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25
set

De repente 30

30anos O título tem tudo haver com a fase de vida pela qual estou passando (dica da amiga Letícia – obrigada!). Sabe aquela transição inevitável de décadas, que começa a te deixar mais preocupada com tudo? Do tipo, tenho que me cuidar porque a idade é implacável, então, você tenta ser mais saudável, comendo alimentos que contenham menos gordura, fazendo exercícios, usando hidratantes e filtro solar, como se isso tudo garantisse a boa forma para o resto da vida. Por um lado, esses cuidados fazem você se sentir melhor – pelo menos você está tentando – diz aquela vozinha na sua cabeça.

E não para por aí. Se no passado você nem ligava para os produtos light, leite desnatado, alimentos sem gordura trans ou com baixa caloria, a partir dos 30 esse tipo de produto faz parte da sua rotina e da sua geladeira. Tinha uma amiga minha que dizia: “você só percebe que a coisa está pegando quando vê que já tem Renew antienvelhecimento para sua idade” – na época, ela era uns 10 anos mais velha e eu não entendia o porquê, mas hoje a frase faz bastante sentido.

Engraçado que essa coisa de idade só pega quando você passa dos 25 anos, porque antes eu nem ligava, era só mais um ano a ser comemorado. Porém, agora, me sinto cada vez mais madura e responsável. Um peso que começa a ser carregado nos ombros, pois você tem consciência de que precisa ser uma pessoa melhor e isso não significa só cuidar do corpo, mas cuidar do meio ambiente, ajudar o próximo, ajudar os animais, separar o lixo, cumprimentar um monte de gente que você não conhece só por educação, como aquele vizinho do final da rua, o desconhecido no elevador, o cobrador e o motorista do ônibus, e por aí vai.

Acho que é por isso que as pessoas envelhecem. Ser jovem e desprendido de boas maneiras é tão mais fácil. Além disso, de repente, você se dá conta que começa a pertencer ao núcleo adulto/velho da família e concorda muito mais com a opinião dos pais, avós e tios do que com as ideias dos primos mais jovens ou adolescentes.

Mas o post não é uma lamentação do inevitável, é para mostrar como a nossa vida muda, como modificamos nossos pensamentos e como isso afeta nossa personalidade. Na verdade, percebo que estou onde deveria estar e que aproveitei tudo o que podia da juventude. Então, envelhecer é uma questão de preparação e é assim que me sinto: preparada para curtir os 30.

Luanda Fernandes

23
set

Novela das 6

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O Tempo e o Vento sopram e passam com as vozes das mulheres e dos violoncelos de Tom Jobim e nas aquarelas de Glauco Rodrigues, bagunçando os cabelos brancos de uma senhora louca que, no vai e vem da cadeira de balanço, fala com os mortos e ri dos vivos. Assim conheci a história aos 12 anos, na minissérie de TV, e fiquei impressionada e apaixonada para o resto da vida.

Os livros de Érico Veríssimo, no qual a minissérie foi baseada, conheci muitos anos mais tarde. E me impressionaram, apaixonaram, arrastaram na ciranda de histórias nas quais fui morar.

O filme, assisti na semana passada, na pré-estreia após coletiva de imprensa com o diretor, Jayme Monjardim, a atriz Marjorie Estiano, que interpreta Bibiana jovem, e o ator José Henrique Ligabue, o irmão de Ana Terra.

Não me apaixonei, nem me impressionei, nem fui arrebatada pelo espírito vibrante, melancólico e ardente da obra de Érico Veríssimo. As interpretações estão corretíssimas, Marjorie Estiano é muito boa, o elenco é ótimo, Thiago Lacerda está radiante como Capitão Rodrigo, Fernanda Montenegro (Bibiana idosa) dispensa elogios e o ator que apareceu para interpretar Pedro Missioneiro, o argentino Martín Rodriguez, é de primeira. As paisagens são autênticas, a fotografia é linda, enfim, é Jayme Monjardim e, por isso mesmo, não vai além. O próprio diretor explica, talvez se antecipando a qualquer comparação: “Não sou um diretor de filmes de arte, para dez pessoas assistirem e para mim mesmo. Sou um diretor popular. Não sou um diretor político, sou um diretor romântico”.

E o filme é isso: popular, romântico, correto, bonito. Faz as mulheres – e Monjardim gosta de agradar as mulheres, se diz um diretor que gosta de retratar o delicado universo feminino – chorarem e suspirarem. E cumpre outro papel que, diz o diretor, lhe é destinado: fazer os livros de O Tempo e o Vento conhecidos. É um resumão de Ana Terra, Um Certo Capitão Rodrigo e O Sobrado, os capítulos mais populares da obra. Um filme leve, gostoso e simples, como uma novela das 6.

Letícia Ferreira

16
set

“Há mais coisas entre o céu e a terra, Horácio, do que pode sonhar tua vã filosofia”

Hamlet, Ato 1, Cena 5, William Shakespeare

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Hermafrodito Adormecido. Cópia romana datada de 2 d.C. de escultura helenística de 2 a.C.

