7
jul

Qualidade de vida

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Dia desses ouvi uma pessoa dizer que quem tem um bom emprego e ganha um bom salário deve se limitar a trabalhar bastante e esquecer um pouco essa tal “qualidade de vida” que todo mundo almeja.  Pois eu discordo. Acho que é possível sim garantir êxito profissional e ter uma vida feliz e com qualidade. Aliás, uma coisa está diretamente relacionada à outra.

O trabalho só faz sentido se você também puder usufruir de momentos com a sua família, com os seus amigos e fazer outras coisas que lhe dão prazer. Acredito que, para que isso aconteça, é fundamental trabalhar com o que se gosta. Dessa forma sua rotina será mais prazerosa e seus momentos longe do ofício também.

Para mim, ter qualidade de vida significa ser feliz profissionalmente e pessoalmente. Significa ganhar dinheiro fazendo algo que você acredita e em que se realize. E, além disso, aprender a valorizar tudo que nos faz bem. É simples assim. Pense nisso!

Bjs,

Aline Cambuy

30
jun

Eu, Robô

robo

Um bafafá danado aquele vídeo sobre o DINO – Divulgar de Notícias. Pra quem não viu ou não é da área, um sujeito apresentou uma ferramenta como uma espécie de salvador da pátria pra quem não tem grana pra contratar uma Assessoria de Imprensa. Num lance tipo “faça você mesmo”, o cabra sugeriu que o próprio empresário produza o texto, poste no aplicativo e fique curtindo os sensacionais resultados depois. Levou tanta paulada que teve que se retratar junto à Abracom – Associação Brasileira de Comunicação Corporativa.

Esse auê me fez refletir sobre o futuro da nossa área. Será que um dia vai rolar uma automação das Assessorias de Imprensa? Imaginei alguém ligando aqui pra agência e uma voz mecânica falando:

Você ligou para a Talk Assessoria de Comunicação. Se quiser a divulgação de um release para a imprensa de todo o Brasil, disque 1. Se quiser a veiculação na imprensa de uma foto sua ao lado do juiz Sérgio Moro, disque 2. Se quiser se transformar em uma celebridade da mídia, disque 3. Se quiser falar com um de nossos jornalistas-robôs, disque 4.

Beijos,

Karin Villatore

 

23
jun

Pela rua

rua

Uma laranja voa no para-brisa do carro ao lado, parado no sinaleiro. O motorista, distraído pelo celular, leva um susto. Fico sem saber se rio ou se choro. O malabarista pra lá de improvisado faz uma cara de dar dó, enquanto tenta juntar as laranjas do chão, desculpar-se com o dono do carro e ainda recolher algum trocado, que a vida não tá fácil…

Na esquina seguinte, uma criatura sem camisa, inteirinha pintada de prateado, tiritava de frio numa dança esquisita que pretendia imitar os movimentos de um robô. Mais adiante, o casalzinho de namorados se revezava entre bandeirinhas e cones coloridos, passando o chapéu entre as janelas fechadas.

Minhas moedas se acabam enquanto penso na indigência do sujeito que tenta se estabelecer como artista de rua, seguindo o rastro dos argentinos e seus dreads, que há alguns anos trouxeram a moda para o Brasil.

Em que episódio do Faustão ele tentou aprender a se virar nos 30 segundos do sinal vermelho, em que boteco da Barão do Serro Azul ele jogou para cima as primeiras laranjas, em que mundo estamos para encontrar em cada esquina o retrato cada vez mais tenebroso do nosso empobrecimento…

O frio torna tudo pior. Até o meu humor.

Marisa Valério

16
jun

À espera de um milagre

NaniOnibus2Eu nunca me interessei muito por carros, não sei bem o motivo. Desconheço quais são os modelos, não sei nem mesmo a engenharia básica dos veículos. Uma vergonha, eu sei. Depois da invenção do Uber eu me sinto motorizado e livre para transitar pela cidade. Por isso, tirar a Carteira de Habilitação nunca foi um grande sonho, mas isso mudou.

Eu cansei.

Já chega.

Dias desses, acordei no meu horário habitual, me arrumei para o trabalho e fui esperar o ônibus amigo, lá perto de casa. O maravilhoso veículo coletivo e democrático deveria chegar em, no máximo, 10 minutos. Mas os 10 viraram 20. Os 20 viraram 30. Até que os 30 viraram 40. Eu estava enlouquecido!

