4
set

Em época de eleição, mais vale uma entrevista bem explorada ou um debate bem polemizado?

Ano eleitoral. Vários candidatos tentando expor suas ideias, suas promessas. Chegamos em um período em que toda semana vemos entrevistas individuais ou debates com postulantes aos mais importantes cargos do país. Somos bombardeados com conteúdos eleitorais vindo de todos os lados, em todas as mídias. Mas, será que esse excesso permite que a população tenha acesso aos pontos mais importantes das propostas de cada candidato?

Mais do que isso, pensemos: se analisarmos a propaganda eleitoral, as entrevistas individuais e os debates, qual das ferramentas é mais eficiente? Qual leva ao público eleitor as ideias principais de cada concorrente ao cargo (seja para presidente, governador, etc.)?

É difícil dizer que uma ferramenta é melhor do que a outra. Os debates são engessados, os participantes ficam limitados, muitas vezes os conceitos e as propostas não são debatidos de fato. Isso sem contar que, em inúmeras situações, a estratégia traçada por alguns candidatos é simplesmente atacar o adversário, deixando de lado suas próprias propostas. Alguém pode aparecer e dizer “mas isso é a política, meu caro. Assim é a política”. Sim, assim é e sempre foi. Mas não quer dizer que é o ideal. Sonho com debates em que os candidatos sejam obrigados a expor de fato suas ideias, seu planejamento, seus planos de governo. Mas como tudo por aqui vira brincadeira, os debates têm servido para que surjam piadas, montagens e memes da internet.

A vantagem das entrevistas individuais, como fez o Jornal Nacional, por exemplo, é que o entrevistador pode e deve “puxar” o entrevistado para o foco da pergunta, fazendo com que as questões sejam de fato respondidas. O grande problema de uma entrevista é que ela pode ou não ser tendenciosa. Pode favorecer ou desfavorecer alguém. E aí candidatos e público ficam nas mãos dos jornalistas. Aliás, não soa estranho que o Jornal Nacional receba tantos elogios por “tratar todos os candidatos igualmente” ao pressionar um por um em suas entrevistas? Isso é o mínimo que se exige. Mas sabemos que em outros tempos…

A grande questão nesses casos é: qual o tamanho do interesse de cada candidato em expor de fato suas ideias e mostrar ao público que eles podem ser bons governantes? Se houver realmente interesse, os debates, as entrevistas e até as propagandas eleitorais no rádio e na TV podem ser muito úteis. Mas, pelo jeito, a clareza de ideias não é prioridade dos candidatos por aqui. A impressão que tenho é que tudo que é passado pelos candidatos fica vago, não conseguem desenvolver os assuntos, se aprofundar em nada. Então, se você faz parte do grupo dos indecisos na hora de votar, terá um árduo trabalho para definir seu candidato!

Lucas Reis

28
ago

Amanhã é 29

Formatura 2Mais um ciclo da minha vida se completa. Mesmo tendo terminado a universidade já há alguns meses, o sentimento de encerramento vem amanhã, com a colação de grau. Daqui a um dia, serei oficialmente jornalista. A ansiedade pela festa já está aqui, apertando minha respiração e encolhendo meus ombros.

A solenidade, tão aguardada, me parece uma ruptura da vida de estudante, de menina, de filha. Mesmo sendo só uma formalidade, com a formatura vem a sensação de se tornar “gente grande” e de ter toda a liberdade do mundo. Vem também o medo do que vem a seguir, dos desafios futuros e de como lidar essa quebra de paradigma.

Com o fim da faculdade, acaba a obrigação, o roteiro a ser seguido. Não é o fim de meus estudos, pois quero continuar evoluindo e aprendendo até não poder mais, mas, de agora em diante, será tudo novo.  Sei que incertezas virão e que, assim como fiz em determinados momentos, questionarei minhas escolhas, mas isso não abalará a minha confiança de que tenho um futuro lindo à minha frente.

