Arquivo mensais:agosto 2014

28
ago

Amanhã é 29

Formatura 2Mais um ciclo da minha vida se completa. Mesmo tendo terminado a universidade já há alguns meses, o sentimento de encerramento vem amanhã, com a colação de grau. Daqui a um dia, serei oficialmente jornalista. A ansiedade pela festa já está aqui, apertando minha respiração e encolhendo meus ombros.

A solenidade, tão aguardada, me parece uma ruptura da vida de estudante, de menina, de filha. Mesmo sendo só uma formalidade, com a formatura vem a sensação de se tornar “gente grande” e de ter toda a liberdade do mundo. Vem também o medo do que vem a seguir, dos desafios futuros e de como lidar essa quebra de paradigma.

Com o fim da faculdade, acaba a obrigação, o roteiro a ser seguido. Não é o fim de meus estudos, pois quero continuar evoluindo e aprendendo até não poder mais, mas, de agora em diante, será tudo novo.  Sei que incertezas virão e que, assim como fiz em determinados momentos, questionarei minhas escolhas, mas isso não abalará a minha confiança de que tenho um futuro lindo à minha frente.

Dedico esta vitória aos meus pais, meus exemplos. Guerreiros, sempre vi neles a força para continuar em frente e conquistar vitórias. Por eles, sempre me dediquei aos estudos e terminei a faculdade com vinte anos. Não há palavra ou gesto no mundo suficientes para agradecer todo o esforço que eles dedicaram, durante todos esses anos, a mim e meu irmão. Sei que tive atitudes erradas, que muitas vezes falei sem pensar e não correspondi a algumas expectativas. Porém, por meus pais, segui em frente e evoluí. Eles me deram a melhor infância de todas. O maior amor de todos. E, por isso, esta conquista é toda deles também.

Amanda Pofahl

19
ago

Fã clube

Imagino que eu seja apenas uma dentre uma multidão de pessoas que considera a Maria Elisa (sim, a Ferraz Paciornik) uma pessoa maravilhosa. Também pudera. Mais do que raro a gente conviver com alguém tão acima da méFoto AAHC Karin e Mariadia.

Tive a sorte de conhecer a Maria Elisa há quase uma década, na Associação dos Amigos do Hospital de Clínicas do Paraná. No discurso emocionado na posse para a presidência da Associação falou do filho Felipe, que foi salvo pelo Hospital quando nasceu e, anos depois, morreu em um acidente de carro. Hoje a UTI pediátrica do hospital tem o nome de Felipe.

Maria Elisa é do tipo que põe a mão direita no peito quando ouve o hino nacional, usa roupa colorida e não pinta o cabelo. Com a chegada dos netos Helena e Jaime recoloriu a vida.

Por onde passo vejo o nome dela registrado como membro honorária, premiada, conselheira, superintendente, mantenedora.  “Meus filhos Rui e Pedro costumam me perguntar quando eu vou arranjar um emprego que me dê algum dinheiro”, costuma brincar.

Brincadeira de quem já foi secretária de governo, criadora de Cidade Industrial, funcionária das Nações Unidas e de quem já trouxe multinacional importante para o Paraná.

Caso você ainda não saiba, Maria Elisa, uso você como um bom espelho. Eu e, imagino, uma multidão de pessoas.

Beijos,

Karin Villatore

14
ago

Teorias bizarras da conspiração

eduardo-campos-abreEstava aqui pensando sobre um tema bacana para escrever no blog nesta semana. Aí de repente o Eduardo Campos, candidato à Presidência da República pelo PSB, morre em uma tragédia de avião em Santos. No dia posterior à sua sabatina no jornal mais assistido no Brasil, o Jornal Nacional. Não é um tema bacana, mas não quero aqui falar sobre a morte do presidenciável em si, mas sim sobre a completa falta de ter o que fazer de algumas pessoas.

Antes da morte do pai de família se tornar oficial pela assessoria de imprensa do partido, quando tinha-se somente a notícia de que o avião tinha caído, já tínhamos memes no Facebook, imagens na internet com bizarrices, e coisas do tipo, incluindo todo o tipo de piada infame sobre a tragédia.

Não bastasse o humor negro, começam as pessoas que arquitetam teorias da conspiração mirabolantes, iguais as que dizem que a Copa estava vendida, ou que o Mundo ia acabar em 2012. As pessoas pensam que o PT derrubou o avião, que a Marina Silva fez um complô com a presidente Dilma e não embarcou pois sabia o que ia acontecer, que o piloto foi comprado e por aí vai. A mais absurda que ouvi é que, há dois meses, uma lei tornou sigilosa a investigação de acidentes aéreos no país. Claro, os psicopatas de plantão das redes sociais já ligaram uma coisa a outra, dizendo que a lei foi implantada com exatamente esta intenção: acobertar os verdadeiros culpados pela tragédia que aconteceria em breve. Aí quem é um pouco inteligente se pergunta: gente, se era para derrubar um avião, o mais correto seria fazer isso com o Aécio, não é mesmo?

Mas os absurdos não param por aí. Sou jornalista, mas fico pasma com o sensacionalismo exacerbado da imprensa. O pessoal começa a fazer infográficos e simulações de como o avião pode ter caído, de como foram os últimos minutos de voo, do momento da queda e de outras coisas que não vale nem a pena citar. Além disso, começam a investigar a família, cada cidade caça notícias e tenta achar uma maneira da tragédia ficar mais próxima, chega a ser quase lamentável.

Não sou jornalista de redação, mas como assessora de imprensa já atendi situações fortes de gestão de crise, inclusive em casos de acidentes aéreos. No mundo da comunicação, além do acidente aéreo já me envolvi com política, acidente com morte em terra e também uma morte trágica de atleta. Sei bem o que os assessores e família do Eduardo Campos devem estar sentindo. Não é o momento para fazer conspirações e criar teorias bizarras. O momento é de prestar condolências aos entes queridos e respeitar a dor e sofrimento dos familiares. Independentemente do que tenha acontecido ele não vai voltar.

Fabíola Cottet

8
ago

Casal Conectado

internetUma pesquisa na Holanda chegou à seguinte conclusão: ser viciado em internet faz bem para o casamento. Os pesquisadores acompanharam a rotina de 190 pessoas e simplesmente verificaram esse fato. A pergunta que eles não conseguiram responder é: por quê?

Se é pra analisar prós e contras, o distanciamento que o computador traz tem duas faces. É um mundo próprio, onde só há a pessoa, voyeur do mundo. Um ponto de fuga talvez? Uma tela a isolando de quem compartilha sua vida diariamente. Isso pode ter seus pontos fortes, como uma extensão do relacionamento, por exemplo, mas também pode arruinar todo o envolvimento do casal: “Querido, o que nós vamos fazer hoje?” “Ah, vai rolar um torneio de CS, topa?” Mais ou menos assim.

O distanciamento entre os pombinhos de hoje em dia já é grande por conta das horas de trabalho, trânsito, festas, almoços, entre outros eventos chatos que a vida em sociedade exige. Imagine, então, que nas únicas horas a sós, o que poderia ser um momento romântico vem a ser um momento virtual. Até na hora de dormir o computador está ali, presente na mesinha em cima da cama.

Sendo assim, será mesmo que cônjuges viciados em internet são realmente mais felizes? Os malefícios são superados pelos benefícios ou é preciso ser holandês mesmo para isso dar certo? Para refletir.

Amanda Pofahl