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11
fev

A assombrosa Serra do Rio do Rastro

 

Serra

Mais de 250 curvas em apenas 12 km renderam à Serra do Rio do Rastro a fama de uma das mais assombrosas estradas do mundo. Desde que soube da existência desse lugar tive vontade de conhecer. No entanto, hesitei um pouco quando comecei a pesquisar sobre ela. Por isso, resolvi fazer esse post. A minha intenção é encorajar quem ainda não esteve nesse paraíso. A paisagem é de tirar o fôlego! Todo o frio na barriga é recompensado pela vista, simplesmente deslumbrante.

Fiquei hospedada em Urubici, uma pequena cidade que fica a menos de 100 km da Serra do Rio do Rastro. Urubici é onde foi registrada a menor temperatura do Brasil, – 17°C. O município tem muitas belezas naturais. São inúmeras cachoeiras, morros e grutas. Sem contar as pousadas, a maioria delas na área rural. Elas não possuem muita infraestrutura, mas para quem gosta de mato é um prato cheio.

Indo de Urubici para a Serra do Rio do Rastro, chega-se ao final da subida, em Bom Jardim da Serra, onde fica o mirante – uma das principais atrações do local. Uma vista inacreditável, linda demais. Logo na entrada do mirante uma placa me desencoraja. Nela estava escrito que aquele era o dia 227 sem mortes na estrada e que o recorde é de 445 dias. Nessa hora você respira fundo, faz uma prece e tem certeza de que irá descer com muita cautela. Não dá para ser diferente. Muitas das curvas são bem fechadas, a estrada é estreita e não há acostamento. Passam caminhões por lá e, no caminho, paramos diversas vezes para eles fazerem a curva na contramão, pois não há espaço suficiente para veículos pesados.

Tivemos a sorte de pegar um dia de céu limpo, o que nos proporcionou uma vista sensacional durante todo o trajeto. Normalmente tem bastante neblina por lá e, no inverno, pode até nevar ou ter gelo na pista. Apesar de ser um destino bastante procurado no frio, me parece mais interessante fazer essa viagem no verão. Claro que essa é a opinião de quem prefere o calor, pois no frio também deve ser um passeio magnífico.

Descemos a Serra com muita tranquilidade. Todos os motoristas dirigiam calmamente. Até porque é preciso apreciar a paisagem. No meio do caminho existem alguns pequenos mirantes, onde é possível parar para fotografar e admirar a natureza. A subida também foi tranquila. Na volta ainda paramos em um restaurante no meio da Serra para almoçar, de onde víamos as montanhas de todas as janelas.

Para quem gosta de aventura, a Serra do Rio do Rastro é uma excelente opção. Fazer o caminho de moto também deve ser maravilhoso. Fica a dica!

Bjs,
Aline Cambuy

23
out

Sabedorias

Chover no molhado afirmar que o Brasil é um retalho de vários países e que a gente não conhece a própria terra. Ainda mais quem vive no Sul Maravilha, acha mais interessante aproveitar o “bom momento” da economia e conhecer o exterior. Mas, quando decidimos descansar em bandas tupiniquins, percebemos que o estrangeiro mesmo é aqui.

 

Foi o que aconteceu comigo semanas atrás, em viagem aos confins nordestinos. Praias lindas, repletas de nativos e europeus quase nativos (moram lá há anos ou surfam lá todos os anos, durante as férias de dois ou três meses que eles costumam tirar). Este segundo grupo é uma questão lá do Velho Continente e não vale teclada aqui. Já o primeiro é compatriota e merece o pensar.

 

Em uma praia como Jericoacoara, da moda e badalada, uma casinha simples perto do mar chega a valer milhão ou até milhões. Só mora bacana? Pelo contrário, a maioria é de filho de pescador que hoje vive do turismo e herdou o casebre. E eles querem vender a casa, embolsar o dinheirama e, finalmente, virar o tal? Se eu vendesse, não saberia o que fazer com tanto dinheiro. E eu sou feliz aqui. Foi a resposta do bugueiro que me levou a uma lagoa que merece com todas as letras o nome de Paraíso, a cerca de meia hora de Jeri, como eles chamam a cidade por lá.

 

Aliás, este mesmo bugueiro, de apelido Novo porque era o caçula de uma penca de irmãos, é o filho de um dos mais notáveis pescadores da cidade. O pai, que já morreu, conseguia capturar em um único dia três peixões de dez quilos. No anzol. E num barquinho onde mal cabia o peixe. Lembrei de O Velho e o Mar. E na infância do Novo era peixe no café, no almoço e no jantar, numa época em que não havia luz e nem saneamento em Jeri. E o Novo tem a minha idade e parece amigo do meu filho.

 

No caminho para a lagoa, um velhinho caminhando nas dunas à la Saara, de chinelo de dedo, camisa e bermuda. E o novo me pergunta se pode oferecer carona. Claro! O senhor entra e explica que tinha ido a Jeri tentar fazer negócio com um cavalo. O negócio não deu certo e ele estava voltando pra casa. Um trajeto de 3 horas de ida e 4 de volta, por causa do sol a pino, da fome e do cansaço. Ah, só entendi a história porque o Novo “traduziu”, já que a fala do senhor era absolutamente incompreensível para o meu ouvido de jacu.

 

Na volta, o Novo me avisou que no dia seguinte iria chover um pouquinho, mas que o tempo bom iria continuar logo na sequência. O pai pescador ensinou a saber o tempo. Era Dia das Crianças e nenhuma criança da comunidade pareceu, nem de longe, triste por não ganhar presente.

Beijos,

Karin Villatore

8
jul

Parque da Ciência: programa inteligente para as férias

Quer fazer um programa bacana com os filhos nas férias de julho? Vá ao Parque da Ciência Newton Freire Maia. Absurdamente mal divulgado pelo governo, este lugar ensina a criançada e os adolescentes (e os pais, claro!) a entender da forma mais didática e divertida possível noções de Física, Química, Astronomia, Geografia, Matemática e curiosidades sobre um monte de temas afins. Um exemplo: para entender que o Pi é infinito, o número percorre todo o território do parque. Outro exemplo: para curtir Astronomia, um “céu” mostra como estavam os planetas no exato momento em que o visitante nasceu.

A visita ao Parque tem que ser agendada e é feita sob a orientação de estudantes universitários muito atenciosos. Tudo na maior organização, do jeito que deveria acontecer em todos os lugares com este perfil.

Se é tão bom, por que foi esquecido? Dizem que é porque o Parque foi criado pelo Jaime Lerner e nenhum governo fez muita questão de divulgar uma ideia de Lerner depois que ele deixou de ser governador. Mas, pelo menos, o Parque continua na ativa e vale cada centavo do investimento que foi feito ali.

Um dia a menos das crianças em frente ao vídeo-game nas férias e um dia a mais de conhecimento da família!

Endereço: Estrada da Graciosa, 7400 – Jardim Boa Vista (é o caminho para Quatro Barras/ BR 116 para São Paulo; haverá uma placa avisando para entrar à direita)

Telefone para agendamento de visitas: (41) 3666-6156
Horário: De terça-feira a sábado, das 8h30 às 12h e das 13h30 às 17h

Site: www.parquenewtonfreiremaia.pr.gov.br

Dúvidas: pnfm@pnfm.pr.gov.br

Karin Villatore