A Grécia passou por um blecaute de informação nesta segunda-feira (28/05), após uma greve de jornalista no país. A paralisação atingiu, além dos profissionais de imprensa, os setores administrativos e técnicos da comunicação. O país, que atualmente passa por uma grande crise, já teve paralisações em vários setores e agora foi a vez dos profissionais de imprensas reivindicarem melhores salários.
Acho muito justo que a classe faça exigências, ainda mais nas condições em que está a Grécia. Sempre comentamos aqui na Talk e entre colegas da área como aqui no Brasil a nossa categoria é pouca reivindicadora com relação às questões trabalhistas, apesar de os profissionais serem bem engajados e terem um grande poder na mão: o da comunicação. Porém, no que diz respeito a nós mesmo, deixamos as coisas como estão, talvez por comodismo ou pelo fato de ser mais fácil deixar para lá.
Mas voltando ao assunto da Grécia, ontem, escutando um comentário do apresentador Ricardo Boechat, na rádio Band News, achei interessante o ponto de vista dele. O apresentador dizia que, apesar de a causa ser nobre, não conseguia perceber até que ponto uma reivindicação de jornalistas pode afetar a rotina da população, ao passo de ter o apoio da massa. Infelizmente é uma verdade o que ele disse. As pessoas podem até se incomodar com a falta de informação atualizada, porém, não afeta a rotina da sociedade da mesma forma que uma greve de ônibus, por exemplo.
Então, acho que esse não é o caminho ideal para o profissional de comunicação, independentemente da área de atuação, seguir e lutar pelos seus direitos. Talvez devêssemos começar a participar mais das reivindicações sindicais e fazer com que o tema seja mais discutido, Afinal, o setor de comunicação é um dos que mais lucra anualmente.
Luanda Fernandes