Esqueça a Lava-Jato, o desemprego, o dólar, a greve dos professores, as fábricas paradas. A culpa da crise do governo é a falta de comunicação.
Claro que tenho ouvido isso de analistas que mencionam o escasso diálogo da Dilma com as massas como uma das três ou quatro principais causas (o número depende de quem analisa) das manifestações populares. O argumento criou ainda mais corpo depois deste 1.º de maio, quando a mensagem da presidente ao trabalhador só veio pelas redes sociais. No mínimo polêmico.
Só para criar um parâmetro, temos os presidentes dos Estados Unidos, papas do setor. Raramente eles perdem a oportunidade de um pronunciamento oficial para expor uma opinião, um feito do governo, um bateu-levou contra algum opositor. E, nesta mecânica, dizem a que vieram.
A Dilma, em contrapartida, não tem esse belo hábito de informar. O conterrâneo jornalista Thomas Traumann, então secretário de comunicação da presidência, supostamente deixou vazar um documento interno com críticas ao setor que ele mesmo comandava. Resultado: pediu demissão.
Para quem, como eu, é da área, parece claro que a Dilma deveria falar mais, responder mais, explicar mais, posicionar mais sua opinião. E esse recurso não deveria ser usado só agora. Ideia que vale para o presidente da república, para empresários, para autônomos e para quem se preocupa com a imagem.
Beijos,
Karin Villatore