Faz tempo que eu não apareço por aqui. O bom é que deu tempo de ler bastante. Já sendo monotemático, no blog de hoje falo sobre alguns livros que devorei nestes últimos meses.
Aproveitando, quem quiser se arriscar a ler mais pode fazer uma conta no Goodreads, rede social para leitores. Lá, além de você interagir com muitas pessoas, você pode participar do Goodreads Challenge. É só colocar a quantidade de livros que quiser ler até o final do ano. A cada obra finalizada, o site vai contabilizando. Meu objetivo é ler 50 livros em 2018. Já foram 31. Eu estou atrasado cinco livros no cronograma. Poxa vida.
Dropz
Autora: Rita Lee
Editora: Globo Livros
Amo a Rita Lee e a biografia é impecável e divertida. Infelizmente esse livrinho de contos é apenas OK. Algumas histórias são bem ruins, outras são boas e muitas não fazem sentido. Acho que o objetivo era esse mesmo. Algumas vezes ela só pega a opinião pessoal dela sobre alguma coisa e a transforma em historinha com um final meio panfletário. Mesmo assim, é um livrinho leve, descompromissado e até divertido.
A Mulher na Janela
Autor: A.J. Finn
Editora: Arqueiro
Anna Fox mora sozinha numa casa imensa. Separada do marido e da filha e sofrendo de agorafobia, ela não consegue sair de casa e passa os dias bebendo (muito) vinho, assistindo a filmes antigos, conversando com estranhos na internet e espionando os vizinhos. Certa noite ela testemunha algo chocante enquanto fica de butuca olhando os vizinhos da frente (uau), mas ninguém acredita nela.
É muito barulho por nada. Esse livro ficou semanas e semanas na lista dos mais vendidos. Ultimamente há uma leva de livros com “mulheres no trem”, “mulheres na janela”, “garotas exemplares” em que as protagonistas são sempre traumatizadas, perturbadas, têm problemas com álcool e testemunham algo estranho e que não conseguem ter certeza do que viram. “A Mulher na Janela” não traz nenhuma novidade, enrola absurdamente (demais, muito, senhor do céu, tem 100 capítulos) para chegar num clímax que nem é tão surpreendente assim. Vai virar filme, claro.
Praia de Manhattan
Autor: Jennifer Egan
Editora: Intrínseca
Romance histórico que se passa entre a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial. Anna Kerrigan trabalha nos estaleiros e quer ser a primeira mulher mergulhadora. Mas ela também quer, acima de tudo, saber o que aconteceu com o pai, que desapareceu anos antes, sem nenhuma explicação.
É muito triste quando um livro não te diz nada. E olha que “A Visita Cruel do Tempo”, da mesma autora, é um dos melhores livros que eu já li, então esperava ao menos uma emoçãozinha. “Praia da Manhattan” é extremamente bem escrito, tem uma precisão histórica impecável e um minucioso trabalho de época. Mas é chato. Os personagens, quase todos, são apáticos, a história é apática e os poucos momentos interessantes logo são interrompidos por mais narrativas enfadonhas. É um romance noir com toques de aventura marítima, flerta muito com o feminismo e até empolga em algumas partes, mas foi um livro tão sem sal que eu passava as páginas na esperança que aquilo acabasse logo. Uma pena.
Objetos Cortantes
Autora: Gillian Flynn
Editora: Intrínseca
A repórter de um jornal sem prestígio tem um novo desafio pela frente quando seu editor pede que ela retorne à cidade onde nasceu para cobrir o caso de uma menina assassinada e outra misteriosamente desaparecida.
Bem melhor do que “Garota Exemplar”, o primeiro livro da Gillian Flynn traz algumas personagens doentias, complexas e a trama chega a assustar. O mistério é bem interessante, mas a interação entre uma família esquisita com um passado bem problemático faz a gente se sentir até mal.
Lembra Aquela Vez
Autor: Adam Silvera
Editora: Editora Rocco
Conta a história de um adolescente de 16 anos, Aaron, que precisa enfrentar o trauma da dor do suicídio do seu pai. O garoto conta com o apoio da mãe e da namorada, mas ao conhecer Thomas, Aaaron acaba encontrando nele mais do que um melhor amigo. Confuso e com medo da sua sexualidade, ele considera recorrer ao LETEO, um instituto que apaga memórias indesejáveis na tentativa de esquecer pessoas e lembranças ruins.
Livro de estreia do autor americano Adam Silvera e um perfeito romance young adult. Quem dera tivéssemos mais livros como este há alguns anos. Acho que salvaria muitas vidas. Há uma profundidade bastante comovente na forma como Adam percebe os sentimentos dos jovens e em como essa sociedade perversa consegue destruir as boas e simples descobertas que todos nós desembrulhamos ao longo da vida.
Rodrigo