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fev

De saudade, orgulho e inveja!

Tempos de Copa, alegria e esperança.

Tempos de Copa, alegria e esperança.

Nas mãos, em papel jornal, a edição histórica dos 100 anos da Gazeta do Povo. Os olhos leem a capa e identificam os elementos gráficos: a “linguiça”, trazendo notinhas do lado esquerdo, a manchete e a foto principal em cinco colunas, os titulinhos e as chamadas ao pé da página.

Rever uma edição da Gazeta em papel pode ser nada para quem nunca desenhou e editou uma primeira página, mas é muito para quem participou dessa gincana por anos a fio. O passado não tem idade e o coração dispara com as lembranças: a tensão do diagrama em branco e de escrever a manchete, a dúvida sobre a melhor foto, a dificuldade de derrubar chamadas importantes em troca de outras mais importantes ainda…

O medo eterno de em poucas horas – entre a meia-noite e as seis da manhã – descobrir que escolheu errado: a manchete era outra, havia uma foto melhor, alguma coisa ficou de fora daquelas seis colunas.

Quando isso acontecia, o dia virava uma desgraça só. Em compensação, as boas capas davam um orgulho danado e até as reuniões de MCIs ficavam mais suportáveis.

A edição especial veio com 96 páginas, mas algumas delas – além da prima – são como gatilhos de saudade: a Coluna do Leitor, Entrelinhas, as páginas de opinião…

O mergulho definitivo na nostalgia vem nas crônicas refinadas da Marleth Silva e na avalanche de memórias do José Carlos Fernandes, dois dos grandes com quem dividi minha vida durante 15 anos. Com tantos nomes para recordar e homenagear, o Zeca achou tempo pra me citar e me fazer inchar de orgulho.

Tá certo que não foi por minhas (in) competências jornalísticas, e sim pela cantoria com que torturava os colegas a cada fechamento.

Mas duvido que vocês não estejam morrendo de inveja!

Marisa

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