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dez

E o Rio de Janeiro continua…

Eu vi cariocas comentando que o que aconteceu no Rio de Janeiro foi como o 11 de setembro deles. Bom, a TV noticiou como tal. Programação interrompida e transmissão das ações da polícia direto das comunidades. Realmente foi uma cobertura de guerra. Teve especialistas comentando a ação dos bandidos, o planejamento do governo. Repórteres nas ruas, cobertura passo-a-passo, do tiroteio até entrevistas sobre o dia-a-dia dos moradores. A população aderiu à causa. Estavam todos torcendo para a polícia expulsar os bandidos. Parecia uma versão estendida do Tropa de Elite ao vivo. Eu geralmente olho com muita desconfiança quando a TV faz da violência urbana um show. Desde quando há alguns anos passava uns dias em São Paulo com meus pais durantes os ataques do PCC a algumas agências bancárias. Eu via pela TV um caos que não passava pela janela do carro ou do apartamento em que estávamos. Na verdade eu tenho mesmo é medo dessa incitação à histeria coletiva.  Isso sempre me lembra a invasão marciana de Orson Welles, quando milhares de pessoas ouviram o radioteatro protagonizado pelo ator e diretor de cinema norte-americano e acreditaram realmente que estavam sendo invadidos. Não que eu acho que a luta contra os bandidos não aconteceu e acontece nas nossas grandes capitais. Mas parece um regozijo para as emissoras. E toda essa dramatização sempre conta um só lado da história. Essa foto estava sendo divulgada pelo Facebook. Achei uma metáfora interessante. O autor da foto é Urbano Erbiste, do Jornal do Brasil.

Cristiane Tada

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