8
out

Eu te amo, Chico

Dizem que as mulheres brasileiras são divididas em duas espécies: as que amam e as que não se importam com o Chico Buarque. Faço parte da segunda categoria. Minha mãe acha que o Chico não é bonito. Concordo com ela. Ele é lindo. Irresistível aquela timidez no palco, aquela voz meio desafinada, aqueles olhos verdes, aquele sorriso malandro.

Fui a apenas um show do meu ídolo. Gritei várias vezes, com todas as minhas forças, “Chico, eu te amo”. Eu e praticamente todas as mulheres da plateia. Inesquecível. Assim como não me esqueço de um dos melhores presentes que já ganhei, o pendrive com a discografia completa do Chico, que há tempos não sai do som do meu carro.

Mas vamos combinar que marcantes mesmo são as letras poéticas que ele cria. Até em trabalhos sob encomenda, como a trilha sonora do balé O Grande Circo Místico, ele arrasa. Descobri dias desses, vendo um livro que conta a história das letras do Chico, que em “Beatriz” a nota mais grave cai na palavra “chão” e a mais aguda em “céu”. Genial! E falando em canção com nome de mulher, meu sonho mesmo era ser a Luísa, a Carolina, a Bárbara ou qualquer uma dessas musas que ele criou cantando.

Não tenho ciúme do Chico. Admirava a Marieta mesmo na época em que eles eram casados. Só fico um pouco chateada quando descubro que alguma bacana também é fã dele. Xô, Luana Piovani! Xô, Camila Pitanga! O Chico é meu. E convenhamos que homem nenhum neste mundo deve ter ciúme do Chico. Pular muro com este monstro sagrado da sedução não é uma traição, é praticamente um dever de uma mulher. O que me faz lembrar de um episódio de uma mulher que chegou em casa e viu, grudada na parede em frente à cama, uma página de jornal com uma foto gigantesca do Chico. “O que é isso?”, perguntou ao marido. “Hoje vai rolar”, ele respondeu.

Beijos,

Karin Villatore

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