Comunicadora e feminista, me atrevo a escrever em poucas linhas uma reflexão inicial sobre as duas áreas.
São muitas as afirmativas machistas, misóginas, sexistas, racistas, lesbofóbicas, transfóbicas, gordofóbicas, e outras, que são veiculadas nos produtos midiáticos, tanto de entretenimento quanto de informação (jornalismo). Por sofrerem com a violência simbólica nesses meios, muitas mulheres passaram a discutir e a interseccionar as teorias feministas com as práticas comunicativas e midiáticas. Os primeiros estudos de feminismo e comunicação datam a década de 1970, e uma das linhas de investigação é da representação da mulher em cinema, revistas e televisão.
O problema central dessas representações é o de serem naturalizadas, ou seja, passarem para as práticas sociais cotidianas sem que sejam problematizadas e desconstruídas.
Cabe ao comunicador e à comunicadora o papel de atuar com o viés da transformação política. Devemos entender que nossa situação é privilegiada, pois temos condições de produzir e receber informação, e refletir sobre ela; assim, é nossa responsabilidade lutar para que os direitos humanos, e o direito à comunicação, envolvam todas as mulheres (ou melhor, todas as minorias).
Uma dica bacana
A parceria entre a FENAJ – Federação Nacional dos Jornalistas e a ONU Mulheres – Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres – deu origem a um “Guia para jornalistas sobre gênero, raça e etnia”. O propósito é auxiliar os comunicadores e comunicadoras na tarefa de cobrir os temas com recorte de gênero, raça e etnia no dia a dia da imprensa, com pautas livres de preconceitos e estereótipos.
É uma iniciativa de transformação e de construção de uma mídia mais democrática, plural, diversificada e igualitária, que começa a partir de nós, profissionais da comunicação.
Link para o Guia: http://goo.gl/kRQ6Eh
Marcielly Moresco