7
jul

Sabadão no Centro de Curitiba

Quando morei em São Paulo, de 1999 a 2002, cansei de ouvir paulistanos da gema me chamando de maluca por ter deixado a “maravilhosa, limpa, organizada e civilizada” Curitiba. Concordo com eles. Nasci aqui e gosto da minha cidade. Aprendi a valorizar Curitiba ainda mais depois que morei fora daqui.
Num sabadão desses, embarquei com minha dupla de amigos Fabio e Helcio em um tour pelo Centro da cidade, considerado o melhor Centro de capital do Brasil (pelo menos é o que diz o pessoal do projeto Centro Vivo, da Associação Comercial do Paraná, e o que já pude comparar nas outras capitais que já visitei).
Começamos com um petisco de rabo de jacaré em um boteco quase centenário. A carne lembra frango misturado com peixe, é frita à milanesa e vem empacotada com logo e embalagem bem moderninhas (o dono fez questão de nos mostrar o pacote antes de mandar fritar). Alimentados, tentamos conhecer a sinagoga. Portões fechados e ninguém para conversar. Descemos o calçadão da XV. Café na Boca, compras em lojas populares de cosmético, doce na Confeitaria das Famílias, gente de tudo que é tipo, alguns poucos conhecidos. O dia passou voando.
Lembrei de algumas aulas de comunicação não-verbal (dou aula na Facinter, uma faculdade que fica na Boca Maldita) em que propus aos alunos sentar no Calçadão da XV, observar as pessoas que passavam e imaginar qual era a história delas só pelo que elas “diziam” pela linguagem do corpo, do vestir, dos gestos. Se alguém fizesse essa análise comigo, com o Fabio e com o Helcio naquele dia, teria, com certeza, imaginado boas histórias de um sábado no Centro de Curitiba. Experimente você também e depois conte pra gente como foi.

Karin Villatore


Na foto, eu, Fabio e Helcio, em frente a um muro grafitado do Centro.

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2 ideias sobre “Sabadão no Centro de Curitiba

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