No domingo enfrentaremos mais um clássico do futebol: Coritiba x Atlético-PR. Digo enfrentaremos, pois sendo torcedor ou não, todos vamos participar do jogo, seja de forma voluntária ou involuntária. O fato é que todas as vezes em que acontece um jogo desse tipo aqui em Curitiba (e acho que nas outras capitais não é diferente), envolvendo dois times rivais, como neste caso, a população inteira tem que se preparar.
Chegamos a tal ponto que já ouvi algumas pessoas dizendo que não vão sair de casa no domingo por conta do jogo. Isso é um absurdo, veja a que situação chegamos: não podemos sair de casa antes de começar o clássico, pois corremos o risco de encontrar as torcidas indo para o estádio; durante a partida também não dá porque tem sempre um ou outro torcedor que ficou para fora e, por isso, se acha no direito de depredar tudo que vê à frente (nesse caso acho que não podemos considerar torcedor, pois, na minha visão, trata-se de um vândalo).
Isso sem mencionar depois que o jogo acaba – ai, sim, a bagunça está instaurada, a cidade vira uma praça de guerra – e não importa quem vai perder ou ganhar, o que sabemos é que a bagunça vai acontecer de uma forma ou de outra.
Não que esteja marginalizando todo e qualquer torcedor que vai ao estádio para se divertir, pois apesar de não torcer por nenhum time, acho legal quem assiste e segue os jogos – cada qual se distrai como acha melhor. Mas, o que realmente me deixa indignada é o fato de uma minoria se achar no direito de destruir ônibus, carros, bancos de praças, postes, placas e etc, simplesmente porque o time perdeu ou venceu.
E não adianta dizer que o efetivo policial será dobrado para esse dia. Ora, a polícia tem que estar de pronto para atender a todos os cidadãos e não ficar cuidando para que um bando de marmanjos não destrua a cidade.
Então, o que falta é o pensamento racional de que quem paga a conta que, no final, é toda a população, inclusive nós que não torcemos e não participamos dessa rivalidade entre os times. Por isso acho que todas as torcidas deveriam fazer um movimento sério de conscientização e expulsar aqueles que não vão para torcer e se divertir e, sim, vão com o intuito de depredar o patrimônio público e machucar outras pessoas, independentemente de quem sejam.
Luanda Fernandes