Quem nunca se fez esta pergunta, que atire a primeira pedra e me critique por estar fazendo. Sempre que vejo algo relacionado começo a pensar sobre o assunto. No final de semana assisti ao filme Transcendence, de Wally Pfister. O filme, com tradução para o português Transcendence – A Revolução, é uma produção inglesa, chinesa e estadunidense e entra nos filmes mais ou menos estrelados por Johnny Depp que, na minha opinião, é o único. O longa metragem é bastante inteligente, mas propõe diversas discussões muito superficiais, sem se aprofundar em nenhuma. Mas não sou crítica de cinema e não estou aqui pra falar disso.
O fantástico elenco de Depp, Morgan Freeman e Rebecca Hall me fizeram pensar a respeito do mundo, suas origens, quem somos, de onde viemos e para onde vamos. A história do filme retrata, resumidamente, um casal de cientistas super inteligentes que revoluciona a tecnologia, mais do que ela já está, com o protagonista morrendo e ressurgindo “eletronicamente”, invadindo todos os dispositivos mundiais com acesso a internet, pegando dados e, paralelamente, ajudando as pessoas da maneira mais bonita: curando doenças irreversíveis. Como nada é perfeito, quando a tecnologia fazia o bem, o protagonista virtual implantava um código fonte nas pessoas, fazendo com que elas virassem uma espécie de soldados ao seu comando.
Enfim, não vou contar o final, mas ele só é bacana pois existe uma gangue antitecnologia no filme que impede que o mundo vire o globo dos robôs dominados por um ser virtual pensante. Bem, o que dizer a respeito? A sociedade está caminhando para algo cada vez mais próximo da era da inteligência artificial. Se pararmos para pensar, o mundo mudou da água para o vinho em 25 anos ou menos, após a criação da internet e sua propagação pelo mundo. Mal tínhamos telefone fixo, as correspondências eram feitas por carta, televisão era somente para os ricos, celular, então, aquele tijolão que tinha que ser segurado com as duas mãos e acessível a uma minúscula parcela da população pelo preço altamente elevado. Hoje contatamos pessoas do outro lado do planeta com um clique, em qualquer hora, momento e lugar. Você pode, inclusive, fazer uma videoconferência usando o seu smartphone com um parente distante no Japão, comprar comida pelo telefone, pagar contas, fazer check in e até fazer ligações telefônicas, veja só.
Paralelamente ao filme, me deparo com uma matéria online da revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, falando que o mundo real vai acabar em 2015 (veja no link: http://revistapegn.globo.com/Colunistas/Jack-London/noticia/2014/06/o-mundo-real-vai-acabar-em-2015.html). Palmer Luckey, um jovem de 20 e poucos anos, criou uma tecnologia que pode mudar o mundo: o Oculus Rift, que tem o objetivo de desfazer qualquer diferença entre a realidade física-emocional e a realidade virtual. Ou seja, a ideia é um mundo digital tão envolvente e “real” que nosso cérebro não conseguirá distinguir as diferenças. Um habitante do planeta poderá, por exemplo, estar em uma praia e viver todas as sensações de esquiar no Alasca. Ou, mais extraordinário ainda, viver em uma comunidade carente da Etiópia e ter a certeza e realidade diária de morar em Paris.
Tudo bem, o adolescente criador do projeto ficou bilionário, pois, após experimentar o Oculus Rift por uma hora, Mark Zuckerberg (sim, ele, o poderoso) tirou, sem pestanejar e nem chiar, dois bilhões de dólares do bolso para comprar parte da empresa que Luckey fundou. Olha, na verdade, sempre acho essas coisas de o mundo acabar, de a tecnologia engolir a humanidade, de ETs muito mais evoluídos que nós dominarem a humanidade, muita teoria da conspiração. Eu geralmente só acredito vendo e, no que diz respeito aos ETs, prefiro não ver. Mas, pelo sim ou pelo não, com tanta evolução, inteligências e novas tecnologias, vale a reflexão: onde o mundo vai parar?
Fabíola Cottet