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A polêmica sobre o resgate dos beagles

beagle Em meio aos inúmeros textos que li sobre o resgate dos beagles do Instituto Royal, um particularmente me chamou a atenção. O texto não opinava sobre ser certo ou errado a pesquisa em animais, mas questionava sobre qual a posição do homem na natureza. Será que realmente somos donos do planeta e nossa espécie, por ser dominante, tem plenos direitos sobre tudo que existe nele?

Achei bastante interessante o questionamento, pois há alguns séculos o homem também pensava ser dominante sobre a própria espécie, diferenciado pessoas por raça, crença e sexo. Na época, o pensamento comum era totalmente convicto de que outras pessoas eram inferiores. Fato que também foi abordado no texto.

Desde então, o homem evolui e começou a enxergar o mundo de uma maneira totalmente diferente, não existe pessoa superior à outra. Nesse sentido, somo iguais e desenvolvemos as mesmas habilidades intelectuais. Porém, em relação aos animais, ainda tomamos como certo a questão da espécie superior que, por essa definição, pode usar outro ser para satisfazer e auxiliar o nosso modo de vida. Será que isso realmente está certo? Será que ainda não evoluímos o suficiente para saber que o sacrifício de uma espécie não deveria justificar a sobrevivência de outra?

E questionando isso, não estou tentando dizer que a pesquisa científica é errada e que devemos deixar de ir atrás da cura de doenças e de outros avanços que possam melhorar a qualidade de vida das próximas gerações, por exemplo. Essa discussão é muito mais longa: é se ainda não conseguimos desenvolver métodos confiáveis para substituir os animas como cobaias na realização de testes. Não sou cientista ou pesquisadora para afirmar se isso já é possível, mas posso dizer que, como qualquer pessoa que apoia a causa animal, dói ver as carinhas daqueles cachorros resgatados. Perceber a apreensão nos olhos deles é muito difícil, por isso não condeno o resgate, mesmo que nas circunstâncias em que ocorreu. Talvez, se eu estivesse lá, também tivesse ajudado a retirar os beagles.

O lado positivo disso tudo é que o acontecido ajudou a colocar em pauta essa discussão e, quem sabe, fazer com que a comunidade científica repense certas práticas.

Luanda Fernandes

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