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mar

Solidão tecnológica

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Amo ler sobre novas tecnologias, redes sociais, vida digital e tudo que envolve o virtual. Quem me conhece pode confirmar. Quem sabe será capaz de me rotular como um chato por sempre saltar com uma opinião quando o assunto é abordado. Mas aí digo que sou jornalista e tudo se explica quase que instantaneamente. Ouso dizer que algumas vezes ouço até um ah tá.

Mas hoje jogarei contra. Não para derrubar a tecnologia. Essa não tem culpa. Nós somos os culpados. Seres humanos incapazes – na maioria das vezes – de encontrar o equilíbrio para as coisas da vida. E não, não é apenas a geração Y ou Z. A X e todas as outras também estão no mesmo bolo.

Sinto que vivo em um mundo high tech zumbi. Olho ao meu redor e vejo pessoas caminhando nas ruas mergulhadas nas telas dos smartphones. Mesas de bares e restaurantes com amigos conectados na fofoca mais quente ou no vídeo que recebeu no WhatsApp. Até nas famílias o papo parece ter ficado para o virtual.

Há momento para tudo. Inclusive para consumir as informações disponíveis nas redes sociais, sites e qualquer outro espaço virtual.

Uma pesquisa recente aponta que acessamos o smartphone quase cem vezes por dia. Quatro vezes por hora. Uma vez a cada quinze minutos. Aí pergunto: precisamos de tudo isso? Falo por experiência pessoal de um ser em processo de desintoxicação.

Que tal tentarmos uma experiência?

Entrou em um ônibus? Não caia na tentação de pegar o celular e observe a sua volta. Muita gente alheia ao que acontece no mundo ao seu redor? Pois é.

Vai andar como carona em um carro? Deixe o smartphone no bolso ou na bolsa e converse. Talvez o seu amigo tenha alguma história bacana para compartilhar.

Pegou um táxi, Uber ou Cabify? Puxe assunto com o motorista. Quem sabe você vai descobrir que ele trabalhou em uma multinacional e agora dirige profissionalmente para ter mais tempo com os filhos enquanto a esposa sai para trabalhar.

Está em uma roda de bar, restaurante ou em família? Apenas deixe que o silêncio seja quebrado por um assunto qualquer.

Garanto que, na pior das hipóteses, a carga do smartphone terá durado mais que 12 horas.

Viva a vida.

Wellington

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