Você é, você não é. O que eu sou? O que eu tenho que ser?

Acompanhe conosco no site DLápraK o texto de Alessandra Roseira, comadre da Karin, que mora em Berlin, sobre uma nova lei na Alemanha que desobriga pais de crianças com sexo indefinido a registrá-las como meninos ou meninas: Entre Hermes e Afrodite: a indefinição de um sexo.

10
set

Grupo nômade com leis baseadas no amor

Li esses dias uma história que me chamou muito atenção. Mostrava imagens do grupo nômade Rainbow Gathering, que tem leis baseadas em conceitos hippies de amor, harmonia, paz, liberdade e cuidado com o planeta, como uma alternativa à cultura popular do capitalismo e do consumo. Normalmente dentro do grupo fotografias não são permitidas. Mas o fotógrafo Benoit Paillé conseguiu uma brecha por participar há sete anos do Rainbow Gathering.

As pessoas pertencentes ao grupo vivem em comunidades temporárias e realizam encontros que já ocorreram na Espanha, no México e no Canadá. Paillé conseguiu captar a beleza daqueles a quem se refere como seus irmãs e irmãos e nos presenteia com belíssimas fotografias repletas de cores, de luz e de sentimentos bons. Vale o clique:

http://amorpelafotografia.com.br/?p=1274

Thalita Guimarães

6
set

Voo livre

Karin e Gabri Canoa QuebradaA melhor pessoa que já conheci vira adulto pleno neste mês. Um voo um tanto quanto precoce, mas sou meio suspeita em julgar. Meu único filho está prestes a sair de casa e montar um estúdio com a namorada. Ótima moça e parceira de boas risadas, aliás.

Nestes 18 anos e 8 meses de convivência diária eu vi o quanto os olhos e os cabelos podem mudar de cor, eu me diverti com finais de semana de casa cheia e barulhenta, eu percebi que é possível jogar futebol no corredor, eu aprendi as forças de todos os Pokemons, eu descobri qual é a cura para crise de bronquite, eu decorei os diálogos dos filmes da Disney, eu dei importância para o dinheiro, eu frequentei muitos parquinhos, eu me emocionei no Dia das Mães, eu me encantei e eu passei a ter uma nova dimensão do tempo.

Não tem palavra que expresse toda a gratidão que eu tenho pela alegria que este menino me proporcionou. Não existe forma de eu mostrar todo o orgulho que eu sinto por este meu filho de ouro. Seja muito feliz, conte comigo para o que der e vier, e apareça para uma lasanha congelada sempre que der vontade, meu querido.

Beijos,

Karin Villatore (Buziel)

3
set

Jornalistas empreendedores

Carreira-e-sucesso A vida não está fácil para ninguém, já dizia a minha mãe. Se ela fosse jornalista, essa máxima cairia muito bem. A verdade é que passou o tempo em que jornalista era aquele profissional alternativo e boêmio, que só trabalhava em redação e era o detentor da verdade e o primeiro que ficava sabendo das notícias. Não que deixaram de existir esses personagens, ainda têm aqueles que conservam a fama e se orgulham dela.

Mas hoje o jornalista tem que ser um profissional muito mais empreendedor e ligado ao mundo dos negócios, diferente do que acontecia no passado. Antes quem cuidava de negócios era o administrador, o economista responsável pelas finanças e por aí vai. Porém, não é o que acontece no século XXI, em que a comunicação se tornou uma atividade muito mais desafiadora. Isso serviu como um chacoalhão no nosso modo de pensar e agir e também despertou a mudança para a formação profissional. Abriu-se uma porta para um mundo novo, fora das redações jornalísticas.

Parte desse movimento também acontece porque as redações não conseguem mais absorver a quantidade de profissionais que entra todos os anos no mercado de trabalho. Pelo contrário, os veículos de comunicação estão cada vez menores. Isso sem contar aqueles que fecharam e demitiram centenas de profissionais. Então, como reagir diante dessa mudança no setor?

Não existe uma resposta certa, mas o caminho é avaliar o futuro do setor e abrir a cabeça para novos horizontes. Afinal, jornalista não é só aquele que trabalha em jornal ou em televisão. Mas aquele profissional que, além de saber escrever, está antenado com as transformações do cotidiano e consegue usar isso a seu favor.
Luanda Fernandes

29
ago

Saúde é o que interessa?

Image Não sou da área da saúde, mas sei que doente precisa de médico. Os médicos nos dizem para não tomarmos remédio sem que eles mandem; para não fazermos exercícios sem que eles nos avaliem; para não usarmos fórmulas caseiras para tratar doenças, mas procurá-los; não nos deixam fazer nenhum exame, sem que nos autorizem. É assim porque eles entendem todas as coisas sobre nossos corpos e sobre os remédios, exames e tratamentos. E nós não entendemos nada disso. Nós batemos às portas deles, porém, só podemos entrar se tivermos dinheiro. E não pouco. Muito dinheiro. Porque os médicos estudaram muito para ter esse conhecimento, foram muitos anos de esforço e investimento que precisam ser recompensados. E o trabalho deles vale muito dinheiro, não pode ser feito por pouco.