Não é possível uma coisa dessas. Tenho certeza que algum cardíaco passaria mal. O cidadão começa a sentir coisas estranhas. Primeiro, a preocupação te invade porque você vai se atrasar para o trabalho. Segundo, suas pernas começam a doer por causa do tempo em que você está de pé. Terceiro, a irritação normal se junta com a irritação dos demais, que começam a reclamar do ônibus, da política, do ser humano, de todo o Universo. Quarto, o sentimento de impotência diante de uma situação como esta acaba imperando. Afinal, você não consegue se locomover de um local para o outro! Eu não aguento. É uma palhaçada!

Enquanto você está lá, esperando um milagre acontecer, já começa a bolar muitos planos pra sair dessa situação. Eu vou comprar um carro, eu não aguento mais, isso não é meu mundo, meu pai do céu, como isso pode acontecer? Será que o ônibus estragou? E aí começam a aparecer vários ônibus, um atrás do outro, mas no sentido contrário!! Você tem vontade de sentar, chorar e desistir de tudo.

Tudo isso eu senti. Até que de repente surgiu aquela figura maravilhosa, imponente, grandiosa, linda. O ônibus chegou. Todos olharam com cara feia para o motorista, que não deu nenhuma satisfação, mas a felicidade pelo transporte público ter chegado imperou e todos se sentiram aliviados, embora atrasados.

Já passei por isso algumas vezes e nunca é prazeroso. Por isso, estou arquitetando um plano para adquirir um automóvel. Os biólogos que me perdoem (mais um carro poluente e tal), mas pra mim já chega.

E vamos seguir acordando cedo!

Beijos

Rodrigo

 

 

9
jun

O amor está no ar

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Nunca me apeguei tanto a datas. Sou capaz de esquecer importantes aniversários. Levei uns quatro anos para memorizar que meu marido aniversaria no dia 18 de dezembro, e não no dia 16. Quando o Facebook passou a me lembrar dos aniversários do dia, passei a amá-lo um pouco mais.

Sobre as datas tradicionais, Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia dos Namorados, etc., o comércio se encarrega de nos bombardear com lembretes semanas antes. Assim têm sido os últimos dias. Cada página da internet que acesso tem alguma notícia ou propaganda do Dia dos Namorados. Também não se esquecem dos solteiros nesta data. São opções de presente e de lazer para namorados, casados, solteiros e encalhados.

Não tenho nada contra presentear quem você ama nesta data tão simbólica e especial. O que não acho justo mesmo é ficar horas na fila do restaurante esperando uma mesa para jantar. O fato é que quando convivemos com a pessoa amada, acabamos presenteando o ano todo. Para mim, essas formalidades perdem um pouco a importância. Sei que isso é muito pessoal mesmo, pois vejo casais que fazem questão de celebrar a data com tudo que têm direito. Acho bonito, mas não combina comigo.

Neste Dia dos Namorados quero aproveitar o frio para comer pipoca com o maridão e as crianças no sofá. Tomar chocolate quente. Assistir a um bom filme. Ligar o aquecedor. Deixar o gato subir no meu colo e ficar afofando a coberta com as unhas. Enfim, será mais um domingo em família. Com muito amor e calor humano.

E viva o amor! Um feliz Dia dos Namorados!!!

Bjs,

Aline Cambuy

 

2
jun

Do cinza do céu

Beco-Umbrellas

Fiquei pensando no comentário feito assim, meio solto no meio da tarde, pela Marisa (a Marise ou Valéria, cá nas internas) sobre como essa garoa com frio deixa a gente com astral esquisito.

A primeira lembrança que pintou foi da época da Rede OM, no comecinho dos anos 90. Junto com o Galvão Bueno veio uma turma de jornalistas de esporte do Rio. E, com eles, as esposas. Uma delas, visivelmente deprê, perambulava algumas tardes pela redação. Aos prantos, falava ao telefone: Roberto (com todos os erres), aqui o céu nunca é azul!