Dedico esta vitória aos meus pais, meus exemplos. Guerreiros, sempre vi neles a força para continuar em frente e conquistar vitórias. Por eles, sempre me dediquei aos estudos e terminei a faculdade com vinte anos. Não há palavra ou gesto no mundo suficientes para agradecer todo o esforço que eles dedicaram, durante todos esses anos, a mim e meu irmão. Sei que tive atitudes erradas, que muitas vezes falei sem pensar e não correspondi a algumas expectativas. Porém, por meus pais, segui em frente e evoluí. Eles me deram a melhor infância de todas. O maior amor de todos. E, por isso, esta conquista é toda deles também.

Amanda Pofahl

19
ago

Fã clube

Imagino que eu seja apenas uma dentre uma multidão de pessoas que considera a Maria Elisa (sim, a Ferraz Paciornik) uma pessoa maravilhosa. Também pudera. Mais do que raro a gente conviver com alguém tão acima da méFoto AAHC Karin e Mariadia.

Tive a sorte de conhecer a Maria Elisa há quase uma década, na Associação dos Amigos do Hospital de Clínicas do Paraná. No discurso emocionado na posse para a presidência da Associação falou do filho Felipe, que foi salvo pelo Hospital quando nasceu e, anos depois, morreu em um acidente de carro. Hoje a UTI pediátrica do hospital tem o nome de Felipe.

Maria Elisa é do tipo que põe a mão direita no peito quando ouve o hino nacional, usa roupa colorida e não pinta o cabelo. Com a chegada dos netos Helena e Jaime recoloriu a vida.

Por onde passo vejo o nome dela registrado como membro honorária, premiada, conselheira, superintendente, mantenedora.  “Meus filhos Rui e Pedro costumam me perguntar quando eu vou arranjar um emprego que me dê algum dinheiro”, costuma brincar.

Brincadeira de quem já foi secretária de governo, criadora de Cidade Industrial, funcionária das Nações Unidas e de quem já trouxe multinacional importante para o Paraná.

Caso você ainda não saiba, Maria Elisa, uso você como um bom espelho. Eu e, imagino, uma multidão de pessoas.

Beijos,

Karin Villatore

14
ago

Teorias bizarras da conspiração

eduardo-campos-abreEstava aqui pensando sobre um tema bacana para escrever no blog nesta semana. Aí de repente o Eduardo Campos, candidato à Presidência da República pelo PSB, morre em uma tragédia de avião em Santos. No dia posterior à sua sabatina no jornal mais assistido no Brasil, o Jornal Nacional. Não é um tema bacana, mas não quero aqui falar sobre a morte do presidenciável em si, mas sim sobre a completa falta de ter o que fazer de algumas pessoas.

Antes da morte do pai de família se tornar oficial pela assessoria de imprensa do partido, quando tinha-se somente a notícia de que o avião tinha caído, já tínhamos memes no Facebook, imagens na internet com bizarrices, e coisas do tipo, incluindo todo o tipo de piada infame sobre a tragédia.

Não bastasse o humor negro, começam as pessoas que arquitetam teorias da conspiração mirabolantes, iguais as que dizem que a Copa estava vendida, ou que o Mundo ia acabar em 2012. As pessoas pensam que o PT derrubou o avião, que a Marina Silva fez um complô com a presidente Dilma e não embarcou pois sabia o que ia acontecer, que o piloto foi comprado e por aí vai. A mais absurda que ouvi é que, há dois meses, uma lei tornou sigilosa a investigação de acidentes aéreos no país. Claro, os psicopatas de plantão das redes sociais já ligaram uma coisa a outra, dizendo que a lei foi implantada com exatamente esta intenção: acobertar os verdadeiros culpados pela tragédia que aconteceria em breve. Aí quem é um pouco inteligente se pergunta: gente, se era para derrubar um avião, o mais correto seria fazer isso com o Aécio, não é mesmo?

Mas os absurdos não param por aí. Sou jornalista, mas fico pasma com o sensacionalismo exacerbado da imprensa. O pessoal começa a fazer infográficos e simulações de como o avião pode ter caído, de como foram os últimos minutos de voo, do momento da queda e de outras coisas que não vale nem a pena citar. Além disso, começam a investigar a família, cada cidade caça notícias e tenta achar uma maneira da tragédia ficar mais próxima, chega a ser quase lamentável.

