30
out

Cozinhar

brownie-cetogenico

Eu sempre arranjo uns refúgios mentais para não pirar com a realidade da vida, você sabe como é.  Ano passado a literatura me salvou do mais completo surto, e geralmente ela me salva sempre. Mas esse ano, não sei se vocês ficaram sabendo, estamos vivendo uma pandemia. A literatura me ajudou, mas com tanta ansiedade e notícia ruim, foi difícil me concentrar nas histórias. Foi então que eu percebi que outra atividade me acalmava: cozinhar. Não estou falando daquelas comidas rápidas que a gente faz na hora do almoço ou no jantar durante a semana (essas acho que até estressam), mas aquelas refeições um pouco mais elaboradas que te exigem tempo: uma torta, um pão, uma massa, enfim… tudo o que faz você ficar um tempo na cozinha.

Nesses momentos eu percebo que vivo muito bem: coloco um vinho na taça, coloco um fone no ouvido, ligo em um podcast legal e boto a mão na massa. Vivo por umas 2 horas no mais completo prazer e alegria, que é a minha própria companhia. Cozinhar assim exige atenção, mas uma atenção prazerosa, pois faz eu tirar os olhos do celular e dos pensamentos pessimistas. Faz eu perceber como trabalhar com comida é algo poderosíssimo, faz eu pensar que saber cozinhar é algo libertador e faz eu refletir sobre como as pequenas coisas são tão importantes na vida. Acho mesmo que no futuro, quando tudo isso passar, nós lembraremos mais das pequeninas coisas do que das grandes.

Já faz alguns meses que em todo final de semana eu tento fazer alguma coisa legal. Já fiz nhoque (quase me arrependi porque não aguentava mais fazer aqueles formatinhos infernais, mas tudo bem), já fiz bolo de rolo (três vezes, porque achei que arrasei, mas aí enjoei), tortas de frango (várias, acho que enjoei), bolo de chocolate com receita de Chef (descobri que coisas com cacau são saudáveis, mas tão sem gracinha), cookies genuinamente americanos (comi tanto que enjoei), frango empanado com parmesão (ainda estou fazendo, não enjoei) e muito mais.

Eu gosto mesmo é de fuçar receitas difíceis e fazer. Me sinto desafiado e feliz (quando dá errado eu me sinto um lixo e faço de novo, não disse que estou emocionalmente controlado, apenas que tento). O grande problema é que as coisas andam muito caras e o país está em crise. Já viu o preço das frutas? Menina, eu tô abalado. Mas seguimos cozinhando e surtando e seguindo a canção.

Beijos

Rodrigo

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