O pagamento precisa ser em forma de casas grandes, bonitas e super confortáveis, na cidade, na praia e no campo, carros importados, viagens internacionais, roupas de marcas importantes, joias, restaurantes finos e, naturalmente, escolas e faculdades da melhor qualidade para os filhos e os melhores planos de saúde para toda família. Bem, quem não quer isso? Eu também quero. Mas não fiz Medicina, fiz Jornalismo, então azar meu. Azar meu?

Sabemos que há muitos médicos abnegados que trabalham para atender os pobres ou os que não podem pagar tanto. Eu conheço um. Só que esses muitos são poucos. Há muito mais doentes do que eles podem atender porque a maioria dos colegas dos abnegados não quer atender quem não pode pagar bem. E é assim. Como diz a minha mãe, quem gosta de pobre é Jesus. Enquanto isso, o Brasil segue se horrorizando com uma médica do Paraná que, segundo acusam, dava um jeito para que os pacientes do SUS, internados na UTI, morressem. Já nem se fala mais tanto nisso, para que? A tal doutora não fazia nada mais do que todo o sistema de saúde faz: quem pode pagar, vive. Quem não pode, morre. Simples assim.

Letícia Ferreira

26
ago

Os meus, os seus, os nossos

untitled Vocês já pararam para pensar no bem danado que fazem as diferenças? Eu já. Este ano tem sido um desafio para mim (sei que para muita gente também) e estou aprendendo, cada vez mais, que a soma dos diferentes pode dar um resultado muito mais positivo do que se imagina.

Pego como exemplo a Talk. Aqui temos uma ateia, uma evangélica, uma católica e uma católica-espírita. O resultado disso? Muito amor, respeito e risadas. Aqui não tem problema cada um ser uma coisa, pensar diferente ou gostar de cor-de-rosa. O que importa é o que fazemos umas pelas outras.

E não é só coisa boa não. Porque os arranca-rabos também acontecem aqui. Mas, acima de qualquer coisa, existe a união, a solidariedade e a ajuda, independentemente da raça, religião ou predileção. E isso não é o máximo? Sem as talkers, minha vida seria um tanto quanto mais complicada e solitária.

Sim, este texto é uma homenagem a elas, que tanto bem me fazem e que me ajudam diariamente a atravessar pelos desafios impostos, sabendo que sempre posso contar com elas.

E viva as diferenças. Por que onde o respeito existe, o bem sempre prevalece!

Thalita Guimarães

23
ago

Cartilha de Redação Web

Confesso que nem sei se foi feita uma nova versão, mas a Cartilha de Redação Web produzida pelo governo em abril de 2010 já é pra lá de boa. Se você nunca viu, vale demais conhecer. Se não leu, quem sabe a chuva e o frio anunciados para este final de semana animem você para uma nova olhada.

Beijos,

Karin Villatore

http://www.governoeletronico.gov.br/acoes-e-projetos/padroes-brasil-e-gov/cartilha-de-redacao-web

20
ago

Cliente tem sempre razão. Será?

Reclamação_Web Já dizia a máxima que o cliente tem sempre razão mas, como consumidora, discordo plenamente. Não porque eu julgue que a frase esteja incorreta, mas pelo fato de que a maioria das empresas não leva esse lema em consideração. Para as corporações, acho que a sentença se encaixaria melhor se fosse assim: o cliente tem sempre razão, desde que não questione a maneira de atendimento.

É fácil ver como muitas empresas não respeitam ou nem sequer estão interessados em ouvir as queixas dos consumidores. Do contrário, as redes sociais e os sites de reclamação não estariam cheios de depoimentos indignados. Não sou do tipo de consumidora que já sai descascando a empresa no Facebook, por exemplo, mas em muitos casos esse tipo de exposição é bem merecida.

As empresas não sabem lidar com os consumidores, ainda não aprenderam a ouvir as queixas e tentar melhorar a prática de relacionamento. Simplesmente ignoram problemas que, muitas vezes, são simples de resolver. Como exemplo, as operadoras de telefonia que travam uma guerra para conquistar clientes da concorrência mas, quando conseguem, nem ao menos fidelizam esses consumidores para que continuem na companhia. Então, do que valeu todo o esforço, se a empresa ganhou mais um cliente insatisfeito?

Parece que o lema adotado é conquistar números e não fidelizar pessoas. Isso sem mencionar outros tipos de prestadoras de serviço, que disponibilizam um serviço tão ruim quanto das empresas de telefonia.

Essa é uma prática muito equivocada e parte da culpa pelas empresas abusarem e ignorem as leis de consumo é nossa: os consumidores. O brasileiro ainda prefere não reclamar a ter que se incomodar. Enquanto isso, as empresas continuam prestando um péssimo serviço e os incomodados que se mudem, como diz o ditado.
Luanda Fernandes