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Em época de eleição, mais vale uma entrevista bem explorada ou um debate bem polemizado?

Ano eleitoral. Vários candidatos tentando expor suas ideias, suas promessas. Chegamos em um período em que toda semana vemos entrevistas individuais ou debates com postulantes aos mais importantes cargos do país. Somos bombardeados com conteúdos eleitorais vindo de todos os lados, em todas as mídias. Mas, será que esse excesso permite que a população tenha acesso aos pontos mais importantes das propostas de cada candidato?

Mais do que isso, pensemos: se analisarmos a propaganda eleitoral, as entrevistas individuais e os debates, qual das ferramentas é mais eficiente? Qual leva ao público eleitor as ideias principais de cada concorrente ao cargo (seja para presidente, governador, etc.)?

É difícil dizer que uma ferramenta é melhor do que a outra. Os debates são engessados, os participantes ficam limitados, muitas vezes os conceitos e as propostas não são debatidos de fato. Isso sem contar que, em inúmeras situações, a estratégia traçada por alguns candidatos é simplesmente atacar o adversário, deixando de lado suas próprias propostas. Alguém pode aparecer e dizer “mas isso é a política, meu caro. Assim é a política”. Sim, assim é e sempre foi. Mas não quer dizer que é o ideal. Sonho com debates em que os candidatos sejam obrigados a expor de fato suas ideias, seu planejamento, seus planos de governo. Mas como tudo por aqui vira brincadeira, os debates têm servido para que surjam piadas, montagens e memes da internet.

A vantagem das entrevistas individuais, como fez o Jornal Nacional, por exemplo, é que o entrevistador pode e deve “puxar” o entrevistado para o foco da pergunta, fazendo com que as questões sejam de fato respondidas. O grande problema de uma entrevista é que ela pode ou não ser tendenciosa. Pode favorecer ou desfavorecer alguém. E aí candidatos e público ficam nas mãos dos jornalistas. Aliás, não soa estranho que o Jornal Nacional receba tantos elogios por “tratar todos os candidatos igualmente” ao pressionar um por um em suas entrevistas? Isso é o mínimo que se exige. Mas sabemos que em outros tempos…

A grande questão nesses casos é: qual o tamanho do interesse de cada candidato em expor de fato suas ideias e mostrar ao público que eles podem ser bons governantes? Se houver realmente interesse, os debates, as entrevistas e até as propagandas eleitorais no rádio e na TV podem ser muito úteis. Mas, pelo jeito, a clareza de ideias não é prioridade dos candidatos por aqui. A impressão que tenho é que tudo que é passado pelos candidatos fica vago, não conseguem desenvolver os assuntos, se aprofundar em nada. Então, se você faz parte do grupo dos indecisos na hora de votar, terá um árduo trabalho para definir seu candidato!

Lucas Reis

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