Não sou jornalista de redação, mas como assessora de imprensa já atendi situações fortes de gestão de crise, inclusive em casos de acidentes aéreos. No mundo da comunicação, além do acidente aéreo já me envolvi com política, acidente com morte em terra e também uma morte trágica de atleta. Sei bem o que os assessores e família do Eduardo Campos devem estar sentindo. Não é o momento para fazer conspirações e criar teorias bizarras. O momento é de prestar condolências aos entes queridos e respeitar a dor e sofrimento dos familiares. Independentemente do que tenha acontecido ele não vai voltar.

Fabíola Cottet

8
ago

Casal Conectado

internetUma pesquisa na Holanda chegou à seguinte conclusão: ser viciado em internet faz bem para o casamento. Os pesquisadores acompanharam a rotina de 190 pessoas e simplesmente verificaram esse fato. A pergunta que eles não conseguiram responder é: por quê?

Se é pra analisar prós e contras, o distanciamento que o computador traz tem duas faces. É um mundo próprio, onde só há a pessoa, voyeur do mundo. Um ponto de fuga talvez? Uma tela a isolando de quem compartilha sua vida diariamente. Isso pode ter seus pontos fortes, como uma extensão do relacionamento, por exemplo, mas também pode arruinar todo o envolvimento do casal: “Querido, o que nós vamos fazer hoje?” “Ah, vai rolar um torneio de CS, topa?” Mais ou menos assim.

O distanciamento entre os pombinhos de hoje em dia já é grande por conta das horas de trabalho, trânsito, festas, almoços, entre outros eventos chatos que a vida em sociedade exige. Imagine, então, que nas únicas horas a sós, o que poderia ser um momento romântico vem a ser um momento virtual. Até na hora de dormir o computador está ali, presente na mesinha em cima da cama.

Sendo assim, será mesmo que cônjuges viciados em internet são realmente mais felizes? Os malefícios são superados pelos benefícios ou é preciso ser holandês mesmo para isso dar certo? Para refletir.

Amanda Pofahl

28
jul

Filosofia de botequim

bar_blog web

De certa forma tenho alguma conexão cármica com botecos. Meu tio-avô, um senhor de 81 anos e um passado de samba e futebol, sempre me levou aos botecos da vida. Filha de cientistas sociais, o que por si só já é um porre, sempre estive presente em discussões acaloradas sobre Marx regadas a garrafas de Brahma.

Sou nascida e criada no Água Verde, e desde pequena fui acostumada às mesas do Becks, Ball Bull, Colarinho, Zezitos e do saudoso Paca Tatu Cotia Não, que ficava escondido ao lado do João Turin, escola estadual mais bem frequentada do bairro.

Durante a adolescência ampliei meus horizontes e fui descobrir o Largo da Ordem. O Torto, o Sapo, Kitnet e tantos outros foram minhas moradas durante os anos difíceis da puberdade.

Optei por fazer jornalismo, profissão com maior grau de alcoolismo entre todas. Na faculdade, Kowalski era meu pastor e nada me faltou, amém!

Já mais velha, conheci o Barbaran, um reduto de jovens velhos como eu. Ontem, estive lá. Depois de um dia longo de trabalho cobrindo evento fui me despedir de meu pai, que já há alguns anos sem beber, parte agora para uma aventura europeia.

Estava entre família e amigos, e ainda que tomando apenas Coca-Cola – sim, domingo já se faz mais complicado para mim – essa atmosfera botequística me faz um bem danado.

As conversas, as risadas, as piadas, são parte do que sou hoje. Sinto que construí quem sou entre um vidro de rollmops e a carne de onça. Estou ficando metida é verdade, já não tenho paciência para lugares muito cheios, bêbados falando alto e dando vexame, e confesso: tenho investido em rótulos internacionais.

Casada, temos preguiça de sair e várias vezes transformamos nossa casa em boteco. Muitos amigos, risadas e a vantagem de podermos escolher a música.

Mas ontem, quando por um momento parei para observar esse organismo vivo que é o boteco, quiçá o melhor ambiente para se fazer estudos antropológicos e etnográficos, percebi como foi bom ter sido criada em meio a tudo isso. Menos pela questão alcoólica e mais pela sociológica, é verdade. O boteco ainda é um bom companheiro e viva o bolinho de carne!