E se as pesquisas provam que Curitiba tem menos dias de sol do que Praga, Londres e Berlim, aprendi trabalhando em uma multinacional sueca que deveríamos parar com esse mimimi. Na hora do almoço, os executivos da matriz praticamente engoliam a comida e corriam para os bancos em frente ao refeitório para fazer verdadeiros tributos ao sol. Abriam a camisa até onde o senso comum permitia, erguiam o rosto e ficavam assim, em silêncio sepulcral, até a volta à labuta. Bonito de ver.

Aliás, minha antiga chefe sueca um dia me contou que o governo de lá aconselha as pessoas que moram sozinhas a acampar na casa de algum conhecido igualmente solitário durante o inverno. Sabedoria que só quem vive sem luz e sem sol durante meses tem. Sinceramente, dispenso este tipo de conhecimento.

No começo do ano que vem eu me mudo para o Nordeste. Será que vou sentir falta do cinza do céu de Curitiba?

 Beijos,

Karin Villatore

 

 

27
mai

Observe!

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“Hoje eu não vou, Vicente!” A frase é um clássico na minha família, em resposta a qualquer convite, e sempre desperta uma cumplicidade divertida. Todo grupo familiar tem os seus códigos, alguns de origem desconhecida de tão antigos, mas grandes sobreviventes da tradição oral. O Vicente em questão é ninguém menos do que o cantor
, que só os mais velhos ou com alguma cultura musical reconhecerão, pelo menos de nome. Nos anos 40/50, era de ouro do rádio brasileiro, ele era um dos maiorais, encharcando corações de sofrência, em agudos e vibratos arrebatados.

Pois ocorre que entrou nas nossas vidas por conta de um casal de vizinhos – vó Maria e vô Santinho – no bairro Getúlio Vargas, popular Vila do Cedro, espécie de Vila das Torres da cidade gaúcha de Rio Grande. Recém-casados, contava Maria, hospedaram Vicente Celestino e seriam convidados de honra do show que ele faria à noite, no auditório da rádio local. Maquiada e bem arrumada, Maria despertou o ciúme de Santinho, que a proibiu de sair naquela boniteza toda. Aos prantos, a moça trancou-se no quarto. O cantor, querendo ajudar, bateu à porta e convidou: “É hora do show. Vamos, Maria?”. E a resposta entre soluços sobreviveu ao episódio: “Hoje eu não vou, Vicente!”.

Temos outros personagens frequentemente invocados no nosso dia a dia. Nenhum tão famoso. Pra dizer a verdade, ninguém mais sabe quem são. É o caso do Angelino, provavelmente um comilão de respeito. Basta que alguém se exceda um pouco à mesa, que vem o bordão: “Mas é um Angelino, mesmo!”. E dá-lhe riso, mesmo que a frase volte várias vezes na mesma refeição, por que no fundo somos todos uns Angelinos. Outro caso de personagem perdido na origem, mas sempre vivo na memória, aparece na sentença: “E deu-se o caso do mascote!”. Que mascote? Ninguém sabe. Mas a frase serve pra tudo, encerrando solenemente qualquer história cujo final seja previsível.

Recentemente, entrou na nossa rotina um personagem cujo nome não vem ao caso, por que está bem vivo e pode ser reconhecido. O fato é que ele gerou uma interjeição que usamos muito, a ponto de amigos de amigos terem passado a usá-la, sem nem desconfiar de onde vem, para expressar alguma coisa entre “que legal!” e “veja só!”. É o já amplamente conhecido “Observe!”. Se você lembra de expressões familiares desse tipo, conta aí, pra gente rir um pouco. Um beijo!

Marisa Valério

19
mai

De três em três horas

Há alguns dias fui a uma consulta com a nutricionista. Como faço exercícios físicos, gostaria de saber se eu poderia tomar esses suplementos nutricionais com zilhões de proteínas, de forma saudável e controlada. A resposta foi sim, mas com uma condição: suplemento somente por uns dois meses, depois eu devo buscar os nutrientes nos alimentos de verdade. Que gostoso, pensei. Mas aí veio a dieta. É necessário comer de três em três horas.  Comer-a-cada-3-horas-funciona

Parece uma coisa fácil, mas não é. Estamos tão habituados a comer apenas quando sentimos fome que acabamos demorando umas quatro, cinco horas entre uma refeição e outra. E não pense que é para comer essas guloseimas maravilhosas, não. Bolachas? Jamais! Chocolate? Não, não! Apenas fruta? Não adianta nada! O ideal, entre uma refeição e outra, é comer algumas castanhas, nozes, frutas secas, amendoins, amêndoas, todos produtos bastante acessíveis que custam uns R$ 80 cada grama. Não está sendo fácil. E a médica ainda me mandou comer batata doce. Quem foi que teve a ideia de criar uma batata que é doce?

