17
jan

Encosta sua cabecinha no meu ombro e chora

386716_212575235487329_468350452_nEsta semana tem sido um momento de reflexão na minha família. Infelizmente, perdemos meu avô Carlos Tadeu da Silva, de forma inesperada e que nos deixou profundamente tristes. O meu avô, que vivia cantando “encosta sua cabecinha no meu ombro e chora”, simplesmente não vai mais cantarolar estes versos.

É um sentimento de vazio, tristeza, conformismo. Minha família toda é religiosa. Não seguimos as mesmas premissas em alguns casos, mas temos fé. E isso é o que tem nos feito seguir: acreditar que um dia, mesmo que longe, vamos nos encontrar e verei que ele está mais feliz do que aqui.

E uma das coisas mais lindas deste momento é ver a união de todos e a vontade de nos ajudar neste momento delicado. Tem aqueles que parecem sofrer mais do que a gente, os que acreditam em tudo, os que não acreditam em nada, os que nos ligam para saber se estamos comendo, os que apenas nos olham e não falam nada.

De tudo isso, tiro uma grande lição: a gente nunca está sozinho. Nem quando pensa estar. Mesmo no silêncio dos pensamentos, no choro contido, na vontade de ficar sozinho, sempre, sempre mesmo, tem alguém pensando em nós, olhando por nós etc., cada um da sua maneira.

Outra lição: sempre é tarde. Sei que é até de certa forma banal falar para não deixar para fazer depois o que pode fazer hoje, clichê. Mas pura verdade. Tem dias que estamos cansados, estressados e deixamos de encontrar as pessoas, de ligar ou até mesmo acabamos descontando algumas frustrações nos outros. Falamos coisas que não queremos, transformamos um pingo em tempestade, deixamos para amanhã para visitar alguém.

Vou tentar mudar. Em situações como esta paramos para pensar nos nossos valores e pretendo, realmente, dar mais atenção ao que importa e deixar as chateações de lado. E até nisso meu avô tinha razão, pois era o que ele costumava fazer. Então, mesmo com a sua passagem (no que eu acredito) ele continua a nos ensinar.

A vida continua. A dor vai diminuir e as lições vão sendo aprendidas. Mas a saudade, esta será eterna. Até o nosso próximo encontro, vô.

Thalita Guimarães

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