Marina Oliveira

17
jul

O legado da Copa do Mundo em ano de eleição

Depois de 32 dias, 62 partidas e muitos gols em cima da seleção brasileira, enfim, nossa vida volta ao normal. Só que não. Após a Copa do Mundo, vêm aí as eleições no mês de outubro e, depois de muito futebol, teremos que enfrentar as campanhas políticas para escolher os candidatos à presidência, senado, câmara dos deputados, governadores e assembleias legislativas.
E como tudo nesta época vira campanha eleitoral, os candidatos da oposição estão acusando os candidatos da situação de se autopromoverem com as obras da Copa. É aí que, então, na abertura e encerramento das festividades do mundial, eu vejo pela televisão a presidente ser vaiada a plenos pulmões pelo público, e realmente não entendo como isso pode ser chamado de ‘autopromoção’. Enfim, foi só um breve desabafo. Mas não é sobre este aspecto que quero tratar.
O que muito se fala após a Copa é sobre o legado que este grande evento deixou para o Brasil. As muitas críticas que o atual governo recebeu antes, durante e depois do mundial de futebol foram pelos altos gastos de dinheiro público com as obras das arenas e de infraestrutura para receber os turistas. Obras para inglês ver, como dizem. Em contrapartida, o governo enfatizou que a economia será fortalecida com o turismo, construções, investimentos estrangeiros e aumento das oportunidades de emprego.
Acredito que este evento nos deixou, sim, heranças negativas, as quais enfrentaremos após a festa, mas, sem dúvidas, deixou muitas heranças positivas. Apesar de todos os imprevistos, manifestações, depredações, atrasos nas obras, excessos de gastos e a imprensa nacional e internacional prevendo o pior, o Brasil superou as expectativas, fez a imprensa mundial mudar de opinião e foi um anfitrião exemplar.
Mais que o legado físico deixado com as arenas e as obras ao entorno, o legado humano talvez seja o que merece mais destaque entre as heranças deixadas pelo mundial. Denominada como a ‘Copa das Copas’, o país surpreendeu o mundo nos quesitos organização, estrutura para receber os turistas e, principalmente, pelo público brasileiro que recepcionou muito bem seus visitantes. Desde o começo acreditei que o Brasil seria um exemplo de anfitrião, e assim foi. O temor com os protestos que poderiam assustar o mundo e espantar os turistas foi abafado pelo entusiasmo brasileiro que entrou no clima esportivo. As poucas manifestações que ocorreram foram pacíficas e as esparsas ações de vândalos foram logo contidas pela polícia, atenta e preparada para esses casos.
Os impactos econômicos ainda não foram medidos após a Copa, mas a reputação do país perante o cenário mundial foi reforçada com uma imagem positiva mostrada pelo Brasil com o bom andamento do evento. E, politicamente, tal fato pode gerar interesses em investimentos por parte dos países estrangeiros, o que faz crescer a esperança de ganhos econômicos no futuro.
E o que isso gerará de benefícios concretos para povo, no sentido de redução da pobreza e investimentos em serviços básicos como saúde, educação, emprego e saneamento para regiões pouco abastecidas? Impossível prever. Como também é impossível não atrelar o desempenho de um evento esportivo deste porte com interesse políticos. É bem provável que o sucesso de um evento como a Copa do Mundo seja usado para promover o governo federal durante as campanhas políticas, ainda mais com a chegada dos Jogos Olímpicos que ocorrerão em 2016, no Rio de Janeiro.
Em ano de eleição promessas virão, políticos se mostrarão contra e a favor destes eventos. Mas, para mim, o que merece ser levado em conta é o povo deste país que, apesar de todas as adversidades, tem a força e a perseverança para fazer dos problemas uma motivação para se superar e destacar. Após a Copa, é hora de fazer valer nossos direitos e exercer a nossa cidadania através do voto para mudar o que está errado. Não depender de grandes eventos para mostrar ao mundo que este é o país do futuro e que vale a pena investir aqui.
Agora, sim, é a hora de utilizar a força do gigante que se fez presente nas manifestações no ano passado, de uma forma pacífica e inteligente para mostrar ao mundo que este país não é só futebol e festa, mas também uma federação engajada e interessada em aplicar os benefícios advindos com a herança desses megaeventos esportivos e de todos os outros que virão. Parece utópico pensar desta maneira, mas, se não tivermos esperança, o que nos sobra? Somos brasileiros e não desistimos nunca…