Embora seja uma dificuldade imensa lembrar que preciso comer de três em três horas – não vale bolachinha recheada, hein – sou um moço muito disciplinado. Compro castanhas, iogurte e biscoitos saudáveis, tudo para que minha nutricionista tenha orgulho de mim. Eu até forço na batata doce.

Mas agora já são quase 18h e eu mereço uma Negresco bem gordinha.

Rodrigo de Lorenzi

12
mai

A maternidade com mais leveza

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Nestes últimos dias as redes sociais foram tomadas por imagens fofas de demonstrações de carinho entre mães e filhos. O Dia das Mães gera essa comoção coletiva e faz com que as pessoas façam declarações de afeto, gratidão e amor para as suas mães. Da mesma forma, as mães publicaram fotos dos filhos, com muito orgulho e admiração.

Mas o que mais me chamou a atenção é que muitas postagens feitas pelas próprias mães são carregadas de mensagens do tipo “Noites mal dormidas, comida fria, falta de tempo e preocupações, tudo isso é recompensado quando recebemos o sorriso de um filho”. As mães relacionam a maternidade com exaustão, cansaço e muito esforço. A maioria das mensagens tem um tom de melancolia.

Questiono-me qual é o verdadeiro significado da maternidade. Se ao invés de ficarmos reclamando e enaltecendo o quão difícil é a tarefa de ser mãe, brincássemos mais com nossos filhos. Podemos escolher uma vida mais leve, sem tanta culpa. Uma mãe não precisa ser perfeita. Também temos o direito ao cansaço, a usar o nosso tempo para fazer coisas que nos dão prazer, de ter dias de mau humor, enfim, somos de carne e osso. Os filhos precisam compreender isso e aprender a respeitar nosso espaço.

Tenho dois filhos incríveis. Escolhi ser mãe e amo muito tudo isso. Não me cobro tanto. Faço o meu melhor possível sempre, mas não sou perfeita. Então, me dedico mais a amar e ser amada. Sem sofrimento.

Acho que a maternidade pode ser mais simples do que parece. Vamos nos divertir mais.

Bjs,

Aline Cambuy

5
mai

Desprevenidos

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Uma vacina serve para prevenir contra uma doença. O lance principal é colocar no corpo do sujeito um vírus fraquinho, morto ou parecido com o de verdade pra ensinar o organismo a se defender. Coisa de louco, e que funciona.

Desde 2004 a Talk atende o Frischmann Aisengart. Lembro bem que, em 2009, quando rolou a pandemia da gripe H1N1 (naquela época o pessoal chamava de suína), foi um auê. Mal dava pra você espirrar no elevador sem ser linchado. Chegaram as vacinas, foi uma correria de fim de mundo lá no Laboratório. Daí a moçada relaxou e, em 2012, um novo surto e nova maratona às vacinas. Filas de virar o quarteirão no Frischmann e cobertura diária da imprensa. Novo ciclo de “deixa pra lá” da população e, neste ano, o pânico chegou mais cedo, com cem mortes pela gripe registradas no Brasil ainda em março.

No Frischmann, 21 mil doses de vacina foram vendidas em míseros 13 dias de abril. E depois, nenhum fabricante com lotes disponíveis para venda. Filas na vacinação pública. O pessoal do Laboratório dando entrevista a torto e a direito.

Ouvi uma teoria médica que me pareceu coerente: o vírus volta porque as pessoas deixam de se vacinar, e a imunização cai no decorrer dos anos. Se for isso mesmo, seria de ser prever que nos próximos dois ou três anos não haverá surtos de gripe. Mas, em no máximo quatro, caso continue o velho hábito de não se vacinar em períodos em que não há frisson, a gripe volte com tudo. Tomara que não.

Beijos,

Karin Villatore