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jan

Comportamento da mídia, certo ou errado?

Na semana em que assuntos pouco pertinentes (Luiza no Canadá, estupro no Big Brother, Michel Teló e etc) entraram na pauta dos principais veículos de comunicação do país (e outros tantos veículos questionaram a credibilidade em exibir esse tipo de assunto) fico refletindo o que de fato é considerado importante para chamar a atenção da mídia.  Mas, primeiro acho relevante analisar da seguinte forma: os meios de comunicação já não têm o mesmo formato de antigamente e não podemos deixar de considerar a influência da internet nessa mudança.

É relevante avaliar que as redes sociais são uma característica da sociedade moderna, na qual as pessoas sentem a necessidade de interagir e, de certa forma, tem a liberdade de manifestar opiniões para algum público cativo – no caso os amigos da rede. E é nesse contexto que o jornalismo começou a perceber quais assuntos repercutem na internet e são de interesse público. Então, não é que o fato de a Luiza estar no Canadá ou voltar de lá seja importante a ponto de chamar a atenção da mídia, mas o fato de um tema tão bobo e corriqueiro ser comentado por tantas pessoas.

Claro que esse não deveria ser o tipo de jornalismo que se espera, afinal, a relevância do conteúdo deveria valer muito mais do que uma modinha na rede e que, no caso dos noticiários, seria importante separar dos temas que são destaques na internet, aquilo que pode ser notícia. Porém, o jornalismo não pode simplesmente desconsiderar um fato como esse, em que uma situação sem qualquer importância está sendo compartilhada por uma rede que tem cerca de 31 milhões de usuários, só no Brasil.

Na realidade isso demonstra um comportamento de internautas que usam a rede para descontrair e se desligar dos problemas do dia a dia. Com isso chamo a atenção a outro fato, apesar do Brasil ser o país que mais cresce em números de pessoas conectadas a internet, ainda temos muita desigualdade, até mesmo nos grandes centros, algumas pessoas ainda se quer têm acesso a um computador, imagine a internet. Então, de que maneira essas pessoas poderiam saber de casos como esses? Mesmo que sem qualquer relevância. E aqui entra o “jornalismo descontraído” (se assim podemos considerar), que aceitando ou não, cativa o público. Pois no caso da Luiza muitos adoraram a história – diga-se de passagem, a minha mãe que não mexe no computador por nada nesse mundo.

Como podemos medir se esse comportamento da mídia é certo ou errado? Essa pergunta é complexa, até porque existem aqueles que acham esse tipo de notícia o cumulo. No entanto, também têm aqueles que adoram e nem por isso são menos ou mais intelectuais que os outros. Trata-se apenas de uma questão de pondo de vista.

Luanda Fernandes

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