Aldy Coelho

14
jul

Balanço semestral

growthFechamos, aqui na Talk, este primeiro semestre com um crescimento de 14,74% no faturamento, se comparado com os seis primeiros meses do ano passado. Show de bola, ainda mais se lembrarmos que o aumento de 2013, em relação ao ano anterior, foi de 43%. Crescimento seguido deste jeito não é fácil!

Mas o melhor mesmo dessa fase boa é o clima interno que ela gera. Nossa equipe, inclusive, está maior, e conta agora com seis jornalistas: 5 moçoilas em Curitiba e 1 bendito fruto em São Paulo. Para se adaptar à nova equipe, fizemos uma reforma na agência, que ficou bem bonitona.

E, para incentivar ainda mais o bom desempenho do pessoal, começamos neste semestre a distribuir um vale-inspiração, gasto com itens ou serviços relacionados à cultura, como livros e cinema. Continuamos com nossas tardes de sexta-feira de rodízio de folgas, e neste semestre ampliamos nossa biblioteca interna e nosso acervo de veículos de mídia para consulta.

Também demos, no começo deste ano, uma repaginada no layout do site da Talk. Também ganhamos novos clientes: a Construtora Laguna e o leiloeiro oficial Helcio Kronberg. E o principal: cada vez mais vamos conquistando o nosso objetivo de ser reconhecida como a melhor Assessoria de Comunicação do Paraná.

Beijos,

Karin Villatore

8
jul

Tecnologia: aliada ou vilã?

transcendenceQuem nunca se fez esta pergunta, que atire a primeira pedra e me critique por estar fazendo. Sempre que vejo algo relacionado começo a pensar sobre o assunto. No final de semana assisti ao filme Transcendence, de Wally Pfister. O filme, com tradução para o português Transcendence – A Revolução, é uma produção inglesa, chinesa e estadunidense e entra nos filmes mais ou menos estrelados por Johnny Depp que, na minha opinião, é o único. O longa metragem é bastante inteligente, mas propõe diversas discussões muito superficiais, sem se aprofundar em nenhuma. Mas não sou crítica de cinema e não estou aqui pra falar disso.

O fantástico elenco de Depp, Morgan Freeman e Rebecca Hall me fizeram pensar a respeito do mundo, suas origens, quem somos, de onde viemos e para onde vamos. A história do filme retrata, resumidamente, um casal de cientistas super inteligentes que revoluciona a tecnologia, mais do que ela já está, com o protagonista morrendo e ressurgindo “eletronicamente”, invadindo todos os dispositivos mundiais com acesso a internet, pegando dados e, paralelamente, ajudando as pessoas da maneira mais bonita: curando doenças irreversíveis. Como nada é perfeito, quando a tecnologia fazia o bem, o protagonista virtual implantava um código fonte nas pessoas, fazendo com que elas virassem uma espécie de soldados ao seu comando.

Enfim, não vou contar o final, mas ele só é bacana pois existe uma gangue antitecnologia no filme que impede que o mundo vire o globo dos robôs dominados por um ser virtual pensante. Bem, o que dizer a respeito? A sociedade está caminhando para algo cada vez mais próximo da era da inteligência artificial. Se pararmos para pensar, o mundo mudou da água para o vinho em 25 anos ou menos, após a criação da internet e sua propagação pelo mundo. Mal tínhamos telefone fixo, as correspondências eram feitas por carta, televisão era somente para os ricos, celular, então, aquele tijolão que tinha que ser segurado com as duas mãos e acessível a uma minúscula parcela da população pelo preço altamente elevado. Hoje contatamos pessoas do outro lado do planeta com um clique, em qualquer hora, momento e lugar. Você pode, inclusive, fazer uma videoconferência usando o seu smartphone com um parente distante no Japão, comprar comida pelo telefone, pagar contas, fazer check in e até fazer ligações telefônicas, veja só.

