproveitar a vasta literatura e se enquadrar aos dispositivos jurídicos deste mercado.

A compreensão da situação econômica do país onde está sendo feita a negociação também é ponto imprescindível para os diálogos. A oferta de um trabalho que venha ao encontro das necessidades de um país é ponto fundamental no sucesso da negociação. Esse conhecimento pode ser obtido por meio da leitura de periódicos e livros sobre o país em destaque. Na chegada ao novo país, é sumamente importante que o negociador brasileiro compre, assim que pisar em solo estrangeiro, o principal jornal local.

Karin Villatore

13
set

E lá se foi o 11 de setembro

Neste último sábado relembramos o triste episódio de nove anos atrás: os atentados do 11 de setembro que derrubaram as torres gêmeas em Nova Iorque. Lembro que na época eu estava no cursinho e meu professor entrou na sala dizendo o que estava acontecendo. Foram 300 alunos correndo buscando um espaço para ver as cenas na televisão. Fiquei lá, em choque, pensando nos amigos que tinha lá e o que iria acontecer depois.

 O restante nós já sabemos de cor. Uma guerra contra o Iraque, mil teorias da conspiração e dezenas de reportagens sobre o tema que até nos fizeram enjoar do dia 11 de setembro. Mas mais uma polêmica em torno do tema foi desencadeada na semana passada. Uma igreja evangélica americana anunciou que iria queimar exemplares do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos, para lembrar a data.

Graças ao bom senso, o pastor Terry Jones anunciou ter desistido do protesto. Será que é preciso lembrar que um ato não pode ser tratado como o pensamento de toda uma população? Queimar o Alcorão só seria motivo de ainda mais ódio e intolerância em um país marcado por episódios violentos como tiroteios em escolas, atentados e “serial killers”. Confesso que fiquei triste em relembrar um dia tão marcante na vida de todos com a propagação de ainda mais violência. Como diria minha sábia mãe, violência não se combate com violência. Vai ver o pastor ainda não aprendeu esta lição.

Thalita Guimarães

9
set

Comunicação e Mobilização

A mobilização do mundo pelo caso da iraniana Sakineh Ashtiani, acusada de traição e morte do marido, aparentemente deu certo. A sentença de morte por apedrejamento foi revogada.  A comoção global nas redes sociais foi grande, os órgãos de defesa dos Direitos Humanos se pronunciaram amplamente, a mídia emplacou uma campanha mundial.  Sakineh ainda tem muitas acusações a responder, mas por hora sua sentença de morte está suspensa.  Há quem questione o respeito aos princípios de autonomia dos países de fazerem suas próprias leis conforme credo e entendimento, mas o mundo tem assistido a uma série de desrespeitos aos Direitos Humanos vindo pelo Irã já há algum tempo.
A comunicação, junto com a pressão popular que foi gerada no mundo em torno desse caso, fez o serviço da ONU, em um momento em que sua influência está muito em baixa. Até o presidente Lula, que anteriormente declarou que não ia se pronunciar sobre o caso, pressionado pela opinião pública por manter boas relações com o presidente Armadinejad, acabou oferecendo asilo à cidadã iraniana. Utilizada dessa forma a comunicação entre os povos provou que é mesmo um quarto poder. Poder de discussão e de entendimento entre povos. Ainda que algumas nações sustentem objetivos nem tão nobres assim por trás do símbolo que se tornou Sakineh a comunicação provou que pode, sim, ser instrumento de paz.
Cristiane Tada

1
set

Sangue Bom

 Como o nosso blog é novo, não comentamos neste espaço sobre o primeiro lugar que ganhamos no ano passado no Prêmio Sangue Bom, na categoria Projeto de Assessoria de Imprensa, do Sindicato dos Jornalistas do Paraná. Foi nossa primeira participação em um prêmio e nossa primeira vitória.

O projeto ganhou o nome de “Setcepar – Projeto de consolidação de imagem do setor de transporte de cartas do Paraná por meio da Assessoria de Imprensa do sindicato que representa a categoria”.

Nosso desafio foi fazer uma campanha de consolidação de imagem junto à imprensa e à opinião-pública do setor de transporte pesado por meio de ações de Assessoria de Imprensa junto ao Setcepar – Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná, nosso cliente desde 2007.

O setor de transporte pesado sempre foi conhecido pela imprensa do Paraná e de todo o Brasil como um segmento com carência de porta-vozes bem preparados de empresas não-multinacionais.  Foi com base neste problema que trabalhamos nosso case e nossas estratégias. O resultado? Hoje o Setcepar é uma fonte de informações importante para a imprensa quando o assunto é transporte.

Na foto, Thalita, Karin e Marcio Rodrigues, Presidente do Sindicato dos Jornalistas do Paraná
 
Karin Villatore