Paralelamente ao filme, me deparo com uma matéria online da revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, falando que o mundo real vai acabar em 2015 (veja no link: http://revistapegn.globo.com/Colunistas/Jack-London/noticia/2014/06/o-mundo-real-vai-acabar-em-2015.html). Palmer Luckey, um jovem de 20 e poucos anos, criou uma tecnologia que pode mudar o mundo: o Oculus Rift, que tem o objetivo de desfazer qualquer diferença entre a realidade física-emocional e a realidade virtual. Ou seja, a ideia é um mundo digital tão envolvente e “real” que nosso cérebro não conseguirá distinguir as diferenças. Um habitante do planeta poderá, por exemplo, estar em uma praia e viver todas as sensações de esquiar no Alasca. Ou, mais extraordinário ainda, viver em uma comunidade carente da Etiópia e ter a certeza e realidade diária de morar em Paris.

Tudo bem, o adolescente criador do projeto ficou bilionário, pois, após experimentar o Oculus Rift por uma hora, Mark Zuckerberg (sim, ele, o poderoso) tirou, sem pestanejar e nem chiar, dois bilhões de dólares do bolso para comprar parte da empresa que Luckey fundou. Olha, na verdade, sempre acho essas coisas de o mundo acabar, de a tecnologia engolir a humanidade, de ETs muito mais evoluídos que nós dominarem a humanidade, muita teoria da conspiração. Eu geralmente só acredito vendo e, no que diz respeito aos ETs, prefiro não ver. Mas, pelo sim ou pelo não, com tanta evolução, inteligências e novas tecnologias, vale a reflexão: onde o mundo vai parar?

Fabíola Cottet

3
jul

Voto sem saída

Este será o primeiro ano em que votarei para uma eleição presidencial. Deveria ser libertador saber que posso ajudar a escolher o governo do meu país, porém, quando paro para pensar nas opções, encontro-me em um beco sem saída. Nunca me atraí pela política até entrar na faculdade, onde uma professora mostrou que simplesmente tudo é política, até mesmo optar por não gostar do tema. Uma vida com seres apolíticos nunca iria para frente.

O que acontece é que a política exdownload (1)ercida na luta pelo governo é apelativa, chegando, muitas vezes, a causar asco. E acho que este sentimento não existe só em mim.  Já é normal associar a imagem de um político ao personagem falastrão e vigarista. Muita gente afirma que alguém pode até ter boa intenção, mas que, se entrar no mundo da política, certamente irá se perder. Seja pelo clima de impunidade que permeia os ares de Brasília ou pela simples predisposição que habita o ser humano de querer mais poder e benefícios para si mesmo.

Observo que o Brasil vive uma época em que não há mais confiança nos governantes. Afora militantes, a população parece não ver grandes diferenças entre os partidos. Se há uma visão de distinção, fica no já manjado “direita x esquerda”, conceito este que está cada vez mais confuso.

Talvez isso seja resultado de uma falta de orientação política, principalmente nas escolas. Lembro-me de todos os meus professores dando suas matérias na escola de forma engessada: matemática é matemática, português é português. Poucos se importavam em ir além, em transformar os alunos em uma massa crítica e bem informada. Apenas um professor no último ano do ensino médio tentava fazer com que pensássemos nos conflitos políticos existentes. Uma frase dele, especificamente, me vem à cabeça hoje quando penso em quem votar. Ele disse que a sua política pessoal era a de nunca reeleger um partido, pois esta era uma atitude essencial para a manutenção da democracia. Vejo sabedoria na afirmação deste professor que, com seus cabelos bem branquinhos, deve ter inspirado muitos alunos a pensar em seus papéis de cidadãos. Eu demorei alguns anos a perceber a importância de tudo que ele dizia em sala, mas hoje levo comigo muitos dos seus ensinamentos.

Continuo ainda sem saber o que fazer com o meu voto, que é tão pequeno sozinho, porém gigante ao lado de milhões de outros iguais a ele. Mas, quando achar uma saída e fizer minha decisão, espero, profundamente, que o que eu digitar na urna valha a pena.

Amanda Pofahl